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Por Julia Duailibi

Julia Duailibi é comentarista de política da GloboNews.


Wilson Witzel e Jair Bolsonaro em Comemoração do Dia da Vitória, em 8 de maio de 2019. — Foto: Philippe Lima/Governo do Estado/Divulgação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou para advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) que o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel prometeu resolver a investigação sobre rachadinha do seu filho 01 em troca de uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).

"O ano passado, no meio do ano, encontrei com o [Wilson] Witzel, não tive notícia [inaudível] bem pequenininho o problema. Ele falou, resolve o caso do Flávio. 'Me dá uma vaga no Supremo'", diz Bolsonaro.

Em seguida, as duas advogadas se surpreendem e Bolsonaro diz que a vaga seria para o juiz Flávio Itabaiana, responsável por julgar a suspeita de rachadinha cometida no gabinete do filho 01.

O trecho está em gravação obtida pela Polícia Federal na investigação da Abin paralela. Segundo a Polícia Federal (PF), foi discutida proteção a Flávio contra investigações. Veja aqui a transcrição da reunião.

No áudio, Bolsonaro sugere entrar em contato com funcionários públicos, usar agências e órgãos do estado para ter informações que pudessem auxiliar a defesa de seu filho 01. Veja aqui a transcrição da reunião.

Moraes retira sigilo de gravação de Bolsonaro e Ramagem; ouça

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Além de Jair Bolsonaro e as advogadas de Flávio, participam da reunião o então comandante da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, e o à época ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno.

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Decisões anuladas

Em novembro de 2021, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) anula todas as decisões de juiz Flavio Itabaiana contra o senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.

À época, a 5ª Turma entendeu que Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, não poderia ter julgado o parlamentar por causa da prerrogativa de foro.

Flávio Bolsonaro é acusado de enriquecer por supostamente ter se apropriado de salários de funcionários do gabinete dele no período em que era deputado estadual.

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