Candidatos à Prefeitura de São Paulo posicionados para o debate da TV Globo — Foto: Reprodução/TV Globo
O debate da TV Globo com os candidatos à Prefeitura de São Paulo – o último antes da eleição, no domingo (6) – teve Ricardo Nunes (MDB) apagado, Guilherme Boulos (PSOL) se fazendo ouvir e Pablo Marçal (PRTB) tentando diminuir a rejeição – ele ostenta a maior entre os três, que dividem a liderança da corrida, segundo Datafolha e Quaest.
Eleição é sentimento e Marcal e Boulos, hoje, despertam sentimentos no eleitor mais definidos.
No caso de Marçal, ele se vende como o candidato do cidadão indignado, desperta ressentimento, que é alguém comum que não precisa da prefeitura e não tem apego – fará o sacrifício pela missão de ajudar a população a prosperar como ele prosperou.
No de Boulos, que é alguém firme, com propostas claras e objetivas e que conhece os erros de seus adversários.
O debate teve dois grandes atos: um primeiro, no qual todos os candidatos pouparam os ataques; e um segundo, onde esses deram a tônica começaram. Nesta sexta (4), vão para o terceiro: explorar cortes para redes sociais de trechos do encontro.
Veja, abaixo, a análise do blog sobre o desempenho de Nunes, Boulos e Marçal.
Ricardo Nunes
Ricardo Nunes (MDB) durante debate entre candidatos à Prefeitura de SP — Foto: Fábio Tito/g1
Ficou muito claro, inclusive nos grupos das pesquisas qualitativas das campanhas eleitorais, que quem saiu perdendo nesse último debate foi o atual prefeito.
Nunes teve uma última oportunidade para demonstrar para um grande público o seu diferencial e o que poderia fazer de diferente para conquistar uma vaga no segundo turno. No entanto, ele não conseguiu fazer isso, o que demonstra uma falta de estratégia definida.
Não quer dizer que isso seja determinante para tirar o candidato do segundo turno, pois não é incomum um mal desempenho em debate não se reverter imediatamente nas urnas.
Para as campanhas adversárias, o desempenho de Nunes foi insuficiente. Para a do prefeito, neste momento da corrida eleitoral não se tem muito mais o que mostrar.
Guilherme Boulos
Guilherme Boulos (PSOL) em debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo — Foto: Fábio Tito/g1
Boulos tinha uma estratégia bem definida para o debate: ir para o tudo ou nada.
Ao longo do programa, ele provocou, chamou para briga e mostrou que, de fato, quer estar no segundo turno.
O plano de Boulos foi dizer que merecia estar no segundo turno. Para isso, ele descreveu bem seus planos de governo e destacou o que considera as falhas de seus adversários. O entendimento na campanha do candidato do PSOL é o de que o eleitor gosta de quem é firme e se posiciona.
Como estava organizado, Boulos conseguiu se defender dos ataques que sofreu ao longo da campanha – como quando mostrou um exame toxicológico em resposta a acusação sem provas feita por Pablo Marçal de que usa cocaína.
Pablo Marçal
Pablo Marçal (PRTB) durante debate entre candidatos à Prefeitura de SP — Foto: Fábio Tito/g1
Quem ligou a TV ontem pela primeira vez para ver a campanha de São Paulo pode duvidar do que ocorreu até aqui com Marçal. O candidato do PRTB se mostrou em outro figurino, tentando moldar o discurso dele a essa roupagem.
Isso mostra que Marçal também tem uma estratégia clara, que é a de diminuir a rejeição, a maior entre os três candidatos e atualmente proibitiva para uma vitória no segundo turno
Mas essa roupagem nova não durou o tempo todo. Ele se mostrou o Marçal mais agressivo quando o Boulos o provocou. Saiu do prumo, por exemplo, quando o adversário tentou mostrá-lo como alguém que vai governar com a política tradicional por ter trazido ex-secretários de João Doria para a campanha. Isso tirou Marçal do sério porque ele se vende como um candidato antissistema.
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