O Assunto

Por Redação g1, São Paulo


Nos últimos seis meses, a deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) tem recolhido assinaturas para apresentar à Câmara dos Deputados uma proposta que reduz a jornada máxima de trabalho de 44 para 36 horas semanais.

O texto ainda não foi protocolado na Câmara dos Deputados, mas vem ganhando força no Congresso e nas redes sociais. A proposta tem como objetivo central:

  • acabar com a possibilidade de escalas de 6 dias de trabalho e 1 de descanso, chamada de 6x1;
  • e alterar a escala de trabalho para um modelo em que o trabalhador teria três dias de folga, incluindo o fim de semana.

Para se tornar uma matéria em tramitação na Câmara, a proposta de Erika terá de reunir as assinaturas de, no mínimo, 171 dos 513 deputados.

A mobilização na internet partiu do movimento "Vida Além do Trabalho", promovido pelo balconista Rick Azevedo, que conseguiu 1,5 milhão de assinaturas em um abaixo-assinado pedindo a revisão da escala 6x1 à Câmara dos Deputados.

PEC que propõe fim da escala 6x1 ganha forças nas redes

PEC que propõe fim da escala 6x1 ganha forças nas redes

Em entrevista ao podcast O Assunto, o consultor de economia no Congresso Pedro Fernando Nery analisa a viabilidade do texto e as perspectivas positivas e negativas da proposta na economia.

Nery, que é autor do livro "Extremos: um mapa para entender as desigualdades no Brasil", explica que, em termos gerais, a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais poderia ter efeitos positivos em setores ligados ao lazer e consumo, como turismo, entretenimento e comércio.

Porém, para ele, a mudança exigiria medidas compensatórias para minimizar os impactos negativos, especialmente para os pequenos negócios.

"Empresas de pequeno porte podem ser fortemente impactadas, com o aumento de custos operacionais, o que pode levar à redução de pessoal ou até mesmo ao fechamento de negócios", explica.

"A implementação dessa mudança precisa ser gradual e acompanhada de medidas compensatórias, como a desoneração da folha de pagamento, para não prejudicar as empresas, principalmente as de menor porte", disse ele ainda.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!