25/08/2014 11h49 - Atualizado em 25/08/2014 13h37

Eymael diz que, se eleito, criará ministérios da Família e da Segurança

Candidato participou de série de entrevistas do G1 com presidenciáveis.
Ele defendeu reforma administrativa e fim do 'aparelhamento do Estado'.

Do G1, em Brasília

O candidato do Partido Social Democrata Cristão (PSDC) à Presidência da República, José Maria Eymael, afirmou nesta segunda-feira (25), durante entrevista ao vivo ao G1, que, se eleito, vai criar dois novos ministérios, o da Família e o da Segurança Pública. O candidato defendeu, porém, redução do número total de pastas – atualmente em 39 –, mas não citou quais ministérios seriam cortados.

 

"O que são os ministros? São o time do presidente. Não precisa ser só 11 [ministros], mas também não precisa muito mais. Não vamos diminuir competências, mas juntar competências. [...] Dois ministérios que têm que ser criados são os da Segurança Pública e da Família", disse.

Segundo Eymael, a pasta da Segurança seria essencial para a integração dos setores de inteligência das polícias. Já o Ministério da Família, conforme o candidato, existe em grandes nações do mundo e criaria políticas para atender as necessidades das famílias brasileiras. "Se você não governar para a família, vai governar para quem? A família é a base da sociedade", respondeu Eymael ao ser perguntado sobre qual é a relação entre gestão e família.

Eymael não disse quais ministérios cortaria em eventual governo para não "sofrer críticas de concorrentes", mas garantiu que manteria, por exemplo, as pastas da Educação, da Saúde e do Turismo. "Você acha que vou dizer para já começar a sofrer críticas de concorrentes? Posso dizer pastas fundamentais que devem ser mantidas: Educação, Saúde, Turismo. Turismo não é supérfluo. No mundo todo, o turismo é o maior gerador de emprego e desenvolvimento econômico."

Durante cerca de 50 minutos, Eymael respondeu a perguntas de internautas e do portal, em três blocos, conduzidos pelos jornalistas Tonico Ferreira, da TV Globo, e Nathalia Passarinho, do G1. A ordem dos candidatos na série de entrevistas com os presidenciáveis (veja ao final desta reportagem) foi definida por sorteio na presença de representantes dos partidos de todos os candidatos. A presidente Dilma Rousseff, candidata sorteada para o primeiro dia da série de entrevistas (28 de julho), não compareceu por problemas de agenda, segundo a assessoria do Palácio do Planalto. Além de Eymael, já foram entrevistados Zé Maria (PSTU), Aécio Neves (PSDB), Mauro Iasi (PCB), Eduardo Campos (PSB), Rui Costa Pimenta (PCO) e Levy Fidelix (PRTB).

O candidato do PSDC à Presidência da República, Eymael, é entrevistado no estúdio do G1 em São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)O candidato do PSDC à Presidência da República,
Eymael, é entrevistado no estúdio do G1, em São
Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)

Reforma administrativa
O candidato do PSDC disse também que vai acabar com o "aparelhamento do Estado" e realizar uma reforma administrativa que garanta servidores de carreira em cargos de chefia em órgãos e ministérios do governo federal.

"Vamos acabar com o aparelhamento do Estado, com protegidos em funções. A grande reforma administrativa que tem que ser feita no nosso país é: cargo de gestão tem que ser cargo de carreira. Só isso representará uma revolução administrativa no nosso país."

Eymael destacou que outro projeto seria a instituição de planos de carreiras em todos os segmentos do serviço público. Segundo o candidato, isso seria um atrativo para algumas profissões essenciais, como a de professor.

"Não temos atração de talentos. Quem vai ser professor hoje, com o salário que eles têm? São raríssimos os segmentos do serviço público em que você tem carreira. A pessoa se esforça, passa no concurso e fica parado, não tem motivação para crescer. Um dos nossos projetos é plano de carreira em todos os segmentos do serviço público", afirmou.

Vamos acabar com o aparelhamento do Estado, com protegidos em funções. A grande reforma administrativa que tem que ser feita no nosso país é: cargo de gestão tem que ser cargo de carreira."
José Maria Eymael, em entrevista ao G1

Petrobras
José Maria Eymael também afirmou ser contra a privatização da Petrobras e afirmou que a estatal vive hoje reflexos de "erros de gestão". "É nossa maior empresa, há erro de gestão. Não compatibilizam custo com preço. É por isso que a Petrobras chegou onde está."

Depois, sobre se privatizaria a Petrobras, Eymael respondeu: "Não vejo a Petrobras como uma estatal a ser privatizada."

Reforma tributária e fator previdenciário
O candidato disse ser a favor de uma reforma tributária que reduza e simplifique os impostos.

"Sou a favor de tudo na Constituição Federal que protege o contribuinte. São dois pilares da reforma: redução da carga e simplificação do processo. Na simplificação, eu quero a igualdade entre Fisco e contribuinte nos processos fiscais. Hoje tem o Estado com quatro vezes mais prazo para se defender. A lição internacional é: quanto menor a carga, maior a arrecadação."

Em relação ao fator previdenciário, medida que reduz o benefício da aposentadoria no caso de quem se aposenta mais jovem, o candidato do PSDC destacou que o instrumento é um dos "algozes" dos aposentados e que iria extinguir "progressivamente" o fator.

Eymael 2 - ao vivo (Foto: Caio Kenji/G1)Eymael em entrevista ao G1 (Foto: Caio Kenji/G1)

'Jingle'
O candidato do PSDC comentou ainda sobre o motivo de não ter usado no horário eleitoral do rádio e da TV o jingle que ficou famoso nos anos 80 e 90, "Ei, Ei, Eymael, um democrata cristão".

Segundo Eymael, a música foi criada para "popularizar" seu nome e já cumpriu sua função. "O jingle foi criado em 85. Ele teve a função de popularizar o nome do candidato. Já foi plenamente exercida essa função. Hoje não estamos utilizando o jingle para não prejudicar. Temos conteúdo, mas não temos tempo." Segundo ele, a música continuará a ser utilizada na campanha de rua e na internet.

Maior patrimônio
Eymael respondeu pergunta feita por internauta sobre o fato de ter declarado o maior patrimônio dentre os candidatos à Presidência. Ele destacou que o patrimônio foi formado com trabalho e que não escondeu nenhum bem.

"Pude crescer na vida porque tive oportunidade de estudar. Meu pai me conseguiu uma bolsa de estudos. Fiz duas faculdades. Comecei a trabalhar muito cedo. Fui vendedor ambulante. Eu vendia bem, depois mais tarde me transformei em empresário. [...] Eu declarei todos os meus bens, não tem nada escondido. Eu não sei porque tenho mais posses que os outros. Não tive herança, não ganhei nada de ninguém. Minha vida inteira foi de trabalho."

Pinga-fogo
Ao final da entrevista, os jornalistas pediram ao candidato respostas "sim" ou "não" para perguntas num formato "pinga-fogo".

Nesse bloco, Eymael se disse contra o voto obrigatório, cotas no serviço público, imposto sobre grandes fortunas, taxação de igrejas e foro privilegiado para políticos. Também afirmou ser contra tarifa zero no transporte público e revisar a Lei da Anistia.

O candidato afirmou ser favorável ao aborto em caso de estupro e defendeu que o ensino religioso nas escolas seja facultativo.

Os próximos entrevistados da série do G1 com os presidenciáveis são os seguintes:
- 27 de agosto: Eduardo Jorge (PV)
- 29 de agosto: Pastor Everaldo (PSC)
- 2 de setembro: Luciana Genro (PSOL)

Entrevistas já concedidas:
- 31 de julho: Zé Maria (PSTU) - assista na íntegra
- 4 de agosto: Aécio Neves (PSDB) - assista na íntegra
- 7 de agosto: Mauro Iasi (PCB) - assista na íntegra
- 11 de agosto: Eduardo Campos (PSB) - assista na íntegra
- 20 de agosto: Rui Costa Pimenta (PCO) - assista na íntegra
- 22 de agosto: Levy Fidelix (PRTB) - assista na íntegra
- 25 de agosto: Eymael (PSDC) - assista na íntegra

Veja a íntegra da entrevista de Eymael bloco a bloco:

 

 

 

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