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“VIDA NO CIRCO”

dom, 15/10/06
por Redação |
categoria Sem Categoria

No Profissão Repórter de hoje, a vida no picadeiro! Uma mistura de magia, humor… e risco. Os repórteres Nádia Bochi e Caio Cavechini vão mostrar como vivem – e trabalham – os artistas de um pequeno circo no interior da Bahia. Nathália Fernandes e Caue Angeli terão apenas uma hora e meia para gravar uma reportagem sobre o circo mais sofisticado do planeta – o Cirque Du Soleil. Não perca!

“Nós em pingos d’água”

sex, 06/10/06
por Redação |
categoria Sem Categoria

Cecília é mulata, tem 40 anos e está acima do peso. Usa os cabelos presos atrás, mas muitos não entram no rabo de cavalo e ficam soltos, saem sem direção da cabeça. Ela usa calças apertadas e um top que deixa grande parte de sua barriga à vista. “Quarenta e três de papelão. Tem mais? Dá R$ 4,30″. Trabalha no ferro velho do Moisés, na Vila Madalena, há cinco anos. Os carroceiros se alternam à sua frente enquanto ela pesa na balança quanto eles trouxeram da rua e anota numa prancheta o que deve pagar a cada um. O trabalho é incessante. “É um que fala de um lado, outro do outro”, reclama, entre dois homens de roupas rotas.

“Dezessete quilos de jornal, Dona Nilda. Dá R$ 0,51.” Dona Nilda trabalha como faxineira numa agência de turismo vizinha do ferro velho. Aproveita e ganha um extra com os jornais jogados fora no seu emprego formal.

“Vinte e seis de ferro, Rogério. R$ 4,68. Já ganhou R$ 8,98 hoje. R$ 9. Tem R$ 1? Vai buscar! Esse é esperto. Dá nó em pingo d´água”, conta Cecília.

Rogério mora no Jardim Damasceno, zona norte. É um homem baixo, de 1,60 metro. Usa um chapéu de pescador, daqueles brancos, redondos. Toma o ônibus bem cedo para chegar às 7h no ferro velho. E começa a andar. “Minha caminhada geralmente é a mesma. Ás vezes não dá, mas quase sempre vou para Pinheiros, para o Largo da Batata”, conta.

Até às 18h, quando ele pára de trabalhar, volta umas quatro vezes com a carroça cheia para descarregar no ferro velho. “Antes eu trabalhava como porteiro numa firma que faliu. Trabalhava sentado, sem me movimentar. Se fosse para ganhar o mesmo dinheiro que ganho aqui, preferia trabalhar sentado”, diz. Mas ressalta que consegue mais dinheiro na rua do que quando ficava do outro lado do portão.

“Trinta e três de papelão, Dona Ivanira. R$ 3,30.” Dona Ivanira é uma das poucas mulheres que trabalham como carroceira. Ela é uma mulher robusta, de cabelos curtos. De bermuda e camisa larga, como estava quando a encontrei, não é difícil confundi-la com um homem. “Tomo o máximo de cuidado para não arranhar os carros. Ninguém nunca chamou a minha atenção no trânsito. A gente trabalha consciente”, diz, orgulhosa.

“Acordo às 4h. Às 5h15, pego o ônibus em Osasco. Chego umas 6h (no ferro velho), troco de roupa e vou para a rua. Vou para tudo que é lugar, Hospital das Clínicas, Rua Estados Unidos, Santa Cecília, São João, Estação da Luz, Sumaré.”

Os carroceiros têm pontos fixos na rua onde sabem que podem encontrar materiais mais caros. No ranking do ferro velho, o material menos valioso é o jornal, pelo qual se paga apenas R$ 0,03. O quilo do papelão sai por R$ 0,10 e o do ferro, R$ 0,18. Latas de refrigerante e cerveja estão entre os mais valiosos: paga-se R$ 3,00 pelo quilo. “Por isso que não se vê pela rua”, diz Rogério. Mas o ouro dos carroceiros é o cobre, que vale R$ 9,00 o quilo.

Mas é muito raro encontrar cobre na rua. Num dia normal, os cerca de 30 carroceiros do ferro velho do Moisés têm que se virar com ferro e papelão, e tiram cerca de R$ 25 pela jornada de trabalho.

Não é muito, mas Rogério, um cara esperto, dá nós em pingos d´água, consegue bicos na vizinhança e devagarzinho vai melhorando a sua casa, no Jardim Damasceno, zona norte.

*Felipe Gutierrez

“LIXO”

A cada dia a população do Brasil joga fora 230 mil toneladas de lixo, o suficiente para encher o estádio do Maracanã inteiro. No Profissão Repórter vamos seguir os rastros dos resíduos produzidos por São Paulo e contar histórias de pessoas que vivem da coleta nos lixões. Os repórteres Júlia Bandeira e Caue Angeli vão acompanhar a limpeza das ruas e subterrâneos de São Paulo e viver durante uma hora a jornada dos coletores de lixo. Felipe Gutierrez e Ana Paula Santos vão seguir os passos dos catadores de lixo pelas ruas da cidade.



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