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Sozinha com a câmera

qua, 30/11/11
por Redação |
categoria Sem Categoria

Por Paula Akemi

 

Não conta lá em casa

Só contei pra minha família que literalmente “dormi na praça” em Londres quando já estava de volta ao Brasil. Talvez porque alguns bastidores a gente só revela mesmo depois que sobreviveu ao perrengue. (Meu pai só descobriu que fiquei acampada uma noite quando viu a chamada pela TV).

E como algumas histórias ficaram de fora do programa de ontem, vou contar aqui um pouco mais de como foi viajar sozinha com uma câmera.

Nos ombros

Se colocada na balança, a câmera pesa uns quatro quilos. Não parece muito, mas depois de um dia inteiro de gravação, eu seria capaz de jurar que ela pesa o dobro! E na mochila de todo santo dia ainda levava: bateria extra (x2), carregadores (x2), equipamento de luz, fita isolante, pilhas (x6), microfones (x2), tripé, laptop para descarregar os cartões de memória.

Colegas

Quando cheguei à Grécia, a situação política era (e talvez ainda seja) uma montanha russa de sobes e desces. Pra checar se as informações estavam corretas e atualizadas, os jornalistas “colam” uns nos outros e trocam figurinhas. O vídeo abaixo mostra uma situação dessas quando estávamos à espera do então primeiro ministro George Papandreou. Mas, quando o figurão apareceu, foi um salve-se quem puder, cada um batalhando pelo melhor take. E o que mais me chamou a atenção não foi o político em si, mas essa muralha de jornalistas e câmeras.

Plantão

Meu hotel ficava a dois minutos da praça Syntagma, onde todos os grandes protestos aconteciam. Por puro medo de perder qualquer manifestação, dormi todas as noites com a televisão ligada (em grego mesmo!) e pedi ao recepcionista do hotel para me ligar se houvesse qualquer movimento.

Enquadramento

Assistindo a esse  vídeo (Paula se arrumando em frente à cam) dá vontade de rir. E acredite, na rua, enquanto eu estava gravando, as pessoas também riam. Entao fora aquela situação toda de montar o tripé, se posicionar em frente à camera, bater o foco, pensar no texto, acertar o cabelo, ainda tinha o esforço pra ignorar as buzinadas e risadinhas alheias. O jeito na maioria das vezes era rir também.

Luz, câmera, ação

Durante as entrevistas, além de prestar atenção no que o sujeito está falando e de pensar na próxima pergunta a fazer, ainda era preciso me preocupar com foco e enquadramento da camera. #Tudojuntoaomesmotempoagora.

Santa Ajuda

Na Grécia tive uma companheira, a Katia Orlik que é brasileira e mora há 30 anos em Atenas. Ela me ajudou a traduzir mais do que a língua grega, mas também a cultura e a política. Sem ela, não haveria reportagem e só não apareceu no programa de ontem porque é tímida!

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ter, 29/11/11
por Redação |
categoria Sem Categoria

Produzir uma reportagem às vezes é um desafio

seg, 28/11/11
por Redação |
categoria Bastidores

Por Danielle França

O IBGE divulgou recentemente uma pesquisa que informa que no país existem cerca 43 mil crianças, com idade entre 10 e 14 anos, que vivem em união estável. Após receber os dados detalhados, fui procurar saber quais eram as regiões mais afetadas. No Norte, Nordeste e Sudeste, são mais de 30 mil casos.

Fiz uma pesquisa para tentar identificar alguma cidade com casos envolvendo menores e achei uma reportagem sobre o estado de Sergipe, onde existem mais de 800 meninas com esse perfil. A reportagem estava publicada no site de uma rádio da cidade de Tobias Barreto, que fica a 130 quilômetros da capital Aracaju.

Não tive dúvida: liguei na rádio. Falei com o radialista Gilson Ramos, que foi muito atencioso, e confirmou vários casos de menores “casadas” na pequena cidade de 50 mil habitantes. Ele inclusive me passou o contato da enfermeira Anailza, que trabalha no posto de saúde da família e faz parte de uma equipe que atende adolescentes grávidas. Ela me confirmou que conhecia algumas meninas casadas e já mães nesta faixa etária.

Depois dessas conversas, segui para Tobias Barreto.

Chegando lá, conheci pessoalmente Gilson e Anailza e, no decorrer dos sete dias, acompanhei a rotina de cinco meninas. Uma dura realidade, meninas de 12, 13, 14 anos casadas, grávidas, decididas a construir família. Todas vivem em situação de pobreza, planejaram o filho e casaram para ter “uma vida melhor”.

O que me mais me chamou atenção foi o histórico familiar dessas crianças. Os pais geralmente são separados, ou já morreram e os maridos não têm emprego fixo, geralmente vivem com a venda de galos para briga.

Outra informação importante que consegui levantar com a Dra. Mariana do DAGV – Departamento de Grupo de Vulneráveis de Aracajú – é que toda relação sexual com conjunção carnal ou outra prática de ato libidinoso mesmo com consentimento é considerado crime de estupro, quando praticado com menor de 14 anos.

Portanto, todas essas meninas que acompanhei estão sendo vítimas de abuso sexual, prática que infelizmente é comum na região. Faltam medidas sociais educativas para minimizar essa situação que não é ideal para uma sociedade, além das conseqüências serem danosas na maioria das vezes.

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ter, 22/11/11
por Redação |
categoria Sem Categoria



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