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Por Valdo Cruz

Comentarista de política e economia da GloboNews.

g1 e GloboNews — Brasília


A decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de devolver a MP 1.227 acabou salvando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de gerar uma crise com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

É que Lula, na conversa mais cedo com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, prometeu ao empresário que iria retirar a MP do Congresso

Só que saiu do Palácio do Planalto e deu entrevista dizendo que Lula havia prometido retirar a MP.

Haddad diz que não tem plano B para MP devolvida pelo Congresso

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Naquele momento, Fernando Haddad e sua equipe não sabiam dessa inclinação do presidente Lula, o que iria gerar um grande desgaste para Fernando Haddad.

Um interlocutor de Lula resumia logo depois de Pacheco anunciar a devolução no plenário: "Ufa, pelo menos evitou uma crise com Fernando Haddad".

Depois de Ricardo Alban antecipar a tendência do presidente Lula, que outros ministros, de forma reservada, também já divulgavam, a informação ainda não havia chegado nem para os líderes do governo no Congresso e Senado nem para o Ministério da Fazenda.

Os líderes, por sinal, apostavam que a MP seria mantida e que haveria uma negociação com o Legislativo.

Haddad, por sinal, ainda negociava com Ricardo Alban, no Ministério da Fazenda, enquanto a bancada ruralista já comemorava no Congresso a retirada da MP.

Aí veio a decisão de Rodrigo Pacheco de devolver a medida provisória, cancelando seus efeitos de forma imediata, e a responsabilidade foi transferida do presidente Lula para o presidente do Senado.

Agora, o Ministério da Fazenda tem dito que a bola está com o Congresso, que terá de encontrar as fontes de financiamento para bancar a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de pequenas prefeituras.

Rodrigo Pacheco, do seu lado, assumiu a responsabilidade e garantiu que o Congresso vai encontrar as fontes para bancar a desoneração da folha.

A aprovação das medidas tem de acontecer até o dia 10 de agosto, prazo final fixado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para definir as fontes de financiamento da renúncia fiscal da desoneração da folha de pagamento, calculada em R$ 26 bilhões s

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