O popular e o erudito

qui, 13/12/07
por Zeca Camargo |
categoria Todas

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Não é só você que implica com a frase “alta e baixa, não importa”, que vem logo depois da introdução a este blog, naquela página inicial dos colunistas e blogueiros daqui do G1. Eu mesmo me arrependi de ter sugerido tal aposto menos de uma semana depois do meu post de estréia (e já se vão 15 meses!). Poderia usar este espaço de hoje para discorrer sobre os motivos desse meu arrependimento, mas tenho outras coisas a propor. Apenas para levar adiante o que eu queria discutir com você hoje, vou só revelar que o principal motivo de tal arrependimento é minha crença, cada vez maior, de que essa linha – que divide a baixa cultura da alta – simplesmente não existe mais. Ou será que ela existe?

(Então – você pode me perguntar – por que eu não troco de cabeçalho? Bem, está difícil focar nisso como prioridade… Quer me ajudar? Você quer mandar uma sugestão de como definir o que passa por esse espaço? Fique à vontade…)

O que me inspirou a pensar novamente nessa divisão foi um livro lançado esta semana: “Cinco mais cinco”, de Cacá Diegues, Luiz Carlos Merten e Rodrigo Fonseca (Legere Editora). Ainda não o li – e o que você vai ver a seguir não é (nem pode ser) uma resenha desse livro. Porém, já fiquei estimulado apenas com a premissa da obra. Organizado pelo Festival de Cinema Internacional do Rio, “Cinco mais cinco” discute dez dos melhores filmes produzidos no Brasil entre 1995 e 2006. A “pegadinha” do título, contudo, está no fato de ele se referir, na verdade, a duas listas: uma dos cinco melhores filmes escolhidos pela crítica e outra dos cinco melhores filmes escolhidos pelo público.

Confira o gosto erudito (isto é, o da crítica): “Cidade de Deus”, “Edifício Master”, “O invasor”, “Lavoura arcaica”, e “Terra estrangeira”. Agora, o gosto popular (do público): “2 filhos de Francisco”, “Carandiru”, “Se eu fosse você”, “Cidade de Deus”, e “Lisbela e o prisioneiro”. Dá o que pensar, não dá? E não só pela única coincidência entre as duas listas, “Cidade de Deus”. O que faz com que críticos esnobem (se esse é o termo preciso) “2 filhos de Francisco” e o público ignore “Terra estrangeira”? Por que o povão seria incapaz de abraçar “Edifício Master”, e, os críticos, “Se eu fosse você”? Quem sabe, preconceito de ambos os lados… As possibilidades de reflexões como essa são tantas (sem falar na muito pertinente divagação sobre o que aconteceria com ambas as listas se o ano de 2007 tivesse sido incluído… “Tropa de elite” seria outra coincidência entre os dois gostos?) que resolvi abrir a discussão – com você, é claro.

Só preciso antes fazer uma pequena confissão: não vi dois filmes dentre os escolhidos. Porém, como um que me falta é da lista do público (“Se eu fosse você”) e o outro está na lista dos críticos (“Lavoura arcaica”), achei que, mesmo com essas “lacunas”, a conversa poderia ficar equilibrada. Então, em frente!

O fato que mais chama a atenção, num primeiro momento, é a presença de “Cidade de Deus” nas duas seleções. Resultado óbvio – a gente pensa de imediato. Mas o curioso é imaginar os motivos que levaram cada grupo a eleger o trabalho de Fernando Meirelles. Foram as incríveis inovações que o olhar do diretor trouxe para a tela que encantou o grande público? Não há dúvidas de que o estilo visual do filme é um apelo fortíssimo para agradar qualquer tipo de platéia. Os críticos (e, dentre eles, até os relativamente exigentes membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em Hollywood, que colocaram Meirelles como finalista ao Oscar de melhor diretor em 2004) se deliciaram e viram ali um grande talento. Já o público talvez tenha se sentido simplesmente seduzido por aquela pirotecnia a continuar a prestar atenção a uma história que tinha a ver com eles. Não é curioso ver que tudo tem mais de uma interpretação?

Podemos pegar um outro exemplo, como a incrível escalação do elenco de “Cidade de Deus”. Novamente os críticos aplaudem mais esse ponto positivo do filme, pela quebra do modelo “da novela para a tela”, que – ainda que com menos intensidade – continua a predominar nas nossas produções. Já para o grande público, o que funcionou ali foi a enorme identificação que eles tiveram com aqueles rostos tão cotidianos (e tão “não TV”) que viviam aqueles personagens. “Cidade de Deus é um trabalho tão único (e tão brilhante), que a gente poderia continuar esse exercício de dupla interpretação indefinidamente.

Esse fenômeno, porém, parece não acontecer com os outros filmes da lista. Por que, por exemplo, “Carandiru”, que tem como pedigree um diretor consagrado como Hector Babenco e uma história original assinada por ninguém menos que Drauzio Varela (sem falar nas performances memoráveis de, entre outros, Wagner Moura e Rodrigo Santoro), não passou pelo crivo dos críticos? Não é engraçado que um filme que tinha tudo para ser o queridinho da crítica acabou sendo abraçado não por ela, mas pelas “massas”?

Do outro lado da discussão, o que “Se eu fosse você” tem que provoca tamanha repulsa na crítica? Ou, ampliando ainda mais a questão, qual o problema dessa turma com comédia? Não estou aqui querendo bancar o cínico. Eu mesmo – como assumi acima – não priorizei esse trabalho de Daniel Filho para ver na temporada em que ele estava em cartaz e acabei perdendo a oportunidade de assisti-lo. Mesmo assim, pelo que li, achei fascinante esse filme ter sido escolhido pelo “povo” (tudo bem, sei que essa foi uma das maiores bilheterias nacionais dos últimos tempos, mas mesmo assim…). Mas os caminhos do gosto – e aí é tanto do popular quanto do erudito – são misteriosos.

Por que – pergunto ainda nessa linha – “Lisbela e o prisioneiro” entrou nos cinco mais do público, mas não “O auto da compadecida”? Não te parece meio óbvio que o filme – que já havia sido um sucesso como minissérie de TV – figurasse entre os “favoritos da galera”? Ou será que ele não foi incluído na votação original justamente porque nasceu na tela pequena – e não na grande?

Ou olhemos então para “Edifício Master”. As narrativas ali talvez fossem tão soltas quanto as de “Carandiru”. Será que as pessoas não se aproximaram por se tratar de um documentário – ou ainda, será que o filme não teve a distribuição que merecia exatamente por essa razão, porque se tratava de um documentário? Todos os personagens registrados pelo diretor Eduardo Coutinho têm um apelo para lá de popular – não só pelas suas histórias pessoais, mas também pela maneira extremamente simples como se apresentam. Os críticos, claro, admiraram a capacidade de Coutinho fazer esses instantâneos tão precisos. Será que o grande público os rejeitaria se tivesse a oportunidade de conhecê-los melhor?

Eu sei, eu sei… até agora só estou jogando perguntas – e o texto já está daquele tamanho que começa a provocar a paciência de alguns leitores. Mas, antes de algumas conclusões, quero colocar ainda algumas dúvidas. Vamos pegar “O invasor”. O filme de Beto Brant é, sem dúvida, um dos mais surpreendentes dessa última década. Com seu tempo peculiar, interpretações fortes (especialmente a que revelou Paulo Miklos como ator) e roteiro de construção sutil, fica fácil de entender porque ele não está na escolha popular: cai na categoria “ligeiramente difícil”. Mas, mais precisamente, o que o fez configurar na lista dos críticos? O próprio Miklos? A subversão da história? A contemporaneidade do argumento? Por que não “Como nascem os anjos”, de Murilo Salles, no lugar de “O invasor”?

Vou encerrar com as perguntas (mesmo que meus dedos estejam coçando para eu escrever alguma coisa sobre “2 filhos de Francisco” e “Terra estrangeira”…). Se você me acompanhou até aqui, já colecionou um número suficiente delas para se divertir no fim-de-semana. Ou não… Meu objetivo aqui é menos discutir cada um dos filmes de ambas as listas – algo que, com certeza, os autores de “Cinco mais cinco” (que quero ler em breve) já fizeram com bem mais competência do que eu jamais possa fazer – do que mostrar que, no final das contas, alta e baixa cultura são, no cenário em que vivemos, dois conceitos totalmente irrelevantes. De fato, uma bobagem. Ainda duvida? Então me responda: qual das duas listas é “a melhor”? Seria mesmo possível reduzir questão da produção nacional de cinema a isso: um punhado de filmes que pessoas que pensam sobre eles acham legais versus um punhado de filmes que pessoas que só querem se divertir acham legais?

Muito pobre, não acha?

O que mais me interessa – e é isso que eu venho tentando passar desde que comecei este blog – é que a cultura exista; que a oferta de produtos culturais (filmes, livros, músicas, programas de TV, exposições – o que for) seja abundante; e que eu – e você, e você, e você – possamos sempre pensar sobre o que nos é oferecido e poder sempre tirar daí uma inspiração? É pedir demais?

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45 Comentários para “O popular e o erudito”

Páginas: [3] 2 1 »

  1. 45
    Luiz Alberto:

    Oi colega! Gostaria de parabenizar voce pelo seu site! Nao sou mto de ficar fazendo comentarios, mas acho que voce merece um elogio pelo trabalho que vem fazendo! Continue assim!

  2. 44
    cosme sousa:

    desculpa pelo estrangeira com “j”

  3. 43
    cosme sousa:

    olha cara, o filme brasileiro que mais adoro eh terra estranjeira
    e acho que nao eh do gosot popular mesmo, embora nao seja nem de longe ou perto, um erudito. ma sgostei da materia.
    bjs

  4. 42
    carolina:

    zeca odoro suas materias, acho muito legal e faz muito bem de sua parte……..
    e muito interesante………
    parabens
    pelo seu trabalho…
    bjaooooooo
    um forte abraço

  5. 41
    MARTA BOTAS:

    oi gostaria mesmo é de saber pq vcs não fazem um dvd com a minisserie do alto da compadecida ,sem cortes.foi maravilhoso.,as minisseries eos filmes brasileiros melhoraram muito,assisto todos eles prestigio como boa brasileira.Temos que te orgulho do que é feito no BRASIL,algum tempo atrás era só palavrão,agora podemos assistir com a familia sem nos envergonhar
    Um abração e boa sorte..

  6. 40
    Thainara Pereira:

    Oieee!!!
    Zeca adoro suas matérias…axo muito bonito o que vocÊ faz e muito competente da sua parte!!!
    adoro suas matérias!Sempre quando tenho tempo procuro vir por aqui dá uma olhadinha!!
    Também desejo ingressar na carreira jornalística e eu quero ser assim que nem vocÊ!!rsrsrsrs….
    Parabéns mesmooo e muito sucesso pra ti**
    vou estar sempre aqui de olho!
    Um forte abraço!

  7. 39
    Lourdes Vieira:

    Olá, Zeca!

    Este seu texto é bem o que costumamos chamar na faculdade de brainstorm (tempestade de idéias). Nossa!! É o máximo! Faz as pessoas refletirem na própria leitura, contestar, criticar, concordar, enfim refletir e se posicionar a partir do exposto; até é possível sentir-se dialogando contigo.

    Quanto a sua indagação acerca de qual das duas listas é a “melhor”. Respondo a você que é relativo, como foi exposto na tecitura do seu texto, pois a escolha de uma das duas, seria apenas uma visão dentre tantas possíveis. Não é possível determinar de modo parcial se A ou B é melhor, o que existe são valores culturais incutidos na opinião de cada um. Depende de qual critério de escolha esteja envolvido para determinar uma opção.

    Destarte, quando há a oportunidade das pessoas aproveitarem a oferta de tais produtos culturais, e poder transformá-los em conhecimento cria-se um espaço que incentiva a existência e manutenção da cultura na contemporaneidade, sendo uma forma de alimentar-se do saber.

  8. 38
    Isabela:

    Zeca, fale e exponha tudo. Nao se importe se eu concordo ou nao, esta nao e’ a questao pois eu absorvo aquilo que realmente preciso. Voce ja me mostrou muitos caminhos atraves do seu conhecimento. Obrigada!

  9. 37
    Luciana:

    É pedir pouquíssimo, ainda mais se tratando do nosso País que tem conteúdo suficiente, em cada cantinho do território nacional pra fornecer produtos culturais de qualidade.

    Eu, como estudante de Produção Cultural acho muito importante e bom, que exista pessoas assim como você! Que lutem pela questão Cultural para todos e com abundancia.

    Não posso deixar de comentar do filme Olga, de Jayme Monjardim, com Camila Morgado. E que me decepcionou por não estar em nenhuma das duas listas.

    Ouvi você comentar sobre o este Blog em uma entrevista, se não me engano para Maria Gabriela, no GNT, achei muito interessante apenas pelo seu modo de comentar, entrei hoje pela primeira vez e gostei muito do conteúdo.

    Parabéns, Zeca! Ganhou uma fã.

    Grande Abraço.

  10. 36
    Natália Neves:

    Meu caro Zeca…

    Não, não é não… acho até que é pedir pouco.
    Deviamos pedir mais! E mais!
    Concordo plenamente com sua critica.
    Mas acredito Zeca, que o problema ainda seja o acesso,
    a essa cultura exarcebada e diversificada que temos.
    A oferta como voce falou.

    E com certeza não só isso. Porque de que adiantaria ter oferta, se o público não está educado para recebe-la?

    Nossa educação ainda é pobre nesse sentido, em muitas regiões do pais.Acho até que arte, teatro, música, etc deveriam ser matérias obrigatorias nas salas de aulas. Ai sim, acho que veriamos um outro quadro de entendimento e aceitação cultural das pessoas.
    Mas enquanto isso…

    Quero deixar também registrado um outro filme do qual gostei muito, e que em minha pobre analise, o considerei muito bem feito em muitos sentidos e um dos melhores filmes brasileiros que já vi, Zuzu Angel. Palmas para Patricia Pilar e elenco!

    Grande abraços!!

  11. 35
    Fernanda Rabelo:

    Ei Zeca,
    na minha humilde opinião, existe uma linguagem estética que diferencia o que convencionamos chamar de erudito e popular. O que é melhor? Bom, de acordo com física quântica, depende do ponto de vista do observador:-))
    Acredito que a “crítica especializada” tenha outros critérios de apreciação que possam incluir p.ex. “detalhes técnicos”, diferente de quem apenas procura simples entretenimento. E em nome de uma diversidade cultural, pode-se ter a convicçao de que “vale tudo”. Particularmente não acredito nessa idéia. Acho que a arte erudita e popular podem produzir coisas muito boas, ou o contrário. Mas essa é uma larga discussão! Fecho com você em inspiração…toda inspirada escrevendo pra vc, ouvindo Blur! ;-) )
    Bjocas

  12. 34
    SONIA responde para EU:

    Em 12/12/07 postei um comentário sobre os 12 discos apresentados pelo Zeca que dizia” achei que fosse só eu que gostava de coisas esquisitas e velhas, por isso gosto de você” fui mal interpretada, no dia 13/12/07 um(a) comentárista que se identifica como”EU” postou dizendo que eu devia me explicar melhor, aqui estou: quando usei as palavras esquisitas e velhas não estava me referindo ao Zeca, memo porque ele chegou aos 44 anos com aparência de 25,estava me referindo as coisas que não estamos acostumados a ver ou ouvir no nosso dia a dia.
    Jamais postaria um comentário depreciando uma pessoa que eu admiro como profissional, respeito como ser humano,e que, mesmo tendo uma agenda lotada encontra tempo para dar atenção aos meus email e enviar a resposta, jamais postaria um comentário depreciando uma pessoa que me tratou com a maior educação quando o conheci pessoalmente.Se o(a) comentárista “EU” quiser fazer uma nova amizada ai esta meu email:
    [email protected]

    PS:Zeca, por favor me desculpe as palavras mal colocadas.

    ABRAÇOS

  13. 33
    EDNA:

    Oi querido, acho que vc fala de cultura: TODA E QUALQUER. ponto. Simples não? Qto às listas do filme, acredito na máxima que diz : q a voz do povo é a voz de Deus! logo, a lista escolhida pelas massas, sem dúvida é a melhor. Afinal , a arte só tem verdaderio sentido, quando faz sentido àquele que a vê, sente ou ouve. Por isso acho que o melhor da arte, (toda e qualquer) é melhor avaliada por aquele que a sente, mesmo que …despropositadamente…

  14. 32
    Kely:

    Eu acho que me identifico mais com a baixa cultura … rsrsrsrs E acho que não há nada demais em ir ao cinema para se divertir …, acho que essa é a idéia principal de entretenimento. Mas isso não me impede de acabar vendo filemes que ninguém vê, porque divertimento é uma coisa muito pessoal. Às vezes é mais fácil tocar algumas pessoas com amor do que com ódio … Por exemplo levei o disco de Lisbela para meus alunos fazerem uma composição e eles perceberam até o jazz que tinha no fundo de uma música, que eu nunca tinha notado e que não tinha nada a ver com a a melodia, e pensei que era por isso que eu gostava tanto dela, e também do filme, cenas boas com um bom fundo musical é tudo. E percebi que os atingi mais do que com qualquer comentário sobre Tropa de Elite. O que ajuda mais então ? O que os críticos acham ou que o povo acha ? Nenhum dos dois. Há caminhos diferentes para cada pessoa, porque as pessoas são diferentes… Prefiro sempre que tenha todas as opções possíveis como você mesmo disse … Bjos

  15. 31
    pedro:

    As vezes suas analises vao alem da conta. Alias, qdo se pensa demais e se vive de menos, inventa-se termos complicadissimos. Tudo para se falar de algo simples. Deve dar impressao de ser intelectual ou sei la… chato demais. Ah, o teu texto tb.

  16. 30
    Tiago:

    Eu de novo.´Zeca, seguinte, esse espaço pra mim serve de conexão para outras formas de expresões artisticas a qual não estou acostumado. Tenho visto e vivido neste pequeno espaço, experiências novas, boas e bem interessantes. E eu defino este espaço como algo generoso de alguém q tem oportunidade de experimentar, e quer dividir isso, tudo em favor da divulgação da cultura/arte. Abraço.

  17. 29
    Carola:

    A grande midia está longe de valorizar ou chegar grandes obras nas maos de todos. A cultura não é democratica. Ela é imposta, cruel num mundo completamente formado pelo dinheiro, capital, lucro. Vosotros observam por toda minha vida de ontem, programa apresentado por uma modelo
    /que se tornou atriz, apresentadora global seja la por qual motivo. pois bem, nesse docudrama, mostraram “vidinha” de timaia,num formato completamente cafona, e antimaia, mas por que isso? a oportunidade seria otima pra fazer um documentario descente. nao se faz, porque nao se ousa, e quem perde é a massa, quando poderia adquirir a qualidade de um edifíco master, de um santiago, de um janela da alma, de um onibus 174, de noticias de uma guerra particular, de nascidos em bordeis, entre milhares de outros
    Zeca Camargo, tu deve concordar com minha opiniao, o tal programa que tu apresenta pra grande massa tenta inovar mas na consegue poderia estar 1000 anos luz na frente de todos os demais, mas a cafonália exige, padrao, padrao, padrao de que? vichi, nessa era tecnologica mas acho que a voz do povo e de deus tambem e audiencia nao sera mais a mesma o povo cansou, o povo quer mais o povo quer a cultura nao visada somente no lucro, o que seria o tal popular? quem sabe as proximas geracoes que fizerem tv por seus proprios talentos, meritos pq grande parte deveria estar aposentada e parar com essa coisa indicada de filha, esposa, irma, amiga de chefe panelinha incompetente tentarem pensar nao em aparecer mas levar muito ao publico brasileiro informacao de verdade
    carola, 29 anos, comunicologa e professora de um pais que 80% nao sabe ler e escrever fortaleza-ceara

  18. 28
    Libera:

    Esqueci de dizer: Eu sou do povo, faco parte da massa, e venho aqui ler e pegar umas dicas…
    beijos, Libera

  19. 27
    Libera:

    Zeca,
    e’ interessante a maneira com q vc aborda esse assunto. dividir a cultura em alta e baixa, no meu entender, e’ preconceituoso. sei sei sei q vc nao e’ uma pessoa preconceitusa, nao falo disso. penso na educacao em primeiro, nas pessoas q nao tem acesso a cultura nenhuma, bons livros, boas pecas de teatro, bons filmes. filmes esses q as vezes nao precisa ser sucesso de critica, penso q criticos sao sempre contra opiniao das massas, se nao for assim vao sobreviver do que?! voltando ao meu pensamento, que tal falar de cultura, cultural geral e para todos. qual dos seres mortais e comuns tem acesso a tantas coisas como vc?! . entao mude de baixa e alta para cultura para todos ja!!! e quer saber , nao gosto de filme violento, com palavroes ou palavras de baixo nivel, nao gosto de filme com presidiarios (esses deveriam ser apenas documentarios restritos) nao acho q sejam merecedores de premios, sou a favor de leveza, poesia, cenas bonitas e apaixonantes.
    abracos

  20. 26
    Regiane:

    Se é pedir demais? De maneira alguma, afinal passo por aqui pelo menos uma vez por semana, só pra saber quais as dicas culturais que você tem pra nós.
    Quanto à lista também não assisti todos, mas prefiro o que me faz rir (Lisbela e o prisioneiro, Se eu fosse você, O auto da compadecida), isso não significa que não gosto de Tropa de Elite, Cidade de Deus, Carandiru, ou chorar com a história de Dois Filhos de Francisco. Documentários tristes, emocionantes, violentos da vida real eu vejo todos os dias e sofro como se as pessoas atingidas fizessem parte da minha vida, me coloco no lugar delas e imagino minha reação. Não faço por que quero, mas quando percebo estou sofrendo junto à mãe de João Hélio, das crianças jogadas no lixo, nos córregos, morrendo por desnutrição, dos mendigos queimados, e de tantos absurdos que um ser chamado de humano pode fazer a outro. Enfim, quando sento pra assistir a um filme quero relaxar e vir algo bom ou muito louco como “O auto da compadecida” e principalmente “E se eu fosse você”.
    Acho que se você deixar simplesmente “cultura” já diz tudo, afinal só neste país enorme já tem tantas culturas diferentes e nenhuma menos importante que a outra. Mas eu gosto do que está escrito acima “Um giro pelo universo da cultura”
    beijão

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