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Por Valdo Cruz

Comentarista de política e economia da GloboNews.


Após mais de 25 anos de negociações, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia pode ser, enfim, concluído em Montevidéu (capital do Uruguai) nesta semana.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou ao Uruguai nesta quinta-feira (5) para acompanhar a reunião de Cúpula do Mercosul. Lula viaja à tarde para o evento, marcado para esta sexta (6) e sábado (7).

Na avaliação da equipe de Lula, o entendimento entre os dois blocos econômicos chegou à fase final e já permite a assinatura do acordo.

Cúpula do Mercosul começa no Uruguai com expectativa por acordo com UE

Cúpula do Mercosul começa no Uruguai com expectativa por acordo com UE

A viagem de Ursula von der Leyen era dúvida até poucos dias. E a presença ou ausência da líder, vista como um "sinal" sobre a posição da Europa a respeito do acordo.

"Pousamos na América Latina. A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está à vista. Vamos trabalhar, vamos atravessá-la. Temos a oportunidade de criar um mercado de 700 milhões de pessoas", anunciou.

Lula tem dado declarações nos últimos dias na direção de que o acordo será, enfim, fechado.

Lula com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em imagem de 2023 — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Mesmo com a oposição da França – que tentou inviabilizar o entendimento porque teme que os produtores rurais franceses percam mercado para os produtos vindos do Mercosul.

Pelo lado do Mercosul, o texto do acordo já foi fechado pelos técnicos – e, agora, depende da aprovação dos presidentes de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

O presidente argentino Javier Milei, que no início do mandato era visto como um inimigo do acordo entre os dois blocos comerciais, mudou de posição.

Próximos passos

As palavras de Ursula von der Leyen, uma das defensoras do acordo na Comissão Europeia, são um indicativo de que há um ambiente para que o entendimento seja aprovado pelos europeus.

Se os dois lados assinarem o acordo, ele ainda terá de ser aprovado pelos Legislativos dos países do Mercosul.

Do lado de lá do Atlântico, terá de receber o aval do Conselho Europeu (27 chefes de Estado ou de governo) e do Parlamento Europeu (720 votos).

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