Até 2014!
No apagar das luzes de mais uma Copa, somos, invariavelmente, assolados pelo comichão da retrospectiva; é tempo de olhar para trás, separar o joio do trigo, fechar para balanço e colocar os pingos nos ‘i’s, mas, sobretudo, reconhecer que o Mundial da África do Sul será para sempre lembrado por:
Técnicos chiliquentos a beira do campo, capazes de atrair mais atenção do que seus elencos estelares.
Seleções africanas taticamente aplicadas, sem aquela deliciosa irresponsabilidade que antes culminava em placares imprevisíveis.
Temperaturas gélidas nos termômetros, e mornas nos gramados.
Marmanjos voltando a infância, trocando figurinhas escondidos do chefe no trabalho.
A iminência de testemunhar Maradona correndo nu pelas ruas de Buenos Aires.
Erros grotescos de arbitragem, que tornam imprescindível a adequação das regras do jogo ao tempo em que vivemos.
Seleções campeãs que, a exceção de Alemanha e Uruguai, atuaram bem abaixo das expectativas.
O soar incessante das vuvuzelas, a pior invenção da humanidade desde a bomba atômica.
Atuações apagadíssimas de craques como Messi, Kaká, Rooney e Cristiano Ronaldo, de quem se esperava vir o espetáculo.
A pitoresca insurreição dos jogadores franceses, trazendo ao mundo a lembrança de que, não à toa, foram eles que inventaram as greves.
O irritante delay das transmissões em HD, que faziam a televisão do vizinho entregar de bandeja o lance, antes mesmo dele acontecer.
O ótimo ‘Cala Boca Galvão’, seguido de tantas outras campanhas sem graça que puseram o Twitter a serviço de piadas internas.
A Argentina voltando pra casa depois de uma goleada, tomando de 4, justo quando era considerada por todos uma das favoritas ao título.
Um Brasil atípico, retranqueiro, carrancudo, agressivo e sem alegria, dentro e fora dos campos.
Felipe Melo se transformando em vilão a altura de Odete Roitman.
Uma bola maluca, um molusco com poderes mediúnicos, uma corneta de plástico e uma peituda despudorada que, juntos, devem ter rendido mais resenhas do que os próprios jogos.
Posto isto tudo, a pergunta que não quer calar é:
Afinal, a Copa de 2010 vai ou não deixar saudade?
Criei bastante expectativa para essa copa, queria torcer e curtir como foi em 94, quando eu era criança. Bom, não aconteceu. Nem torci com a cara pintada, nem fiquei super feliz com a nossa seleção. Mas a copa de 2010 VAI SIM DEIXAR SAUDADES. Querendo ou não, o Brasil ficou um pouco mais divertido durante quase um mês. Não só por ser liberado do trabalho, claro. Odiei as vuvuzelas, e não concordo com o “cala boca Galvão”, esperei um show de gols do Kaká e do Robinho, que não aconteceu. A França realmente me impressionou, quando os caras não querem, eles realmente não querem! haha. Mas tá. Chega, agora é correr pro cursinho de inglês e está apto pra 2014
Muito bom, Bruno! Eu passei um tempo pensando se faltava algum detalhe, mas acho que está tudo ai mesmo! Apesar de a copa não ter acabado ainda, estou com saudades sim.
faltou só o mick jagger
rs
Sua pergunta me intriga. Certamente, posso crer que, no mínimo, respiraremos aliviados o fim de mais uma teoria conspiratória que, enfim, se concretiza: Um título inédito. Seja pra que lado for, tenhamos certeza de que temos imposto em nossas vidas a conspiração tácita que, pelo capitalismo – sem sombra de dúvidas, modifica muitos rumos do esporteque traduzem os erros absurdos, a morna temperatura que broxou até o mais caloroso – e míope – torcedor e as contestáveis eliminações que traçaram a estrada até o presente embate. Se for responder a sua pergunta, direi que sim, essa copa deixará saudades, nem que seja a esse meu vizinho insuportável que so Deus sabe como não morreu ainda por falta de oxigenação no cérebro, devido ao arfã com que toca a maldita vuvuzela. Mas acho que saudade não é bem a palavra. Acho que mais que saudade, essa competição ridicula (que eu adoro, vale a ressalva) trouxe um amargo gosto de frustração para diversos rostos. Rostos que se recusam a olhar de perto e perceber como se encaixam as teorias conspiratórias a respeito do resultado infame dessa já infame competição; a crise espanhola, a falta de títulos mundiais à Fúria, a necessidade politica de aumento da auto-estima espanhola, dentre milhares de outras coisas que traduzem fielmente o quadro – irreversível – a que somos obrigados a engolir goela abaixo. Isso, atrelado ao fato de seleções como Brasil, Alemanha, Itália, França não poderem levar o caneco dessa vez, devido a todos esses fatores ja mencionados, e uma gama de outros tantos ou ainda obscuros, ou realmente escondidos na treva da ignorancia geral de diversas naçoes, que ainda acreditam no resultado imparcial de uma partida de copa do mundo. O interessante de ver, nisso tudo, é o espelho da Politica externa se utilizando de uma arma mantedora da ignorancia (a mídia como um todo, mas em especial a televisão) com uma munição mais destrutiva que a bomba atomica (ou a vuvuzela, como prefira): A copa do mundo. Enfim… O pior de tudo é ver que eu estou perdendo um tempo incrível escrevendo algo que provavelmente nao vai ser lido, e se for lido, provavelmente vai ser retrucado com todos os argumentos que ja foram usados; para todos os que eu tenho a loucura de tentar elucidar tais fatos, eu sou maluco, estou vendo muitos filmes, estou começando a ter mania de perseguição, me tornando um cego alienado, etc…
Pode até ser verdade, mas podem ter certeza que não chorei uma eliminação que, pra mim, era óbvia. Assim como não vociferei odios contra árbitros que são, na minha louca visao, meros bodes espiatórios… Isso num rio de ‘dentre outras coisas’ que eu já me encontro com preguiça demais para descrever.
Não precisa publicar. É só que, no 2º parágrafo, “estrelares” está errado. É “estelares”.
Falta acrestar a essa lista o “pé frio” de Mick Jagger…
Desde quando o “Cala Boca Galvão” foi sem graça?!
Grande Bruno, esta copa não passou de um sonho, daqueles curtos que nem tempo nos dão para aproveitá-los. Sobretudo, penso que para nossa seleção 2010 virou uma questão de acentuação gráfica: Kaká ou káka? Felipe Melo ou Felipe “melô”?
Sem dúvidas, um pesadelo a ser esquecido.
Um abraço!
A Copa é mais do que só um evento de futebol. É uma festa mundial do entendimento entre culturas. Eu aprendi isso durante a copa de 2006 aqui na Alemanha, e essa experiencia de 2006 tem um efeito para o povo alemão que continua até hoje. Nas janelas de Hamburgo tem bandeiras da Alemanha, tem bandeiras do Brasil, da Espanha e de qualquer outro país participando na Copa.
O Brasil perdeu, a Alemanha também — mas mesmo assim, isso não significa que não podemos curtir a Copa até o último minuto, aprendendo um pouquinho mais sobre a gente de outras partes do mundo.
Essa festa deixará saudade sim.
O pior é as pessoas acharem que o Campeonato Brasileiro vai ser melhor. =P Maracanaço 2014 estamos aí. =) A Copa da Africa foi a melhor Copa fora de campo de todos os tempos. =)
Assisti somente um jogo por transmissão HD, que inclusive foi Brasil e Chile. Não consegui conter um grito anacrônico quando Luís Fabiano fez o gol…na televisão do vizinho ao lado! Pois na que assisti era uma espécie de tira-teima!
todavia, o melhor de tudo foi o polvo Paul.
Taí uma celebridade.
kkk
Bruno,
meu comentario não tem nada a ver com seu texto embora concorde plenamente. Quero pedir que caso o show de salvador seja confirmado, que ele seja marcado num sabado. Seria melhor pois iria atrair um numero maior de pessoas e confesso que seria mais facil pra mim que vou sair do rio em direção a salvador.
Abração
Foi a Copa das Zebras… e do polvo claro!
“Uma bola maluca, um molusco com poderes mediúnicos, uma corneta de plástico e uma peituda despudorada que, juntos, devem ter rendido mais resenhas do que os próprios jogos.”
FATO
mas copa sempre deixa saudade