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Por Redação g1


Situação de Bolsonaro piora sensivelmente após indiciamento

Situação de Bolsonaro piora sensivelmente após indiciamento

A situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sem sombra de dúvida, piora sensivelmente e se torna mais difícil com o indiciamento pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (21). Ele vai responder por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. Esse é o inquérito mais problemático para ele pois, pela primeira vez, a PF o coloca na participação de uma articulação de uma tentativa de golpe.

Além de Bolsonaro, outras 36 pessoas foram indiciadas (veja aqui).

Por isso, esse dia é um dia particularmente crucial na história das investigações que têm Bolsonaro como ou investigado ou beneficiário direto. O sigilo do relatório final deve ser levantado na semana e vai revelar quais são os crimes que, segundo a PF, Bolsonaro cometeu e quais são as implicações contra ele.

Por colocar Bolsonaro no centro da trama da tentativa de golpe, esse inquérito é o mais problemático pois, curiosamente, durante a gestão dele, foi aprovado – e sancionado por ele mesmo – um ajuste na lei de tentativa de golpe de estado em que o texto é muito claro: não precisa lograr um golpe, basta tentar, e isso por si só é crime.

Até este momento, a sustentação feita pela defesa de Bolsonaro era de que ele não sabia de nada. Mas a PF afirma que tem vastas provas:

  • duas reuniões do então presidente da República com o comando das três forças armadas;
  • um documento do estado de sítio que foi aprendido pela polícia na sede do PL;
  • trocas de mensagens do ex-ajudante de ordens Mauro Cid fazendo referência a Bolsonaro, de que ele faria ajustes no decreto do golpe;
  • documento com plano de matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes impresso dentro no Palácio do Planalto.

A história vai ficando muito difícil de Bolsonaro conseguir se desviar das acusações. Pode-se dizer que não tem uma prova cabal no caso da falsificação da carteira de vacinação do ex-presidente. No caso das joias da Arábia Saudita, é mais complicado dizer que ele não era o beneficiário direto. Não faria sentido o Cid ter feito uma operação de venda e depois de recompra e Bolsonaro não ter nada a ver com o caso.

Bolsonaro nunca escondeu a queda pelo golpismo. É assim há 30 anos em suas declarações, que sustentaram o imaginário de que ele era a parte mais interessada em tudo. E ele presidente não se desprendeu de quem ele é.

A PF diz ter preenchido todos os pontos em branco, colocando Bolsonaro como um articulador do golpe e não um beneficiário passivo de uma tentativa de ruptura do estado democrático de direito.

O blog conversou com pessoas próximas a Bolsonaro e ele não parece estar muito preocupado. Ele está pescando em Alagoas com Gilson Machado, que foi ministro do Turismo.

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