Fuad Noman (PSD) e Bruno Engler (PL), que disputam o segundo turno na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. — Foto: Divulgação/Campanha Fuad Noman + Lucas Mendes/Campanha Bruno Engler
A Justiça Eleitoral em Belo Horizonte determinou nesta quarta-feira (23) a retirada do ar de uma propaganda da campanha de Bruno Engler (PL) que associava um livro do adversário, o prefeito e candidato à reeleição Fuad Noman (PSD), à pedofilia.
A propaganda de Engler fez referência a um trecho do livro "Cobiça", escrito por Noman em 2020, na qual uma personagem relata um abuso que sofreu quando era criança.
“Eu não vou nem ler o que está escrito pois é muito pesado e pode ter crianças ouvindo”, diz a vice de Engler, Claudia Romualdo, na propaganda.
A campanha de Noman foi à Justiça dizendo que, ao apresentar o livro dessa forma, a propaganda visava a induzir o eleitorado ao erro.
A Justiça Eleitoral deu razão à campanha de Fuad Noman. O juiz Adriano Zocche, da 331ª Vara Eleitoral de Belo Horizonte, disse que o trecho usado na propaganda do candidato do PL dá a entender retratar o fato significava, automaticamente, apoio a ele.
"Isso é descontextualização”, escreveu o juiz.
Zocche argumentou que o trecho "é parte de uma narrativa fictícia que relata a história de uma personagem de forma a evidenciar tragédias e abusos sofridos por ela, sem qualquer apologia ou incentivo a tais atos”.
Por conta disso, o juiz determinou a suspensão da exibição da propaganda eleitoral.
Campanha mais agressiva em busca de evangélicos
Conforme revelou o blog da Malu Gaspar nesta quarta, a campanha de Engler passa por um momento de escalada na agressividade e que é visto pela campanha de Fuad como uma estratégia de ampliar o apoio o apoio entre evangélicos, único segmento em que Engler aparece à frente de Fuad nos trackings internos do PSD.
De acordo com pesquisa Quaest divulgada nesta quarta, Fuad Noman tem 46% das intenções de voto, e está empatado tecnicamente, no limite da margem de erro, com Bruno Engler, que tem 40%. Na pesquisa anterior, Engler estava atrás, com 37% das intenções de voto – Fuad tinha os mesmos 46%.
Entre os evangélicos, Engler passou a liderar a disputa, com 51% das intenções de voto ante os 34% de Fuad. Na pesquisa anterior, divulgada em 16 de outubro, os dois estavam tecnicamente empatados nesse segmento (43% e 36%, respectivamente). A margem de erro é de 6 pontos percentuais para mais ou para menos.