Será que estamos ouvindo música demais?
Foi a melhor festa do mundo. A do meu aniversário, claro. Com a minha seleção de música, mais a que você mandou em resposta ao último post, não tinha como não ser boa a festa. Afinal, foram… quantas músicas mesmo? Façamos as contas: até publicação deste post, 142 comentários. Muita gente mandou uma lista como a minha, de cinco músicas. Outras mandaram mais – ou apenas um “parabéns” (sempre bem-vindo), e alguns ainda indicaram repertórios inteiros de um artista (Gustavo, por exemplo, declarou: “minha lista só tem Mariah Carey”!). Mas vamos tirar, por cima, uma média de três sugestões por comentário – o que dá 426 canções! Não dá uma boa festa?
Porém, de volta da semana de comemorações (da qual alguns aspectos serão comentados aqui a partir do post da próxima quinta-feira, com um já tradicional “onde eu estou?”), fui tomado de uma curiosa inquietação. Como qualquer bom questionamento, esse já se desenvolvia em esboços há algum tempo. Mas foi justamente a avalanche de músicas das listas enviadas nos últimos dias que detonou uma observação mais “profunda” da questão que joguei no título acima: será que estamos ouvindo música demais? A primeira de uma série de perguntas musico-filosóficas (!?) que, cada uma a seu tempo, eu pretendo trazer aqui.
Enquanto escrevo, tenho diante de mim uma pequena pilha de CDs que adquiri recentemente (em viagens, compras pela internet – e um até que ganhei de presente). São eles: Crystal Castles (álbum homônimo); Battles, “Mirrored”; MGMT, “Oracular spetacular”, Ghostland Observatory, “Robotique majestic”; Neon Neon, “Stainless style”; e Erykah Baduh, “New Amerykah part one”. Estou olhando para ela, a pilha, meio desanimado, pois apesar de ter ouvido todos eles, não consigo me lembrar exatamente da experiência individual que cada um me proporcionou.
Sim, Erykah Badu, nem que seja apenas pelo brilho misterioso da sua voz (e de seu estilo), se sobressai. Mesmo assim… “Dancing on my grave”, faixa de “Robotique majestic”, tem um refrão levemente memorável. As incursões psicodélicas pesadas do Battles também são fáceis de lembrar – embora eu seja, a essa altura, incapaz de reproduzir uma frase musical deles. Crystal Castles e Neon Neon deixaram registros ainda mais insignificantes – como se eu os tivesse escutado ao mesmo tempo, em “players” diferentes, sem ter feito a menor diferença.
Seria fácil jogar a culpa nesses artistas – cambada de gente sem talento incapaz de produzir algo que possa conquistar uma categoria além do descartável (se bem que o adjetivo, pelo menos no pop, nem é de todo mal). Alguns dos “hits” mais marcantes de toda a história do gênero não são mais do que isso: descartáveis; pense em “Please mr. Postman”, das Marvelettes, no comecinho dos anos 60; ou “Love will keep us together”, de Captain & Tennille, nos 70; “Kharma chameleon”, do Culture Club, nos 80; “All that she wants”, do Ace of Base, anos 90; ou mesmo, já neste nosso século 21, algo como “Dragostea tin dei”, dos romenos do O-zone (e não venha demonstrar choque ou espanto de saber que essa música originalmente não é do Latino). Se alguns desses artistas da pilha de CDs à minha frente tivesse me oferecido um “hit” tão descartável e tão bom quanto esses que juntei aleatoriamente no parênteses anterior, eu estaria feliz. Porém, nem por isso, eu colocaria a responsabilidade desse “baixo recall” neles.
Afinal, mesmo em relação a alguns dos melhores discos de 2008 (e mesmo em abril já temos música boa o suficiente para uma lista de melhores do ano, muitos deles já exaltados aqui mesmo neste blog), eu tenho de confessar que mal dei a eles a atenção merecida. Numa lista rápida dessas imperdoáveis negligências coloco Lightspeed Champion, “Falling of the lavender bridge” (das poucas coisas recentes que merecem os adjetivos “brilhante” e “inventivo”); Vampire Weekend (cujo álbum homônimo resgata o prestígio do rótulo “art rock”); a inacreditável coletânea de pop espanhol dos anos 60, “Papagayo!”; e sobretudo o indescritível trabalho do espanhol Pablo Díaz-Reixa, o cara por trás do inexplicável El Guincho, com seu “Alegranza!” – um álbum que, desde a primeira audição me fez cair de joelhos e pedir sem pudor: “Leve-me ao seu líder!” (só para te dar uma idéia, perto de El Guincho, The Avalanches parece tão linear quanto o “Tema de Lara” tocado em uma flauta doce).
Pois nem essas modestas obras-primas eu ouvi direito!
E de quem é a culpa? Minha talvez… Ou será que divido essa responsabilidade com esses tempos alucinados em que é possível ouvir qualquer coisa, a qualquer hora, numa fração de tempo tão rápida quanto a que levamos para desistir dessa mesma coisa? A pergunta, claro, é para você também: como anda escutando música ultimamente?
Enquanto você elabora uma resposta (que já te convido a mandar como comentário), permita-me uma rápida lembrança… Um tempo não muito longe – pelo menos no calendário – em que receber um disco novo tinha a importância de uma cerimônia religiosa. Acredite: mesmo nos anos 80, conseguir pôr as mãos em um álbum de uma banda alternativa (inglesa ou americana) não era algo simples. As gravadoras ainda levavam meses para lançar algo mais ousado no Brasil (e, quando lançavam, mesmo com uma repercussão boa da mídia – que na época se resumia aos cadernos culturais de jornais diários –, as edições eram tão pequenas que se você bobeasse perdia a oportunidade de comprá-la nesse estabelecimento em extinção: as lojas de disco). E quem sabia de alguém que ia viajar para o exterior – principalmente Estados Unidos e Inglaterra –, apressava-se em entregar uma lista de encomendas prometendo pagas que iam das mais repugnantes tarefas domésticas aos mais sórdidos favores sexuais – se pelo menos parte dela retornasse sob forma de vinil na bagagem do viajante.
E quando os discos chegavam, iniciava-se um ciclo ritualístico que começava com a primeira (e solene) audição; depois vinham duas ou três repetições consecutivas da mesma audição (“para fixar”); e aí o álbum entrava numa cabalística classificação numa secreta lista de preferência – que iria determinar então quantas vezes aquele artista seria ouvido a cada semana.
Quem acha que eu estou exagerando é porque não leu (nem viu a razoável adaptação para o cinema de) “Alta fidelidade” – a semi-ficção de Nick Hornby que é a biografia não-autorizada de todos nós que um dia já queimamos uma seleção de músicas (ou, como diriam os povos antigos, “gravamos uma fita cassete”) para dar de presente a alguém.
Contudo, evoco essa época não num arroubo de nostalgia – você que já me acompanha aqui há algum tempo sabe que não tenho tempo (e nem aprovo) aquele tipo de saudade gratuita que parece sugerir algo na linha “os bons tempos não voltam mais”… Puxo essa lembrança mais para refletir sobre como mudaram os hábitos de ouvir música. E você sabe do que eu estou falando…
Quantas canções de uma determinada banda (ou um determinado artista) você ouve até o fim ao encontrá-lo no myspace ou na lastfm? Quando tempo você agüenta antes de clicar na faixa seguinte para conferir se essa banda (ou esse artista) realmente te entusiasmou? Ou ainda, uma vez que você decidiu que gosta daquele som, e baixou ou comprou (virtual ou fisicamente) o trabalho daquela banda (daquele artista), quantas vezes você parou para ouvi-lo com atenção? Quantas vezes uma determinada canção entrou no “shuffle” do seu iPod? Quantas músicas “favoritas” dos últimos cinco anos você consegue cantarolar de memória? Qual foi a última vez que você parou tudo e falou: agora vou ouvir música?
Perguntas cruéis, eu sei – mas são questões que eu faço a mim mesmo, e que agora, com essa pilha de CDs ainda hoje intocada (nos dois sentidos!) eu tive vontade de dividir com você.
Há pouco tempo, numa conversa em altas horas, depois de alguns copos de vinho, reclamei displicentemente com uma amiga que estava faltando música na minha vida. Ela, respondendo na mesma freqüência, não tardou em concordar: “É isso mesmo, tá faltando música na vida da gente!”. Naquela noite, nos demos por felizes com este “momento eureka!” – apenas para nos reencontrarmos dias depois e constatarmos, um pouco decepcionados, que o problema não era a falta de música, mas o excesso dela.
Será que estamos “empanturrados” de tantos sons? “Entupidos”? “Fartos”? “Supersaciados”? Alguém tem um adjetivo melhor?
Quem dera eu tivesse uma resposta… Na esperança de encontrar na própria música algum alívio para tantas aflições (!) acho que vou criar coragem e encarar novamente um desses CDs na minha frente. E se não der certo, vou colocar El Guincho em “loop” no iPod – e celebrar, como já o fiz no meu livro “De a-ha a U2”, o prazer de ficar perdido em música…
25 janeiro, 2009 as 8:02 pm
olá!
Meu nome é maria gabrielly morais de lima, tenho 10 anos e gostooo muito de escrever, mas eu escrevo é musicas, na escola eu escrevo poesias mas não são muito boas….
irei escrever uma:
era uma vez,
duas meninas,
briguentas e brilhantes,
um dia brigaram ,
o porque é claro,
a boneca rô,
a clarice que começou,
rafinha estava quietinha,
brincando com a bolinha,
ai veio a clarice,
toda inquieta,
com a boneca,
fazedo inferninho,
para a coitadinha,
fazendo chantagem,
com coragem,
elas brigaram, brigaram, brigaram,
e uma gororoba ficou a boneca se espatifou!
tambem escrevi uma musica não esta muito boa mas mesmo assim irei postar:
ela se chama:eu não fico sem você
fecho os olhos me lembro de você,
não sei mias oq fazer,
pois eu não sou nada em você!…
ainda me lembro de nos dois,
dos tempos que passavamos juntos…
das noites que passei sem dormir,
preocupada com você!
e agora estou só penssando em ti,
nem sei como te perdi!
agora só me resta pedir,
volte para mim???
eu sei que foi tudo pro espaço o nosso amor!
porfavor volte pra mim?
vo sabe q sou assim,
as vezes nem eu sei oq deu em mim,
eu só queria ter você de volta,
para nãop ficar mais com essa revolta…
a outra chama:preciso de ti,(esta eu compus ontem)
ouvir uma canção é melhor chorar,
pois eu sei,
que não iras voltar,
quero q vc saiba que es o encaixe do meu coração,
sem você eu não sou nada pois você é o meu tudo,
por favor,
quando voltar não fassa mais isto,
pois preciso de i ao meu lado,
me guiando,
pois voce é o meu chão, minha estrada, meu ar ,minha agua
enfim minha vida.
se algum dia vc de novo for embora,
sera o meu fim,
pois eu preciso de você para poder sobreviver…
e a outra se chama:o dia de amanha
amanha é um novo dia,
uma vida nova,
uma manha mais linda,
quanto mais as horas passam,
mais lindo fica o mundo,
cheio de flores e alegria!
é assim que vivem nos contos de fada,
pena que na vida eal não ~es assim,
a verdade é dura!
as pessoas trabelham que nem escravos,
as pessoas sofrem e algumas até morrem,
antes mesmo de ser o seu fim…
ma um dia acredito,
o mundo mudar!
sem guerra e nda de poluições!
um mundo melhor para nós morarmos!
tambem tem outra mas ela é infantil…
ela se chama um dia
Um dia,
realizarei o meu sonho virarei uma sereia,
pois sei que tudo na vida tem uma chance de ser!!!
basta acreditar, fechar os olhos…
e essse sonho se realuzara…
lar lara…es realizara. lara lara.
se ralizara!!!!
quando eu crescrer quero ser uma cantora…
meu aniverssario vai ser dia primeiro de maio….se for possivel gostaria q vc me enviasse um email falando doque vc achou….
eu acho que falando sobre isso com você eu possa ser reconhecida….todos falam q eu canto bem…tem uma musica da maísa q estou decorando eu a cantei para minha mãe e ela disse q eu tenho futuro, todos dizem isso!rrsrs
meu email é:[email protected]
muito obrigada espero q escreva para mim!
29 maio, 2008 as 11:14 am
olá zeca! entrei por acaso, nesse site mas valeu! estava procurando o significado de keiu que é o meu apelido, bjs!!!!!
21 maio, 2008 as 2:47 pm
Ei Zeca,
Hoje acordei com mais noticias sobre Isabella, parece que sou a ùnica que acredita que o pai é inocente, quando falo isso quase apanho. Talvéz por causa das informaçoes falsas data pela policia, por exemplo, uma hora tem vômito na camisa, depois nao tem, tem sangue no carro, e novamente nao é bem assim, o que vejo disso tudo é que na ânsia de querer aparecer a qualquer custo, estão esquecendo que alguem morreu, a imprensao que tenho é que acusar o pai da mais ibope. Ou talvez acredito que eles sejam inocentes porque morei em um edíficio onde quase todos os aptos foram roubados, sem haver arrombamentos, eram furtos misteriosos, ninguem viu, nem ouviu nada, para mais tarde descobrirmos, que um antigo funcionário tinha cópias das chaves de quase todos os aptos. Ele entrava pelo portao da garagem quando saia algum carro, se escondia na garagem, subia pelas escadas, e fazia a festa.Nao sei ao certo, mas a única coisa que sinto, talvez por ser mãe, é que nao sinto que eles sejam culpados. Ou como disse meu filho, eu esteja na crise da meia idade, onde o sentimentalismo bate mais forte.
Sei que vc nao tem nada com isso, mais sentir vontade de compartilhar com você. Obrigado por lê.
Um abraço.
20 maio, 2008 as 4:43 pm
Oi.
Eu sou a Hanna. Venho aqui por um motivo incomum. Perdi meu pai há 2 meses e está sendo muiiiiito difícil. Ele era uma pessoa muito especial, erudito, culto, brilhante! Tenho um desejo difícil, sei que é complicado,mas sonho que o Chico Buarque musique um poema do meu pai de forma que ele possa ser eternizado através música. É uma poesia linda que eu escolhi para colocar no “santinho” dele, aquela mensagem que a gente distribui em missas de sétimo dia. Se você puder me ajudar de alguma forma, ficarei eternamente grata. Não se preocupe pois não sou nenhuma maluca, nem fanática, só uma pessoa comum, que carrega uma dor lancinante e com um enorme desejo de prestar uma homenagem a um grande homem. Como não tenho acesso ao meio artístico, preciso de alguém que seja meu intercessor.
Muito obrigada!
Abraços.
[email protected]
9 maio, 2008 as 7:05 pm
Oi, tenho 17 anos e acho que estamos os dois no mesmo barco… o das pessoas que contrariam o que foi dito no primeiro comentário a esse post “Eu acredito que ouço músicas como a grande maioria dos mortais…”
não vou te puxar o saco como muitos acima, mas temos gostos musicais e se interceptam com frequencia – muita frequencia, diga-se de passagem – Até mais.
7 maio, 2008 as 4:34 pm
o toque da musica semente
2 maio, 2008 as 9:14 am
Oi Zeca lendo sobre a falta de musica em sua vida e fã confesso de musica do mundo venho muito humildemente lhe indicar a coleção do selo PUTUMAYO com musicas de varias regiões do globo.Como te acompanho há tempos tenho certeza que já conhece bem como deve ter uma pilha deles em sua casa! Como sei que qualquer dia nao vai ter mais espaço ai na sua casa pra guardar toda a sua coleção(são quantos? 5000? Que inveja!)queria lhe propor que me enviasse(se surtado ficar!)todos os seus cdzinhos com as capinhas super coloridas pra minha casa.Se fosse pra uma ilha deserta eram esses cds que levaria pois neles estão representados todos os 5 continentes de nossa mãe Terra.
Não é uma proposta indecente como dizia o titulo daquele filme mas pense a respeito, em tempos de Ipod de 80 gigas que voce pode ter toda ela num aparelhinho de 5 cms imagine o quanto nao sobraria de espaço na sua cdteca ai de casa? Caso aceite o frete dos correios é por minha conta lógico.
Um abraço do amigo de Ribeirao Preto
Fábio Bardella
24 abril, 2008 as 12:29 pm
Olá Zeca, sou seu fã, já escrevi que devorei o seu livro do u2 a a-ha em 3 dias !! só pra refrescar….
Então, tenho pensado nisso também ultimamente, estou baixando música nova que nem louco, procurando bandas punks obscuras, alimentando o meu blog sobre música (rozao.blogspot.com) e ainda não ouvi nem metade das músicas que baixei, e olha que eu ouço umas 4 horas de música por dia.
Ontem mesmo comprei uma caixa lindíssima com 6 lps do Eric Clapton, só a gente sabe o que é colocar a bolacha no toca-discos e sentir a sensação única de ter o encarte nas mãos, “escutar” o disco, com atenção, dedicar o tempo para isso. Vou fazer isso no fim de semana !
Acho uma caixa de lps dessas melhor do que baixar a discografia inteira do artista e nunca ouvir tudo !
Parabéns pelo excelente blog. abx.
24 abril, 2008 as 12:46 am
O problema, Zeca, na minha opinião, é a facilidade de acesso de hoje, como vc mesmo disse. Antes era outra coisa, ouvir musica era outra coisa. Antes de se ser da tribo de metaleiros, ou de grunges, etc, era-se da tribo dos que ouvem musica. Lembra? uma pessoa normal ouvia uma ou duas musicas repetidas vezes;só os que gostavam de musica tinham paciência de ir atrás de um disco e ouví-lo. Minha adolescência era ir p/ a casa de algum amigo, cumprimentar a turma, colocar um disco e calar a boca. Cada um pegava um pedaço dos gigantescos encartes e ficava lendo, vendo as fotos e tal. A gente só supunha como teria sido a história de cada banda, quem era o líder, do que eles gostavam, se fumavam maconha ou não, se eram gays ou hetero, etc. Se não saísse uma revista especial sobre a banda, ou uma matéria na BIZZ, ficava tudo só na suposição. Lembro até hj dos primeiros vinis que eu comprei, com um dinheiro que ganhei de aniversário: os dois primeiros do Guns ‘n roses, o No prayer for the Dying, do Iron Maiden, e o The real Thing, do Faith No More.
Minha primeira fita ganhada foi uma seleção de The Doors, que começava com break on through.
Como eu morava no interior de minas gerais, em Araxá, demoraria muito tempo até aparecer coisa nova…
Bons tempos, afinal, nada como a juventude e a inocência, e, claro, o tempo livre e despreocupado que gente tem quando é adolescente.
20 abril, 2008 as 7:49 pm
já tem um tempo que ouço primordialmente música japonesa, talvez por não entender o que dizem me deixo levar só pela melodia e por incrível que pareça quase sempre a letra e a melodia tem o mesmo sentido.
Acho que é isso que falta atualmente, envolvimento, tanto da música com o ouvinte quanto do ouvinte com a música
17 abril, 2008 as 10:37 am
Bom, Zeca, já sabemos que nesse mundo capitalista e cada vez mais globalizado, a indústria cultural continua fazendo a festa.
A música é um remédio para a alma de muitas pessoas. Para mim faz um bem inigualável, não vivo sem. Então confesso que ouço muita música. Mas, por conta disso, muitas pessoas acham que fazer um barulho, tanto de instrumentos quanto de vozes, já pode ser chamado música. E não é bem assim!
Basta ir ao dicionário, lá a primeira definição para a palavra já diz tudo:
Música: “Arte e ciência de combinar os sons de modo agradável ao ouvido.”
Por um lado as tecnologias ajudam. Eu, por exemplo, faço minha caminhada com meu mp3 no ouvido escutando músicas que seleciono. Aquelas que mexem com meu estado de espírito, que me fazem refletir sobre alguma coisa.
Então, facilita a escolha de tanta coisa que o mercado oferece.
Ouvir música é muito bom, devemos ouvir muita mesmo, mas MÚSICA!
Abraço!
17 abril, 2008 as 7:30 am
o problema é que nao encontramos tempo para só ouvir música. Esta ação de alguma maneira está relacionada a outra: estudamos para uma prova, olha a música lá, estamos dirigindo, lá também, atendemos o paciente no consultório, ela lá outra vez, trabalhamos no escritório, a danada ta tocando, cozinhamos para alguém ou nós mesmos e olha ela lá outra vez.. mas dedicar um tempo, deitar no chão fechar os olhos e sentir a música, vivê-la e internaliza-la, não não…acho que não fazemos mais isso. daí o excesso. Sempre tem uma música nova na playlist, sempre um álbum novo que um amigo descolado descobriu, uma banda ainda crua das esquinas de um lugar qualquer que toca um som “original” entre mil outras coisas que estamos o tempo todo acesando e filtrando internamente. As boas ficam um tempo, as ruins se vão…mas poucas coisas se eternizam…as minhas músicas favoritas são músicas de quando eu ainda me permitia esse tipo de deleite que descrevi acima…onde inserir os outros sentidos onde só a audição teria espaço era a mágica que tornava as músicas perfeitas.
17 abril, 2008 as 1:26 am
Pra mim há musicas demais e com baixa qualidade, já faz muito tempo que não ouço rádio, recentemente tentei ouvir e acabei desligando por desânimo ): Eu gosto é colocar meus CD’s com músicas dos anos 80, sentar e ouvir, curtir o momento ouvindo. Isso é legal! Já com as músicas de hoje raramente dá para fazer isso.
16 abril, 2008 as 11:55 pm
Bem, se formos realmente pensar em quantidade de músicas disponívesis esperando ansiosamente para serem consumidas, teremos um número bastante considerável de coisas pra ouvir, o que é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom, por que temos um cardápio bem variado, sempre à disposição devido a rapidez dos meios de transmissão atuais e ruim por que tantas novidades acontecendo ao mesmo tempo nos deixam abarrotados de músicas para ouvir e pouco tempo para fazê-lo.
E a propósito estou ouvindo Coldplay ,Radiohead, Amy Winehouse e Arctic Monkeys…
16 abril, 2008 as 10:36 pm
Oi Zeca,
francamente faço votos para que você continue assim …perdido em música. À medida em que vc se perde, eu vou me encontrando por aqui, pois se você anda escutando músicas demais, eu andava escutando de menos, muito presa naquele esquema reconfortante de escutar aquilo que já conhecia de muito tempo.
Também acho que hoje se faz música tão boa quanto antes ( e umas porcarias tb, pq não?). Só que o mercado possibilitou que esse volume crescesse em proporção geométrica, tornando mais complicado o processo de separar o joio do trigo. E por você ser um consumidor compulsivo de música ( dei uma de analista agora…rs) se sente assim tão assoberbado.
Pois abra mais um vinho, liga a “vitrolinha” e curta mais um pouco…sem pressa….
Eu, do lado de cá, sem pressa também, vou compartilhando desses seus “encantamentos” com essa ou aquela música ( umas bem esquisitas de vez em quando…rs….e outras com as quais já me apaixonei também).
O certo é que o tipo de vida, a personalidade, cultura e mais uma série de outras tantas variáveis é que vão determinar o ritmo com que cada pessoa consume música, inclusive de que formas ela o faz.
Esse assunto dava uma boa tese de mestrado….;-))
Beijos!!
16 abril, 2008 as 8:09 pm
mas olha, dos 10 mais ouvidos por mim no last.fm, (Jeff Buckley, The Strokes, Paolo Nutini, Maroon 5, Sandy & Junior, Shakira, Los Hermanos, Joss Stone, Jay Vaquer, The Smiths), 7 eu conheci e comecei a gostar pra valer no meio do shuffle de mp3, baixando e coisas assim. o 1o. eh um cantor dos anos 90 q jah morreu, o 10o. eh uma banda dos anos 80 q acabou, dois deles eu gosto desde os 13 anos (tenho quase 24), então criei relação afetiva. de todos q conheci por mp3 “ilegal”, jah comprei cds, dvds, fui em show ou ateh comprei vinil em sebo.
a gente ouve música demais mesmo, mas tvz ateh dê p se encontrar no meio de td isso… começa a gostar tanto de coisas antigas como de coisas novas.
e eu continuo ficando semanas com cada cd no ipod e a fila de cds em rar aguardando a vez.
16 abril, 2008 as 7:56 pm
olha q eu sou nova e tenho a mesma sensação… e olha q eu tive uma adolescencia nada alternativa… rs
mas lembro bem q eu juntava um dinheirinho, ou convencia meus pais a comprar um cd pra mim, e era aquilo q eu ouviria por meses e meses…
mais pro colegial e no comecinho da faculdade, meu gosto por música cresceu e passei a comprar/pedir cds com mais frequencia… comprava bastante pirata qdo era algo q não tinha noção direito e as vezes arriscava um original por desencargo de consciencia. adorava promoções de cds ateh 15 reais. eu me sentia culpada qdo comprava um cd e não o ouvia direito. eu via q amigas compravam cd por uma musica soh e soh ouviam aquela, eu achava um absurdo. msm qdo comprava pirata, eu imprimia tds as letras (pegas pela internet discada) e fazia uma primeira audição lendo. eu sabia cantarolar quase td q eu tinha, pelo menos o mais recente.
aí comprei um discman para poder ter tempo de ouvir tudo, ouvindo tbm na rua.
dps botei banda larga, gravador de cd, resolvi recuperar o tempo perdido, baixo “classicos”, baixo as novidades do momento… e parece q pouco se fixou. jogo tudo no ipod, as vezes um cd fica semanas lah e eu ainda não ligo a musica ao nome e à banda. de algumas coisas q vc citou aqui, ainda tem um pouco de vampire weekend guardado nele. mas um bom tanto não fixou. (oxford comma fixou) fui deletando pra poder colocar mais coisas, pq a lista se acumula… cada sugestão vou ouvir semanas depois. acho ateh q tem amigo q fica chateado qdo disse q não ouvi ainda.
meu ipod soh tem 2gb e o shuffle as vezes eh viciado…
16 abril, 2008 as 6:20 pm
Música é igual a fast-food, tudo feito rapidamente, superficialmente, sem o minimo de criatividade e acima de tudo: não mata a nossa fome (artística)…..é só ligar o rádio e pedir pelo número.
Abs
16 abril, 2008 as 6:13 pm
Olá
De repente fiquei intrigada. Eu não conheço nem um terço dos artistas e músicas que vc citou. Sou meio obsessiva, como diz um amigo meu; fico ouvindo e ouvindo de novo as mesmas coisas.
Na minha playlist normalmente têm meia dúzia de nomes. Quando muito, dez, mais uma trilha sonora, rsrs…
Talvez eu me prive do prazer de descobrir artistas incríveis, ou talvez eu simplesmente tenha me apegado demais às “experiências individuais” que cada um deles me proporciona.
Beijo
E parabéns (atrasado)!
16 abril, 2008 as 5:44 pm
1.Bem, já ia falar do Vampire Weekend!
2.ok, os parágrafos mostram uma preocupação com o design de conteúdo (efeito nielsen?)
3.se a gente tem muito que menos, se tem menos, quer ter muito…
4.parabéns!