Panorâmicas
Como diria o famoso provérbio, acabou-se o que era doce. Findados meus 15 dias de férias, é chegado o momento de desatar o emaranhado de roupas sujas (lembra quando eu disse que era um exímio arrumador de malas? Era mentira), de readaptar-se ao rigoroso verão carioca, 30 graus mais quente do que o inverno italiano, e voltar à labuta. Mas, antes disso, permitam-me fazer uma breve atualização de status; na segunda etapa da viagem, estive em Florença, Milão e Veneza, sendo que, nesta última, além de constatar que aparentemente trata-se do único lugar do mundo onde interagir com pombos não remete à ideia de adquirir uma terrível doença transmissível, também tive a oportunidade de testemunhar uma ‘acqua alta’, que é como os locais denominam o fenômeno de elevação do nível dos canais e o consequente alagamento de algumas áreas da cidade.
É bastante curioso encontrar gaivotas flutuando calmamente em plena Praça de São Marcos e perceber como os venezianos lidam de maneira bastante natural com o que, para outros povos, poderia representar um enorme transtorno. Na véspera, quando voltava do jantar, estranhei o fato de que funcionários da prefeitura montavam uma estrutura estreita e bastante comprida, com mais ou menos 1 metro de altura, o que, estupidamente, – pode ter sido por causa do vinho – concluí fazer parte dos preparativos para um desfile ou alguma celebração de proporções colossais.
Pensei com meus botões: “bom, se o carnaval dos caras é encher a cara de Prosecco, se esconder atrás de máscaras feiosas, vestir roupas do século XVII e dançar valsa, tudo é possível, certo? Acontece que a passarela em questão não serve ao propósito de exibir mascarados ou modelos, mas sim possibilitar que os moradores e visitantes de Veneza possam se locomover pelas ruas e praças e ainda assim manter os pés secos. Na prática, quem mais utiliza as trilhas sobre as águas são mesmo os turistas, porque, nitidamente, os habitantes da cidade preferem recorrer às galochas a se submeterem ao trânsito moroso nas passarelas, provocado por hordas de japoneses ansiosos por capturar com suas máquinas ultra-sofisticadas todos os detalhes da inusitada experiência.
Certamente seria exagero comparar meu apreço pela fotografia ao do povo da terra do sol nascente, mas, nesta viagem em específico, resolvi aprimorar um pouco o nível dos registros: toda vez que eu me deparava com um cenário impactante, ou mesmo um monumento de relevância histórica, ao invés de tirar uma foto normal, fazia uma imagem panorâmica. As minhas preferidas reuni nessa abaixo:
Coliseu – anel superior – Roma
Fórum Romano – Roma
Praça de São Pedro – Roma
Anfiteatro Romano – Pompéia
Vila dos Mistérios – Pompéia
Ponte Vecchio – Florença
Vista do Duomo da Catedral de Santa Maria del Fiore – Florença
Praça de São Marcos (acqua alta) – Veneza
Praça do Duomo – Milão
Agora deixa eu me inteirar do que se deu por aqui na minha ausência que já já eu volto com novidades…