Blog da Julia Duailibi

Por g1


Fuad Noman (PSD) e Bruno Engler (PL), que disputam o segundo turno na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. — Foto: Divulgação/Campanha Fuad Noman + Lucas Mendes/Campanha Bruno Engler

A campanha de Bruno Engler (PL) pode ter ganho fôlego na reta final do 2º turno das eleições em Belo Horizonte após veicular uma propaganda eleitoral que trazia uma versão descontextualizada de um livro de seu concorrente Fuad Noman (PSD).

O livro "Cobiça", escrito por Noman em 2020, na qual uma personagem relata um abuso que sofreu quando era criança, faz uma crítica ao abuso sexual. A campanha de Engler descreveu a obra como se endossasse a prática. Nesta quarta-feira (23), a Justiça Eleitoral determinou a retirada do ar do vídeo.

Após a veiculação do vídeo no 2º turno das eleições, a pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira mostrou que Engler foi de 43% para 51% entre os eleitores evangélicos. Fuad passou de 36% para 34% entre este público, segundo a Quaest.

Já Fuad foi de 51% para 38% entre os eleitores mais pobres, que ganham até 3 salários mínimos. Neste recorte, Engler passou de 32% para 41%.

Também nesta quarta, a campanha de Engler dobrou a aposta e publicou uma inserção na TV, ligando Fuad a uma feira de livros e de quadrinhos que, de acordo com o vídeo, crianças teriam "amplo acesso" a conteúdos voltados para adultos. O material foi veiculado, provavelmente, por conta do bom resultado da peça que a Justiça determinou a retirada.

O levantamento da Quaest mostrou que Fuad Noman está com 46% das intenções de voto, mesmo número da pesquisa anterior, enquanto Bruno Engler tem 40% (eram 37%) – os dois estão empatados tecnicamente no limite da margem de erro.

Justiça Eleitoral veta divulgação de vídeo

A campanha de Noman foi à Justiça dizendo que, ao apresentar o livro dessa forma, a propaganda visava a induzir o eleitorado ao erro.

A Justiça Eleitoral deu razão à campanha de Fuad Noman. O juiz Adriano Zocche, da 331ª Vara Eleitoral de Belo Horizonte, disse que o trecho usado na propaganda do candidato do PL dá a entender retratar o fato significava, automaticamente, apoio a ele.

Zocche argumentou que o trecho "é parte de uma narrativa fictícia que relata a história de uma personagem de forma a evidenciar tragédias e abusos sofridos por ela, sem qualquer apologia ou incentivo a tais atos”.

Por conta disso, o juiz determinou a suspensão da exibição da propaganda eleitoral.

Conforme revelou o blog da Malu Gaspar nesta quarta-feira, a campanha de Engler passa por um momento de escalada na agressividade e que é visto pela campanha de Fuad como uma estratégia de ampliar o apoio o apoio entre evangélicos, único segmento em que Engler aparece à frente de Fuad nos trackings internos do PSD.

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