o chamado mensalão' (Foto: Reprodução)
A menos de uma semana para o início do julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, o presidente do PT, Rui Falcão, divulgou vídeo nesta sexta-feira (27) negando que houve compra de apoio político no início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O suposto esquema, revelado em 2005, derrubou ministros e parlamentares do partido acusados de envolvimento.
"Não houve compra de votos no Congresso Nacional, tampouco houve pagamento, nem mensal, nem a qualquer título, a parlamentares para votarem a favor do governo. Os repasses de recursos destinados a pagar despesas de campanha, de diretórios do PT e de partidos aliados não guardavam relação com apoio a projetos do governo. Aliás, alguns dos projetos foram aprovados com votos da oposição", disse o dirigente.
Na gravação de 2min24, divulgada no site do PT, Falcão fala de forma genérica dos petistas, sem citar, por exemplo, o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do partido José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha e o ex-deputado Professor Luizinho, todos réus no processo. Ao falar sobre os recursos, também não faz menção a dinheiro não declarado de campanha, o chamado "caixa 2", que foi admitido pelo partido na época do escândalo.
Falcão acrescenta que não houve uso de recursos públicos ou ilícitos, nem enriquecimento de membros do partido. "Não houve da parte dos petistas denunciados qualquer utilização de recursos públicos, nem de recursos ilícitos. Foram empréstimos contraídos junto a bancos privados e que já foram quitados pelo partido. [...] Nenhum dos petistas acusados se beneficiou de qualquer recurso para fins pessoais. Da mesma forma, nenhum deles enriqueceu", completou.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República diz que parte do montante repassado a parlamentares vinha de contratos de publicidade firmados entre empresas do empresário Marcos Valério, apontado como operador do esquema, com a Câmara dos Deputados e o Banco do Brasil.
Ao final, Falcão diz que, "a despeito dos que clamam pelo linchamento moral, pela condenação política dos companheiros", espera que os ministros do STF "firmem convicção" e julguem "exclusivamente com base na prova dos autos".