Nem toda unanimidade é burra
Pense comigo: se todos concordassem com a frase “clássica” – enunciada por ninguém menos que um dos nossos maiores escritores, Nelson Rodrigues -, ela própria resumiria um pensamento burro. Concorda? Sei que esse jogo logístico pode parecer um pouco pesado para começar o post de hoje – e prometo não me alongar na dissecação dele. Uso a citação apenas como uma defesa. Sim, porque eu mesmo estou aqui hoje para elogiar um trabalho que assim que estreou já se tornou uma unanimidade: o de João Emanuel Carneiro, em “Avenida Brasil”- a nova novela das 21h. Ou eu deveria dizer “o novo filme das 21h”?
A dúvida tem fundamento: quando assisti ao primeiro capítulo na última segunda-feira, por mais de uma vez eu tive a sensação de que o que eu estava vendo estava mais para a linguagem do filme do que a da novela. Não em detrimento do próprio formato da teledramaturgia brasileira – cuidadosamente construído ao longo de décadas -, mas mais como uma genial elevação de patamar sugerida pelo autor, como se mais uma vez ele quisesse reinventar o gênero. Coisa que, claro, já está conseguindo.
(Aos cínicos de plantão, é com certa relutância e certo constrangimento que eu devo deixá-los à vontade para achar que existe uma arma na minha cabeça me obrigando a escrever algo bom sobre a nova atração maior da emissora onde eu trabalho. Os elogios que vou fazer a seguir – frutos do enorme prazer que o acompanhamento dos três primeiros capítulos de “Avenida Brasil” me deu – não são mais do que as considerações de um grande fã de novelas, uma paixão que já deixei claro em vários momentos aqui mesmo neste blog. Blog este, que vive de cultura pop – especialmente cultura pop que agrada este que vos escreve. E “Avenida Brasil”, adivinhe, cai exatamente nesta categoria. Agora, se vocês acham que isso faz parte de um complô para, hum, alavancar a audiência – diga-se, de um produto que prescinde disso (sem falar que o “poder de tiro” deste modesto espaço é ínfimo se comparado a outras ferramentas que a própria TV poderia usar para isso) -, vá em frente. Elabore sua “teoria conspiratória” num comentário aqui mesmo, ou então saia twittando sua “descoberta”. Aos que já me conhecem de longa data e sabem do meu compromisso com o que é escrito aqui, vamos em frente. Vai ser um prazer).
Eu falava então sobre a proeza de João Emanuel em associar a linguagem de cinema à de novela, sem prejuízo de nenhuma das partes. Mais de uma pessoa com quem conversei na terça-feira – e algumas que viram o capítulo comigo na segunda – admitiram que várias vezes se esqueciam de que aquilo era uma novela. A captação – que já foi recurso de algumas outras produções (notoriamente aquelas reservadas para o horário das 18h) – certamente colaborava para esse diferencial. Mas havia ainda a iluminação – certamente mais elaborada. E os enquadramentos. E a profundidade dos personagens. Eu poderia me estender aqui por cada um desses aspectos da novela, mas, para não ir muito longe, vou ficar apenas naquele que eu considero mais crucial para o sucesso da novela, e que melhor define o grande trunfo do autor: a capacidade de João Emanuel de confeccionar um ótimo roteiro.
Digamos que você não viu a estreia de “Avenida Brasil”, e alguém chega até você contando sobre um capítulo sensacional que viu outro dia numa novela. “Teve final de campeonato”, descreve esse alguém, “madrasta malvada desmascarada, um golpe revelado, um pedido de casamento e até uma armadilha para um homem que tem duas mulheres”. Nossa! – pensaria você: isso é um enredo digno de um ótimo final de novela. Pois João Emanuel jogou tudo isso no primeiro capítulo de “Avenida Brasil”. E sem a menor preocupação de ficar sem assunto dali em diante. Sua história começa já no meio – sem alienar nem um pouco quem vê. Como ele consegue isso? Bom, primeiro dispensando os canais tradicionais de apresentação de personagens. Por exemplo, não precisamos suportar dezenas de capítulos nos convencendo de que fulana é boazinha para depois nos surpreendermos com sua “guinada” para o mal. Em uma das primeiras cenas – e em menos de cinco minutos -, Carminha (magistralmente interpretada por Adriana Esteves) disse ao que veio: acaba com a vida da enteada para em seguida se fazer passar por madrasta dedicada quando o pai Genésio (Tony Ramos, em uma participação especial) chega em casa.
Economizando a atenção – mas não a inteligência – do telespectador, o autor ainda usa outro truque para eletrizar um primeiro capítulo. No lugar de nos enrolar com dúvidas sobre as intenções – e a intensidade amorosa – do craque que decide a tal final do campeonato, Tufão (Murilo Benício, apostando na veia cômica que sempre faz muito bem), para com Monalisa (Heloísa Périssé, ainda colhendo os elogios por sua atuação em “Dercy de verdade”), o roteiro resolve tudo rapidinho: da promessa incerta de um namoro ao pedido de casamento, em pouco mais de dois blocos! E para registrar sua heroína nos corações e mentes de quem está assistindo, João Emanuel não hesita: “descaradamente” nos apresenta a adorável Rita (vivida nessa fase inicial da novela, que se passa em 1999, pela não menos adorável Mel Maia), a enteada de Carminha.
Por chamadas na programação, “vazamentos de informação” (wikileaks do entertenimento!), e mais um bom boca a boca, sabemos que cada um desses personagens vai ter um desdobramento forte e elaborado. Mas, para que esperar um punhado de capítulos para jogar o telespectador no olho do furacão? Como fez em “A favorita”, João Emanuel não tem nenhuma restrição quanto a desmontar as estruturas convencionais – lembra-se quando, nessa sua novela anterior, um assassinato importante era desvendado antes mesmo de chegarmos à metade da duração prevista da história no ar? A aposta esperta do autor é a de que o público – e seja ele de que classe for – é mais inteligente do que podem sugerir as histórias convencionais. Num incansável e tentador desafio, é como se ele estivesse oferecendo um lugar numa carrinho prestes a descer numa acidentada montanha russa – para citar Bette Davies em “A malvada”, é como se ele sussurrasse no nosso ouvido: “Fasten your seatbelts, it’s going to be a bumpy night” (ou, em português, “Apertem seus cintos, vai ser uma noite turbulenta”). Vai resistir? O prejuízo será seu.
A citação à Bette Davis não é tão gratuita quanto você possa presumir. João Emanuel traz a herança de bons roteiros clássicos de Hollywood na bagagem – o que nem chega a ser uma novidade (Gilberto Braga, por exemplo, recorreu brilhantemente a “Alma em suplício”, “Mildred Pierce” no original, para construir um de seus maiores sucessos, “Vale tudo”). Mas ele não faz disso sua única fonte de inspiração. Como observou bem uma amiga que assistia ao capítulo de ontem comigo, com as dramáticas cenas no lixão – onde Rita é deixada por Carminha, depois da morte de Genésio -, a referência é diretamente literária: Charles Dickens. (E, ao observar isso fiquei pensando nos comentários sobre o “esforço” de “Avenida Brasil” em falar tão diretamente com a classe C… Será que o criador de “Oliver Twist”, “A pequena Dorrit” e “Grandes esperanças”, entre outros, já tinha essas preocupações na Inglaterra vitoriana? Eu, claro, divago…).
E além de todas essas referências, tem o talento pessoal de João Emanuel, já comprovado em vários trabalho anteriores – em um dos meu primeiros posts, eu já estava aqui declarando-me fã do autor. E é justamente por esse “conjunto” da obra, que nós sabemos que podemos esperar reviravoltas – e muitas -, em “Avenida Brasil”. Não estou falando de mudanças gratuitas de rumo, quando personagens, sem nenhuma explicação, “aprontam” algo inesperado – um velho recurso desesperado, um remendo para a falta de imaginação, que até mesmo Hollywood parece não se importar mais de usar, e que está mais para a leviana pantomima circense do que para a coerência de uma história que deveria ser bem contada para agradar o “respeitável público”… Falo, ao contrário, de uma narrativa engenhosa, que o público já está praticamente esperando – e que, pela amostra desses primeiros três capítulos, o próprio público já está disposto a aplaudir em coro. Nem que seja só para desafiar a frase de Nélson Rodrigues…
(Por falar em um autor de grandes frases, a temporada ficou um pouco mais triste com a morte de Millôr Fernandes, por quem eu não só tenho uma admiração eterna, como também uma dívida de inspiração. Essa relação, exposta assim, em uma frase apenas, parece estranha. Mas estou me preparando para escrever um post só em homenagem a um dos meus ídolos da escrita – um texto que, só a emoção que tomou conta de mim desde ontem, não me permite elaborar assim de uma hora para outra. Assim, segunda-feira falamos disso. Até lá).
O refrão nosso de cada dia
“Ordinary life”, PacoVolume - uma daquelas curiosas exceções: uma canção cujo refrão não está no meio da música, mas logo no começo. Se hoje falei de um autor que quebra as convenções de uma novela normal, aqui vai um músico que faz uma coisa parecida só que com uma outra fórmula: a de um “hit pop”. Agora, quem é PacoVolume? Ah… vou deixar você descobrir por sua conta…
14 março, 2014 as 4:43 am
Bem, cheguei aqui por acaso pois buscava a autoria da frase. Tinha certa dúvida e quis conferir.
Na verdade após ler uma parte desse post, cheguei a conclusão de que Nelson Rodrigues continua certíssimo: “a unanimidade é burra”.
Ok! Gostos e preferências a parte, acho um absurdo, ainda que tardio esse comentário, os elogios exagerados à essa trama atribuída ao JEC. Uma das piores novelas que já vi. Digo uma, pois as outras eram dele mesmo e a Favorita é outra.
A aflição que sentia a cada capítulo era a mesma que provavelmente sentira caso estivesse em um trem desgovernado. E após ouvir de vários atores sobre a “liberdade” dada a eles pelo JEC, só comprova o que sentia assistindo a cada capítulo: tudo era improviso e não fosse o elenco, que aliás é o que ainda “salva” as novelas da casa, jamais passaria de 3 meses no ar.
Não tenho a menor ideia dos motivos pelos quais a Globo mantém esse “autor” entre os grandes.E se as “tramas” dele são o sucesso que são, novamente cito, e agora certo de que foi Nelson Rodrigues quem disse a frase, a unanimidade é burra!
10 outubro, 2012 as 3:19 pm
A Frase citada por Nelson Rodrigues na verdade é de Rudolph Hess… só pra corrigir… por favor deixem os devidos créditos a quem é de direito…
13 maio, 2012 as 8:39 pm
Vamos todos concordar que toda unanimidade é burra…
21 abril, 2012 as 2:38 am
Existem Artistas (e faço questão de chamá-los assim) que são realmente revolucionários, ousam quebrar velhos paradigmas e com isso, aliado, claro, a uma boa dose de talento, invariavelmente fazem o sucesso que fazem e deixam os queixos de quem assiste suas obras caídos.
Já li alguns textos seus aqui, exaltando a criatividade e a originalidade do carnavalesco Paulo Barros, grande campeão esse ano e que não só revolucionou o carnaval quando assumiu uma grande escola (Tijuca) no ano de 2004 (se não me engano) como continua revolucionando o mesmo até hoje. Para artistas originais e criativos como esses, não basta somente o choque de sua primeira obra. Eles sempre conseguem se superar e se reinventar, ousando e criando novos monumentos de arte.
João Emanuel faz parte desse seleto grupo de artistas inovadores, a frente do seu tempo. No carnaval, pra mim, existe o Paulo Barros e os outros. Nas novelas (mídia que deixei de acompanhar há muito tempo e pra qual só abro uma exceção) idem. Existe o João Emanuel e os outros. Gilberto Braga ainda consegue prender um pouco da atenção com suas histórias dramáticas, mas acho que está sem o “timing” de uma novela moderna. Além de muito previsível. Sílvio de Abreu, depois de Passione, parece ter perdido definitivamente o jeito. O resto, prefiro nem comentar.
A narrativa das novelas de João é uma coisa extremamente viciante. É uma novela que passa rápido. Acaba antes que você sinta vontade de levantar do sofá.
Seus trabalhos anteriores são notoriamente os melhores desse século em questão de Novelas. Em “Da cor do Pecado”, nos envolveu com uma relação avô/neto que escancarava a fraqueza sentimental de pessoas, até então, poderosas, autoritárias e rancorosas. A maneira como deu vida própria a cada personagem foi fantástica.
“Cobras e Lagartos” é, com certeza, uma das melhores novelas das 7 de todos os tempos. Mais uma vez uma trama extremamente envolvente e personagens característicos. Isso tudo aliado a interpretações acima da média de Lázaro Ramos e principalmente Marília Pêra.
E seu último trabalho em novelas, “A Favorita”, que na minha conta pessoal (veja, nasci em 86, então falo das novelas que eu tive a oportunidade de ver) é a grande obra prima do gênero. Naquela obra acho que tudo se encaixou perfeitamente. As atuações (Patrícia Pillar!) foram simplesmente inesquecíveis. Mauro Mendonça e o inigualável Gonçalo. Cauã no seu melhor papel até hoje. Murilo, Cláudia, Ary, Mariana, Glória, Elisângela (sim). Todos encarnaram seus personagens de tal maneira que ela parecia real.
Menção honrosa para o capítulo da morte macabra de Gonçalo. Mais uma vez na minha conta pessoal, é o melhor capítulo de novelas de todos os tempos. Ao fim do capítulo, na minha casa, ainda pairava o ar sombrio e assustador.
E como roteirista, já nos presentou com trabalhos sensacionais como a série “A Cura” (da qual estou extremamente decepcionado com a Rede Globo por não exibir uma sequência. Estou esperando até hoje) e participou também do roteiro do que, pra mim, é o melhor filme brasileiro já feito: Central do Brasil.
Enfim, sou um fã. Um fã mesmo, de carteirinha. Quando sei que um trabalho dele está prestes a começar, não hesito em parar qualquer outra atividade para acompanhar.
E gostaria de ressaltar também a grande parceria com o excelente diretor Ricardo Waddington, responsável direto pelos enquadramentos, sequências e o clima “Filme” dos textos do João.
É bom. É excelente que tenhamos artistas assim. Inovadores, criativos e originais.
2 abril, 2012 as 8:33 pm
Realmente é uma novela que tem tudo para atingir índice de audiência altíssimo.
1 abril, 2012 as 4:49 pm
Querido,
Concordo com você, se toda unânimidade fosse burra… Por incrível que pareça, sou uma mulher que não curte muito novela, Às vezes eu paro para assistir, mas não é sempre. Sei lá o que acontece comigo, acho que sou tão ansiosa que não tenho paciência para parar diante da tv e acompanhar uma novela inteira que às vezes chega a 8 meses ou mais. Assistí ao primeiro capítulo desta e me encantei com o talento dessa pequena, que coisa mais linda para uma pequena que deve ter 8 ou 10 anos !! Que talento !! A história também parece muito interessante, o autor é muito bom, enfim, receita certa de sucesso. Se ele já arrasou em A favorita, agora não será diferente.
Beijos.
31 março, 2012 as 10:26 pm
Pra quem le em frances
Du vin à la musique
A l’âge de 20 ans, PacoVolume abandonne ses études de lettres et de civilisation Maya (c’est vrai) pour tenter de devenir rock star en Nouvelle-Zélande.
Assez vite obligé de vivre d’autre chose que de ses projets musicaux, il se retrouve serveur dans un bar à vin à Auckland. Le vin, c’est fascinant, il décide d’en faire sa vie, il rentre en France au bout d’un an et demi et devient 5ème jeune dégustateur de France en 2001. Il travaille chez des négociants en vin en tant qu’acheteur, goûte une centaine de vins par semaine, joue un peu, mais il trouve ça un peu ringard, la musique, sauf peut-être Nick Cave et Daft Punk.
Multi-instrumentiste, fasciné par Prince dans le film Purple Rain, il compose et enregistre sur un magnéto 4 pistes des morceaux tristes, ou des trucs complètement débiles.
Caviste, il finit par rencontrer des musiciens avec des problèmes d’alcool (le rock de Bordeaux), ou, pire, des alcooliques avec des problèmes musicaux. Ca lui plait bien, il reprend confiance en lui, part à Paris, ça tombe bien, il en avait sa claque du pinard, et décide de consacrer ses trente prochaines années à la musique.
En 2004, il fonde et commence à tourner avec les groupes NapalmPilot (duo de hard rock, guitare-voix-batterie) et Turbo Crystal, (duo de funk romantique, basse-boîte à rythmes-voix) signé sur le label londonien Tiny Sticks Records.
Parallèlement, il compose un album solo, l’enregistre à Paris avec l’aide du réalisateur François Chevallier (Emilie Simon, Arcade Fire, Coldplay). Cet album s’appellera Manhattan Baby dipsonible chez Discograph en mars 2009. Il a été élu révélation CQFD 2007 des Inrocks, a enregistré des reprises pour Béatrice Ardisson, joué dans la majorité des salles rock parisiennes, participe à d’autres albums en tant que producteur additionnel, compose pour d’autres artistes
Fabio Bardella, Ribeirao Preto/sp
Resposta do Zeca – Fala Fábio! Ou para quem souber usar o Google Tradutor – heeh! Obrigado e um abração!
31 março, 2012 as 8:04 pm
Caro Zeca!
Pacovolume é de Paris! Você, por gentileza, desconsidere meu comentário em que disse que era italiano.
31 março, 2012 as 6:02 pm
Oi Zeca tudo bem? Por favor publica isso, sei o quanto voce gosta da Gaga assim como nós.
Acaba de sair o vídeo do Flash Mob Lady Gaga Recife – Brazil
Os principais fã sites da cantora já falaram sobre o evento. Little Monster
Brasil, Lady Gaga 3d, Gaganews e entre outros.
Todas as informações necessárias estão no link abaixo:
https://www.rastag.com/2012/03/flash-mob-lady-gaga-recife-brazil.html
31 março, 2012 as 5:39 pm
Oi Zeca!!!
Se, para este post, inovando, você tivesse pedido para que formulássemos um, digamos, título alternativo para “Nem toda unanimidade é burra”, eu teria sugerido um incisivo “Ainda bem que Nelson Rodrigues não é uma unanimidade”.
OK, eu bem sei que o assunto de hoje não é o escritor e dramaturgo, autor da “clássica” frase. É que por conta do título lembrei de um post de um blog de marketing intitulado “A unanimidade é Buda”.
Nada a ver mas… vou reproduzir alguns trechos:
“Você já reparou que a grande maioria dos textos que lê – não só os publicitários – tenta te convencer de algo, seja físico ou metafísico?”
“O homem então criou as estatísticas e as recomendações com estrelinhas, as projeções e os profetas e Nelson Rodrigues criou a unanimidade burra. Ela é pior do que a ingovernabilidade do fifty-fifty? Não sei. Cabe a você acreditar ou não. Com a Internet e a super era do bombardeio de informação, acreditar ou não ganhou uma cara mais dramática.”
“Quer algo mais dogmático que uma citação? Um koan zen-budista disse – não sei bem se com essas mesmas palavras – que se Buda aparecer na sua frente, dê um tiro nele. Literalmente é um horror, mas o que vale é a sutiliza da metáfora. Buda tem que estar dentro de você e não fora. O mesmo vale para toda informação que aparece na sua frente, inclusive esta. Antes de seguir piamente, conceda-se o benefício da dúvida, conceito ‘feinho’ para intuição. Posso estar completamente enganado, mas, como diria Mário Quintana, a resposta não importa nada e sim a pergunta bem formulada.”
Enfim, estou adorando “Avenida Brasil”! Também sou fã deste autor.
Lembro que ao final do capítulo de estreia pensei: “Nossa, já fazia um tempo que eu não assistia a um primeiro capítulo tão bom!!!!!!!!”
Ótimo domingo.
Um abração!!
Resposta do Zeca – fala Andréia! Adorei ” unanimidade é Buda”! Um abração!
31 março, 2012 as 12:48 am
Ciao, Zeca! Sem rodeios, confesso que me assustei um pouco com o formato da novela. Realidade pura, dura e crua! Quase não tive coragem de continuar! Se as tendências literárias de revesavam penso que o mesmo ocorre com as novelas. Pelo menos neste horário. E para quem não quiser ficar perdido, que siga-a fielmente!
Com relação a PacoVolume, è un belo cantante italiano! E aquele mapa não fica próximo ao Coliseu?
É do Império Romano, não é?Un abbraccio!
30 março, 2012 as 7:12 pm
Zeca, não tenho conseguido ver novela, nem a das 21hs… meu horário não permite. Mas as chamadas estão lindas! Mais de uma vez, em TV’s sem som, fiquei em duvida se anunciavam um filme ou a novela. Agora a dúvida é menor, a qualidade é a mesma, mas já reconheço os personagens. Você tem razão, não é só a câmera, é o enquadramento, o ritmo, a luz, parece cinema! Com uma boa história vai se tornar inesquecível.
Quando soube da morte do Millôr pensei em você. Lembro que lá no inicio do blog você citou sua admiração pelos textos dele. E até recebeu um retorno dele que o emocionou. Ídolos são pra sempre, o que em nada diminui a dor da perda…
Beijo grande!
Resposta do Zeca – fala Eu! Segunda-feira, a homenagem devida! um abração!
30 março, 2012 as 6:53 pm
Gostei do comentário do zeca.também tive a mesma impressaõ ao assistir as primeiras cenas da novela.
A linguagem parecia mesmo,ser de cinema e não de novela.
Mais,gostei.
Abraço.
Zeca
30 março, 2012 as 12:07 pm
fala zeca! gostaria de saber o por que? de tanto preconceito com quem admite gostar de novela. e querer uniformizar o pensamento achando que todas são iguais,discordo e vos digo uma novela bem escrita é uma obra literária. o grande problema do Brasil é nosso complexo de inferioridade e não admitir que somos bons no produto novela.e quando se admite se menospreza o produto.valeu Zeca comente futebol também.
Resposta do Zeca – fala Ary! Boa defesa! Quanto ao futebol… quem sabe na Copa de 2014? Um abraço!
30 março, 2012 as 10:41 am
Bom dia, Zeca! Não gosto de falsidade, mesmo em ficção, me doi na alma. Na novela ” Avenida Brasil” o papel de Adriana Esteves, a artista interpreta bem essa atitude de falsidade. E as crianças no lixão? Todos sabemos que na vida real isto acontece e além disso ainda existe o adulto que se aproveita da fragilidade dessas criaturas indefesas. Onde estão as instituições governamentais para fiscalizar e acabar com tamanha vergonha neste país? Precisa o autor de uma novela que tem alcance nacional mostrar isso para mexer com a consciência da população de seu país? Ninguém é obrigado a assistir novelas, olha quem quer e quem tem tempo. Na minha simples opinião, a novela ” Avenida Brasil” começou muito bem e despertando a curiosidade de quem gosta de telenovelas, como também chamando a atenção sobre graves problemas sociais, de saúde e educação. Zeca, te agradeço mais uma vez pela atenção ao ler o meu comentário, Um abração, Etel.
Resposta do Zeca – fala Etel! Mandou bem! Um abração!
30 março, 2012 as 9:51 am
Hehe..”Como vai você? Eu preciso saber da sua VIDA…”
Onde estou não posso ouvir o vídeo.
Mas ontem aconteceu uma coisa interessante. Ouvi um barulho na cozinha e a televisão saiu fora do ar, apenas na Rede Record, pois estava assistindo o REI DAVI, então fui para GLOBO, e estava passando “As brasileiras”, peguei na parte do Rodrigo Santoro fugindo com a delegada…hehe. Então já sabe…acabei assistindo até o final.
Não podeia perder a atuação daquele “gato”.
Beijos.
Fica na PAZ!!!!
30 março, 2012 as 9:29 am
Às vezes quando leio estas historias sobre o império romano ou mesmo reinados de tempos remotos, eu fico perplexo com a sagacidade assim como também a irracionalidade dos primitivos cidadãos que se deliciavam ao verem gladiadores sangrarem até a morte nas arenas do coliseu, ou em outras arenas de espetáculos deprimente.
Situações que macularam a historia em lugares e épocas que diferiam-se entre si, mas cujo prazer estava em ver barbáries sendo cometidas e a platéia ensandecida com sagacidade onde homens lutavam uns contra os outros, ou contra animais, era algo deprimente doentio.
Sei que estou generalizando, mas faço uma alusão a esta arena chamada palco da vida onde a empreendedores lançam aos leões virtuais que dilaceram as pessoas querendo extorqui-lhes e estes não sangram os seus corpos, mas sangram a sua alma no mais terrível massacre virtual.
Onde o ser humano torna-se um produto tão descartável tal como na época em que o coliseu vivia cheio de miseráveis desprovidos de alma a espera de mais uma vitima que lhes trouxessem algum prazer, e depois ovacionavam histéricos a cada corpo que tombava ao chão.
Hoje não temos faraônicos imperadores, mas existe em cada seguimento um Cesar a colocar uma vitima como isca para ser devorado no palco da vida, e este, às vezes se sente o Maximo, mas não entende que sua vida vale menos que os leões que o devora.
Vivemos em uma cultura pragmática e por esta causa o individualismo tem sido grotesco onde cada qual busca os seus próprios interesses, e as disparidades forjam um grande abismo.
Aonde vemos neste profundo abismo que separa antagonicamente o elitismo e a grande maioria da massa ignara que emblematicamente se exemplifica no fransciscanismo.
E esta mesma massa humana está sedenta e vive em busca de algo que possa fazê-la abstrair-se destas mesmas disparidades, povo que ensandece quando presencia algo fora do comum, algo que venha atenuar a grande prisão virtual que significa o viver!
Por esta razão se alvoroça aleatoriamente quando aparece um bode expiatório carregando uma culpa que se julga ser sua para que possa desviar o foco das atenções…
É esta mesma massa humana que forma a nossa sociedade, e vamos alegremente manipulados por interesses escusos, onde os que têm o poder se sobressaem com maestria e para se promoverem.
São imperativos orquestradores das atenções já que oferecem espetáculos concretos ou abstratos e sob as luzes da ribalta tentam satisfazer fugazes anseios desta mesma população que elege um herói a cada dia e depois o lança para o ostracismo.
E em cada orquestração se esbalda até o suor pingar ao chão e se entrega por completo esquecendo-se das mazelas desta vida que vai seguindo tão cheia de ilusões que propiciam as desilusões fazendo escorrer as lagrimas ocultas que segredam a insatisfação de não se estar no centro das atenções.
Preterido e acostumados com as explicações que alimentamos como o feijão e o arroz, mas que no fundo sabemos que sem esta lorota a vida fica sem graça, por isto aceitamos de graça todo imbróglio que nos dão.
Mas quando chegam as eleições polariza-se o sentimento de cidadania que se mescla com o pleito que nos é imputado de forma sutil e pensamos que estamos usando o livre arbítrio para votar, mas na verdade este livre arbítrio foi paulatinamente muito bem arquitetado bem sedimentado em nosso subconsciente e acabamos votando não em quem fez por merecer, mas em quem fez para nos ludibriar.
E de movimento em movimento ouvimos os gritos de lamentos choramos acertadamente com os que sofrem indiferente de sua posição social o que dignifica a nossa honra.
Mas nos tornamos juízes que julgam a todo aquele que pratica um delito, e infelizmente calamos a voz para aquele que sabemos ser desonesto, mas que por ser pessoa influente ela nos mete medo, e o nosso respeito se deve mais pela sua empáfia pela sua indumentária ou mesmo pela sua conta bancaria do que necessariamente pelo seu caráter.
Eu não sei quem é mais ludibriado, se são os donos do espetáculo ou se somos nós que assistimos nas galerias e para abstrairmos de nossas frustrações nos dão os leões virtuais para digladiarem contra fugazes e contemporâneos gladiadores.
E nesta analogia um tanto paradoxal, eu me vejo apenas um componente que queria ver um pouco mais de sensatez da parte dos que promovem os grandes shows e da parte dos que aplaudem os personagens que não passam de conhecidas figuras anônimas.
Obviamente nada contra a novela, sou apenas um transeunte da Avenida Brasil
30 março, 2012 as 8:11 am
zeca gostei de seu blog vamos fazer parceria ele muito bom visite ai o meu deixe um recado la no mural de recados eu sou seu fan abraços https://www.adrianosoaresfreires.blogspot.com
30 março, 2012 as 2:51 am
Olha a nova revelação da e-music 2012 – Lenny B
https://soundcloud.com/lenny-b-oficial/lenny-b-look-at-me-now
https://www.lennyb.com.br
30 março, 2012 as 2:10 am
Não gosto de novela, já assiste, afirmo as novelas da Globo são um câncer para sociedade brasileira, estereotipam o brasileiro como carioca e paulista, sendo que nossas culturas regionais são muito maiores do quê mostram nessas novelas, que por sinal sempre repetem mesma historia boba e nunca contribuem com conteúdo educacional e social como seus temas principais, criam modas populista de mau gosto, e o pior alucinam as pessoas ao nível de parecerem que aquilo e real e faz da parte da vida delas, e pura lobotomização, é um verdadeiro câncer mental.
Resposta do Zeca – fala Gustavo ********! (Espero ter acertado o número de asteriscos para não comprometer a sua transparência no comentário!). Gostaria de saber sua opinião sobre a novela “Cordel encantado”. Se não for invadir sua privacidade, é claro… Um abraço!