Zoológicos humanos
Escrevo o texto de hoje ao mesmo tempo em que assisto às celebrações do jubileu de diamante da Rainha Elizabeth – “a remakable Day, despite the gloomy weather”, como nos lembra um dos anônimos comentaristas da transmissão que vejo pela CNN (a frase pode ser traduzida apressadamente por “um dia notável, apesar do tempo sombrio”…). Elizabeth está elegantíssima de branco – com o que parece ser uma “pashmina” (também branca) jogada de última hora nas costas, num improvisado toque que faz referências simultâneas ao, de fato, terrível clima de Londres (que, só lembrando, está prestes a entrar em mais “tórrido” verão, com temperaturas batendo os “inimagináveis” 25 graus) e ao glorioso Raj, que não é exatamente o personagem que Rodrigo Lombardi interpretou na novela “Caminho das Índias”, mas o vasto império inglês que dominou o “subcontinente indiano” por quase um século. Seu barco, uma mistura equilibrada de pompa e circunstância, rasga as águas do Tâmisa com seu vermelho brilhante e dourado opaco – como se o cinza do céu tivesse sido especialmente encomendado para fazer a embarcação reluzir. Neste exato momento que vejo a TV, a ponte de Londres está sendo levantada para deixar o cortejo passar, enquanto a própria rainha acena cá e lá, menos numa demonstração de carinho a seus súditos do que num gesto quase cômico e automático, involuntariamente a aproximando mais das pequenas reproduções de “sua alteza” vendidas nas lojas de souvenir de Picadilly (com sua mão tremelicante virando de um lado para o outro movida à energia solar) do que a um nobre panteão de figuras que vamos venerar no futuro. Ah, a nobreza…
Enquanto esse “barco real” dá uma voltinha de 360 graus nas águas provavelmente geladas – uma manobra “truly remarkable” (“realmente notável”), na descrição de uma outra voz, feminina – e um punhado de oficiais saúda Elizabeth fazendo pequenos círculos pausados com seus chapéus na ponta de seus braços estendidos, é quase impossível não olhar tudo isso e imaginar o comentário que cruza o pensamento não apenas daqueles milhares de vassalos espalhado pelas margens do rio (e pelas ruas em festa do coração do Reino Unido), mas também de milhões de admiradores distantes (como eu) hipnotizados pela transmissão televisiva: “Que grande espetáculo!”.
Ou seria um “grande circo”?
A ironia é inevitável – e a metáfora, de tão batida, é quase infame. Quantas vezes não lemos (ou nós mesmo usamos) a expressão “circo da mídia” numa tentativa de descrever a fanfarra que os meios de comunicação – em especial a televisão, que é, diga-se em nome da transparência, o principal canal de expressão do meu trabalho – oferecem a uma plateia cujo apetite parece nunca diminuir? As imagens do jubileu de diamante de Elizabeth são só o capítulo mais fresco na longa cronologia dos esforços dos seres humanos para entreter sua própria espécie.
Das megaproduções de Hollywood ao teatro infantil da escolha do seu filho, nós chegamos ao século 21 celebrando nossa infinita capacidade de criar coisas para nos distrair dos aborrecimentos da vida – e com isso, claro, colecionamos não apenas pontos altos (Shakespeare, Chico Buarque, Spielberg, João Emanuel Carneiro, para citar uma ínfima fração de um time de criadores memoráveis, nas mais variadas áreas da inventividade humana), mas também pontos baixíssimos – que não vou nem me dar ao trabalho de listá-los aqui para poupar você que me lê. Porém…
Porém é justamente sobre um desses pontos fracos que eu quero me estender aqui hoje – pois é, o tema deste post não é exatamente a “festa da rainha”, mas um outro tipo de espetáculo que teve suas origens em meados do século 18, dentro do próprio seio de uma cultura que, geralmente, sempre se orgulhou de trazer progressos – e não retrocessos – à evolução da nossa inteligência: o continente europeu. Falo dos “zoológicos humanos”, um triste registro da nossa fascinação com o diferente e o “exótico” (talvez a palavra que eu mais odeie no mundo – e o motivo disso explico daqui a pouco), reunido magistralmente numa exposição chamada “A invenção do selvagem”, naquele que é o meu museu favorito: o Quai Branly, em Paris.
Escrevo sobre isso com um certo atraso – pois vi essa mostra há algumas semanas. Oficialmente, ela terminou ontem – ou seja, nem que você tenha a oportunidade de passar por Paris nessa temporada, não vai poder mais visitá-la. Mas, para aqueles leitores e aquelas leitoras cuja curiosidade eu conseguir despertar com o texto de hoje, há sempre o site to museu, ou ainda inúmeros textos e ilustrações que você pode encontrar na internet – um dos melhores, aliás, publicado pelo jornal francês “Libération”. (O fim da exposição não deve, no entanto, desencorajar ninguém de visitar o Museu do Quai Branly, que além de seu acervo estupendo, ainda tem outras interessantíssimas exposições temporárias, como à dedicada aos “mestres da desordem”, pajés e quejandos que, desde os tempos ancestrais, tentam fazer nós humanos entendermos melhor nossa relação com o divino (que não é, claro, o time de futebol de “Avenida Brasil”…).
Esse atraso, porém, não tira nem um pouco a força do impacto que “A invenção do selvagem” teve sobre mim – e que quero agora dividir com você. Na última segunda-feira, coloquei aqui uma pequena amostra do que vi na exposição: um trecho de um filme feito em 1933, naquilo que parecia ser uma “feira de culturas exóticas” (de novo essa palavra!). Nas imagens, dois membros da “tribo do capitão Hiak”, executam o que parece ser uma “dança selvagem”, sob o comando feroz do chicote de um capataz, para o deleite dos transeuntes. Se o detalhe lhe escapou, as imagens são de 1933 – “apenas” 80 anos atrás, quando o mundo, apenas para dar uma situada, já havia passado por uma Guerra Mundial e estava prestes a embarcar na segunda. Quando, claro, esperava-se um pouco mais da humanidade… Se, por ventura, o fato de que uma imagem tão absurda tenha acontecido há tão pouco tempo não te incomodar, não sei se é o caso de você continuar lendo o blog hoje… No entanto, se você achar que isso já era um absurdo, mesmo para a época – e ainda desconfiar que o tipo de fascinação que espetáculos como esse exerciam nas audiências de então tem desdobramentos na nossa cultura pop hoje – então venha comigo, pois vou lhe contar mais algumas coisas que passaram pela minha cabeça quando visitei “A criação do selvagem” no Quai Branly.
Os “zoológicos humanos”, como alternativa de diversão, já tinham passado marginalmente no meu radar. Registros de “selvagens” que chegavam à nobre cultura europeia da época das grandes explorações coloniais sempre me fascinaram. O garoto aborígene que veio da Austrália e esperava tornar-se um lorde. A africana da bunda desproporcionalmente grande que escandalizou Paris (a “Vênus hotennote”, que figura na exposição). Os índios – daqui das nossas matas mesmo – que aprendem a conviver com os brancos. Os esquimós que conquistaram os americanos. Os pigmeus que fascinaram os ingleses. Bebi em todas essas histórias com uma fascinação mórbida pela nossa capacidade de rejeitar o diferente – sempre nos esquecendo de que o que nos separa de uma criatura “exótica” (sim, de novo!) é o simples fato de termos nascido casualmente num lugar e não no outro. E o que estava vendo ali no Quai Branly era uma prova atrás da outra de que nossa estupidez e nossa pobreza de espírito é, infelizmente, infinita. Nossa recusa em trocarmos algo com o que é novo é simplesmente o aspecto mais imbecil da nossa condição.
Levados por acaso à Europa por exploradores que, a princípio, estavam mais preocupados em trazer bens materiais do que culturais, esses “exemplares humanos” tornaram-se imediatamente objetos de especulação e curiosidade. Viviam, claro, à margem de uma sociedade que não sabia muito bem o que fazer com eles – e, na impossibilidade de agregá-los, encontrou na “jaula” (muitas vezes não necessariamente um espaço com grades, mas um confinamento disfarçado, ou melhor “estilizado” com elementos da origem daqueles “seres”) uma das melhores, e eventualmente mais lucrativas, saídas para contornar um problema incipiente: o choque cultural, que teria consequências até nossos dias (e ainda vai ter por um bom tempo). Nasciam aí, em meados do século 19, os tais zoológicos humanos: espaços diferenciados, montados para usar os “selvagens” e seu estilo de vida como uma maneira de entreter os “evoluídos” europeus. (Cito sempre a Europa porque, em sua maioria, os registros da exposição são de lá, mas os Estados Unidos também exploraram bem esse “exotismo” – argh! – sobretudo com suas tribos indígenas nativas, numa caricatura que durou até os tempos áureos de Hollywood, ou com povos de outras bandas, como o Alaska ou Havaí).
E que grande diversão eles proporcionavam! “Lez Zoulous!” – anunciava um cartaz com africanos empunhando escudos e armas, vestidos em trajes sumários (o espetáculo era destaque do Folies-Bergère, uma das casas mais famosas de espetáculos da “belle époque” francesa). “As três tigresas graciosas!” – alardeava um outro pôster do Olympia (outra casa de shows), “vendendo” a imagem de três africanas com manchas “albinas” no rosto e no cabelo. “Índios Galibis!” – provocava um outro painel de um “Jardim Zoológico de Aclimatação” (um eufemismo criado para minimizar o choque de colocar humanos num zôo!), ilustrado com homens, mulheres e crianças (!) de uma tribo oriunda da Guiana Francesa. “Les malabares!” – gritava mais um “outdoor” da época, comunicando que os incríveis equilibristas e acrobatas indianos estavam na cidade. Era diversão para todo mundo! Menos, claro, para quem estava sendo exposto…
O fato de um espetáculo tão grotesco como esse ter sobrevivido por décadas – justamente num período em que a humanidade parecia redescobri o conhecimento – é mais do que anacrônico. Para este visitante da exposição, é inaceitável! Meu problema com a palavra “exótico” é justamente o fato de ela ser um rótulo vazio. Chamar alguma coisa de “exótico” significa afastá-lo da sua curiosidade – um convite a apreciar alguma coisa apenas na sua superficialidade. Registrar com uma foto, fazer um comentário irônico, e passar adiante, sem registrar nada com relação às inúmeras possibilidades que o “diferente” sempre abre diante da mente curiosa.
Como viajante ávido, evito a noção do “exótico” como a um mosquito que pode me infectar com uma doença tropical. Não há nada que empobrece mais nosso contato com uma cultura nova do que o preconceito de que a olhamos de um patamar superior. Cansei de ver isso atravessando este mundo – e fico sempre triste ao ver o desinteresse que as pessoas têm diante do novo. Por que viajam então? Que tipo de registro levam de volta para casa as pessoas que se limitam a apenas tirar uma foto distante de algo que não têm coragem de se aproximar? E, pior, porque assumir que aquela diferença que separa nossas culturas deve ser ridicularizada?
Uma das vitrines mais “revoltantes” da exposição “A criação do selvagem” – título que, como você já pode imaginar a essa altura, refere-se à origem da noção de uma cultura nova como algo que devemos temer – traz uma máscara/capuz representando uma cabeça de negro, vendida como curiosidade nos Estados Unidos nos anos 20. Não chega a ser novidade – faça uma rápida pesquisa de imagens com as palavras “nega maluca” no Google para ver o que você acha , aqui mesmo no Brasil (e não exatamente nos primórdios do século 20…). Mas ter visto aquela máscara ali, no meio de todos aqueles pôsteres e imagens de tribos e culturas que para mim sempre foram motivo de aproximação (e não de repulsa), embrulhou-me o estômago.
Nem por isso – ou talvez por causa disso mesmo –, essa visita ao Quai Branly foi menos fascinante. Instrutiva até! Com essa exposição, o museu mais uma vez cumpriu sua função principal que é a de nos fazer refletir sobre as coisas que nós mesmo, humanos, produzimos. Assim como eu, acredito que mais pessoas saíram ligeiramente perturbadas de “A invenção do selvagem”, e essa perturbação é, acredite, bastante positiva. Está comigo até hoje. Tanto que, ao ver a festa do jubileu de diamante da rainha, novamente me questionei sobre o tipo de espetáculo que mais gostamos de ver hoje. E o mais divertido de tudo foi imaginar o que um curador do próprio Quai Branly no início do século 22 selecionaria para uma exposição sobre como as pessoas do início do século 21 se divertiam com o “selvagem” de maneira não muito distante dos europeus dos séculos 19 e 20…
Algum programa de TV que anuncia o diferente, o “exótico”, o bizarro, como motivo de piada, talvez? Veja bem que não estou citando nenhum nome… Se você pensou num deles, quem sabe não é porque você também pensa assim?
Ah, nós humanos… Tão evoluídos…
O refrão nosso de cada dia
“That’s entertainment”, The Jam – por que será que me lembrei de uma canção como essa hoje – um pequeno clássico do The Jam, que brinca justamente com a noção do que é entretenimento para as pessoas? Alguma coisa a ver com a exposição “A invenção do selvagem”? Será? Convido você a encontrar as respostas… (e, de quebra, aproveitar um dos melhores refrões de todos os anos 80!).
4 junho, 2012 as 12:19 pm
Triste é constatar que continuamos desinformados e nos “divertindo” com o diferente Zeca. É total desrespeito.
Lembro em especial, meu choque ao assistir, anos atras, uma chamada das videocassetas. Um bebe, com sérios problemas neurológicos, com dificuldades de locomoção por conta de hipertonia, se contorcendo na imagem, e o apresentador, totalmente desinformado daquele quadro clinico, achando que era um movimento voluntário…
Alguém informou o erro e a imagem não foi ao ar durante o programa…
Mais triste ainda, é o esforço para chamar atenção. A internet é prospera em bizarrices, antes exploradas pelo colonizador, agora exibidas por conta própria. O zoológico humano pode ser encontrado on line sem dificuldades…
Bjs
4 junho, 2012 as 1:45 pm
Um dos seus melhores textos até agora (e não foi longo! rs).
Abraço,
4 junho, 2012 as 1:51 pm
A Europa sempre foi capaz de trazer coisas lindas e delicadas, como uma música de Chopin ou do Belle and Sebastian, e coisas extremamente agressivas e grosseiras, como carecas xenófobos e soldados fedorentos e frios. Continente de contrastes.
4 junho, 2012 as 3:34 pm
Comecei a ler e fui ficando irritado com sua ideia de exótico, ainda bem que você explicou depois. Interessante como as pessoas podem ter idéias diferentes de uma palavra. Exótico para mim é algo diferente do meio que eu vivo todo dia, mas que esteticamente é lindo. É uma matemática perfeita, só que diferente da matemática que eu vejo todo dia. Como uma vez que inconscientemente eu persegui uma travesti só pra ficar admirando o quanto ela era confiante, o quanto a personalidade é interessante, o quanto aquilo existe dentro de mim. O exótico existe dentro de nós. Você entende aquilo, mas algumas pessoas simplesmente são covardes.
Resposta do Zeca – fala Roberto! Interessante a relação entre “exótico” e “covardia”. Gostei. O diferente sempre assusta… Um abraço!
4 junho, 2012 as 5:09 pm
Simplemente perfeito este post.
A Noção do exostismo com uma falsa superioridade é uma recorrencia nefasta ainda hoje na mass midia, quando não conhecemos algo, simplemsente tachamos e incluímos em algum subgenero de qualquer coisa e pronto, nos sentimos livres para criticar/desdenhar aquilo que não nos convém conhecer (talvez por medo de NÃO conseguirmos ter referencias ou sensibilidade suficiente para isto). O exotismo em nossa cultura passa pelos índios da Amazonia, pela Baiana do Acarajé, pelo Gaúcho dos Pampas, pelo Paulistano estressado, pelo Carioca Vagabundo, pelo Nordestino Preguiçoso, pelo… enfim, por pessoas iguais a mim ou a você , mas que habitam lugares cuja mídia se incubiu de perfilar e detrminar como seriam os habitantes destes lugares tão…hummm..exóticos!
4 junho, 2012 as 5:16 pm
Olá,
contudo as aberações do que é capais o ser humano, gostei como a Rainha serviu de alavanca para sua explicação da exposição ” du Quai Branly ” Dom Pedro I deve ter dado um suspiro de alivio no seu túmulo. “Gode save the Queen “
4 junho, 2012 as 11:24 pm
Oi Zeca!!!
Ah, você arrasou com este “refrão nosso de cada dia”!
Confesso: eu nunca tive a curiosidade de procurar pelo original de “That’s entertainment” – The Jam.
Simplesmente fiquei satisfeita com o cover do Morrissey (“Suedehead: The Best of Morrissey”).
E bem que poderia ser mais uma composição dele…
https://www.youtube.com/watch?v=IvnX1SZxS6o&feature=related
Anyway, “I think of all the songs Morrissey never wrote and this would be one that he wished he had.”
Um abraço!!
Resposta do Zeca – fala Andréia! Isso é que é citação!! Um abração!!
5 junho, 2012 as 1:16 pm
Fala Zeca,
exposição incrível. Um filme impactante que mostrou o zoologico humano foi “O Homem Elefante”. Reproduzo um trecho da Wikipédia: Na trágica história Merrick foi descoberto pelo doutor Treves sendo exibido como aberração num circo na Londres vitoriana, onde se alimenta apenas de batatas e é seguidamente espancado. Era apresentado como “a versão mais degradante do ser humano”, e causava repulsa em todos que encaravam aquele corpo humano 90% deformado por uma doença de nascença que só foi diagnosticada oficialmente como “Síndrome de Proteus” em 1996, após exames no esqueleto de John Merrick (um caso grave de neurofibromatose múltipla).
È, não evoluimos tanto assim. As jaulas hoje não têm grades. São salas de aula onde o bullying pega geral. São gays levando porrada na Paulista e em toda parte, são travestis sendo assassinados diariamente, são negros e cotas para negros. O racismo ultimamente ganhou alguns eufemismos.
O mundo é tão interessante! Precisamos deixar a nossa ilha de conforto e partir para descobrir o mundo (o Outro). E quem sabe a maior supresa de todas seja esta: o exótico somos nós!
Resposta do Zeca – fala JAMES! “Ditto”! Um abração!
5 junho, 2012 as 6:20 pm
Leio sempre seu post!Esse de longe foi um dos melhores,quiçá o melhor!
parabéns !As vezes vc divaga demais mas não nesse texto!
5 junho, 2012 as 7:25 pm
Parabéns pela postagem,é sempre muito bom visitar sua página a sua ótica sensível é sua marca registrada.Abração!!
6 junho, 2012 as 2:53 am
Oi, Zeca! Neste post você conseguiu, talvez, reunir vários aspectos relativos à natureza humana. Sim, porque a sede de fuga da realidade, num redemoinho de idéias para despistar o óbvio, está cada dia mais frequente. Obsessores somos nós, que alimentamos tudo isso. Será? Hoje a informação é instantânea. As redes sociais são facas de dois gumes! A internet é tão rica! Quem me dera ter esta facilidade de pesquisa há alguns anos antes…Agora, artigos científicos, em que padrões faciais são abordados, anomalias faciais são diagnosticadas e podem ser tratadas não são repassados para o público! Pelo menos não tão abertamente. Mas podem servir de gancho para exibicionismo! Ah… É muito chocante, não estamos acostumados! A natureza humana segrega mesmo! Vou parar por aqui…Estou exótica demais! Vou conferir o refrão! Bj
P.S: Precisa experimentar meu bolo “Nega Maluca” ! Lógico, de chocolate!
6 junho, 2012 as 12:14 pm
Mais um ótimo texto. Zeca só tenho a te agradecer por todo esse conhecimento compartilhado, tanto o musical quanto o que você adquire em suas muitas viagens. Muito Obrigada!
Não sei se você já assistiu ao filme \"O elo perdido\" com Joseph Fiennes, retrata exatamente essa época em que os zoológicos humanos eram uma coisa comum. Assim como seu texto o filme é muito bom e nos faz refletir sobre nossa condição de seres humanos, que julgamos racionais.
Beijos
Resposta do Zeca – fala Taís! Não tinha oregistro desse filme – muito obrigado. Um abração!
6 junho, 2012 as 9:39 pm
Não precisa ir muito longe nem viajar no tempo para vivenciar isso que você apontou. No Brasil, vive-se isso com relação aos índios. É sempre “nós” (brasileiros) e “eles” (os índios, marginalizados), como se todos não cumpuséssemos o mesmo país e a mesma história. Já presenciei cenas grotescas na TV com relação a isso, como se os índios fossem alienígenas ou animais expostos. Só o fato de alguém tirar foto com um índio apenas porque ele é índio já entrega essa percepção. Não se repete o mesmo com negros, japoneses, brancos, morenos, pardos, poodles. Índio não é Mickey.
6 junho, 2012 as 11:24 pm
Parabéns Zeca pelo excelente texto…Realmente me fez pensar bastante…
Me lembrei de quando eu morava na Austrália e ficava triste ao ver pelas ruas de Sydney, principalmente em pontos turísticos, os Aborígenes em suas pinturas corporais típicas tocando um instrumento de sopro também típico ( o didgeridoo) por umas moedas dos turistas que sorriam ao tirar fotos e nem sequer imaginavam a condição social degradante dos aborígenes daquele país. Ou dos monges de Luang Prabang no Laos, que se tornaram um grande espetáculo turístico…
Acho que de certa forma este zoológicos humanos ainda existem….
Abraço
Vinicius
Resposta do Zeca – fala Vinicius! Se existem? Mas claro que ainda existem! Boas citações, aliás! Um abração!
7 junho, 2012 as 11:45 am
Achei muito interesante e inquietante o texto. Cheguei a terrivel conclusáo que esses “zoologicos humanos” estao bem mais “modernos” e espalhados pelo mundo do que qualquer outro tipo de entretenimento, os reality shows, onde as pessoas se expóe ao ridiculo sua intimidade cultural em troca de alguns premios. Quase nada muito diferente de alguns séculos atrás.
Resposta do Zeca – fala Joedson! Essa é a conclusão “surpreendente”… Um abração!
7 junho, 2012 as 12:37 pm
Zeca, acabei de ver o refrão. Mas, enquanto ouvia e tentava decifrar a letra, algo horroroso me entreteve, por pouco tempo: A reconstituição do “Novo Crime da Mala”. É o crime da mala, hein?Bj
7 junho, 2012 as 5:56 pm
Olá, Zeca!
É um circo sim o jubileu de diamante da Rainha. Pois é, “chegamos ao século 21 celebrando nossa infinita capacidade de criar coisas para nos distrair dos aborrecimentos da vida”, ou, em contraponto, criando mais aborrecimentos e inquietações, já que esse tipo de divertimento nos deixa cada vez mais a procura de algo que não temos (tá tão fora da realidade da maioria das pessoas que causa muita frustração). Mas ai tem o outro lado da moeda – o outro lado que não queremos experimentar (em nós mesmos), mas que é engraçado e que é engraçado, divertido (no outro).
Eu não tinha pensado na palavra exótico da maneira como você a colocou aqui. Mas a palavra em si não representa perigo já que tem até um som bacana, o perigo está nos conceitos que vamos formando, a partir dos pré-conceitos que podem inunda nossa mente. Eu tenho muitos… eu sei.
Eu já conhecia “that’s entertainment”, The Jam , mas conhecê-la não diminui a sua indicação, o refrão é ótimo.
Um abração!
7 junho, 2012 as 11:49 pm
Oi, Zeca!
Geralmente, não leio os seus textos. Acho longos, confusos e entediantes. Não que eu queria um texto de 140 caracteres, mas vejo que falta uma linha de pensamento que conduz o texto de maneira uniforme. É um vai e vem de informações que confude.
Resolvi ler este pelo título. Ele me convidou a ler. E olha… Fiquei impressionado com o seu texto! MUITO BOM!
Ele fugiu ao seus antigos textos rocambolescos…
Continue no estilo deste texto atual. Foi muito agradável de ler!
Abraço!
8 junho, 2012 as 3:45 pm
Acompanho o seu blog durante muito tempo em off. Só quero lhe dizer uma coisa, você é lindo e eu me casaria com você sem sombra se dúvidas. Te adoro! ( ah, não precisa publicar se não quiser ), rs.!
9 junho, 2012 as 12:54 pm
A capacidade do ser humano em aceitar o outro, o diferente parece ainda estar engatinhando… Que bom que eventualmente há exposições como estáveis criadores que nos alertam sobre isso!
P.S. Aproveitando o mote, apesar da sua implicância com o termo exótico, imagino que vc deve ter visto “O Exótico Hotel Marigold”, que mostra exatamente como a abertura ao novo e ao diferente podem ser transformadores em nossa vida! Eu amei o filme, pois as historias são ótimas, a atuação dos veteranos atores é absolutamente primorosa, o carisma do Dev Patel é abissal e, acima de tudo, pela Índia, provavelmente o pais mais fascinante deste planeta!
Resposta do Zeca – fala Paulo! Ainda não vi, mas está na lista. E pelo que ouvi de comentários, dá até para desculpar o filme de usar a “tal” palavra – eheh! Um abraço!