Novo endereço

seg, 10/03/14
por Paulo Coelho |
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Olá, o endereço da coluna do Paulo Coelho mudou. As novas postagens estarão em https://g1.globo.com/pop-arte/blog/paulo-coelho/

Da humildade

sáb, 08/03/14
por shin |
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Alguém perguntou ao sufi Halgavi:

- “Como um mestre escolhe seus discípulos?”

- “Todo aquele que deseja realmente aprender, precisa ter consciência de que já tem a Verdade dentro de si. Basta apenas despertá-la”.

- “Mas como o senhor pode distinguir as verdadeiras intenções das pessoas ao se aproximarem?”

Halgavi respondeu:

- “Sempre procurei manter uma atitude humilde e submissa. Alguns procuravam se aproveitar disto, eu então me afastava deles. Outros me olhavam como se eu fosse um verdadeiro santo, e eu me afastava deles ainda mais rápido. Assim, ficaram ao meu lado apenas os que me viam como uma pessoa igual a eles”.

Do planejamento

sex, 07/03/14
por Paulo Coelho |
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Outro dia publiquei aqui uma conversa que escutei de passagem, sobre alguém dizendo que “já havia planejado sua vida”.

Na coluna eu dizia que era impossível – e empobrecedor – tentar controlar o destino desta maneira.

Uma leitora escreveu uma carta bem humorada. Disse que, outro dia, comentava com uma amiga sua que havia cuidadosamente organizado sua vida, e terminara dando tudo errado.

“Não se preocupe”, disse a amiga. “Eu jamais fiz qualquer plano para o futuro – e também terminou dando tudo errado”.

Da adversidade

qua, 05/03/14
por Paulo Coelho |
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Quando era pequeno, Cosroes, na antiga Pérsia, tinha um mestre que conseguiu fazê-lo se destacar em todas as matérias que aprendia.

Certa tarde, o mestre, aparentemente sem motivo, castigou-o com toda a severidade.

Anos depois, Cosroes subiu ao trono. Uma das suas primeiras providências foi mandar trazer o mestre de sua infância, e exigir uma explicação para a injustiça que cometera.

“Por que me castigaste sem que eu merecesse?”, perguntou.

“Quando vi tua inteligência, soube logo que irias herdar o trono de teu pai”, respondeu o mestre. “E resolvi mostrar-lhe como a injustiça é capaz de marcar um homem para o resto da vida. Espero que você jamais castigue alguém sem motivo”.

Cosroes admirou sua sabedoria e deu-lhe um cargo elevado.

Das mãos

ter, 04/03/14
por Paulo Coelho |
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Midrach Rabba, sobre o Eclesiastes:

“Quando o homem vem ao mundo, suas mãos estão sempre fechadas, como se quisesse dizer: ‘o mundo inteiro é meu e conseguirei dominá-lo’”

“Quando o homem parte do mundo, suas mãos estão sempre abertas, como se quisesse dizer: ‘não tenho nada em meu poder. Tudo o que posso levar são minhas lembranças, tudo o que posso deixar são meus exemplos’”.

Da rendição

seg, 03/03/14
por Paulo Coelho |
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Um guerreiro da luz nunca se acovarda – mesmo estando diante de forças superiores.

A fuga pode ser uma excelente arte de defesa, mas nunca pode ser usada quando o medo é muito grande.

Na dúvida, o guerreiro prefere enfrentar a derrota e depois curar suas feridas – porque sabe que, se fugir, estará dando ao seu agressor um poder maior do que ele merece.

Ele sabe que pode curar o sofrimento físico, mas será eternamente perseguido por sua fraqueza espiritual. Então, mesmo diante de alguns momentos difíceis e dolorosos, o guerreiro encara a situação desvantajosa com heroísmo e coragem.

Diz Gandhi: “se eu fosse forçado a escolher entre o enfrentamento e a covardia, não hesitaria em decidir pelo enfrentamento”. Um guerreiro da luz também.

Da injustiça

dom, 02/03/14
por Paulo Coelho |
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Um guerreiro da luz não olha a injustiça com indiferença. Ele é o primeiro a se levantar e a denunciar o abuso de poder e jamais se acovarda diante dos que pensam ter domínio sobre os outros.

Ele sabe que tudo é uma coisa só e que cada ação individual afeta todos os homens do planeta.

Então, quando está diante do sofrimento alheio, usa a sua espada para colocar as coisas em ordem.

Mas embora ele evite a opressão, em momento algum procura julgar o opressor.

Cada um de nós terá que responder por seus atos diante de Deus. Por isso, uma vez cumprida a sua tarefa, o guerreiro não emite qualquer comentário: segue adiante em busca de uma nova causa.

Um guerreiro da luz usa sua força com sagacidade e a usa também para vencer os combates que trava consigo mesmo. Está no mundo para ajudar seus irmãos, e não para condenar o seu próximo.

Da entrega

sáb, 01/03/14
por Paulo Coelho |
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Adaptação do excelente livro de “Bahá’-U’-lláh”, líder espiritual da antiga Pérsia (1817-1892):

“Oh, meu amigo, ouve com teu coração e tua alma as canções do espírito, e tem com elas o mesmo cuidado que tens pelos teus olhos. Pois a sabedoria do céu, assim como as nuvens da primavera, não descerão sobre ti todos os dias”.

“Mesmo que a graça do Todo Poderoso continue sempre a fluir, há momentos em que uma parte dela é colocada de lado, para que tu possas compreender a suprema misericórdia. Por isso, entende que a nuvem que hoje despeja as bênçãos de primavera não ficará ali para sempre, e procura aproveitar cada gota que cai”.

“Nem todo oceano tem pérolas. Nem todo ramo floresce. Nem todo rouxinol canta com suavidade. Então, faz um esforço para ouvir com teu coração e tua alma as canções do espírito, porque elas chegam e partem”.

Da Bíblia

sex, 28/02/14
por Paulo Coelho |
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Um texto do Deuteronômio:

“Quando fizeres a colheita em teu campo e nele esqueceres um feixe de espigas, não voltes para recolhê-lo. Ele é do órfão, da viúva, e do estrangeiro. Assim, o Senhor teu Deus abençoará as obras de tuas mãos.

“Quando sacudires a oliveira, aquilo que ainda ficar preso aos galhos deve permanecer lá. Ele será então para o órfão, para a viúva, e para o estrangeiro.

“Quando recolheres as uvas da tua vinha, não retornes para ver se esquecestes algumas no chão. O que sobrar é para o órfão, para a viúva, e para o estrangeiro.

“Lembra-te de que foste escravo na terra do Egito. E obedece ao que te ordeno”.

Dos detalhes

qui, 27/02/14
por Paulo Coelho |
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Okakura Kazuko, escritor japonês (1863-1913), um dia reuniu seus discípulos:

“Vou ensinar-lhes uma nova maneira de entrar em contato com o Universo”, disse.  Em seguida, preparou um chá e serviu a todos. Fazia os movimentos com tanta formalidade, que fez com que seus alunos percebessem a importância dos detalhes na vida quotidiana.

Um dos rapazes, porém, reclamou da ausência de preces e meditações. Kazuko expulsou-o da aula, comentando:

“Aqueles que são incapazes de compreender o que há de grande nas pequenas coisas, terminarão sem enxergar o que há de pequeno nas grandes coisas, e serão confundidos pelo resto da vida”.



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