Devem as bandas de rock comemorar 30 anos?
Eu sei que os Rolling Stones estão prestes a comemorar 50 anos. Vai ser uma festa e tanto – festa esta que já começa a ser celebrada aqui e ali, em textos pelo mundo todo. Mas Jagger, Keith, Ron e Charlie estão entre nós há tanto tempo que é como se a gente nem contasse os anos que convivemos com eles. Pelo impacto que essa banda causou no mundo pop – na verdade, no mundo de uma maneira geral – 40, 50, 60 anos, tanto faz. A longevidade dos Stones parece uma mera consequência do impacto que eles têm, até hoje, na nossa vida.
O que me deixou inquieto esses dias foi um outro aniversário – de uma banda brasileira mesmo. Muito querida e muito respeitada, ela está anunciando uma série de apresentações especiais para meados deste ano, prometendo, inclusive uma reunião de sua formação original (ou quase isso, já que um de seus integrantes morreu em 2001). Estou falando, claro, dos Titãs – ou, para ser fiel ao nome com o qual eu fui apresentado a eles lá no início dos anos 80, os Titãs do Iê-iê. Semana passada, um colega de trabalho chamou minha atenção para esse aniversário – e suas vindouras comemorações. Notícia que chegou não sem um certo desconforto.
Primeiro, sem dúvida, pelo fato de saber que já estamos velhos o suficiente para acompanhar uma banda por 30 anos… Mas digamos que eu não quero falar sobre isso agora – atenção aos sarcásticos de plantão: essa frase anterior foi uma ironia! O outro motivo de desconforto tem a ver justamente com a banda em questão – ou ainda, com seus 30 anos que vão ser comemorados. Ter sobrevivido tanto tempo num universo tão desfavorável ao envelhecimento como esse da música pop é um sinal de força ou de fraqueza? Estar “em cartaz” por tanto tempo – muitas vezes sobrevivendo apenas de sucessos de dez, ou mesmo 20 anos atrás –, faz sentido? Eu e meus colegas começamos ali mesmo uma boa discussão sobre o cenário do nosso pop-rock. Não chegamos exatamente a nenhuma conclusão – e talvez por isso mesmo quero estender a conversa a você.
Antes porém, vale uma ressalva, para que você não ache que essa é uma crítica aberta aos Titãs, eu recomendo que volte ao segundo parágrafo do texto de hoje e releia o trecho em que eu falo que se trata de uma banda muito querida e muito respeitada. Minha história pessoal com eles, por exemplo, é não apenas cercada de admiração, como deixa claro uma simbiose muito produtiva entre jornalismo musical (do meu lado) e produção artística (do deles).
Fazendo breves parênteses (não resisto…) meu primeiro contato pessoal com eles foi numa das enlouquecidas e antológicas apresentações do extinto programa de TV “Perdidos na noite” – de onde ninguém menos que Fausto Silva despontou para uma estupenda carreira televisiva (ele já era bastante conhecido como um profissional de rádio). Na época (1984), eu fui lá com meu grupo de dança – comandado por Ivaldo Bertazzo – para promover um espetáculo que estava estreando, e os Titãs estavam em mais uma rodada de divulgação de seu primeiro álbum – um sucesso quase instantâneo, puxado por um (hoje) “clássico” chamado “Sonífera ilha”. Eles ainda se apresentavam com aquelas camisas – quem se lembra? – com grandes estampas de insetos (baratas?), numa espécie de uniforme que ficava entre o “new wave” e o estilo “Kraftwerk”. No camarim do antigo teatro Záccaro, de onde o programa era transmitido, todo mundo se misturava – e foi lá que eu troquei as primeiras ideias com um pessoal que estava mudando tudo no pop brasileiro.
Depois, quando entrei de cabeça no jornalismo musical – pela porta do jornal impresso – esbarrei novamente no trabalho da banda, justamente num de seus períodos mais criativos e influentes: o final dos anos 80. Em seguida veio a MTV – onde eu trabalhei por quatro anos e cuja própria existência no Brasil não teria sido possível se não tivéssemos contado com o apoio dos Titãs. Entre tantos encontros memoráveis, o que mais gosto de destacar é o primeiro “Rockstória” da MTV brasileira – cujo foco foi justamente essa banda. Outros vieram, e há muito tempo o formato já foi extinto na própria MTV, mas ter contado com eles nessa estreia de formato foi não só uma grande responsabilidade como também um grande prestígio.
Nos anos 90, já com algumas mudanças, os Titãs foram em frente – e com reviravoltas às vezes dramáticas (como a perda de Marcelo Fromer, em 2001, estupidamente atropelado por uma moto em São Paulo). E, com uma tenacidade nunca antes vista no cenário da música nacional, eles adentraram o século 21 mostrando fôlego renovado – e ao mesmo tempo uma certa nostalgia. Em 2008 – que, pelo que me lembro, foi a última vez que falei com eles profissionalmente, para uma reportagem do “Fantástico” – eles se reuniram com os Paralamas e provaram que seus fãs não eram apenas quarentões (a média de idade de seus próprios integrantes), mas eram formados por mais de uma geração.
Ninguém pode falar que a trajetória dos Titãs não foi brilhante. E se olharmos por esse ponto de vista, o aniversário merece muito ser celebrado. Mas na discussão que tive com meus colegas – essa que quero propor a você agora – surgiram algumas questões. Por exemplo: o que exatamente está sendo comemorado? Uma retomada? A simples longevidade? Um novo trabalho? A relevância da banda depois de três décadas? A falta dela? Assumir os “trintinha” num meio que celebra a novidade é sim um ato de coragem. Mas será que não estariam os Titãs dando a cara pra bater? Ao reconhecer que estão aí há tanto tempo, será que eles não correm o risco também de serem chamados de obsoletos – ou até de oportunistas – por quererem “cacifar” em cima de uma história que sobrevive por conta do passado?
Como adiantei, não tenho essas respostas agora – e se lanço as perguntas é muito menos para avaliar a banda do que para jogarmos a luz sobre a própria natureza do pop, e como nos relacionamos com ele. Para tirar o ônus do debate das costas dos Titãs, acho que vale a pena dizer ainda que a questão não envolve apenas eles, mas também um punhado de outras bandas que despontaram para o cenário nacional nos anos 80 e que estão aí até hoje: Paralamas (que “tomou corpo” também em 1982, e lançou seu primeiro disco em 1984); Ultraje a Rigor (“Inútil” faz 30 anos em 2013); Dinho e seu Capital Inicial (banda nascida em Brasília em 1982); Kid Abelha (30 anos em 2014); e até mesmo Barão Vermelho, que oficialmente está num hiato, mas sustenta rumores de que pode voltar a se apresentar – adivinha por quê? Para comemorar 30 anos!
O que quero saber é: você bate palma para esses aniversários todos? E por que motivo? Pelo passado? Pela persistência? Pela memória? Pelo trabalho recente? Minha proposta, como sempre é uma discussão saudável – não faz sentido “detonarmos” aqui artistas tão especiais que nos divertiram (e eventualmente nos iluminaram) por décadas. Quando pergunto – como lá em cima, no título de hoje – se as bandas de rock “devem” comemorar 30 anos é um exercício mais filosófico do que de crítica.
Eu poderia desfilar aqui dezenas de exemplos de bandas que tiveram um início de carreira fulgurante, mas que depois se arrastaram com um brilho menor (ou às vezes com nenhum brilho), que quase ameaçava apagar suas reputações originais. E tantas outras que, com pequenas variações, souberam parar na hora certa. Sex Pistols, claro, é o exemplo mais óbvio. Mas pense também em White Stripes; Portishead; The Libertines; Oasis; Siouxsie & The Banshees; The Police; e, claro, The Smiths (em tempo: estou tão ansioso quanto você com a nova passagem de Morrissey agora pelo Brasil; infelizmente, não tenho a confirmação da possibilidade de uma entrevista – que se acontecer, aliás, eu talvez nem vá poder fazer, devido a um outro compromisso musical que tenho esta semana, e que vou dividir com você aqui em breve… coisas do destino…).
Pense com a cabeça fria – como eu estou tentando fazer e participe da conversa. É melhor ter a lembrança de uma grande banda que durou exatamente o período de sua máxima atividade (e talvez criatividade)? Ou acompanhá-la por anos e anos na expectativa de que aquela chama inicial volte com a mesma intensidade?
O refrão nosso de cada dia
“Swimming horses”, Siouxsie & The Banshees – eu assumo a nostalgia. Fui citar Siouxsie no texto de hoje e “Swimming horses” me veio à cabeça quase que automaticamente. Essa é certamente uma das grandes músicas pop de todos os tempos. E seu refrão é impecável, épico, intrincado, surpreendente, genial. Fique com ele.
5 novembro, 2012 as 12:26 am
A comemoração é válida e justa. São 30 anos de carreira – independentemente de ser contínua ou não, ou com trabalhos novos ou antigos – das principais bandas do país do melhor gênero musical!
Uma obervação: Kid Abelha é de 1982 também!
21 julho, 2012 as 12:34 am
A GLOBO ,A MTV E O CREDCARD HALL EM SAO PAULO DEVIAM FAZER UMSUPER SHOW DOS ANOS 80. UMA DECADA DE IMPORTANCIA NACIONAL NA MUSICA.
10 março, 2012 as 12:04 pm
Acredito que a resposta aqui, na verdade, é muito mais simples do que se imagina. Uma banda só será lembrada e elogiada _ e até mesmo não apenas mantendo os antigos e fiéis fãs da época de início da banda, mas também atraindo muitos admiradores de outras gerações mais novas _ por tanto e tanto tempo, porque ela fez algo sensacional.
Como exemplo temos essas bandas incríveis citadas no post como os Titãs e o Capital Inicial. Essa façanha não é pra qualquer um… ou vocês acham que bandas como Restart e Luan Santana conseguirão ser aclamados mesmo depois de 20, 30 ou 40 anos (mesmo com toda aclamação _exploração_ feita pela mídia brasileira em cima de coisas que só trarão enormes recursos financeiros a alguns).
Todos as bandas que estão aí por tanto tempo e continuam com o respeito de tanta gente merece sim comemorar um aniversário tão especial. Vida longa a nossa boa arte.
9 março, 2012 as 11:16 pm
Os Titãs merecem muito comemorar esses 30 anos por vários motivos: por sobreviverem as dificuldades do mercado fonográfico, aos estilos musicais passageiros que tomaram conta dos programas de rádio e tv, como lambada, funk, universitário, a onda do pagode, etc. Pela brilhante trajetória que percorreram, pelos obstáculos que superaram como saida de integrante e até morte. Por todos os sucessos que lançaram. Pelos fãs que os acompanham em shows e nas rdes sociais. Por consiguirem conciliar projetos paralelos com a banda. E por muitos outros motivos. Titãs, Roupa Nova (que não é rock) e os Paralamas merecem com toda justiça fazer esta celebração, ao contrário de outras bandas contemporraneas que ficam um bom tempo de “férias” e depois vem comemorar “30″ anos ou coisa parecida.
9 março, 2012 as 5:39 pm
“Estar “em cartaz” por tanto tempo – muitas vezes sobrevivendo apenas de sucessos de dez, ou mesmo 20 anos atrás –, faz sentido?”
Para esta pergunta a resposta é outra pergunta: “Um jornalista ser apresentador por tanto tempo – muitas vezes sobrevivendo apenas de sucessos de dez, ou mesmo 20 anos atrás –, faz sentido?”. O fato é que esta é a profissão deles, com sucessos ou não, velhos ou não, é o que eles sabem fazer e enquanto houver público haverá o vício de palco (qualquer um que tocou em uma banda sabe o que é)… Afinal não creio que músicos como Rush, Roger Waters, Stones, Stevie Wonder, BB king, Peter Gabriel sigam fazendo tour por dinheiro (ou melhor apenas por dinheiro)… Afinal, ao analisar pessoas que ficam anos em uma carreira, nunca pode-se esquecer de pensar na possibilidade deles amarem o que fazem.
Quanto aos músicos “velhos” que mais acompanho (Roger Waters e Rush) eu diria que chama não se apagou, não irá voltar ao que era (o tempo não retrocede), mas ela apenas adquiriu um espectro diferente. Quanto ao “período de sua máxima atividade” se eles pararem nunca saberão se aquele realmente foi o tal período… neste sentido o Rush segue muito bem.
9 março, 2012 as 4:36 pm
Olhando outros comentários fiquei me perguntando se todos não haviam entendido o que leram ou se, ao contrário da maré, só eu não o compreendera da mesma maneira.
Acredito que o grande “Q” do texto, da discussão, fica mais em torno da comemoração e continuidade dessas bandas se mantendo apenas em sucessos antigos, sem produções novas de nada de igual potencial criado anteriormente. Exemplo: Capital Inicial que teve aí vários sucessos e que hoje sobrevive de passar e repassar sucessos passados.
Não que relembrar o passado não seja bom ou inadequado, o passado deve ser sempre ser lembrado, mesmo quando ruim, mas a falta do preenchimento da essência principal de um artista: produzir, inovar, criar, recriar, diversificar, é realmente o ponto da questão.
No meu ponto de vista isso é massante e degradante, mostra PRA MIM a “nova face” incapaz daquela manda/grupo/cantor de manter o seu padrão de qualidade. É como se tivesse morrido em vida, um eterno “amargurado” que se prendeu ao passado e não foi mais capaz ou, em alguma esquina, perdeu a inspiração de criar e se reinventar.
9 março, 2012 as 11:17 am
Nunca fui fã do Titãs, embora goste de algumas canções, mas é justo que comemorem trinta ou sessenta anos. Os Rolling Stones estão aí atravessando “n” gerações, porque o país de onde originaram aplica uma política expansionista cultural, coisa que o Brasil não faz, Aqui tudo se torna “obsoleto”, na Inglaterra é possível conviver com Adele e Rolling Stones, por aqui Restart e Titãs não! Já começa por aí, por aqui pra “coisa” dar certo, é preciso que exista um “movimento”, coisa que a Inglaterra aboliu faz tempo (britpop. Nosso passado não é preservado, somos um povo imediatista, que prefere aderir a modismos. Imagino que muita gente da platéia do Chcarinha, hoje acima dos trinta, que cantou a plenos pulmões “Sonífera Ilha” hoje esteja nos bailões sertanejos (principalmente), nas micaretas da vida ou até mesmo nos pancadões. Pouquíssimos nomes do Rock nacional, talvez Raul Seixas, Legião Urbana… talvez, apenas talvez são levados como unanimidade… Ainda traçando um outro paralelo, os Rolling Stones são um caso a parte, pois ainda estão aí, dizem por conta de um pacto feito por Jagger, (rs) não sei.. Mas bandas como Velvet Underground são idolatradas por milhões mundo afora, mas, e o Camisa de Vênus aqui? Deveria ter alcançado seu status de Cult em um nível bem superior. Tem ótimas canções e muito pouco se fala sobre ela. Tem também o Ira! acabou “ontem” e mal se fala sobre eles, que aliás, também tem uma vasta lista de lindas canções. Acho que o Rock Nacional precisa de ícones de mais heróis e inegavelmente, goste você ou não, o Titãs merece sim comemorar e ser reverenciado pelos seus trinta anos. Parabéns!
9 março, 2012 as 12:32 am
É né, Parabens! Mas o rock não é mais como era, e já que o papo é filosófico; seremos nós um dia? E enquanto tivermos vida iremos sim, celebrar… assim esperamos, que não nos faltem motivos para celebrar.
8 março, 2012 as 6:38 pm
Oi Zeca,
Acredito sinceramente na comemoração dos 30 anos dos Titâs e de todas as bandas que conquistaram novas gerações, ainda que com canções antigas, pois, essas canções são a prova de que o talento rompe com a barreira da idade.
Quem diria que veríamos adolescentes cantando músicas dos Titãs, do Capital, Legião… sendo que nós também curtimos na nossa adolecência as mesmas músicas.
Nós curtimos uma nostalgia, mas pra essa garotada é tudo novo!!!
Pra falar a verdade, nosso rock nancional anda meio ruim das pernas, os adolescentes precisam conhecer o que é o verdadeiro talento, aquele que supera a moda e persiste diante de tanta mediocridade!
E viva os anos 80!!!!!!!
8 março, 2012 as 6:30 pm
Querido
Não acredito que eles estejam fazendo nada para ganhar em cima desses 30 anos, e, não os vejo como obsoletos nem ultrapassados. Titãs para mim é como o vinho, quanto mais tempo, melhor fica. Devem celebrar muito essa data, pena que o Marcelo não esteja aquí para participar de tudo isso. Como diz um amigo, amo eles e desejo que tudo dê certo na vida deles. Que tenham vida longa e façam muita gente feliz e, por favor, não se esqueçam de colocar Santos nessa turnê. Estou ansiosa por esse dia.
Beijos .
Adriana Jorge.
8 março, 2012 as 5:10 pm
Olá Zeca,
Rock brasileiro é tudo de bom, adoro kid abelha, Lobão, Jota Quest entre tantas outras bandas legais que nós temos.
Zeca vc é demais cara, adorei mesmo seu post…
Bjs!!!!
8 março, 2012 as 2:04 pm
Zeca,
Acho sim que vale a pena comemorar e, muito mais do que isto, todas as bandas brasileiras citadas acima deveriam fazer uma gravação de um DVD especial, o mundo evoluiu e uma gravação em FullHD em Blu-Ray seria ótimo para guardar por mais tempo sucessos tão antigos.
Assim como as bandas citadas, estou próximo aos 30 anos e ouço músicas que foram escritas no ano em que eu estava nascendo, ter a oportunidade de ir em shows destes dinossauros da música é uma oportunidade única, acho que vale sim a pena comemorar os feitos, os tantos anos de estrada, é uma carreira muito difícil e eles ainda estão em alta, possivelmente há três gerações ouvindo suas canções, parafraseando Belchior: “Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais, nossos ídolos ainda são os mesmos…”
8 março, 2012 as 11:37 am
Olá Zeca,
Bem,eu acredito que muitas bandas “clássicas” perderam força ao se entregarem às tendencias momentânias,pois deixaram de ser autenticas. Acho legal o exemplo do Led Zepellin, que não tentou atravessar o tempo, auterando o estilo de suas musicas(a morte do baterista contribuiu com o fim das atividades da banda, no entanto muitos grupos derraparam após a morte de seus integrantes),e fechou as suas atividades com chave de ouro.
Enfim,no meu ponto de vista, os Titãs duraram mais ou menos 10 anos,o resto foi sem efeito. Mas mesmo assim parabéns!
7 março, 2012 as 8:56 pm
Acredito que devem sim comemorar o tempo de estrada! Uma celebração do caminho que foi percorrido, da experiencia, do sucesso… É como perguntar se um casal deve comemorar as bodas, pra que? Reafirmar o compromisso? Lembrar que o casamento não acabou? Reunir os familiares? Ou ainda, abrir o questionamento sobre qualquer comemoração de passagem de tempo…
Talvez a maior comemoração seja sobreviver à sociedade tão diferente da qual eles ‘nasceram’, acho que é motivo suficiente comemorar que após 30 anos as pessoas de várias gerações cantam suas musicas. Aliás fazer musica atemporal ainda merece um grande mérito, coisa que o rock proporciona há tempos… Ainda em nossa historia musical essas bandas de rock são a propria historia do rock por aqui, por isso acredito que se deva comemorar muito na verdade!
7 março, 2012 as 5:52 pm
Já no apagar das luzes deste post eu não tenho nada de interessante a acrescentar a tudo o que já foi dito, mas falando em mortos vivos acho que já passou da hora do “Queen” tomar uma dose de semancol e deixar o Freddie descansar em paz. E acabo de ouvir dizer que Dire Straits agora é The Straits e sem o Mark Knopfler. Oremos. Beijin,
7 março, 2012 as 5:24 pm
Zeca,
Se Rock and Roll é diversão, devemos comemorar toda e qualquer coisa sempre.
Abraço
7 março, 2012 as 2:15 pm
Tem uma banda canadense que pouquíssimos conhecem, chamada Propagandhi, que em 26 anos de carreira lançou três dos melhores álbuns de rock’n'roll da história. E pasmem, esses lançamentos foram de 2001 para cá. Uma banda que só amadurece (para o lado bom) com o tempo.
7 março, 2012 as 9:22 am
Zeca, primeiramente gostaria de parabenizar você pelo excelente texto sobre os 30 anos dos Titãs, que não só trouxe divertidas histórias memoráveis do rock nacional, como conseguiu provocar um interessante debate a cerca dos 30 anos de uma banda.
Quanto à essa pergunta, minha reposta pode parecer suspeita, pois sou um fanzaço do grupo, considero ele como um dos 20 melhores da história do rock mundial! E eles mudaram (pra melhor) o meu jeito de ver o rock nacional, a música brasileira, e a forma de se analisar grandes obras musicais, portanto para sua pergunta é um SIM com letras maiúsculas! Para explicar o porquê de minha resposta de forma tão convicta, tenho de contar como se deu meu contato com a banda, a primeira vez que ouvi os Titãs, foi naquele que considero o melhor Acústico MTV tupiniquim, em 1997 com a bela balada Pra Dizer Adeus (que é inclusive do álbum Televisão de 85!), mais pra frente fui ouvir AA UU, que mais uma vez me chamou atenção pro som do grupo, mas o que eu ainda um leigo fã dos Titãs, jamais poderia imaginar, era que o genial Arnaldo Antunes havia feito parte da banda durante 10 anos! Coisa que só fui descobrir em 2006 (ano em que comecei a conhecer e a ficar fã de vez do rock nacional) quando meu primo me disse de seu período na banda, e me apresentou ao clássico “Cabeça Dinossauro”, pronto ali o octeto paulistano ganhava mais um fã de carteirinha e eu entendi porque muitos o consideravam um dos monstros sagrados do nosso rock.
E uma das coisas que me impressiona neles, e é meu primeiro argumento para defender a comemoração dos 30 anos, é a impressionante seqüência de grandes álbuns que a banda possui, aliás, uma tecla que bato em cima e sempre defendo é a de que um grande artista é aquele que possui grandes discos e não um apanhado de músicas, e isso é uma coisa que eles têm de sobra, é só pegar seu período de 86 a 97, e ver a impressionante quantidade de grandes trabalhos: “Cabeça Dinossauro” de 1986, “Jesus Não Dentes No País Dos Banguelas” de 87, “Go Back” de 88, “Õ Blésq Blom” de 89, “Tudo Ao Mesmo Tempo Agora” de 1991, “Titanomaquia”de 93, “Domingo” de 95 e por fim o grandioso e belo “Acústico MTV” de 97. Outro fator interessante, é que eles em parceria com o produtor musical Carlos Miranda, ao fundarem o selo Banguela Records, no início dos anos 90, revelaram um dos nomes mais bacanas do nosso rock: Raimundos. Mas digamos que isso seja um fator bônus que só aumenta mais, a minha defesa da celebração.
O segundo argumento é o de que o Titãs foi uma das pouquíssimas bandas que sacou que o clipe era mais que um formato de divulgação, e que se aliado a uma música de qualidade, poderia gerar uma grande obra prima, e isso eles começaram a sacar já no ótimo clipe de “Lugar Nenhum” isso já em 87 numa era pré-MTV, e quando ela chegou, como você bem frisou, eles a abraçaram e souberam dar o devido valor à ela, que ajudou muito na carreira de ambos, você deve se lembrar que este clipe aqui: https://www.youtube.com/watch?v=PkbCBfNVtic da excelente canção “Deus e o Diabo” foi o primeiro clipe exibido no primeiro Disk MTV, em 22 de outubro de 1990, dois dias depois da emissora ir ao ar! E em minhas andanças no Youtube achei o Rockstória de 91 que você cita no texto: https://www.youtube.com/watch?v=28T-25T942k e um momento histórico dos Titãs e dos Paralamas, no Hollywood Rock de 92: https://www.youtube.com/watch?v=VBo4XGSBCN8
Por fim meu último argumento é o de que uma banda, que foi e é uma das poucas, que conseguem aliar sucesso com qualidade, soube se reinventar durante vários discos e se reerguer diante de perdas significativas de membros, que no palco ainda mantêm aquele perfil de uma banda de rock em alto e bom som ( e pude comprovar isso em 2009, num show em Patos de Minas, na turnê do MTV Ao Vivo), que sempre ousou em suas letras, que nos fazem pensar, raciocinar, e descobrir novas histórias e idéias, ajudando e muito no nosso conhecimento, merece com todo louvor, comemorar os seus 30 anos, numa festa bem grandiosa e titânica!
Ps: Me desculpe por me alongar demais no meu comentário, mas falar de Titãs, mais comemoração de 30 anos, rock nacional, e filosofar sobre isso, é sempre um excelente exercício pra mente e a alma! Obrigado por proporcionar isso nesse post em especial!
Abraço!
Lucas Avila
6 março, 2012 as 11:29 pm
Olá, Zeca! Até o Império Romano já teve o seu apogeu. Tudo bem que estamos falando de bandas mas, nosso rei do rock’n roll (ai Zeca, você segurou a guitarra do Elvis!) trará sua banda para o Brasil. Gente, isso é fabuloso! Pense bem, Madonna está inteira, invicta! RPM, Capital Inicial, que eu adoro…Sem falar do SimplyRed…Adoro o Nick cantando aquela música “Mirror”. Para mim, todos são TITÃS! Cada um deles com seus poderes! Como Apolo de Belvedere!Vamos comemorar com eles! O máximo que vai acontecer é nos divertirmos muito e, no final, como sempre acontece, cantaremos até Superfantástico. Um beijo especial para minha amiga Simony!
6 março, 2012 as 9:43 pm
Zeca, que tal fazer uma lista dos livros que você acha que todos deveriam ler?