Blog da Andréia Sadi

Por Andréia Sadi

Apresentadora do Estúdio i, na GloboNews.


Braga Netto passa primeira noite preso no Rio de Janeiro

Braga Netto passa primeira noite preso no Rio de Janeiro

A postagem de Jair Bolsonaro (PL) após a prisão de Braga Netto, ocorrida no sábado (14), é vista por militares como um aceno para que o general não faça delação premiada.

"Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?", questionou Bolsonaro no próprio sábado, citando "a prisão do general", mas sem mencionar o nome de Braga Netto.

Entre militares e investigadores, a avaliação hoje é que é difícil que Braga Netto venha a aderir a uma delação premiada, em razão de "lealdade militar" – nas palavras de uma pessoa que acompanha a investigação.

Além disso, avaliam, o general conta com apoio político, demonstrado em postagens de Bolsonaro e de parlamentares, como o senador Rogério Marinho (PL-RN), que chamou a prisão de atropelo.

A hipótese de delação, entretanto, não pode ser descartada, avaliam esses investigadores. Eles lembram do caso de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco, que se tornou delator após uma negociação aparentemente impossível, e entregou os mandantes do crime.

Fontes ouvidas pelo blog ressaltam, também, que a prisão de Braga Netto aumenta a pressão sobre outros generais para que delatem, diante da possibilidade de penas às quais podem estar sujeitos em caso de condenação.

Entre militares, a avaliação é que a maior possibilidade de delação é a do general Mario Fernandes, suspeito de fazer parte de um grupo que planejou o assassinato de Lula (PT) e Alckmin.

Fernandes poderia contar, por exemplo, detalhes de encontros com Bolsonaro – o general já disse que ouviu do presidente que "qualquer ação" poderia acontecer até 31 de dezembro –, o que falou com ele sobre o plano de assassinato de autoridades e se há algum rabisco do então mandatário nos documentos golpistas.

O advogado de Fernandes, Marcus Vinicius Figueiredo, nega que seu cliente cogite uma delação premiada.

No STF, golpistas são comparados ao PCC

No STF, ministros ouvidos pelo blog se dizem surpresos com a extensão e a gravidade das ações investigadas pela PF.

Os magistrados afirmam que sempre esperaram ações agressivas da família Bolsonaro, mas que estão espantados com a quantidade de generais e militares se envolvendo com o crime, incluindo um plano de assassinato.

"Se comportaram como gente do PCC e do Comando Vermelho", disse um ministro do STF.

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