sex, 02/12/11
por Julia Gutnik |
Os Panteras Negras no fim da década de 60 cantavam uma música que dizia que a revolução não seria televisionada. Pensando aqui para frente, eles estavam, digamos, meio certos. A revolução está sendo transmitida ao vivo sim, só que pela internet. Aí, se você quiser, pluga na sua TV e faz desse grupo profetas da comunicação.
O Caco Barcellos mostrou na programa sobre protestos como os acampados fazem a transmissão da praça em Nova York e, se você quiser acompanhar, é só acessar o site do Occupy Wall Street. Mas vou dar aqui mais uma dica. Para quem quiser acompanhar dia a dia a movimentação das praças ocupadas mundo afora, acesse o site Take the Square.
No site, tem um mapa que mostra onde há praças tomadas e telefones de contato para quem quiser se juntar à turma ou conhecê-los virtualmente. Enquanto escrevo esse texto, vejo ocupações curiosas, como na Nova Zelândia, na Romênia, Hungria e até em Palma de Maiorca! O Brasil aparece com duas marcações no mapa – Belo Horizonte e Manaus. Tentamos contato com essa turma para fazer o programa, mas, na época da produção da reportagem, a ocupação não estava muito ativa.
A turma do site também dá dicas de como tomar uma praça e como montar acampamento. Há também textos de análise dos países de política e economia em ebulição. É uma boa fonte de pesquisa para quem estuda os movimentos recentes.
O site é aberto para contribuições e eles esperam que todos que produzam conteúdo compartilhem com os demais na rede.Take the Square e Occupy Wall Street traduzem bem o espírito de economia solidária que paira pelas praças do mundo.
2 comentários »
sex, 11/11/11
por Julia Gutnik |
Em alguma navegada pela internet você já esbarrou num “Pedro, cadê meu chip?”, numa “p… falta de sacanagem”, ou na “Última Oração” da Banda Mais Bonita da Cidade. Aproveitando o Profissão Repórter dessa semana sobre celebridades da web, vou falar sobre “memes de internet”. Essas expressões, músicas, imagens e vídeos que todo mundo retuita e reproduz são o que, na publicidade, o pessoal chama de virais. Só que, nesse caso, não estão aí para divulgar de maneira camuflada um produto ou serviço. O meme é só o besteirol que as pessoas gostam de ver e mandar para os amigos.
Se eu fosse votar em um prêmio “Meme 2011”, minha candidata sem dúvida seria Luisa Marilac, aquela travesti que tomava seus “bons drink” e certamente não estava na pior na sua piscina em Roqueta Del Mar, na Espanha. Essa história me chama muito a atenção porque a Marilac não era uma pessoa conhecida, como a Christiane Torloni, que bombou outro dia com o “hoje é dia de rock, bebe”, nem alguém que apareceu em uma reportagem de TV, como a nutricionista Ruth Lemos, do “sanduiche-iche”, ou a Luana, a travesti que o Profissão Repórter que eternizou o lema “tá pensando que travesti é bagunça?”. Marilac era só uma anônima, que gravou um vídeo esdrúxulo para provocar o ex-namorado e postou no seu canal no youtube. De repente, milhões de pessoas acessaram o vídeo, outras tantas fizeram versões e até marcha dos bons drink na Avenida Paulista Marilac ganhou.
O que torna esse vídeo muito representativo é que nele a travesti não mostrou nenhum talento, apenas carisma. Ela não canta, não dança, não interpreta, não faz nada de especial, além de um papelão na piscina. Hoje ela está “menos na pior ainda”. Foi chamada para apresentar prêmio de televisão, já participou de inúmeros shows de auditórios, promove festas e eventos e é conhecida Brasil afora. Dá para explicar o porquê desse sucesso? Não, não dá. Bem como não dá para saber porque o “Pintinho Piu” bombou ou “A última oração” não saiu da cabeça de muita gente durante tanto tempo. Meme é só isso. Um fenômeno sem sentido repetido, repetido, repetido sem ninguém saber o porquê.
1 comentário »
qui, 20/10/11
por Julia Gutnik |
No pipeline do momento, surfam as redes sociais. Todas as startups querem pegar essa onda e correm atrás de ideias que possam rechear esse formato bombado na web. Tenho visto algumas coisas interessantes pipocando por aí e vou destacar duas redes brasileiras que valem o clique.
A primeira é o Busk, que se define como um agregador social de notícias. Por dia, o site encoda mais de 150 mil notícias publicadas por variados veículos e o usuário pode filtrar por editoria ou por fonte, pode comentar notícias, enviar para amigos, colecionar, publicar em outras redes, etc. Além de promover o conforto de acessar várias fontes de um só lugar, acho bacana esse aspecto social. Já que hoje em dia é raro sentar com a família pra tomar café da manhã e comentar os assuntos do jornal, pelo menos por essa rede, podemos comentar e trocar referências com os amigos conectados. Além disso, você pode seguir pessoas que admira ou tem afinidades e pode ver o que elas colecionam, compartilham ou comentam. Você acaba criando uma série de curadores de notícia.
Recém saído do forno, o Frugar é outra rede social que vale uma conferida. Lá você cria listas de produtos, sejam eles filmes, livros, acessórios de cozinha ou marcas de roupa. Essas listas são compartilhadas e os usuários podem dividir com os amigos a experiência de consumo que tiveram. Nada melhor para quem vive na dúvida e não compra sequer um botão sem a opinião alheia.
Agora falando de maneira geral, o que não vale no mundo online é criar redes só pra dizer que não ficou pra trás. Até agora não consegui entender a que veio o Google+ e nem o Branchout. Espero ser surpreendida em breve pela gigante da web.
Comentários desativados
qui, 29/09/11
por Redação |
A editora Julia Gutnik visitou a Casa Fora do Eixo em São Paulo, uma organização que transmite shows de música e debates culturais ao vivo pela internet. Veja no vídeo como a conexão é feita com os internautas.
Comentários desativados