Blog do Valdo Cruz

Por Valdo Cruz

Comentarista de política e economia da GloboNews.

g1 e GloboNews — Brasília


  • Grandes bancos estão unidos na defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na condução das medidas de reforço do arcabouço fiscal.

  • Para comandantes dos maiores bancos do Brasil, Haddad é o melhor nome no PT para ajustar as contas públicas, e não lhes interessa ele ficar enfraquecido.

  • Banqueiros ressaltaram a fala humilde do ministro da Fazenda no almoço da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) na semana passada.

  • Na ocasião, Haddad reconheceu que, se o pacote não for suficiente, novos cortes serão feitos para atingir as metas fiscais.

  • No mercado, a avaliação é que as medidas anunciadas não vão gerar a economia de R$ 71 bilhões nos próximos 2 anos, mas até R$ 50 bilhões.

Valdo Cruz: Governo prevê mercado mais calmo, mas dólar alto

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Os grandes bancos estão unidos na defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na condução das medidas de reforço do arcabouço fiscal — que reúne as regras de equilíbrio para as contas públicas.

Na avaliação dos comandantes dos maiores bancos do Brasil, não interessa um Haddad enfraquecido, porque ele é o melhor nome dentro do PT para o cargo e consegue, a duras penas, tirar o “possível” dentro do governo para ajustar as contas públicas.

Os banqueiros ressaltaram a fala humilde do ministro da Fazenda no almoço da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) na semana passada. Na ocasião, ele reconheceu que, se o pacote não for suficiente, novos cortes serão feitos para atingir as metas fiscais.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explica as medidas de corte de gastos em coletiva de imprensa nesta quinta-feira — Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

No mercado, a avaliação é que as medidas anunciadas não vão gerar a economia de R$ 71 bilhões nos próximos dois anos, mas na casa de R$ 40 bilhões a R$ 50 bilhões.

Está faltando um corte a mais de R$ 20 bilhões, diz, por exemplo, Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central (BC) e dono de uma empresa de investimentos no mercado.

🔎A avaliação de analistas de contas públicas é que o governo poderá fazer esse complemento por meio de um bloqueio e contingenciamento de despesas.

O dólar terminou a semana passada acima de R$ 6, e a equipe econômica espera um mercado menos estressado, mas com um dólar ainda alto, nos próximos dias, talvez abaixo de R$ 6.

A análise é que o dólar só deve recuar mais quando as medidas fiscais começarem a ser aprovadas no Congresso.

Outra expectativa é a atuação do BC -- não fazendo intervenção no dólar, mas elevando a taxa de juros, com aumento da intensidade de 0,50 ponto percentual para 0,75 ponto percentual. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre nos dias 10 e 11 de dezembro.

Roberto Campos Neto, que estava em Miami (EUA) por causa de assuntos pessoais, volta a Brasília para a sua última reunião do Copom, com o seu sucessor, Gabriel Galípolo, alertando para a possibilidade de a taxa de juros ficar alta por um tempo mais prolongado.

O mercado chegou a colocar juros em 14%. O Banco Central segue avaliando que não há motivos para intervenção no câmbio, exatamente para não gerar mais turbulências na taxa de juros futura no mercado.

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