Valdo sobre indicação de Alckmin como vice: 'Estratégia de Lula para atrair o eleitor de centro'
O casamento político entre o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), sacramentado nesta sexta-feira (8) em São Paulo, busca atrair o eleitor de centro contra o presidente Jair Bolsonaro, que representa as alas políticas de direita e extrema-direita.
Adversários no passado — Lula e Alckmin disputaram o segundo turno da eleição presidencial de 2006 —, o ex-presidente e o ex-governador dizem que deixaram de lado as divergências para defender a "democracia contra autoritarismo".
Apresentado oficialmente nesta sexta como nome do PSB para ser candidato a vice na chapa de Lula na eleição deste ano, Alckmin ainda precisa ser aprovado oficialmente pelo PT, o que é visto como certo.
Alckmin e Lula durante reunião entre as diretorias do PT e do PSB sobre aliança para as eleições de 2022 — Foto: Carla Carniel/Reuters
Geraldo Alckmin será a voz de Lula na busca de convencer setores do empresariado a votar no petista, principalmente no agronegócio, e também atrair o eleitor conservador, de centro, faixa na qual o ex-governador sempre se situou.
Por sinal, dentro de seu antigo partido, o PSDB, Alckmin sempre se posicionou mais à direita do que ex-colegas de legenda, como José Serra e Fernando Henrique Cardoso.
PSB indica Alckmin para ser vice na chapa com Lula
Inicialmente, a estratégia de Lula era também atrair Alckmin para a chapa na busca de tentar vencer a eleição em primeiro turno.
Só que, nos últimos meses, o presidente Jair Bolsonaro parou de cair nas pesquisas de intenção de voto e começou a recuperar apoio.
A aliança entre Lula e Geraldo Alckmin não afasta, porém, uma possível saia justa em São Paulo.
Isso porque, se Márcio França mantiver a candidatura pelo PSB ao governo do estado, a chapa presidencial terá dois palanques em São Paulo: a de Fernando Haddad e a de Márcio França.
Nesse caso, Lula vai apoiar Fernando Haddad. Enquanto Geraldo Alckmin, agora no PSB, apoiaria Márcio França, vice-governador do estado justamente durante o governo Alckmin.