‘Presidente Bosta, pra você!’
Como você sabe muito bem, este blog não endossa palavrões. Porém, para discutir o assunto que eu proponho hoje, acho que vou ter de abrir uma exceção… Isso porque, na terça-feira passada, ao assistir a mais um capítulo da novela “Passione”, deparei-me com uma nova “troca de gentilezas” entre os personagens Mauro Santarém (vivido por Rodrigo Lombardi) e Saulo Gouveia (Werner Schünemann). Para quem não está acompanhando, os dois vivem um atrito que – aparentemente – vem desde a adolescência, quando, criado junto com a poderosa família Gouveia, o filho do chofer da casa (Mauro) foi aos poucos conquistando a simpatia e a confiança do patrão Eugenio Gouveia, até assumir a presidência da metalúrgica da família. Saulo, claro, como filho mais velho do clã, sente que foi passado para trás e, apesar de continuar como diretor da empresa, trava uma batalha incansável para ficar no lugar de Mauro. Batalha essa, que inclui chamar o presidente da empresa de “bosta”.
A frase do título de hoje foi tirada de um desses diálogos entre Mauro e Saulo. Com a matriarca da família, Bete Gouveia (Fernanda Montenegro) ausente por motivos de viagem, Mauro pede para Saulo assinar um documento. Este, por sua vez, coloca obstáculos para a assinatura, e, com isso, uma discussão corriqueira logo fica acalorada – até que Saulo chama Mauro de “bosta”. Ao que ele responde, com ironia: “Presidente Bosta, pra você!”.
Não foi a primeira vez que ouvi um palavrão nesta novela. De alguma maneira, porém, desta vez a linguagem pesada me chamou a atenção. Ela não estava sendo usada de maneira gratuita – pelo menos não me pareceu (e, conhecendo o trabalho de Sílvio de Abreu como conheço, duvido que ele seria capaz de escrever uma cena dessa de maneira inconsequente). Mas admito que fiquei ligeiramente inquieto com a cena.
Ali mesmo, enquanto o resto do capítulo rolava, lembrei-me da primeira vez em que ouvi um palavrão numa novela. Ou pelo menos da primeira vez que eu acho que ouvi um palavrão numa novela. É um registro bem antigo – e, por favor, se você é um “novelólogo” mais dedicado que eu (o que não é difícil, pois apesar de fã incondicional do gênero, não estou nem perto de ser um estudioso dele), corrija-me se eu estiver errado. Na verdade, pelo que me lembro da discussão na época – era o início dos anos 70, tempos de uma enorme repressão em todas as formas de expressão (quanto mais na TV!) -, esse foi o primeiro palavrão dito numa telenovela…
O mais curioso é que lembro muito pouco da trama da própria novela – eu devia ter uns dez anos de idade, mais ou menos, quando a acompanhava. Mas registrei o tal palavrão… O nome da novela é “Vitória Bonelli”, exibida entre o final de 1972 e a primeira metade de 1973 pela extinta TV Tupi. A atriz que vivia o papel principal da novela – o de uma mãe meio desligada do mundo (tenho uma vago registro de ela estar sempre usando preto, como se vivesse num luto permanente), tentando resolver (ou, em muitos casos, complicar) os problemas de seus quatro filhos – era Berta Zemel, um nome do qual eu já havia me esquecido (mas que, graças à wikipédia , eu pude descobrir que ainda está na ativa, fazendo filmes, como “A casa de Alice”, e eventuais novelas).
A cena forte onde foi dito então o palavrão – algo talvez até corriqueiro demais nos dias de hoje (mais sobre isso daqui a pouco), mas que era impensável naqueles tempos de censura – era uma discussão entre Vitória e um de seus filhos (que poderia até, ironicamente, ser Tony Ramos – o Totó de “Passione” -, que interpretava um deles, mas não posso afirmar com certeza…). Nessa briga que acontecia num jardim – que, sempre pedindo desculpas pela memória claudicante -, o tal filho de Vitória havia subido numa enorme escultura de madeira que ficava ao ar livre (se não me engano, o que é provável, essa obra de arte existia mesmo e ficava na frente de uma casa enorme localizada perto do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, sede do governo paulista… mas eu divago…).
A certa altura da discussão, a mãe já desesperada ordenava que o filho descesse de lá, se não… Se não, ela lhe daria um tapa na “bunda”. Isso mesmo, “um tapa na bunda”! Sei que hoje, considerar “bunda” como palavrão – pesado ou não – parece de uma ingenuidade absurda. Mas, insisto, eram o início dos anos 70 – a gente mal falava uma coisa dessas em casa, que dirá ouvir uma “indecência” desse nível em plena televisão?
Não vou ser hipócrita… A gente falava essas coisas em casa sim – e quem não falava? Se não na frente dos pais – pois sabíamos bem o peso das consequências de tal blasfêmia -, com certeza na escola, onde a “grande malandragem” era ser capaz de colocar o maior número de palavrões por frase possível (algo que, desconfio, não mudou muito até hoje, a não ser pela possibilidade de, agora, você poder enviar as mesmas frases, com os mesmo palavrões “malandros” numa mensagem de texto para seu colega do outro lado da sala, durante a aula de trigonometria…). Mas acho que dá para você entender – mesmo que, como vários que frequentam este espaço, você não tenha sequer vivido aquela época – que o abismo entre o frisson de ouvir de um amigo no colégio dizer “bunda” e escutar aquilo numa novela junto com a sua família era enorme!
(Um último aviso antes de continuarmos: pode ser que Vitória Bonelli nunca tenha mesmo dito esse palavrão – e que isso tenha sido um rumor da minha infância que eu estou transformando em fato. Mesmo assim, acho que você vai me perdoar como usar a história para abrir a seguinte discussão…).
Mas e hoje? O que significa estar sentado com a família, numa novela de horário nobre, e ouvir não só “bunda”, como “bosta, “viado” e possivelmente outras dessas que um dia já foram chamadas “palavras de baixo calão” (sempre tentei imaginar qual seria as “de alto calão”…)? A minha desconfortável reação ao ter assistido o capítulo de “Passione” na última terça-feira pegou a mim mesmo de surpresa! Afinal, vivemos num mundo tão “liberal”, onde tudo pode, onde a gente já viu tanta coisa, que um palavrão a mais, um palavrão a menos na televisão… será que faz tanta diferença assim?
É sobre isso que gostaria de ouvir sua opinião hoje – e ao longo do fim-de-semana. Veja bem: a intenção aqui não é condenar a novela, muito menos seu autor – que, mesmo sem ter conversado com ele a respeito disso, tenho certeza, tem menos a intenção de chocar o telespectador, do que a de aproximar a história do cotidiano do seu público. O que queria propor, como sempre, é um debate um pouco mais elevado – ainda que a gente vá discutir “palavrões”…
Não vai ser fácil – já antecipo! A relação de boa parte da audiência com o que ela assiste, é sempre tortuosa e complicada – ainda mais quando se trata de TV aberta. E isso não é só no Brasil… Você se lembra, por exemplo, quando, numa performance ao vivo, em 2004, durante o intervalo do “Super Bowl” americano (um dos eventos de maior audiência na televisão nos Estados Unidos), Justin Timberlake arrancava uma parte da roupa de Janet Jackson e mostrava, por magros segundos, alguns centímetros do seio esquerdo da cantora? Lembra-se? E lembra-se também do “escândalo” veio em seguida? (Por conta disso, vários eventos televisivos da TV de lá passaram a ser exibidos “ao vivo”, com um pequeno “atraso” de alguns segundos, para evitar novos “escândalos”…).
A carreira de ambos ficou levemente abalada – e eles tiveram que sair com a “desculpa oficial” de que houve uma “disfunção de guarda-roupa” (traduzindo literalmente a expressão que eles usaram, “wardrobe malfunction”) para que eles não fossem queimados em praça pública pelo público médio americano, sempre tão “puritano” – o mesmo público que tem, entre seus sites favoritos no seu desktop (ou mesmo no seu iPhone) uma boa meia-dúzia de sites de pornografia… E que, nos canais de TV a cabo (que, como são pagos, está implícito que a pessoa optou em aceitar qualquer coisa que deles vier), assiste a qualquer “baixaria”, sem pestanejar…
Ainda falando da TV americana, simples palavrões – que equivalem ao “bosta” de “Passione” – não são admitidos em TV aberta, mas liberados à vontade no cabo… Será que essa distinção deveria mesmo existir – sobretudo num país onde o acesso à TV por assinatura está muito próximo dos 100%? E no Brasil, quais os limites que a TV pode chegar? A questão, como já adiantei, é complexa. Mas quero ouvir sua opinião!
Porém – e peço isso mais em atenção àqueles que querem participar de uma discussão sem preconceitos -, se o máximo que você puder contribuir é com aquele discurso moralista na linha “a TV nunca mostrou tanta baixaria”, ou “não se faz mais TV como antigamente”, pode economizar seus dedos na digitação de um comentário… Estou partindo do princípio que podemos ter aqui um debate mais interessante do que isso – adulto talvez (e isso, como você sabe bem, não tem a ver com a idade de quem escreve…).
Estou interessado em saber qual o limite da sua flexibilidade para encarar autores ousados e contemporâneos como Sílvio de Abreu – e sua novelas que, para o bem do futuro do gênero, sempre tentam dar um passo além. Fico curioso para saber sobre o quanto você se sente ofendido (ou ofendida) – ou não – com a inclusão de um palavrão num diálogo cotidiano de novela. Especialmente numa que propõe a discussão de temas tão modernos como – entre tantos, vou puxar um desta semana – o aborto.
Para dar um modesto pontapé inicial, apesar de já ter assinalado minha inquietação quando ouvi a discussão entre Mauro e Saulo, acho que enquanto os palavrões forem dirigidos entre os personagens (e esses palavrões não desviarem muito daquele que se ouve hoje numa mesa de jantar da família brasileira, sem grandes chiliques), tudo fica dentro de uma certa tolerância. A partir do momento em que os palavrões passam a ser dirigidos para o telespectador, aí acho que a reação pode ser diferente. E, claro, não estou falando apenas da suposta ofensa verbal: existem vários outros “insultos indiretos” – como a nudez fácil (para não dizer misógina) como atração apelativa para oferecer uma válvula de escape à libido reprimida de parte do público.
Mas antes que eu divague demais (como é de hábito…), deixe-me lançar logo a pergunta: até onde vai sua tolerância com o palavrão na TV aberta?
6 dezembro, 2010 as 1:43 pm
Estou indignada com a reviravolta que a novela passione deu.não gostei da clara ser má novamente pois estava torsendo pra ela ficar com totó.achei uma brincadeira de péssimo gosto do autor ter feito os telespectadores acreditarem que clara tinha mudado.e agora?será que ele não pensou na personagem irmã de clara?só falta agora o silvio terminar com o romance de felicia e gerson pra ela volte pra totó,fazer diana morrer pra que melina termine com mauro,fazer com bete golveia seja o pivô da separação de olavo e clotilde,fazendo a mesma terminar com fortunato,fazer com que a avó de clara consiga tranformar keli em prostituta assim como fez com ela…..e assim termos o pior fim de novela de todos os tempos.as pessoas querem finais felizes,acreditar que pessoas ruins como clara possam mudar e se tranformar em pessoas boas,porque novela é novela e vida real é vida real.me desculpa silvio,mas eu acho que voce precisa se aposentar.
4 agosto, 2010 as 10:25 am
adoro esta novela so fiquei com dó de totó pq ele foi queimado por um fogo que ela fes para se vingar dele eu acho que no final desta novela quiara vai se arrepender de tudo o que ela fez totó passar
20 julho, 2010 as 4:20 pm
Olá Zeca,
Mesmo achando que você não lê metade desses comentários, vou deixar aqui a minha opinião.
Acredito que a palavra “bosta” não seja palavrão e, ao meu ver, não foi tão impressionante assim nessa novela visto que os personagens já trocam farpas a troco de nada (Saulo já chamou Mauro de narigudo, quem pegaria uma característica física de um ator e colocaria no texto??).
Você comentou do seu primeiro “palavrão” numa novela, então vou citar quando eu escutei o meu: foi na novela “Páginas da Vida” em que, no primeiro capítulo, a personagem de Lília Cabral manda a da Regina Duarte ir à “merda” após uma briga de trânsito (acho eu que foi uma briga de trânsito, pois só me lembro dos carros e da Lília mandando um dedo do meio pra Regina. Normal…).
Após esse episódio, houve uma grande repercussão da mídia em cima de Manoel Carlos e nunca mais vi, durante a novela, qualquer outra atitude que pudesse ser “repulsiva” dessa maneira. Que eu me lembre.
Acho que já passou da hora de introduzirmos a linguagem “populesca” aos folhetins. Concorda? Mesmo que tenha de vez em quando um “palavrão” ou um palavrão. Assim como o beijo gay, mas ai é outra história…
Dica: Quer sentir um palavrão mesmo em uma história? Leia “O Seminarista” de Rubem Fonseca. Aí sim, você vai ver o que é palavrão! =]
25 junho, 2010 as 1:37 am
Creio que foi uma ideia infeliz do autor da novela, pois mesmo involuntariamente, as telenovelas acabam contribuindo para a formação de crianças e adolescentes e principalmente a globo, por sua influência, deveria pender para um lado mais construtivo. Seria hipocrisia da minha parte, dizer que não gosto de palavrões e que nunca os usei, mas sei quando e onde posso usá-los, mas uma criança ainda não tem essa capacidade de distinção e vai gravar a palavra imprópria para a sua idade.
23 junho, 2010 as 1:14 am
O desnível entre o que se fala na hora do jantar em minha casa e o que eu falo com meus amigos é tão grande, que eu, adepto ao uso do palavrão em substituição ao uso de vírgulas, fiquei desconcertado ao ouvir a tal \"merda\" na novela. Tenho 14 anos, realmente uso palavrões e antes mesmo de ler este post, parei uma ou duas vezes pra pensar o porquê de eu tanto ter me surpreendido com o uso da tal palavra proibída que em nada me surpreenderia se vindo do presidente da república. Talvez seja pela minha idade, ou quem sabe pela tão grande importância dada ao \"uso de um vocabulário refinado\" aqui em casa, eu definitivamente não vejo problema algum em se usar palavrões contanto que não em vão. Por mim tudo bem, é só lembrar do anúncio de cerveja \"Use com moderação\".
Abraço
22 junho, 2010 as 5:38 pm
Fala Zeca, tudo certinho ?
Não vejo nada contra ao uso de palavrões na TV desde que não seja empregado de forma ofensiva e nem de forma apelativa. Eu procuro não falar palavrões, mas tem horas que não dá para se controlar, pois ninguém é de ferro !!!
Abração,
Renato Reis
22 junho, 2010 as 3:53 pm
Me desculpe, mas “bosta” é palavrão?
22 junho, 2010 as 3:51 pm
Acredito que ainda exista uma parcela considerável que fazem uso da hipocrísia e se dizem ofendidos quanto ver e ouvem aquilo que acham uma afronta para a sociedade…Do alto dos seus “puritanismos” se acham melhores e até eu diría beatificados,por se considerarem seres superiores??Mais o que se percebe na essência que isso tudo é a mescla de falso moralismo/hipocrísia arraigados,que credita no veículo/pessoa que falou tudo aquilo que nos meandros do cotidiano eles também o fazem…Mais em relação a pergunta sou tolerante sim com o que é falado nas programações,até porque essa não é a intenção do entretenimento televisivo levar pras telas aquilo que é pop…popular…E é isso que que a TV faz,ou tenta fazer,ainda enquanto aberta…Ser o mais popular possível…
22 junho, 2010 as 2:50 pm
“A vida imita a arte”. Sempre ouvi essa frase em qualquer emissora quando a palavras novela ou teatro eram citadas. Não assisto novela com frequência a ponto de picar cartão, mas assisto alguns dias como a maioria dos brasileiros. O dia “da bosta” eu assisti, gostei e sorri pela cena e a “ousadia” do autor. Ousadia porque não é comum ouvirmos palavras como essa (a não ser programas que só existem em função disso), mas quem é o anormal que nunca disse um palavrão na vida? Até a Sandy disse palavrão e se caso esteja errado me reprima por favor! Aquele “bosta” foi do fundo do coração do cara, por todos os sentimentos que ele está nutrindo e digo que o “bosta” foi mínimo, eu por exemplo já teria pelo menos pensado em palavrões muito piores. “Bunda” pode se mostrar, mas não falar? Porquê? Zeca, nesse Brasil existem muitas pessoas abertas a mudanças com percepções diferentes daquelas que se sintam lesadas por comentários de telenovela. Adoro teatro pois lá sinto uma liberdade bem maior, onde os atores são mais vivos e condizem com o meu cotidiano. Ouço palavrões por onde eu vou, de qualquer pessoa sem distinção de classe social ou etnia, em qualquer idioma; então porque camuflar algo tão comum? Gozado, em filmes nacionais e internacionais o palavrão corre solto e ninguém diz nada e muito pelo contrário eles abarrotam as salas de cinemas. Imagine o que o Zé Pequeno falaria se o filme fosse uma novela? “Dadinho não poxa! Meu nome é Zé Pequeno, ok?” ou “Aperte o gatilho então, soldado!” em uma cena do Tropa de Elite. Deu pra imaginar o impacto? Pelo menos para imitar a vida, a arte tem que se aproximar um pouco mais dela e vestir-se por completo e sem frescuras. Gostei do seu post como sempre e obrigado por levantar um assunto tão importante. Tal assunto só poderia terminar com tantos comentários, por isso parabéns. Gostei da sugestão dos livros também, já estou adquirindo-os. Um abraço.
22 junho, 2010 as 1:04 pm
Querido Zeca,
Primeiramente quero ressaltar que sou sua fã!
Nem sempre tenho tempo pra ler o que vc escreve, mas quando consigo… Divago!!!! rs rs rs
Bom, falando sobre o assunto preposto, admito que falo palavrões muito mais do que o necessário (se é que existe essa necessidade?) mas não concordo, não acho bonito, tão pouco construtivo sob qualquer aspecto. Também não acho que criticar seja hipocrisia, desde que o objetivo seja construir, somar.
Não concordo que as telenovelas devam transmitir a realidade para a população, ou pior, que deve fazer parte da construção da educação e personalidade de um cidadão, seja ele ainda criança ou não. Acho que os programas de tv devem ser sempre adequados independente da época em que vivemos. Por que não banalizarmos então o bom português?Correto? Culto? Para que no futuro tenhamos pessoas mais interessantes. Talvez se banalizarmos o Latim, não seremos obrigados a escutar esses funks medonhos e constrangedores.
Como alguém comentou no post, tudo tem sua hora e seu lugar. Se eu quero assistir sobre um determinado assunto, que a programação seja direcionada a este, assim não terei surpresas, e poderei colocar novamente a TV na sala para assistir com qualquer pessoa.
É uma questão de EDUCAÇÃO e não de moralidade!
Um grande abraço!
22 junho, 2010 as 12:31 pm
o palavrão, hoje, está muito mais na intenção do que na palavra.
é hipocrisia filtrar seu vocabulário com base no que a sociedade diz serem ou não palavrões (a língua é mutável, tudo isso muda com o tempo).
usar algumas dessas palavras na linguagem corriqueira pode soar muito natural. já usar a palavra “idiota”, por exemplo, em tom de ofensa e dirigida a alguém pode ser uma ofensa enorme.
22 junho, 2010 as 10:03 am
Eu acho o falso moralismo, mantido por grande parte das pessoas, muito engraçado.
Todos chingam, todos pensam em palavrão, sexo, etc. Falar “eu não gosto de palavrão” ou “eu não falo palavrão” chega a soar estranho. É da natureza do homem expressar as emoções… até hoje eu nunca vi alguém realmente contando até 10 quando se irrita.
É proibitivo falar palavrão na TV, porém é normal e aceitável nos shows, publicações, expressões culturais? A letra do funk pode mas a novela não?
Pra mim não passa de uma grande piada, de mau gosto.
22 junho, 2010 as 9:46 am
Hoje li seu matéria e, posso dizer, combinou perfeitamente com a entrevista do técnico Dunga no domingo.
Primeiro vou falar do palavrão: eu pessoalmente não falo e não gosto que falem, acho feio e tento corrigir minha família pois todos temos educação (leia-se aqui família, criação, bons modos, dedicação…) e podemos sobreviver sem usar palavrões que podem, ou não, agredir quem nos ouve. Quanto o uso na novela tbm acredito que foi usado para chamar atenção e demonstrar toda grosseria, despeito e descontrole do Saulo.
Agora inevitável não falar do Dunga… que coisa feia!! Afinal ele está ali representando nosso país!
O que aconteceria com um diretor da BP (empresa “responsável” pelo vazamento de óleo no Golfo do México) se ele, que tem sua empresa atacada diariamente pela mídia, empresas e governos resolvesse soltar palavrões durante uma entrevista? Ele está ali não como o cidadão Fulano de Tal, e sim como representante de uma entidade e, em momento algum, pode desreitar as pessoas que o querem ouvir.
Ou seja, NOTA ZERO para o Dunga e sua falta de respeito e malcriação!! Já a novela faz o seu papel de entretenimento e abrir nossos olhos e mentes para aquilo que acontece diariamente em nossos lares, empregos e meios sociais.
22 junho, 2010 as 9:29 am
Sr. Zeca,
\"Moralistas\" (Sistema filosófico que defende a primazia exclusiva da moral.
Excesso de preocupação com questões de moral, tendendo para a intolerância e o preconceito; puritanismo),como se pode ver a palavra \"Moralista\"tem o significado também de defesa da primazia exclusiva da moral, além da intolerância e preconceito como por muitas vezes tem sido empregado como a segunda opção.
Os adeptos ao liberalismo usam esse termo \"moralista\" de uma forma pejorativa contra os que defendem a moral( excluo aqui os que enquadram na segunda opção do termo moralista), porém, eles próprios usam da intolerância contra quem não é adepto da filosofia do liberalismo.
Agora me questiono: Acredito que os mais antigos estavam errado quando nos educavam a procurar ter uma vida digna,
vivendo uma vida com \"MORAL, ÉTICA, DECÊNCIA e PUDOR\".
Seguindo a proposta do debate, o problema maior não é só o que se diz mas como e com que intensidade se diz, ex:
\"Bunda\", a pessoa pode mencionar essa palavra e ela não terá uma conotação pejorativa, como no seu exemplo quando a mãe diz:\"Vou te dar um tapa na \"bunda\"!
Agora imagina se eu disser: Você é um \"Bunda Mole\".
Aqui se trata de uma ofensa, agressão verbal como na novela, então torna -se algo impróprio para se passar em um canal de televisão do porte da globo ou de qualquer outra, tendo em vista que como já dito e infelizmente é real a televisão muitas vezes forma \"caráter não só de uma pessoa mas de uma nação\". Forte isso não? bem moralista não é?chega até ser ridículo.
Bom não posso deixar de usar os termos que você no texto acima discretamente censurou:\" a TV nunca mostrou tanta baixaria\" e \"não se faz mais TV como antigamente\".
Abraço, sucesso e Paz!
22 junho, 2010 as 9:27 am
Sr. Zeca,
“Moralistas” (Sistema filosófico que defende a primazia exclusiva da moral.
Excesso de preocupação com questões de moral, tendendo para a intolerância e o preconceito; puritanismo),como se pode ver a palavra “Moralista”tem o significado também de defesa da primazia exclusiva da moral, além da intolerância e preconceito como por muitas vezes tem sido empregado como a segunda opção.
Os adeptos ao liberalismo usam esse termo “moralista” de uma forma pejorativa contra os que defendem a moral( excluo aqui os que enquadram na segunda opção do termo moralista), porém, eles próprios usam da intolerância contra quem não é adepto da filosofia do liberalismo.
Agora me questiono: Acredito que os mais antigos estavam errado quando nos educavam a procurar ter uma vida digna,
vivendo uma vida com “MORAL, ÉTICA, DECÊNCIA e PUDOR”.
Seguindo a proposta do debate, o problema maior não é só o que se diz mas como e com que intensidade se diz, ex:
“Bunda”, a pessoa pode mencionar essa palavra e ela não terá uma conotação pejorativa, como no seu exemplo quando a mãe diz:”Vou te dar um tapa na “bunda”!
Agora imagina se eu disser: Você é um “Bunda Mole”.
Aqui se trata de uma ofensa, agressão verbal como na novela, então torna -se algo impróprio para se passar em um canal de televisão do porte da globo ou de qualquer outra, tendo em vista que como já dito e infelizmente é real a televisão muitas vezes forma “caráter não só de uma pessoa mas de uma nação”. Forte isso não? bem moralista não é?chega até ser ridículo.
Bom não posso deixar de usar os termos que você no texto acima discretamente censurou:” a TV nunca mostrou tanta baixaria” e “não se faz mais TV como antigamente”.
Abraço, sucesso e Paz!
22 junho, 2010 as 8:31 am
Sendo sincero não li todos os comentários mas,segue minha opinião. Acho que nenhum tipo de palavrão ofende desde que seja usado apropriadamente. Em filmes estamos acostumados a ver um persogem que perdeu e familia a casa e o emprego declamar ao banidido “seu bastardo” quando sabemos que nessa situação chingariamos até a 10° geração da familia dele. Em versões originais de filmes e seriados estrangeiros que passam em horarios nobres como nossas novelas isso é comum (sh*, moth** fuck**, sun of a b**** e assim vai) por que no brasil não podemos. Lógico que como tudo na vida com moderação, não preciso ver uma personagem falar um palavrão atoa só por falar, como numa conversa entre amigos num mesa de bar…Quanto a questões polemicas como pedofilia e abortos novamente, não sendo gratuito e sem propsito, banalizando o tema, é muito valido, já que muitas vezes é o melhor jeito de chegar ao conhecimento de todos, ja que brasileiro prefere discutir sobre novela e futibol do que sobre as baixarias do congresso nacional.
22 junho, 2010 as 5:13 am
Não me preocupo com palavrões desde que usados com alguma intenção que os caiba.
Não vi o capítulo da novela (em verdade não costumo assisti-las todas), mas pelo que entendi é que o “bosta” foi como intuito de humilhar a outra personagem.
Há alguma outra forma de dizer o que queria ser dito para que os que assistem assimilem o real sentido intencional da personagem? Creio que não. Tudo tem o seu lugar e sua hora, incluindo os palavrões.
Palavrões serem usados gratuitamente (assim como uso muitas vezes em roda de amigos), não seria interessante em meio aberto como uma novela de TV, apesar de que se surgisse, não me faria mal. Entendo que minha forma de ver e lidar com isso não seja padrão, e mesmo que fosse, não seria algo unânime. Evitar a banalização e o constrangimento de quem não concorda com o meu/seu/nosso pensamento seria de bom grado, principalmente no caso da TV aberta. Porém, creio que neste caso específico o diálogo entre as personagens perderia a força necessária e desejada.
No caso de TV privada, o sujeito procura e paga o canal desejado sabendo o conteúdo que nele é exibido, sendo assim: “viu porque quis”.
Não gosto da hipocrisia que os brasileiros e os americanos têm em comum, que praguejam e xingam, seja na frente de adultos ou crianças, mas que não suporta quando outros fazem o mesmo. Se a lei da ‘moral e dos bons costumes’ é a regra vigente para alguns, então que seja de qualquer forma e em quaisquer circunstâncias. Não admito exceções morais.
Um abraço e até mais.
22 junho, 2010 as 12:38 am
Não considero palavras como “bosta” e “viado” como palavrões, são mais gírias pela frequência com que são utilizados, além do mais, mesmo que fosse um palavrão um pouco mais pesado, seria hipocrisia dizer que nunca se ouve uma palavra como esta no cotidiano, é só alguém tropeçar na rua que se ouve uma lista repleta de palavrões.
21 junho, 2010 as 7:37 pm
Não sei se diria que é meramente uma questão cultural… Particularmente, não gosto de palavrões. E salvo em alguma piada, contada em em roda restrita, posso dizer que não os uso.
Reconheço que minha opinião não é a da maioria, principalmente numa época em que até garotas soltam palavrões cabeludos como interjeições! O que questiono é o seguinte: Em um canal com a penetração que a Globo tem, palavrões veiculados não permitem que quem deles não goste não os ouça. Tudo que passa na telinha vira exemplo a ser imitado, moda, regra geral, haja vista os bordões de vários programas. Daí à vulgarização é menos que um pulo. Veja o caso do técnico de nossa seleção ao se dirigir desrespeitosamente a um repórter com palavras de baixo calão. Gratuitamente!!
Não penso que seja tapar o sol com uma peneira. Palavrões existem… Pessoas os usam… Mas exaltar o seu uso (que é o que acontece quando atingem milhões de pessoas na intimidade de seus lares), decididamente não pode ser algo positivo, gratificante, educativo, cultural, ou edificante.
21 junho, 2010 as 7:33 pm
Olá Zeca!
Respondendo a sua pergunta, o palavrão em relação a TV aberta, confesso que bunda e bosta não me incomodam, me incomoda mais saber que no futuro ouvirei outros que não acho necessário. Veja bem, eu adoro assistir filmes e como meu ingles é, desculpe, uma bosta(hehe), assisto legendado ou dublado dependendo do filme e do momento. Vejo que atualmente os palavrões estão cada vez mais presentes. Muitos que antes eram ditos pelos personagens mas que não eram traduzidos ou legendados. De verdade eu não vejo necessidade disso e se estou assistindo com alguém mais velho (eu tenho 51 anos) fico constrangida.
Não sou puritana, falo palavrões. Para você ter idéia eu trabalhei 25 anos no Mercado de Capitais como operadora de mesa e pregão, então aprendi de tud o e fui obrigada a falar muitos para sobreviver.
Mas sabe o qu eme incomoda de verdade em relação ao palavrão? O tanto que ouço na rua. A gente vai andando e ouvindo aqueles mais pesados como se não fosse nada. As pessoas não se preocupam mais se alguém está ouvindo. Já cheguei a chamar atenção de alguém dentro do ônibus pela altura que falava, pois tinha senhoras e crianças que não deveriam ter que ouvir isso.
Bem, estrapolei da sua proposta, nãoé? Desculpa.
Abçs