O blog apurou que a Polícia Federal conseguiu recuperar mensagens do general Mário Fernandes que mostram que os golpistas também monitoraram o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes.
Fernandes foi preso pela PF há duas semanas em uma operação que investiga um plano que visava matar autoridades e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo investigadores, esse monitoramento aconteceu em razão da primeira minuta do golpe, que previa também a prisão de Gilmar Mendes.
Só depois que houve reação de comandantes à minuta golpista é que, segundo o relatório da PF, o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu enxugar a minuta original. Ela previa estado de sítio, mas depois foi restringida a um estado de defesa direcionado ao TSE e à prisão do então presidente da Corte, Alexandre de Moraes. Nessa segunda minuta, Gilmar Mendes ficou de fora. Também ficou de fora o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Inquérito do Golpe revela que grupo queria enfraquecer a atuação da Polícia Federal
Minuta golpista
Segundo as investigações, a minuta de golpe foi entregue a Bolsonaro por Filipe Martins (preso na casa da namorada na operação desta quinta) e Amauri Feres (alvo de busca).
Bolsonaro pediu em uma reunião com Martins e Feres que os nomes de Pacheco e Gilmar fossem retirados do documento, mas não o de Moraes. O ex-presidente também quis que fosse mantido trecho que previa a realização de novas eleições.
Em uma operação após o 8 de janeiro, a PF já tinha encontrado uma outra minuta, também de tom golpista, na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro.