Diante da derrota

qua, 20/06/12
por Paulo Coelho |
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O  guerreiro da luz sabe perder. Ele não trata a  derrota como algo indiferente, usando frases como “bem, isto  não  era  tão importante”, ou ” na verdade, eu não queria mesmo isto”.
Aceita a derrota como uma derrota, e não tenta  transformá-la em vitória ou experiência. Amarga a dor dos ferimentos, a indiferença  dos amigos, a solidão da perda. Nestes  momentos, diz para si mesmo: ” lutei por algo, e  não consegui. Perdi a primeira batalha”.
Esta  frase lhe dá forças. Ele sabe que ninguém ganha sempre – mas os corajosos sempre ganham no final.

Tomando a decisão de seguir a luz

ter, 19/06/12
por Paulo Coelho |
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O guerreiro da luz passa a acreditar que é melhor seguir a luz. Ele já traiu, mentiu, desviou-se do seu caminho, cortejou as trevas. E tudo continuou dando certo – como se nada tivesse acontecido.

Mas agora ele quer mudar suas atitudes.

Ao tomar esta decisão, escuta quatro comentários:

“Você sempre agiu errado. Você está velho demais para mudar. Você não é bom. Você não merece”.

Então olha para o céu. E uma voz diz:

“Bem, meu caro, todo mundo já fez coisas erradas. Você está perdoado, mas não posso forçar este perdão. Decida-se”.

O verdadeiro guerreiro da luz aceita o perdão, e passa a tomar algumas precauções.

Sobre o velho ditado

seg, 18/06/12
por Paulo Coelho |
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O guerreiro da luz nunca esquece o velho ditado: o bom cabrito não berra.

As injustiças acontecem. Todos são envolvidos por situações que não merecem – geralmente quando não podem se defender.

Nestas horas, o guerreiro fica em silêncio. Não gasta energia em palavras, porque elas não podem fazer nada; é melhor usar as forças para resistir, ter paciência, e saber que Alguém está olhando. Alguém que viu o sofrimento injusto, e não se conforma com isto.

Este Alguém dá ao guerreiro o que ele mais precisa: tempo. Cedo ou tarde, tudo voltará a trabalhar a seu favor.

Um guerreiro da luz é sábio; não comenta suas derrotas.

Utilizando a loucura

dom, 17/06/12
por Paulo Coelho |
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O guerreiro da luz não tem medo de parecer louco.

Ele fala em voz alta consigo mesmo, quando está sozinho. Alguém lhe ensinou que esta é a melhor maneira de se comunicar com os anjos, e ele arrisca o contato.

No começo, nota como é difícil; pensa que nada tem a dizer, que vai ficar repetindo bobagens sem sentido.

Mesmo assim, o guerreiro insiste. Todo dia conversa com seu coração: diz coisas com as quais não concorda, fala bobagens.

Um dia, percebe a mudança em sua voz, e entende que está canalizando uma sabedoria maior.

O guerreiro parece louco, mas isto é apenas um disfarce; ousou buscar junto a seu anjo as informações que precisava, conseguiu recebê-las.

O silêncio

sáb, 16/06/12
por Paulo Coelho |
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O guerreiro da luz medita. Senta-se em um lugar tranqüilo da sua tenda, e entrega-se a luz divina.
Ao fazer isto, procura não pensar em nada; desliga-se da  busca de prazeres, dos desafios e das revelações – e deixa que seus dons e seus poderes se manifestem.
Mesmo que não os perceba na mesma hora, estes dons e poderes estão tomando conta de sua vida, e vão influir no seu cotidiano.
Enquanto medita, o guerreiro não é ele, mas uma  centelha da Alma do Mundo. São estes momentos que lhe permitem entender sua responsabilidade, e agir de acordo com ela.
Um guerreiro da luz sabe que – no silêncio do seu coração, existe uma ordem que o orienta.

O guerreiro da luz e seus demônios

sex, 15/06/12
por Paulo Coelho |
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O guerreiro da luz está agora despertando de seu sono.

Ele pensa: “não sei lidar com a luz que entra pela minha janela, e que me faz crescer”.

Mas o dia raiou, e não se interessa pelo que ele está pensando.

O guerreiro então diz em voz alta: “serão necessárias mudanças que não tenho vontade de fazer. Já estou acostumado a viver minha vida como ela é”.

A luz continua lá – porque vontade é uma palavra cheia de truques.

Então, pouco a pouco, os olhos e o coração do guerreiro começam a se acostumar com a luz. E à medida que o tempo passa, ela deixa de assustá-lo.

O guerreiro esteve dormindo por muito tempo, e é natural que vá se despertando aos poucos.

Prestando atenção

qui, 14/06/12
por Paulo Coelho |
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O guerreiro da luz conhece o silêncio que antecipa  o combate importante.

E este silêncio parece dizer: “as coisas pararam. É melhor divertir-se um pouco”.

Os combatentes sem experiência largam suas armas neste momento, e queixam-se do tédio.

O guerreiro está atento ao silêncio; em algum lugar, algo está acontecendo.

Ele sabe que os terremotos destruidores chegam sem aviso. Já caminhou por florestas durante a noite: quando os animais não fazem qualquer ruído, o perigo está próximo.

Enquanto os outros conversam, o guerreiro se adestra no manejo da espada, e presta atenção no horizonte.

Acreditando em sinais

qua, 13/06/12
por Paulo Coelho |
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O guerreiro da luz conhece a importância de sua intuição.

No meio da batalha, ele não tem tempo para pensar nos golpes do inimigo – então usa seu instinto, e obedece ao seu anjo.

Nos tempos de paz, ele decifra os sinais que Deus lhe envia.

As pessoas dizem: “está louco”.

Ou então: “vive num mundo de fantasia”.

Ou ainda: “como pode confiar em coisas sem lógica?”

Mas o guerreiro sabe que a intuição é o alfabeto de Deus, e continua escutando o vento e falando com as estrelas.

Adaptando-se às circunstâncias

ter, 12/06/12
por Paulo Coelho |
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O guerreiro da luz às vezes se comporta como água, e flui por entre os muitos obstáculos que encontra.

Em certos momentos, resistir significa ser destruído; então, ele se adapta às circunstâncias. Aceita, sem reclamar, que as pedras do caminho tracem seu rumo através das montanhas.

Nisto reside à força da água: ela jamais pode ser quebrada por um martelo, ou ferida por uma faca. A mais poderosa espada do mundo é incapaz de deixar uma cicatriz em sua superfície.

A água de um rio adapta-se ao caminho que é possível, sem esquecer do seu objetivo: o mar. Frágil em sua nascente, aos poucos vai ganhando a força dos outros rios que encontra.

E, a partir de determinado momento, seu poder é total.

Amor e combate

seg, 11/06/12
por Paulo Coelho |
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O guerreiro da luz às vezes luta com quem ama.

Aprendeu que o silêncio significa o equilíbrio absoluto do corpo, do espírito, e da alma.

O homem que preserva a sua unidade, jamais é dominado pelas tempestades  da existência; tem forças para ultrapassar as dificuldades e seguir adiante.

Entretanto, muitas vezes sente-se desafiado por aqueles a quem procura ensinar a arte da espada.

Seus discípulos o provocam para um combate e o guerreiro mostra sua capacidade: com alguns golpes lança as armas dos alunos por terra, e a harmonia volta ao local onde se reúnem.

“Por que fazer isto se és tão superior?”, pergunta um viajante.

“Porque, desta maneira, mantenho o diálogo”, responde o guerreiro.



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