Quando 2 e 2 são 5

seg, 11/04/11
por Bruno Medina |

Durante o último final de semana, acompanhei através da imprensa a repercussão de mais uma bem sucedida passagem do U2 por nosso país, dessa vez com a turnê 360o, considerada a mais rentável da história do show bussiness. Em uníssono, jornalistas e fãs da banda que estiveram no Morumbi definiram o que assistiram como “apresentações irretocáveis”, executadas por uma banda cuja atuação beira a perfeição.

Não estou a par dos detalhes técnicos da empreitada, mas de certo ela envolveu uma esquadrilha de aviões cargueiros do tamanho de prédios, abarrotados de equipamentos caríssimos desenvolvidos apenas para esta série de shows, além de um exército de profissionais, dentre os quais seguramente se encontram os melhores do mundo em cada uma das funções exercidas. Como recompensa por tamanho empenho, Bono e seus companheiros podem gabar-se a quem quiserem (incluindo Mick Jagger e Madonna) de estarem a frente deste que pode ser considerado o maior espetáculo da Terra.

Assim como ocorreu em 2006, em 2011 o U2 e sua monumental trupe também não desembarcaram no Rio, o que, de certa maneira, me livrou de uma baita saia justa doméstica, visto que minha mulher, grande admiradora da banda irlandesa, não encontraria neste que vos escreve a companhia ideal para ter ao seu lado na plateia. Vou confessar aqui, baixinho, (afinal quem desejaria contrariar 180.000 espectadores satisfeitos?) que não sou muito afeito a esse tipo de evento. Sendo ainda mais sincero, minha concepção particular de espetáculo – musical ou de qualquer outra natureza – caminha na direção inversa a do conceito de perfeição.

Não trata-se de fazer uma crítica à pirotecnia, ou apologia ao amadorismo e a incompetência, mas sim à espontaneidade e à beleza do… imponderável! Claro que não cabe aqui questionar a relevância ou o valor do U2 como banda, que são notadamente muito grandes; talvez uma discussão muito mais interessante seria a decorrente da seguinte questão: qual o lugar reservado ao “imprevisto” no mundo de hoje, tão planejado?

Também não sei. O que sei é que prefiro assistir aos artistas a quem realmente prezo sem as amarras da excelência, por assim dizer. Para mim, quanto mais à vontade estiverem melhor, ainda que se apresentem sobre caixotes de madeira, iluminados por lâmpadas caseiras, ou que abusem dos drinks tomados antes, no camarim. Se o cara, por exemplo, se empolgar e resolver deixar o set list de lado para tocar uma canção que ouvia na infância, acho incrível. Se errar a letra dessa mesma música três vezes e for aplaudido pela insistência, entendo o assim chamado deslize como prova de que ali, de fato, se deu um momento sincero e, por que não, sublime.

Nesse contexto, a microfonia, a hesitação, o hiato, o desafino, a timidez, enfim, qualquer quebra de protocolo, representa a mais significativa diferença entre ouvir um disco em casa e testemunhá-lo ganhando vida de fato ao vivo, com todos os prós e contras inerentes à experiência. São duas sensações incríveis e muito distintas que, em minha opinião, não deveriam ser confundidas. No palco, por mais que a intenção fosse positiva, nunca reagi muito bem a elogios do tipo “Nossa, o show foi perfeito! Parecia que estava ouvindo um CD”. Tal comentário sempre me levou a concluir que naquela noite havíamos sido meramente competentes.

Aliás, por definição, o show perfeito é aquele que, de tão bom, nos faz chegar em casa com vontade de quebrar o disco do artista, né?

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51 comentários sobre “Quando 2 e 2 são 5”

  1. @joaovitormsousa disse:

    Tenho a mesma opinião sobre esses shows, prefiro aquela “irresponsabilidade” sem desmerecer o que alguns fãs es~toa chamando de “maior espetáculo da Terra”. Parabéns Medina, você é F###

  2. Melanie disse:

    Não…
    Pra mim um show perfeito dá vontade de comprar mais e mais discos!

    (Se sua esposa quiser, a acompanho nas proximas apresentações do U2)

  3. Pedro Gonçalves disse:

    Os show que tem aquele errinho,a guitara no acertos finais de afinação,aquela musica que niguem esperava que a banda tocasse…ou aquele retorno da banda quando achavamos q já tinha acabado.Esses são os melhores shows pra mim.
    Não tirando o brilhantismo dos mega telões,fogos de artificio ou coisas do tipo,mas acho que é cada um no seu quadrado tem bandos que isso cabe ou nunca vão caber.

  4. Raísa Leite disse:

    Concordo com vc Bruno. Quando admiramos uma banda ou cantor, n importa o quão grandioso seja o show, mas que o artista dê o seu recado fazendo aquilo com emoção e verdade. O U2 não precisara desse grandioso investimento para fazer um show incrível, pois eles são com certeza umas das melhores bandas que já vi( o los hermanos tbm haha).Sem ou com palco de 360° o show do U2 é, o show! :)
    Sempre quis quebrar o cd do los hermanos depois de ir ao show! hahahaha
    Beijos!

  5. Silmara Alves disse:

    Pela trajetória que conheço do U2 (mas há tempos que eu não sigo uma banda), e de seus palcos (que só cresceram), é só questão teatral. Eles se importam com o público (e com eles). O show business demanda isso,
    Eles são bons músicos (eu considero), e pelo que eu sei tirando alguns contratempos com crises pessoais e desgaste, nunca pararam por tempo indeterminado (isso, eu levo em consideração =D)
    Para mim, show perfeito não é obrigatoriamente igual ao CD (é o que eu me sinto bem), então, dependo de muitas coisas. E gosto do U2 (e não importo com as performances do Bono e sim com as do Edge, ele se garante)
    Fiz minha família cearense conhecer uma banda irlandesa muito antes da Internet entrar em minha casa.

  6. Yane disse:

    Olá Bruno,

    Eu fico dividida… considero importante sim o improviso, mas não é sempre que ao dizer que o show foi perfeito significa que foi igual ao CD. No meu caso, muito pelo contrário. Um show pra mim é perfeito quando não é igual ao CD. Até porque, pra ouvir CD(ou mp3 =P) eu fico em casa mesmo.

    Porém…o caso do U2 é diferente. Os shows deles são absurdamente massa, eles dão vida às músicas dos CDs. Particularmente, acho que suas músicas ganham vida no palco. No CD (ou mp3) não têm lá tannnta emoção. Passei a gostar do U2 depois de ver sua performance nos shows. E não pelo palco, mas sim pela vida das músicas. E ver só de longe, não ao vivo. A meu ver o exibicionismo técnico deles é apenas sua maneira de ser.

    Então eu acredito que, cada qual do seu modo e não sendo uma cópia fiel do CD, ambos são experiências marcantes para a pessoa que curte essa ou aquela banda.

    =)

  7. André disse:

    Discordo. O nome é “show”, logo tem que ser um show em todos os quesitos.
    Acho que você se acostumou com o Rodrigo Amarante ficar parando o show ao final de cada música para ficar afinando guitarra durante uns 5 minutos.

  8. Ana Andrade disse:

    O erro, o deslize, o improviso, fazem parte do real espetáculo.
    Também não sou adepta a mega shows e produções. Um banquinho, meia luz já são por si um espetáculo a parte. Sinceramente, acho todos esses efeitos e tecnologias desncessárias. Não que o U2 precise disso, mas um pouco de imperfeição faz muito bem a qualquer espetáculo!

  9. Lucas disse:

    eu prefiro o show do Los Hermanos.

  10. Rafael Raniere disse:

    cada um com sua opnião, se os caras podem, eles devem sim sair a procura da perfeição, aquela que os mesmo conseguiram com exito.
    Ser o do contra é facil.

  11. Junior BH disse:

    HUmm, gosto do U2 mas não assisti ao show.
    Tive a oportunidade de participar de gravações ao vivo e por diversas vezes voltaram a cantar músicas que não saíram boas, e é uma delícia poder vivenciar isso….

  12. Cinthia B. disse:

    Por isto que amo o show de Los Hermanos, sem pretensão de ser perfeito, sempre com aquela vontade de tocar porque ama o que fez e se divertir enquanto toca, como se estivesse numa festa, bebendo com os amigos!

  13. Danilo Santana disse:

    Concordo em partes. Também não sou muito fã dos super espetáculos, dos do roteiro sempre igual, da falta de espontaneidade. Mas por outro lado também já fiquei decepcionado com muita banda justamente por ver o quanto eles são ruins ao vivo. E justamente por isso, que fica difícil se fazer uma análise de uma banda que está envolvida por uma enorme quantidade de técnicos. Um show memorável pra mim não é o que é idêntico ao cd mas também não é aquele em que a banda de tão relaxada, deixa a musicalidade de lado. O show inesquecível é aquele em que a banda consegue surpreender de forma positiva o ouvinte, mesmo que erre algumas letras, ou que aconteça alguma microfonia.

  14. marilia disse:

    Não entendo bem essa necessidade de concordar ou discordar. Porque cada um não pode ter opinião própria e falar sobre isso abertamente? E porque precisa criticar o Los Hermanos só porque o Bruno falou sua opinião sobre o show? O mundo não seria melhor com um pouco mais de tolerância?

  15. Pedro disse:

    Bruno,
    Sou tão fã do U2 como do Los Hermanos (e outras bandas que se caracterizam pela simplicidade no palco e espontaneidade na hora do show, como o Pearl Jam, por exemplo).
    Porém, acho que os dois lados da moeda são válidos para a música e necessários para justamente sentirmos falta do inverso. Já me senti muito recompensado em shows de produção simples (O que é o caso de 90% das apresentações ao vivo que temos chance de ver), mas se deparar com tamanha produção ontem no Morumbi me fez ver que o profissionalismo e a grandiosidade também devem ser respeitados e admirados na música.
    O U2 nesta turnê já tocou mais de 50 músicas diferentes, inclusive, variou 5 músicas de sábado para domingo (O que mostra que não há tanto sincronismo assim), e alia isso à uma produção impecável, um som único (The Edge merece todos os aplausos possíveis, por ser um guitarrista simplista e genial).
    Concordaria com você caso a referência fosse a artistas estéticamente fabricados (Como a própria Madonna, Justin Bieber ou Lady gaga, por exemplo). Mas o U2 é essecialmente uma banda que compõe suas próprias músicas, dita a própria carreira e conta com um som atemporal.

  16. Marcelo disse:

    Respeito a opinião de todos mas acho que o U2 chegou a um patamar hoje de excelencia !
    Hoje eles são sinônimos de perfeição e jamais deixariam de tocar uma música em seus shows porque ela fez sucesso ou ficou popular, como algumas bandas por aqui fizeram. E outra coisa, é no mínimo uma besteira uma banda da importãncia do U2 fazer um show para 90.000 pessoas em cima de caixotes e iluminados por poucas lâmpadas!

  17. Richelli Emerick disse:

    Entrar em estado de êxtase quando a banda toca sua musica favorita, onde milhares de pessoas pulam ao mesmo tempo, fazendo toda arquibancada de um gigantesco estádio tremer, e neste momento sua espinha gela, você olha para seu braço e vê que ele esta todo arrepiado. Acho que este é, também, um detalhe que deve constar nos shows ao vivo de uma banda.

  18. Fábio disse:

    Boa desculpa para quem não sabe tocar direito…………………..

  19. Carlos disse:

    Não entendi o que você quis dizer.

    Uma banda com 35 anos de história, que não há o que discutir sobre seu mérito musical, não pode ser perfeita?

    Se eles são impecáveis é pq eles têm experiência e talento para isso. E se são assim, deveriam fingir um descontrole em certo momento ou uma nota errada em outro só para não soar “competente”.

    Cada um proporciona aos fãs o que pode. Se eles podem proporcionar um espetáculo musical e visual eu só tenho a agradecer porque foi um show único e, com certeza, inesquecível.

    Mas é assim, alguns gostam de um banquete completo e outros se contentam com um picolé de chuchú.

    abs.

  20. Bárbara Cipriano disse:

    Concordo pelnamente Bruno;
    adoro o U2, um abnda inmcrivel, com musicas belissimas.
    Mas prefiro mil vez ir a um show de uma banda que ira afinar a guitarra na hora de cantar
    que erra a letra ou esquece e pede ao publico que cante ou que escolham o repertorio porque ele não o fez.
    Pois assim a banda parece com nada do cd, onde as musicas seguem uma ordem e são todos no ritimo certo, mesmo que seja um cd ao vivo, os shows com essas qualidades concerteza me fazem sair desses e dizer:” onde tiver outro show dessa banda eu vou” porque os caras são demais.

  21. joao disse:

    Eu sou fã da música do u2,

    entao pra mim foi perfeito,

    o resto é o resto…

  22. Patridk Rocha Soares disse:

    Olá Bruno. Também concordo com sua opinião. Todos esses aparatos que essas mega produções fazem hoje em dia tira um pouco a absorção do sentimento do show em si. Muitas das vezes tira a atenção da real importância de estar ali, escutar, sentir o show, as musicas, etc.
    Não tiro a importância de bandas como o U2 e outras que tem $$$ para proporcionar todo esse entreterimento visual em suas apresentações, mas prefiro e venho do cenário “underground” onde apresentações pequenas, simplicidade faz com que você perceba mais integração dos músicos com o público e onde eles se doam mais.
    Não curto muito, mas outros artistas como Lady Gaga, Madona, Black Eyed Peas necessitam disso, mas por outro lado 70% fica mais no play back, a atração é o aparato. Aí é pra quem gosta mesmo. A mídia, as gravadoras (algumas e seus produtores) que só buscam o lucro estão acabando com a música. Está ficando difícil encontrar algo bom nos dias de hoje.

  23. Daígo disse:

    Acho que sua colocação foi um tanto pré conceituosa com relação a algo que vc sequer assistiu e por isso nem deveria opinar, fica parecendo que vc é pago pra falar, nem que seja bobeira pra criar polêmica.

    O show foi sim quase perfeito, grandioso e foi assim pq a banda é o U2, não é uma banda qualquer, são muitos anos de história e por isso mesmo que não chega a perfeição, é impossível agradar a todos, sempre vai faltar alguma música que alguém quer muito ouvir. O show de forma alguma parece CD, eles conseguem passar emoção mesmo com toda essa mega produção.

  24. Carla disse:

    Olá Bruno,

    Parabéns por ter a coragem de criticar os U2 e seu ‘iluminado’ líder. Também não sou fã de mega-produções, nem de caridade publicitada.

    Prefiro o purismo de um unplugged, sempre.

    Bj

  25. Eduardo Azeredo disse:

    Esse texto me remete muito a um show que assisti no final de semana que me despertou a atenção bem que os 360º do U2. Foi o show do The National, modesto, no Circo Voador. No máximo um jogo de luzes, e fora isso, a banda entrou no palco sem cerimônia, e foi se acertando ali mesmo pra todo mundo ver antes de tocar. A banda interagia bastante com o público desamasiadamente animado pro que se poderia imaginar de um show de uma banda tão soturna como o The National.

    O Berninger não desgrudava do seu vinho, num momento mais insano ele resolveu pular em cima da bateria e… não deu certo. Levou o maior tombo. Ainda brincou, “Ainda bem que o vinho tá inteiro”. Teve música que ele realmente tentou e tentou lembrar a letra até conseguir enquanto o público aplaudia e se divertia nesses momentos inesperados e imperfeitos. Não me espantaria se você tivesse escrito este texto no rescaldo desse mesmíssimo show.

    E o final do show não poderia ser mais simples – Vanderlyle Crybaby Geeks sendo tocada com as guitarras, baixo e teclados dispensados. Violão, trompete e a voz, de toda a banda e do público. O tal “picolé de chuchu” pode ser às vezes tão saboroso quanto um de chocolate.

    Passado o flashback, eu não me sentiria à vontade num show megalomaníaco como esse do U2 também, embora ache que case bem com a música deles. Do mesmo jeito que o The National num acanhado e acolhedor Circo Voador fuciona muito bem.

    Me recordo também de ter visto em 2008 o Muse no pequeno Vivo Rio, e depois ter ficado com mais água na boca vendo o DVD do mega-show que eles fizeram em Wembley acho que eu não tinha visto era nada apesar de ter adorado aquele show. Do mesmo jeito vi o Phoenix naquele palco imenso do Planeta Terra e achei que o popzinho meloso e a postura apática da banda caberiam melhor em menos espaço.

    Acho que a grande questão é o quê combina com o quê.

  26. daniel atie disse:

    Concordo com o Bruno. Porem, na minha percepção, no show de domingo a qualidade do som não estava grande coisas. A guitarra estava muito alta e mal se ouvia a voz do Bono. Conforme o show foi passando as coisas melhoraram …mas mesmo assim ficou muito longe do ideal !!!
    Se fizessemos um comparação com o show do MUSE, estava muito melhor !!!

  27. VITOR BOTELHO disse:

    E AÍ BRUNO?
    SOU UM GRANDE FÃ… E AO MESMO TEMPO CRITICO…. DA SUA EX-BANDA….
    MAS VAMOS AO QUE INTERESSA: DE FATO UM SHOW TEM QUE TER O INESPERADO….. PRA QUE SAIR DE CASA, DE BAIXO DO COBERTOR, PRA ASSISTIR UM DVD AO VIVO E MAIS CARO??
    AFINAL QUE VAI A UM CONCERTO TEM QUE LEVAR PRA CASA ALGUMA HISTÓRIA DIFERENTE!

  28. Daniel disse:

    Agora sim eu entendi qual foi a proposta do ultimo dvd do Los Hermanos. Pareceu-me que a ideia da banda foi de passar um ambiente familiar e acolhedor com o palco, mostrando simplicidade e excelencia ao mesmo tempo.

  29. JP disse:

    Peidou na farofa…

    Curioso, depois de toda a história que envolve o Los Hermanos, vir o Bruno aqui com esse discurso do tipo “não vi e não gostei”.

    O show do U2 é pra ser grandioso mesmo, com telões e luzes sincronizando com as músicas…e detalhe, não esqueçamos que são apenas 3 caras tocando, e ainda assim tudo de forma magnífica.

    Há momentos de “improviso”, quando colocam pra tocar Trem das Onze na abertura do show, quando o Bono conversa com a platéia, quando faz um discurso direcionado pro Brasil, quando lamenta a tragédia que ocorreu no Rio, quando apresenta a banda fazendo trocadilho com qual o sabor de pizza que cada um seria, já que esta é a mais típica comida do paulistano…enfim…é um show completo e único.

    Não que esse formato é o melhor, ou deva ser seguido por todos, mas há que considerar que quem esteve lá jamais vai esquecer esse show.

  30. Juliana disse:

    Entendo o que você quer dizer mas neste caso discordo. Já fui em shows mega produção como o da Madonna e senti que essa perfeição que você fala afetou realmente a fluência do show, a interação com o público e se tornou um espetáculo a parte, que particularmente, não me agradou pois a interação com o público ficou de lado.
    No caso do U2, esta perfeição não se limita a ser uma super produção, que de fato é impressionante, mas sim a um show de beleza sem tamanho, de uma banda que demonstra estar ali pro seu público, que emocionou muitas pessoas e nem por isso foi algo frio, pelo contrário, trouxa um contentamento sem tamanho.Sou fã da banda e suspeita para falar mas confesso que nunca vi nada igual na vida!

  31. Fernanda Santos disse:

    Fiquei confusa Bruno, no começo do texto achei que fosse apenas a sua opinião com relação a mega shows. Entendi que você não gostava desse tipo de evento.
    Mas no final do texto você começou a questionar a “perfeição” do show, um show que você nem viu…

    Adoro seus textos, mas esse realmente não entendi.

  32. Roberto Chaves disse:

    O que o Bruno escreveu, fica muito evidente em uma banda chamada Grateful Dead, em que de 1965 até 1995 tocava em média 80 show por ano e com o repertórios diferentes a cada noite. Eram show’s em todos os tipos de lugares, desde pequenos teatros a estádios de Football americano, sempre lotados pelos Deadhead’s. A grande característica dela era que todo show deveria ser diferente um do outro ficando sempre imprevisível e regada a grandes improvisações, tanto que tem um site que disponibiliza mais de 3000 apresentações para ouvir. Eles praticamente fundaram um estilo de bandas que é conhecido com JamBand’s, Exemplos: Phish, Gov’t Mule.

    Tudo isso, para dizer que U2 e muitas outras bandas de hj não conseguirá chegar a essa “liberdade” musical de bandas que apostavam no imponderável ou no imprevisto que o Bruno citou.

  33. Hanna disse:

    O show de U2 deve ter sido um espetáculo a parte, sem dúvidas ! Porém tem coisa mais linda do que um show sem aquela coisinha sistemática, decoradinha ?? Os ”erros”, a imprevisibilidade é que dão a beleza da coisa !! Nós (fãs) até nos sentimos mais próximos dos artistas !!

  34. João Paulo:. disse:

    Grande fera, adorei seus artigos,principalmente o modo como vc os escreve,uma originalidade muito perceptivel, continuo sendo seu fã mesmo que não veja mais vc na banda… Continue por favor fazendo boas criticas, faz bem pra todos,afinal, é com idéias opostas que se consegue algum aprendizado=) vlew paz profunda .

  35. Amanda disse:

    Bruno, só quero lhe dizer que concordo plenamente com cada palavra escrita.A simplicidade do imprevisto, do improviso é realmente perfeita, faz o fã se aproximar do artista e poder sentir realmente a emoção que ele quer passar em cada música.
    Como sempre, mais um texto maravilhoso. (=

  36. Bruno, concordo em partes. O improvável é maravilhoso e aproxima o público. Mas as grandes performances e suas ausências de imperfeições também fazem o público se aproximar em catarse com o grandioso e potente show.
    O genial da arte é que tem espaço e gosto para os 2. E sempre é válido participar de momentos de um show mais in e de um show mais glamouroso. Sugiro que vá, apático não ficará. Além, claro, de fazer um agrado pra mulher da sua vida.
    Beijo. Adoroooo passar por aqui e ler sua coluna.

  37. Crivelari disse:

    Concordo com o que disse o Marcelo aí em cima. E, gente, tenham a santa paciência, o U2 é uma MEGA banda, ao lado de Stones, AC/DC e Metallica – só pra citar as que estão em atividade. Eu fui ao show e realmente não dá pra ficar com equipamento modesto e arriscando improvisos na frente de 90.000 pessoas. Tudo tem que ser grandioso, e a música do U2 é perfeita pra isso. Vejo nas críticas do Bruno um pouco de dor de cotovelo por saber que nada que se faça no Brasil vai chegar aos pés de um espetáculo deste tipo. Abraço.

  38. George Luiz disse:

    Considero um show aquele que possui um pouco de ordem e um pouco de desordem,ou seja,improviso.E o show do U2 teve os dois.Talvez seja por isso que naum gosto de shows de pop,por que sempre é a mesma coisa,a mesma coreografia…certo existem excessões(como Gaga e Michael jackson),mas em geral eles são parecidos uns com os outros.Por isso que,apesar de estar em decadencia,ainda gosto de shows de rock.
    Visita meu blog!
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    abraços

  39. Luiz Felipe disse:

    Bruno, lembro de um post seu de algum tempo atrás sobre um show que você foi fazer com a Adriana Calcanhotto em um teatro em Lisboa, se não me falhe a memória. Faltou energia no começo do show e a Adriana improvisou um showzinho a capella que, pela sua descrição, pareceu algo incrível. Duvido que um show do U2 com toneladas de geradores de energia viabilizasse a ocorrência de um evento tão bonito quanto aquele por voce descrito!
    Abraço

  40. Daniel P. Giovanaz disse:

    Bruno,
    Ao contrário de alguns leitores, acredito que o fato de você não ter assistido ao show do U2 não prejudicou de forma alguma sua análise sobre o ‘espetáculo’. Afinal, como pudemos perceber, você baseou seu texto somente nos comentários e na repercussão midiática do show.
    Também não sou um grande fã da banda irlandesa, mas é preciso entender que o público que foi ao Morumbi esperava ver/ouvir exatamente aquele espetáculo, aquele conceito de ‘perfeição’ (que, como você mesmo disse, é absolutamente questionável). Logo, todos deixaram o estádio maravilhados.

    Enfim, fazia alguns meses que eu não visitava seu blog. Desta vez, tive a curiosidade de ler o texto apenas para me certificar de que você não estava rasgando elogios desnecessários ao U2, ou repetindo tudo o que foi dito sobre a banda nos últimos dias. Quando me dei conta de que seu propósito era justamente ‘questionar o inquestionável’, fiquei satisfeito e aliviado – embora não concorde com tudo o que foi escrito (ainda bem!).

    De qualquer forma, parabéns pelo blog. Ele continua muito bacana.
    Abraço!

  41. Erick Maciel disse:

    Concordo com o comentário de que o improviso é importante e a perfeição em demasia em shows pode ser ruim, agora, você não ver o show e sair criticando não é meio sem noção?? Tudo isso graças a liberdade de pensamento e de imprensa né… então tá!!
    Fui no show do dia 13, na quarta-feira, vi muito de perto Bono cantar o show com a voz meio rouca, The Edge errar algumas notas em músicas que ele toca faz 20 anos e mudanças no repertório dos shows anteriores, inclusive, uma música com Seu Jorge… enfim, não teve nada de perfeito e mecânico, agora, que a estrutura do telão e do palco impressionam é fato!!
    Ultimamente não vejo diferença entre o show do U2 e o do radiohead (essa última que eu sei que você gosta), no sentido de que são bandas que estão misturando belas composições com uma estruruta de palco e imagens impressionantes… Música é arte e como tal não passa apenas pelos nossos ouvidos, mas também pelos nossos olhos!!

    Isso pode ser só inveja!!

    Abraços

  42. Diego da Larmi disse:

    Respeito sua opinião, mas falar sem ter certeza do que esta falando não é muito certo, não acha?
    Peço que você coloque no Youtube e busque pela musica North Star do dia 10/04/2011 … para o seu conhecimento, essa musica ainda não fo gravada em estudio e eles tocaram poucas vezes na turnê, se experimentar uma musica nova que nem ao menos foi gravada não entra em improvização não sei o que isso pode significar… e só pra concluir, se você ver o video a musica é tocada apenas pelo Edge e o Bono cantando, aqui não foi no violão, mas varias vezes eles tocam essa musica com o violão.
    Espero que veja o video e possa ter uma visão mais ampla da apresentação deles.
    abraço

  43. Edson disse:

    eu saí do Rio pra assistir ao show e, lógico, não me arrependo.
    ficaria mt puto se chegasse lá e tivesse sido uma zona.
    showzinho só de “improviso” não é economicamente viável e atende apenas à fãs q seguem o artista como uma religião.
    e os caras não são robôs. acho q dominam mt bem o q fazem, por isso a “perfeição”, dita pelos q foram, pareça algo artificial para quem ficou de fora.

    a propósito, uma iluminação fuderástica cairia mt bem em algumas apresentações dos Los Hermanos. não acho q a magia da música esteja apenas na sua execução.

  44. Clara Gurgel disse:

    Ah, Bruno…vc está sendo muito romântico,vai…eu acho que é, no mínimo, respeito com quem pagou um ingresso caríssimo prá ver o show dos caras, tentar fazer com que tudo saia perfeito.Tudo bem, improviso é legal, defeitinhos aqui e ali dão um certo charme, mas pô…daí a desmerecer a produção dos caras, não acho legal! Gosto de um showzinho intimista, quase artesanal mas tb gosto desses shows mega eventos…nada contra…ainda mais em se tratando de U2, de quem sou “fazoca” (Nossa! Que expressão mais antiga, rsrsrsr) Beijo!

  45. Theilon Neves disse:

    Esse lance de errar a letra (ou as letras) me lembra muito Renato Russo.
    Nunca fui a um show da Legião Urbana, mas ouços os álguns ao vivo e fico imaginando a sensação de intimidade da platéia com a banda (entenda-se O Vocalista), quando aquele que executa a música erra, adimite o erro, e, junto com o público corrige a letra e agradece a ajuda.
    Nesse momento não existe o limite Banda-Público, mas são um só.
    Renato Russo falava muita besteira, mas essa era a sua sinceridade extrema. Alguém que se sentia tão à vontade que se permitia errar quando outros não se permitem.
    Gosto de shows “perfeitos”, mas o excesso de perfeição pode ser maléfico, às vezes.
    Mas U2 é U2. Músicas simples e agradáveis. Alta tecnologia. Super estruturas.

  46. Rido Pessoa disse:

    É um ponto de vista, até nos leva a concordar e reconhecer o depoimento dentro de nós mesmos.
    Mas, dia 22/05 vai ter show do Paul, e eu quero ver um MEGA show. Na maioria das músicas será interessante ver qualquer tipo de improvisação. Mas, em outras, quero simplesmente ver e sentir a execução, e deixar que a própria melodia e emoção da música seja o principal, porque, na verdade, ela foi criada para assim ser.

  47. Daniel disse:

    Perdão, mas das duas uma:

    Ou você não conhece o U2

    ou você não conhece o U2

    Sempre tem alguma alteração, algo inesperado

    Achar que uma turnê de uma banda que consegue lotar 3x o morumbi(eles lotariam 4 vezes sem problemas) pode ser pequeno e “família” é ilusão

    Algumas bandas(Led Zeppelin, por exemplo) já tentaram esse “recuo”, afim de shows mais próximos da plateia e deu errado. Muito errado.

  48. Marcio disse:

    Concordo totalmente.

    Eu gosto é de música, e não de palhaçada pirotécnica.

    Provavelmente um mínimo de 70% das pessoas presentes ao show nunca escutou um disco da banda. Queria era ver espetáculo. Mas se a própria banda se coloca em segundo plano, sendo apenas a trilha sonora de uma “experiência sensorial”, natural que o público seja esse aí mesmo.

    Vale ressaltar que há muito muito muito tempo o U2 não cria músicas que prestem.

  49. E eis a minha frase favorita novamente:

    Se para bom entendedor meia palavra basta, quem dirá um texto inteiro.

  50. Diogo Azevedo disse:

    Eis que vivemos numa época múltipla, onde funciona o tecnicamente “perfeito” ou o sentimentalmente “perfeito” (dentre outros tipos de “perfeição”). A depender do espetáculo, será meu desejo de ver o “irretocável” ou o improviso…e quer saber, se eu acredito que até o “não gostar” é válido, o que não seria então?

  51. Kelvin Alfaia (AP) disse:

    Cara, o U2 já provou ao mundo que é a maior banda que existe desde o lançamento de sua obr-prima The Joshua Tree, em 1987. E dizer que els não fazem música boa é um grande equívoco – o que dizer de Beautiful Day e a maios recente Moment of Surrender, eleita pela Rolling Stone como a melhor canção de 2009! O mais incrível dessa bvanda é que o showman Bono e sua trupe não está ali apenas como segundo plano, mas o palco passa a ser na verdade uma continuação do corpo da banda – há ali uma sincronia perfeita. O palco se move de acordo com as canções. Se é perfeito?! Não, não é, mas que a perfeição sempre foi algo que o U2 buscou, sim, sempre foi… por isso eles são o que são.
    Música boa e espetáculo visual simultaneamente… não é pra qualquer um!



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