O presidente Lula deve enviar ao Senado o nome do substituto do ministro Ricardo Lewandowski, no Supremo Tribunal Federal (STF), na próxima semana. O envio seria feito entre os dias 17 e 20 de abril, antes do presidente viajar novamente para o exterior, desta vez para Portugal.
A expectativa é que Lula bata o martelo durante a viagem que faz à China. Dentro do Supremo, porém, a avaliação de ministros da Corte é que Lula já se definiu pelo nome do seu advogado, Cristiano Zanin.
Eles citam declarações do presidente citando o advogado para testar a aceitação do nome e dizem que a repercussão não foi negativa, principalmente pela atuação de Zanin no combate a decisões dos procuradores da operação Lava Jato.
Esse posicionamento tem apoio dentro do Senado -- responsável pela aprovação de indicações para magistrados do STF -- não só de senadores de centro como também de esquerda. É uma postura semelhante à que foi observada, por exemplo, na recondução do atual procurador-geral da República, Augusto Aras, que teve votos dos dois campos. O PT, por exemplo, é um opositor dos procuradores da Lava Jato.
Além de Zanin, outros dois nomes ainda estão na lista de cotados: Manoel Carlos de Almeida Neto, que trabalhou com Lewandowski no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
Precedente
A possibilidade de o anúncio acontecer na próxima semana, na volta de Lula da China, foi citada ao blog por dois assessores do presidente da República. Eles avaliam que Lula gostou da repercussão ao nome de Zanin e deve, mesmo, indicar seu advogado para a vaga no STF.
Interlocutores do presidente lembram que, se a indicação de Zanin for confirmada, não será a primeira vez que o presidente escolhe alguém próximo a ele para uma vaga no STF. Foi assim, dizem, com os ministros Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Dias Toffoli e com o próprio Ricardo Lewandowski. Todos tinham uma relação próxima com o presidente da República quando foram indicados para ocupar uma cadeira no Supremo.