O artista em questão
Dias antes de a cerimônia do Oscar 2012 acontecer – cerimônia esta que deu o grande prêmio de melhor filme para “O artista” (sobre o qual quero falar aqui hoje) – os dois principais críticos de cinema do jornal “The New York Times”, Manhola Dargis e A.O. Scott, publicaram um saudável debate sobre a relevância de uma premiação tão distorcida – e, para muitos, até sem sentido – como essa. Sob o título de “Oscarmania e seus descontentes” , os dois não pouparam a Academia de Artes e Cinema nem os organizadores da festa – só reforçando, muito antes de a festa acontecer… Estavam, claro, cobertos de razão – como quem acompanhou o Oscar no último domingo há de concordar. Logo no início de seu argumento, porém, Scott espertamente apresenta uma contradição na própria discussão – esta que transcrevo abaixo, na minha tradução sempre apressada:
“A premiação da Academia parece exigir mais atenção a cada ano, e uma maneira de prestar atenção a isso é reclamar dela. O cinismo em torno do Oscar tornou-se sua própria forma de promoção, e eu me pergunto às vezes se tudo isso – as indicações, suas amplamente divulgadas mudanças de regras, sua triste transmissão e a infinita demanda da ‘temporada’ – é intencionalmente exasperador. Quanto mais criticamos, mais precisamos nos importar.”
É uma deliciosa contradição – que de certa maneira me remeteu até a alguns comentários sobre a comemoração da edição de número 2.000 do programa que apresento (“quanto mais criticamos, mais precisamos nos importar”…), mas eu divago. Odiar o Oscar, falar mal dele – como eu mesmo o fiz no post anterior – é uma forma de exaltação. E por mais que disfarcemos, a simples referência à festa é uma “bandeira” de como gostamos de falar sobre o assunto. Mas entre o mero exercício retórico (que ironicamente denota devoção) e a crítica sincera, existem inúmeras nuances – como o próprio diálogo dos críticos do “Times” deixa claro (vale mesmo a pena conferir o link acima, se você tiver tempo, e gostar do Oscar). Todas elas, no entanto, colaboram para que a gente desconfie da premiação como uma verdadeira bússola que aponta para o que está acontecendo de interessante no cinema. Eu diria até que é possível resumir todas as dúvidas que o Oscar desse ano trouxe numa única pergunta emblemática: “O artista” foi mesmo o melhor filme do último ano?
Antes de tentar encontrar propriamente uma resposta, queria citar um outro artigo interessante que li, também na temporada “pré-Oscar”. Foi publicado na revista “New York”, e assinado por Gavin Polone. Chama-se “A farsa do Oscar”. O trecho a seguir ilustra bem o tom da reclamação:
“No lugar de chamar o último prêmio concedido no Oscar como ‘Melhor Filme’, eles deveriam dar o título de ‘Filme Favorito de Cerca de 6.000 Eleitores da Academia’. Uma vez que a composição desse grupo – mais velhos, mais brancos, e mais masculino que o público de cinema, que é mais jovem e mais variado que o público americano – a competição entre ‘Forrest Gump’ e ‘Pulp fiction’, ‘Os infiltrados’ e ‘Pequena Miss Sunshine’, ‘Guerra ao terror’ e ‘Avatar’, ou ‘O discurso do rei’ e ‘A rede social’ – representam desfechos inevitáveis”.
Chover no molhado? Um pouco. Textos assim estão longe de serem encarados como novidades – muito menos protestos efetivos – nessa temporada de premiações. Mas Polone vai um pouco além nas suas provocações. Para reforçar a irrelevância da premiação, por exemplo, para a carreira de atores contemplados com a estatueta – e sua insignificância ainda maior no que diz respeito a retorno de bilheteria -, ele pergunta: “Se você estivesse financiando um drama estrelando um quarentão, você se sentiria mais confortável no seu investimento oferecendo o papel para Sean Penn ou Kevin Spacey, ambos vencedores de dois Oscars, ou para Will Smith ou Johnny Depp, que nunca ganharam nenhum?”. E termina com uma espécie de maldição: “Como com qualquer instituição cultural, quando o interesse e apoio dos jovens desaparece, é apenas uma questão de quando, e não de se, até que essa instituição se torne completamente irrelevante. Mal posso esperar”.
Bem, eu diria que premiando “O artista”, a Academia deu mais um passo rumo à obsolescência. Não que eu tenha detestado o vencedor. Achei-o tão interessante que fui conferi-lo duas vezes – uma em Londres, quando estive por lá logo no início do ano, e outra bem na semana do Carnaval (como já suspeitava que ele fosse ganhar o Oscar, fui assistir com mais atenção). Mas declarar que um “divertissement” como esse – uma deliciosa distração cinematográfica – seja o filme que será lembrado daqui a cinco, dez, vinte anos, como o melhor do ano de 2011 é, no mínimo, uma enorme distorção.
Eu sei, eu sei… Podemos dizer isso de praticamente qualquer ano das últimas, digamos, três décadas. A Academia parece se especializar mais e mais em premiar o bom comportamento do que a ousadia. “Coração valente”, “Conduzindo Miss Daisy”, “Crash”, “Dança com os lobos”, “O discurso do rei” – escolha sua década e certamente você vai encontrar um punhado de exemplos. Como Gavin Polone demonstra brilhantemente no seu artigo já citado, a exaltação do medíocre (segundo o dicionário Houaiss, aquilo que é “de qualidade média, comum, mediano, meão”) é tão comum, que eu me pergunto se ainda devemos nos “revoltar” com isso…
Ao ver a confirmação do prêmio maior para “O artista”, talvez por toda essa reflexão que venho fazendo nos últimos dias, resolvi relaxar. Não entrei “numas” de ficar indignado com a Academia, nem desejei – como Polone – que toda a instituição se destrua envenenada por sua própria irrelevância. Finda a noite – e que noite comprida! – eu simplesmente me despedi dos meus amigos que estavam acompanhando a cerimônia comigo e pensei: “mais do mesmo”… Cheguei a pensar e defender “O artista” diante de alguns que ainda tinham energia para expressar perplexidade diante do resultado, mas sem muita verve.
“O artista”, afinal, tem suas qualidades. Se o filme ganhou um prêmio de fato merecido, por exemplo, foi o de melhor ator – para Jean Dujardin, que parece que veio ao mundo para viver esse papel no cinema (não consigo imaginar um outro rosto que seja capaz de tantas expressões sem dizer uma palavra – Jack Nicholson talvez, mas eu divago, e já pela segunda vez…). A nostalgia que a produção evoca de um tempo onde o cinema realmente pautava o imaginário das pessoas – uma ambição que Hollywood, hoje em dia, só pode mesmo sentir saudades – é adorável. A façanha de contar uma história – e ainda sustentar nossa atenção – por mais de uma hora e meia sem diálogo é impressionante (não sou um expert em filmes mudos, mas tenho a impressão de que a maior parte dessas antigas produções não era de longas metragens – mas posso estar errado, se você tiver mais informações sobre isso, por favor me corrija). Gosto ainda do trabalho da outra atriz principal, Bérénice Bejo – que também parece ter um rosto esculpido para um filme nessa época. E não vamos nem falar do carisma de um certo “ator de quatro patas”, que, na festa do Oscar, era o único que parecia não estar se divertindo nem um pouco…
Listei todas essas qualidades para dizer que, se houver uma nova oportunidade, eu gostaria até de ver “O artista” um terceira vez. Porque ele é divertido. Porque ele passa rápido. Porque a gente sai da sessão e nem pensa muito sobre o que acabou de assistir. “O artista” é “legalzinho”. Mas não é o melhor filme de 2011 – muito menos uma produção digna de entrar no cânone do melhor cinema de todos os tempos. Sem querer parecer do contra, os filmes que realmente mexeram comigo, o fizeram de uma maneira tão perturbadora que eu nem tive necessidade – ou talvez a “coragem” – de vê-los novamente.
“Touro indomável”. “Apocalypse now”. “O segredo de Brokeback Mountain”. “Taxi driver”. “A primeira noite de um homem”. “Ponto final”. “A árvore da vida” (ok, este eu vi mais de uma vez – e até já contei sobre isso aqui -, mas você entendeu o que eu quero colocar). Nenhum desses filmes ganhou o Oscar de melhor filme. Mas acho que ninguém ousa discordar que, sem eles, a história do próprio cinema teria sido outra…
Que venha o Oscar 2013, então, com uma nova leva de indicações previsíveis – e premiações mais ainda. De coração, eu desejo que o “sucesso” de “O artista” inspire você a deixar a preguiça de lado e ir passar quase duas horas na companhia de um filme sem diálogos. Mas já que você saiu de casa, por que não aproveita e dá uma conferida também em “A separação”? Filme bom, para mim, é isso: tem um argumento universal (apesar de a história se passar no Irã); excelentes atuações (se um dia alguém me perguntar o que é a definição de uma boa atuação eu vou mostrar no meu “smartphone” a cena em que a empregada vai buscar o Corão – ou o Alcorão – para fazer um juramento); e tem um final que te convida a discutir o filme por horas e horas depois que você deixa a sala de cinema. Ah! E ele até ganhou um Oscar – o de melhor filme em língua estrangeira…
O refrão nosso de cada dia
“Spiteful intervention”, Of Montreal – saindo do forno, como diria minha avó… O novo álbum do mestre dos refrões descontruídos acaba de ser divulgado. Falo, claro, de Kevin Barnes, que atende pelo nome de Of Montreal, e se recusa a ser classificado em uma única categoria musical. Mais prolífero que Kanye West (!) ele vem com mais uma coletânea de absurdos em “Paralytic stalks” (o novo CD) – e parece ainda mais enlouquecido. Não conhece seu trabalho? “Spiteful intervention” é uma ótima introdução – quem sabe você descubra inclusive que, no meio dessa canção anárquica, existe até um refrão. E já que eu fiquei devendo uma indicação no post anterior, aqui vai uma dose dupla. Confira, dele também, “Heimdalsgate like a promethean curse”. E vamos cantar juntos: “C’mon chemicals!”…
2 abril, 2012 as 10:56 pm
O que eu quero comentar não tem nada a ver com o post a não ser a semelhança da atriz de ” O Artista” com a Teté da Programa Saia Justa da GNT, você não acha? bjus
31 março, 2012 as 6:41 pm
Oi Zeca tudo bem? Por favor publica isso, sei o quanto voce gosta da Gaga assim como nós.
Acaba de sair o vídeo do Flash Mob Lady Gaga Recife – Brazil
Os principais fã sites da cantora já falaram sobre o evento. Little Monster
Brasil, Lady Gaga 3d, Gaganews e entre outros.
Todas as informações necessárias estão no link abaixo:
https://www.rastag.com/2012/03/flash-mob-lady-gaga-recife-brazil.html
Após publicar, mande-nos o link da postagem.
5 março, 2012 as 9:50 am
Oi, Zeca
Tudo bem é final de domingo, amanhã você acorda cedo para trabalhar, mas temos um programa “Fantástico” para te mostrar!E aquele solzinho é tão convidativo… ( Estou me referindo a vinheta dos Gêmeos.)
Sabe, existem muitos trabalhos bons mundo afora que não são premiados ou não estão em destaque. E o mais importante mesmo é aprendermos a entender o que é legal e agradável (ou desagradável) para cada um de nós e não ficarmos tão presos ao julgamento externo. O fato do filme “Arvore da Vida” não ter ganhado “Oscar” não muda em nada a minha concepção sobre ele.
E por falar em árvore da vida encontrei uma (um quadro) na exposição “Índia” ontem no CCBB (em São Paulo). Adorei a exposição, tá muito bacana! Você tinha falado da passagem dela pelo Rio de Janeiro, agora tá em São Paulo e pelo que vi ontem tem bastante gente curtindo. Aliás, tem até sessão de cinema indiano. E como acabei “descobrindo” “Bollywoody” por intermédio deste blog, não pude deixar de pensar em você!
Minhas considerações sobre o que vi: É sensual, é exótica, é lúdica e tem um ladinho assustador…
Um abração e boa semana!
Resposta do Zeca – fa;a Cristiane! Meio fora do assunto, sim, mas eu também adorei a exposição do CCBB – que vi ainda no Rio! Queria até ter escrito sobre ela… Vou ver se ainda dá! Um abração!
4 março, 2012 as 10:42 pm
Zeca, vc vai entrevistar o Morrissey? Ah, como queria estar no seu lugar!!!! Boa sorte, tomara que consiga! (Mal posso esperar pela próxima sexta-feira!!!)
4 março, 2012 as 2:09 pm
De ante mão desculpa. O post é sobre cinema (oscar) e na verdade eu apareci aqui pra perguntar uma coisa.
Você conhece a banda FUN?? Conhece a música “We are young” com a participação da Janele Monaé??
Vim perguntar pra você porque foi nesse espaço que aprendi a conhecer novas bandas e musicas.
Obrigado pela atenção.
4 março, 2012 as 12:44 am
Hollywood sabe que o “cinema que concorre ao Oscar” está decadente, por isso que um filme saudosista como “O Artista” foi tão premiado. Tá!
3 março, 2012 as 9:42 pm
Oi Zeca!!
Bem, trata-se apenas de “curiosidades” sobre o cachorrinho da raça jack russel terrier, o Uggie, que roubou a cena em seu papel de coadjuvante no filme “O Artista”.
Na cerimônia do Globo de Ouro (15/01), Uggie apareceu de gravata borboleta no tapete vermelho, entrou no teatro e subiu no palco no momento de entrega do prêmio de Melhor Filme Comédia/Musical. Ele arrancou suspiros da plateia com suas piruetas. Confiante, calmo e exibido, o cão transparecia sua experiência: só em Hollywood, ele já atuou nos filmes ”Água para Elefantes”, ”Cãofusões” e ”Sr. Cupido”.
Mas, a nova celebridade animal foi premiada no dia 13/02, em Hollywood, com o 1º Troféu Coleira de Ouro, criado para homenagear o trabalho canino no cinema. Uggie, que já tinha sido indicado por ”Água para Elefantes”, desbancou a vilã Blackie (doberman, que atuou em ”A Invenção de Hugo Cabret”) e levou o prêmio por seu papel em “O Artista”.
Ah, o nome do prêmio não é simbólico não. Deve-se ao fato de a coleira ser confeccionada em ouro e cravejada com cristais Swarovski!!
https://www.portaldasnoticias.com/wp-content/uploads/2012/02/coleiradeoutoswa.jpg
Enfim, como o Oscar não contempla uma categoria que premie animais…
Bom domingo e um ótimo “Fant” 2001.
Um abração!!
Resposta do Zeca – fala Andréia! Sou totalmente a favor de um Oscar “animal”! Um abraço!
3 março, 2012 as 10:10 am
Oi, Zeca!
Sobre a edição de número 2000 do Fantástico, além da entrevista com Priscila Presley, outra coisa chamou bastante a minha atenção: a vinheta feita com lixo eletrônico (artista “Vik Muniz): algo perdido, desvalorizado transformado em uma coisa bacana. Valeu! Acompanhar as vinhetas do fantástico ao longo desses anos já é um Show. Um abraço!
Resposta do Zeca – fala Cristiane! Foi uma das minhas favoritas também – junto com a dos Gêmeos! Um abraço!
3 março, 2012 as 7:34 am
Ô Zeca, tudo bem ? Olha, isoo não tem nada a ver com o tema, mas eu preciso sabeeeerrrrrrr meu Deus do céu, ninguém fala mais naaaadaaa, ONDE FOI PARAR O CANTOR FAGNER ????
Só você, um belo jornalista, que sabe tudo da vida dos musicos, e ainda por cima da gigante Rede Globo, me pode dar uma resposta contundente !!
2 março, 2012 as 4:38 pm
Certamente e cada vez mais, Oscar não é direcionamento para conferir os melhroes filmes do ano. Pegando a lista completa, talvez 50% dos grandes vencedores de cada ano não se trata de filmes que realmente marcaram história por algum motivo além de ganhar a estatueta.
E não existe isso de pegar uma lista de vencedores e descobrir ali a história do cinema. Só o tempo diz o que premanece ou não, o que será influência ou não.
Mas de qualquer forma, nesse sentido, Cannes dá um banho em qualquer premiação. Inclusive, alguns desses injustiçados citados ganharam a Palma de Ouro, só conferir.
Sobre a duração dos filmes mudos, G.W Grifith, De Mille, entre outros faziam filmes inacabáveis. A galera surtou com o advento do corte.
E pra terminar, parabéns pela coluna e por todo trabalho!
2 março, 2012 as 3:44 pm
Zeca,
Concordo com tudo o que você escreveu. Conversando com uma amiga, eu questionava sobre a relevância do prêmio nos dias de hoje.
Eu cresci vendo alguns interessantes ganhando Oscar de melhor filme – Platoon, Rain Man, Silêncio dos Inocentes, Imperdoáveis, Titanic.
Até hoje esses que eu citei são referência. Não demora muito e você vê – até mesmo em outros filmes – trechos fazendo homenagens (ou piadas) deles por muito tempo.
E outros que pouca gente irá se lembrar, como o próprio Discurso do Rei, Guerra ao Terror (que eu adoro)…
Esqueci: PARABÉNS A VOCÊ E A EQUIPE PELOS 2000. VOCÊS SÃO FANTÁSTICOS!
Resposta do Zeca – fala Jean! Obrigado! E vamos pro Fant 2001! Um abração!
2 março, 2012 as 1:40 pm
Fala Zeca. Filmes muito mais pertinentes, como O Garoto da Bicileta, Melancolia, são simplesmente ignorados.
2 março, 2012 as 11:42 am
Zeca, bom dia!
Concordo plenamente com você com relação ao Oscar…pelo menos o ano passo passado teve Anne Hathaway na apresentação. Mas teve um ponto alto, apesar de previsível e em minha opinião merecido Mary Streep, sempre linda ainda mais com Collin Firth apresentando o premio.
Entretanto tenho uma reclamação, que como aqui enviarei a Academia: Como assim Harry Potter, não venceu nenhuma categoria. Tudo bem, eu sei que não é o melhor filme, melhores atores (com exceção de Emma Watson), contudo merecia pelo menos alguns prêmios técnicos. Mas é a Academia de Homens Velhos…fazer o que!!!
Um grande abraço.
Alisson Henrique – BH
2 março, 2012 as 11:34 am
Calma, Zeca, calma… eu sei, eu sei os caras são lerdos! Te entendo, é difícil, é muito difícil esperar! Veja só, depois de todos esses anos eles ainda estão na região da cabeça! Mais especificamente na fala: filme sobre a gagueira de um rei , cinema mudo, hum… seria essa uma tentativa da academia de mostrar que está de olho nas desigualdades? Não creio. Não, não creio!E como não sou especialista em premiação, então, alguém sabe dizer se pelo menos já passaram pelos filmes sobre audição e visão? É que tô aqui pensando que a demora para chegar às outras partes do corpo, as partes “progressistas” pode ser ainda maior… Vai ver é por isso que ignoraram “O segredo de Brokeback Mountain”!
eu volto… ainda nesta edição!
2 março, 2012 as 11:31 am
Na boa, adoro seus textos, mas esse não consegui terminar de ler. É praticamente uma heresia falar que o O Artista é apenas um bom filme. Não foi à toa que eles ganharam o Bafta, o Cézar, o Globo de Ouro… O filme é estupendo! E ao mesmo tempo é uma sacada maravilhosa do diretor.
Todo mundo sabe há anos que a Academia é antiquada, velha, e tudo mais. Mas ainda sim, e podem reclamar o quanto quiserem, este é o prêmio mais importante do cinema e até hoje não perdeu a sua credibilidade.
E sim, foi um erro não ter premiado o Touro Indomável ou o Scorcese quando deveriam, porque Os Infiltrados é muito, mais muito fraco mesmo. Mas será que a Academia errou tanto assim em suas escolhas durantes os anos? Vamos relembrar? A Lista de Schindler é ruim? Os Imperdóvaies não marcou uma geração? Beleza Americana não deixou ninguém de boca aberta? Onde os francos não tem vez não tem nenhum valor? O poderoso chefão? Esse nem precisa comentar, né?
E brother, este foi um dos poucos anos em que eu concordei com quase todos os prêmios. Ou vcs acham que o melhor filme deveria ser Hugo?? Hugo é ótimo, mas o Artista ganha.
Outra coisa, Hugo e o Artista são uma homenagem ao cinema e ao mesmo tempo propõem uma nova forma de fazer cinema. Será mesmo que a Academia errou tanto este ano em premiar esses dois filmes???
E para terminar, não venha me dizer que Crash é um filme comportado, porque infelizmente, eu não consigo concordar.
2 março, 2012 as 10:48 am
Provavelmente eu não postarei mais os meus comentários em seu blog amigo…
Não é nada pessoal, a questão é que reconheço as minhas limitações mediante a dinâmica de suas palavras, como também seu vasto conhecimento e a completude de seu raciocino o que me torna um pedante.
Porém existe dentro de mim uma acuidade enorme que me faz ir além das minhas fronteiras aonde alçando vôos que deslumbram o panorama abstrato do campo das idéias.
E acredite é imprescindível ter uma noção básica de todas as coisas, por mais complexas que estas o sejam.
Bom.
Como este advento “Oscar” consagra aos obcecados ou não pelas luzes da ribalta!
E como a minha praia é outra, deixa eu me despedir enquanto uso do meu exíguo e prosaico conhecimento que me torna por demais pedante.
*** *** ***
VOU ME EMBORA PRA GRAMADO
Vou me embora pra gramado
alegrar meu festival
vou curtir o meu sucesso
me achar fenomenal
vou dizer para eu mesmo
como é bom representar
e fazer minha epopéia
minha alma iluminar
vou dourar este meu ouro
explodir com meu amor
valorizar-me a cada ato
enaltecer a cada ator
e sentir-me realizado
tendo o meu ouro dourado
pois me vi tão consagrado
na cidade de gramado
2 março, 2012 as 9:01 am
Olha, eu acho que ainda se fazem excelentes filmes, mas com uma raridade cada vez maior. Sem querer ser nostálgico, mas se compararmos o cinema das décadas de 60 e 70 veremos que naquela época havia uma quantidade muito maior de filmes excelentes. Qual a chance de um filme como “Midnight Cowboy” ganhar um Oscar de melhor filme hoje? Acho que praticamente zero… Ou um filme “O Franco Atirador”? Com raras exceções acho que está havendo uma bestialização e infantilização do cinema. Perdoe-me quem gosta, eu respeito o gosto de cada um, mas essa saga Crepúsculo, por exemplo, eu acho uma merda. No entanto, é campeã de bilheteria… Acho que as pessoas querem ir ao cinema para se divertirem apenas e não mais para pensarem. Por exemplo, “O Segredo de Brokebak Mountain” foi muito superior ao filme que ganhou o Oscar daquele ano, se não me engano “Crash”. Mas eu sou otimista. Acho que o cinema nunca vai morrer e que estamos apenas passando por uma fase hedonista. O cinema profundo e reflexivo, que não significa filme chato e sem pé nem cabeça, vai ter sempre espaço. Infelizmente, os prdoutores preferem investir em filmes com retorno garantido, ou seja, filmes para crianças e adolescentes ou continuações infindáveis de Harry Poters e Crepúsculos da vida…
2 março, 2012 as 2:44 am
Zeca, você comentou sobre os descontentamentos do Oscar. Ai eu encontrei esse vídeo de um fã de Lady Gaga, revoltado com o Grammy. Não sei se vc já conhece, mas é bem divertido.
https://www.youtube.com/watch?v=IUv9gU7KuRQ
2 março, 2012 as 2:07 am
Caro Zeca, acho um absurdo um questionamento com relação ao filme “O Artista” ter sido premiado. Porém, concordo com o questionamento em relação a autopromação do Oscar destacada pelo Crítico da New York Times.
O Artista é um filme inquestionável e “Hours Concours” e ressalto que dentro de umas ações que a academia tem feito ultimamente o inclusive prejudicaram pois tiraram o prêmio de Melhor Fotografia deste filme premiando A invenção de Hugo Cabret por simples questão de política. A mesma política que tem levado a premiações quetsionáveis em que não se há mais um grande vencedor dentro do mesmo ano. Os prêmios tornaram-se divisíveis entre as grandes produtoras e os diretores para que ninguém se descontente. Não há razão inconcebível para não premiar um filme em que ao se olhar pela primeira vez, em spots ou teasers nos engane, remetendo-nos a época de 1920, isto é, quem olha a primeira vez para O Artista, realmente crê que se trata de um filme da época até encontrar atores como John Goodman e James Cromwell.
Por que se trata de Um Filme incomparável: Como você mesmo constatou traz uma magia e uma força de emoções sem precisar utilizar palavras, o que denota uma incrível dificuldade. Trata de um tema atemporal apesar de ser um filme épico, pois fala da degradação e reconquista a tudo que é inovador. Muito do que vivemos atualmente e é questionado justamente pela busca do Jovem pelo evolução tecnológica, em todas as áreas inclusive na cultura e na arte.
Não me entenda mal, possuo apenas 22 anos, não sou contra a inovação nem ao brilhantismo da genialidade através do árt noveau, entretanto quando existe uma obra em que se passa uma visão totalmente original de algo que já possui um valor inquestionável, ao meu ver merece muito mais consideração. A genialidade pura. Tal qual a atuação de Heath Ledger no papel de O Coringa. Única.
Ninguém mais fará um filme comparável a este. Pelo momento, pelo roteiro, pela criação. Lembra do Timing que você tanto citava? Vivemos em um mundo cada vez mais extravagante, quando a originalidade é retratada, ela nos preenche com esperança, com alegria. Acalma nossos corações. É o momento certo.
Não que A arvore da vida não seja um filme emocionante, ou merecedor. E me emociono com as produções de Terence Mallick e este filme tbm é sensacional. mas apenas um poderá ser vencedor por ano. Da mesma forma que Pulp Fiction e Forrest Gump são filmes geniais, o resto me limito a dizer que não se encontra no mesmo nível. Maior injustiça do Que Cisne Negro perder para O Discurso do Rei.
Agora relatarei as várias injustiças comentadas ou observadas nesta segunda crítica sua que surgiu como forma velada de resposta e sustentação da primeira apresentada:
Polone e os Atores. – Não é uma obrigação contratar um ator renomado para impulsionar um filme. George Clooney e Kevin Spacey são quarentões incomparáveis dentro da sua atuação e é o preço a se pagar, se você possui uma empresa contratará os melhores profissionais. Basta analisar atuações em Seven, K-Pax, Beleza Americana, L.A. Cidade Proibida, A corrente do Bem, Os homens que encaravam cabras, UmDrink no Inferno, E aí meu irmão cadê você, Solaris, Queime depois de ler, Boa noite e boa sorte. Eles sustentam filmes Incomparavelmente tem recursos em diferente papéis. Johnny Depp é tbm um ator fenomenal mas se deixa levar assim como Will Smith pelas filosofias próprias ficando assim difícil adaptar a atuação a filmes com características diferentes, Johnny procura sempre personagens introspectivos e misteriosos, Will extravagantes e explosivos. Atuações impecáveis tbm em Don Juan de Marco, Edward Mãos de Tesoura e Chocolate. Ali, Eu sou a Lenda e A procura da Felicidade. Existem enormes disparidades não justificadas e não é justo que Os 2 primeiros sejam questionados pela sua qualidade impecável. Messo sendo afeita por um crítico renomado. As vezes essas pessoas querem ir contra tudo que se há, apenas vender notícia, abafar!
Injustiças sinceras da academia: Octávia Spencer ganhar o prêmio de melhor atriz coadjuvante pelo simples fato de ser negra, focando o preconceito racial existente. A separação ganhar Melhor filme estrangeiro por ser do Irã, devido ao momento político internacional. Man on Muppets ganhar canção original pelo fato de ser um símbolo norte americano e não por ser melhor do Que a Canção dos Brasileiros Sérgio Mendes e Carlinhos Brown. Nunca se colocariam ao ponto de valorizar um país emergente a frente de suas próprias qualidades; Melhor documentário Undefeated e não Paradise Lost 3 Purgatory, pela comoção causada deste segundo que evidencia a falha no sistema jurídico norte americano. E Melhor Fotografia pela divisão que se ouve entre Hugo e o Artista em prêmios técnicos.
Espero que desta vez receba alguma resposta de sua parte. Abraço
2 março, 2012 as 1:44 am
Caro Zeca, acho um absurdo um questionamento com relação ao filme “O Artista” ter sido premiado. Porém, concordo com o questionamento em relação a autopromação do Oscar destacada pelo Crítico da New York Times.
O Artista é um filme inquestionável e “Hours Concours” e ressalto que dentro de umas ações que a academia tem feito ultimamente o inclusive prejudicaram pois tiraram o prêmio de Melhor Fotografia deste filme premiando A invenção de Hugo Cabret por simples questão de política. A mesma política que tem levado a premiações quetsionáveis em que não se há mais um grande vencedor dentro do mesmo ano. Os prêmios tornaram-se divisíveis entre as grandes produtoras e os diretores para que ninguém se descontente. Não há razão inconcebível para não premiar um filme em que ao se olhar pela primeira vez, em spots ou teasers nos engane, remetendo-nos a época de 1920, isto é, quem olha a primeira vez para O Artista, realmente crê que se trata de um filme da época até encontrar atores como John Goodman e James Cromwell.
Por que se trata de Um Filme incomparável: Como você mesmo constatou traz uma magia e uma força de emoções sem precisar utilizar palavras, o que denota uma incrível dificuldade. Trata de um tema atemporal apesar de ser um filme épico, pois fala da degradação e reconquista a tudo que é inovador. Muito do que vivemos atualmente e é questionado justamente pela busca do Jovem pelo evolução tecnológica, em todas as áreas inclusive na cultura e na arte.
Não me entenda mal, possuo apenas 22 anos, não sou contra a inovação nem ao brilhantismo da genialidade através do árt noveau, entretanto quando existe uma obra em que se passa uma visão totalmente original de algo que já possui um valor inquestionável, ao meu ver merece muito mais consideração. A genialidade pura. Tal qual a atuação de Heath Ledger no papel de O Coringa. Única.
Ninguém mais fará um filme comparável a este. Pelo momento, pelo roteiro, pela criação. Lembra do Timing que você tanto citava? Vivemos em um mundo cada vez mais extravagante, quando a originalidade é retratada, ela nos preenche com esperança, com alegria. Acalma nossos corações. É o momento certo.
Não que A arvore da vida não seja um filme emocionante, ou merecedor. E me emociono com as produções de Terence Mallick e este filme tbm é sensacional. mas apenas um poderá ser vencedor por ano. Da mesma forma que Pulp Fiction e Forrest Gump são filmes geniais, o resto me limito a dizer que não se encontra no mesmo nível. Maior injustiça do Que Cisne Negro perder para O Discurso do Rei.
Agora relatarei as várias injustiças comentadas ou observadas nesta segunda crítica sua que surgiu como forma velada de resposta e sustentação da primeira apresentada:
Polone e os Atores. – Não é uma obrigação contratar um ator renomado para impulsionar um filme. George Clooney e Kevin Spacey são quarentões incomparáveis dentro da sua atuação e é o preço a se pagar, se você possui uma empresa contratará os melhores profissionais. Basta analisar atuações em Seven, K-Pax, Beleza Americana, L.A. Cidade Proibida, A corrente do Bem, Os homens que encaravam cabras, UmDrink no Inferno, E aí meu irmão cadê você, Solaris, Queime depois de ler, Boa noite e boa sorte. Eles sustentam filmes Incomparavelmente tem recursos em diferente papéis. Johnny Depp é tbm um ator fenomenal mas se deixa levar assim como Will Smith pelas filosofias próprias ficando assim difícil adaptar a atuação a filmes com características diferentes, Johnny procura sempre personagens introspectivos e misteriosos, Will extravagantes e explosivos. Atuações impecáveis tbm em Don Juan de Marco, Edward Mãos de Tesoura e Chocolate. Ali, Eu sou a Lenda e A procura da Felicidade. Existem enormes disparidades não justificadas e não é justo que Os 2 primeiros sejam questionados pela sua qualidade impecável. Messo sendo afeita por um crítico renomado. As vezes essas pessoas querem ir contra tudo que se há, apenas vender notícia, abafar!
Injustiças sinceras da academia: Octávia Spencer ganhar o prêmio de melhor atriz coadjuvante pelo simples fato de ser negra, focando o preconceito racial existente. A separação ganhar Melhor filme estrangeiro por ser do Irã, devido ao momento político internacional. Man on Muppets ganhar canção original pelo fato de ser um símbolo norte americano e não por ser melhor do Que a Canção dos Brasileiros Sérgio Mendes e Carlinhos Brown. Nunca se colocariam ao ponto de valorizar um país emergente a frente de suas próprias qualidades; Melhor documentário Undefeated e não Paradise Lost 3 Purgatory, pela comoção causada deste segundo que evidencia a falha no sistema jurídico norte americano. E Melhor Fotografia pela divisão que se ouve entre Hugo e o Artista em prêmios técnicos.
Espero que desta vez receba alguma resposta Zeca. Abraço