Altos índices de audiência nos EUA mostram que a internet complementa TV, relata NYT
“Lembra quando diziam que a internet mataria a televisão?” A pergunta inicia o artigo assinado por Brian Stelter no The New York Times de 23 de fevereiro. O que se seguem são números e exemplos que provam o contrário – e intitulam o artigo: “A internet pode ser amiga da televisão”.
Em primeiro lugar, a publicação desconstrói um mito: o de que a rede mundial de computadores está proporcionando a queda de audiência na TV. A edição deste ano do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, exibida em 7 de fevereiro último, bateu o recorde histórico de audiência nos Estados Unidos, que pertencia ao último episódio da série M*A*S*H, de 1983. Foram 106,5 milhões de espectadores ligados na competição esportiva, contra 105,97 milhões da medição da década de 80.
Estudo recente da consultoria Nielsen, que mede a audiência da TV relacionada ao tráfico da web, mostra que um em cada sete norte-americanos que assistiam ao Super Bowl ou à abertura dos Jogos de Inverno de Vancouver, navegava na internet ao mesmo tempo.
Além disso, entregas de prêmios como o Grammy, um dos mais importantes da música mundial, têm apresentado crescimento anual nos índices de audiência nos Estados Unidos. De olho nesse público, a rede NBC tomou uma decisão inédita neste ano: exibiu no mesmo horário, nas duas costas norte-americanas (onde o fuso varia em 3 horas) a cerimônia de entrega do Globo de Ouro, em 17 de janeiro. A ideia era que o país todo pudesse comentar junto, na internet, aquilo que via na TV.
Brasil e EUA
Embora a penetração da internet nos lares brasileiros ainda seja muito menor que nos Estados Unidos, por aqui as novidades sempre viram febre. Foi o caso do orkut, por exemplo – e, agora, do twitter. Levantamento feito pela consultoria francesa Semiocast e divulgado na última quarta-feira, 24, mostra que o português já é a terceira língua mais falada na rede de microblog – atrás de inglês e japonês. Das 50 milhões de mensagens postadas todos os dias no serviço, cerca de 4,5 milhões são em português. A pesquisa destaca ainda “o grande sucesso das redes sociais no Brasil”.
Para os executivos de TVs norte-americanas, diz a reportagem do NYT, o uso da rede complementa o da televisão. “A internet é nossa amiga, não nossa inimiga”, afirma Leslie Moonves, da CBS. O chefe de pesquisas de outra rede, a NBC, explica que “as pessoas querem ter algo para compartilhar” e isso explicaria o sucesso de ver TV e navegar na internet ao mesmo tempo.