Rio (Alagado) de Janeiro

qui, 12/12/13
por andre trigueiro |


Fenômeno climático mais previsível do mundo: chuva. Dever de casa mais elementar dos governantes: abrir caminho para a água da chuva. Certo? Não para quem tem a função de planejar o crescimento das cidades. A julgar pelo que vimos nas últimas horas no Rio de Janeiro, segunda cidade mais rica do Brasil, um dos mais importantes mandamentos da administração pública não vem sendo seguido à risca: “Para cada nova obra, providenciar sistemas de drenagem compatíveis”.

Como construir a Via Binário (alternativa ao Elevado da Perimetral inaugurada há dois meses) sem rotas de fuga para a água da chuva?

Outra: como autorizar o aparecimento do mais novo bairro da cidade no Recreio dos Bandeirantes (Pontal Oceânico) sem se dar conta de que as construtoras estavam aterrando ilegalmente os canais de drenagem (abertos da década de 1930) em uma das áreas mais vulneráveis a enchentes do Estado do Rio? (veja a reportagem)

Por que a Fundação Rio Águas (braço da Prefeitura que deveria acompanhar a situação dos rios da cidade e o correto escoamento da água da chuva) conta com apenas 15 fiscais para verificar como os empreendedores privados realizam suas obras em todo o município?

É claro que uma chuva torrencial como a de ontem é capaz de causar estragos em qualquer grande cidade do planeta. É evidente que a falta de educação de parte dos moradores (que jogam lixo no chão, nos rios, etc) agrava a ocorrência de enchentes.

Mas as prefeituras, com o perdão do trocadilho, não podem “chover no molhado” quando o assunto é enchente.

A cada um, a responsabilidade que lhe compete.



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