Tudo que vai…volta
Conforme reza a famosa lenda, a vitória dos gregos sobre os troianos não teria sido possível sem a utilização de um engenhoso artifício, que, como todos sabem, passou à história sob a alcunha de Cavalo de Tróia. Estratégias militares à parte, esta pode e deve ser considerada a manifestação do primeiro grande espírito de porco de que se tem notícia. Afinal, como se referir ao sujeito que teve a brilhante ideia de presentear o inimigo com um imponente cavalo de madeira repleto de soldados?
Cerca de 3 mil anos após o suposto acontecimento especialistas ainda divergem sobre a veracidade do fato, muito embora o mito tenha se mantido vivo ao longo dos séculos através da expressão “presente de grego”. E a cada novo ano a tradição (ou seria maldição?) se renova toda vez que se faz necessário puxar lá do fundo aquele mecânico sorriso amarelo e soltar, meio sem jeito, um “obrigado, adorei!”.
A situação descrita, que, tenho certeza, soa bastante familiar a maioria dos leitores, pode ser resultado da absoluta falta de conhecimento da pessoa presenteada, ou apenas a constatação da latente divergência de gostos entre os envolvidos. Nestes casos o bom senso recomenda sublimar, até porque ninguém está livre de cometer deslize semelhante, certo?
O que pouca gente sabe, no entanto, é que o “presente de grego” que recebem pode ser o cume de uma inescrupulosa pirâmide, a continuação de um enredo protagonizado por outros atores, iniciado em tempo indeterminado. Ao abrirem as embalagens os inocentes nem podem imaginar serem a segunda ou a terceira geração de presenteados com aquele mesmo objeto, vítimas da ação indiscriminada dos regifters.
O termo – aqui empregado em inglês pela falta de equivalente em nossa língua – refere-se a quem tem o costume de reciclar presentes que recebeu e não gostou. A catalogação da espécie remonta ao memorável sitcom norte-americano Seinfeld, que em sua sexta temporada teve um episódio inteiro dedicado ao tema. Seja por economia, comodidade ou maluquice mesmo, conscientemente ou não, estes indivíduos ferem, ao mesmo tempo, a ética e a aura de generosidade, carinho e consideração que envolve o ato de presentear. Imperdoável.
Por experiência própria aprendi a identificar o bote; desconfie sempre que receber caixas mal embrulhadas, itens sem etiqueta para troca, produtos perecíveis com data de vencimento próxima, roupas e sapatos de tamanhos acintosamente errados, presentes caros, porém totalmente inadequados (portarretrato para uma criança, por exemplo) ou se ouvir a suspeitíssima frase “não servindo me devolve que eu troco pra você”.
Há na minha família, acreditem ou não, o caso de uma regifter distraída que, certa vez, conseguiu a façanha de repassar um presente para a própria pessoa que havia lhe dado! Afim de evitar gafes como esta, já existem sites destinados a orientar iniciantes que almejam “representear” sem deixar vestígios. Nos Estados Unidos, alias, o regifting é tão corriqueiro que possui até data oficial no calendário. Segundo pesquisas realizadas por lá, 40% dos presentes recebidos nas comemorações realizadas em escritório são passados adiante. Por aqui não deve ser muito diferente.
Em tempos em que praticamente tudo – de pneus a namoros – se recicla, o hábito parece estar longe de terminar (…) Tá bom, vai. Confesso que já repassei uns presentinhos sim, e atire a primeira pedra quem nunca o fez também. Prefiro me abster dos pormenores, pois o que importa é que não fui pego, eu acho. No mais, como ouviu-se em Tróia naqueles idos, ainda vale a máxima: a cavalo dado não se olha os dentes.
Ótimo texto! Continue assim Bruno!
Dar presentes é uma verdadeira arte. Eu, por exemplo, sou uma pessoa muito fácil de agradar, mas sinto uma dificuldade tremenda em comprar presentes para os outros, especialmente se for alguém que não conheço direito.
O que impressiona é que fazem pesquisas pra descobrir a porcentagem de presentes recebidos em escritórios são repassados…
Se usassem esse esforço numa causa nobre, pelo menos…
Muito boomm,que coisa maravilhosaa…
Nunca fui de ganhar muitos presentes, portanto não é comum pra mim passar adiante…enfim!
Muito bom o texto,muito bom!
Bruno,queria saber se você escreve regularmente a cada dois dias,por exemplo ou posta com é possivel, sei lá…Se puder, deixa um comentario aqui como resposta? abraço
medinaaaaa!!!
eu sei q foi soh um dia mas:
FELIZ ANIVERSARIO
td bom, eu e um monte d pessoas q curtem o seu trabalho aki em gyn, desejamos, mts felicidades, saúde, amooor e criatividade pra vc continuar nos presentiando todas as semanas!!!
bjaum!!!
Bruno,
sempre leio o seu blog mas nunca postei aqui, dei tanta risada de umas partes desse seu último texto que resolvi escrever dessa vez.
Realmente esse seu aprente superou todas as expectatavas de repasse de presentes, conseguindo repassar para a própria pessoa que lhe presenteou, muito engraçado!
Quem adora um repasse é minha mãe , não perde uma oportunidade .Inclusive ontem mesmo ela fez isso, com um presente que eu mesma tinha lhe dado….kkkkkkkkkkkkkkkkkkk eu acho graça!!!!
Bjão”:)!
Medina,
Isso me lembrou uma história, que rendeu até briga em família rs. A minha avó, deu uma peça de porcelana de presente, para uma pessoa, que aliás, ela n tinha a menor necessidade de presentear. Essa pessoa que recebeu, deve ter esquecido quem deu a peça para ela, e deu de presente
para a minha prima.Eu fiquei indignada, e tomei as dores da minha avó,pois achei um desaforo!!!
Gostei do texto
Eu nunca fiz isso…!
Mudando de assunto, o gentílico “norteamericano” tem hífen, não? Pô, você me deixou com dúvida agora! Não faça mais isso… existem vestibulandos e concursistas lendo seu blog!!!
Nem me lembre dessa coisa lamentável de repassar presentes. Isso é típico de parente que acha que pode chegar a este ponto só porque é da família. Porém, tudo nesse mundo tem limite…
Do episódio do Seinfield eu até lembro, mas de ter repassado um presente ainda não…Mas já fui vítimas diveeeeeersas vezes. Tias distantes são profissionais neste assunto! Nesses tempos de reciclar tudo, faz tempo que não recebo um presente com papel de embrulho novinho! =p
Bruno, Bruno, eu te acompanho desde o “Instante Anterior”, desde os textos do carnaval em que o bonde parou, do menino que plantou o feijão no algodão, da foto tomando uma coca-cola se não me engano, é isso ?!… enfim, mas nunca havia feito comentario, sempre guardei pra mim ou abri comentario com amigos, mas hoje com esse texto “Tudo que vai…volta” tive que comentar, porque aconteceu algo do genero comigo há alguns dias no reencontro da galéra da faculdade pois tinhamos combinado de fazer uma espécie de “amigo secreto” de volta as aulas, dei um presente que havia recebido em outra oportunidade, massss recebi um de um amigo meu confesso que ele havia recebido de outras mãos, engraçado, mas enfim, queria te pedir uma coisa se possivel, que você pudesse escrever algo sobre mudança, sobre amadurecimento, estou passando por esse momento, estou tentando separar as coisas boas das ruins, o que vai e quem vai ser util daqui pra frente, passando pra outro estagio da minha vida, muitas coisas estão perdendo a graça, entende ?!… queria pedir se você pudesse escrever algo relacionado a isso, ficaria muito grato !
.. e há, só pra encerrar, sempre que leio seus textos, leio ouvindo a sua voz hahaha, me lembro da entrevista do Los Hermanos no Jô, você contando a história da fita cacete com uma banda de rock pesado do outro lado gravada, enfim, grande abraço e continue a “guiar” a vida de seus leitores de alguma forma !
OBRIGADO !
Pior que repassar o presente é deixá-lo guardado e só usar quando for encontrar com a pessoa que presenteou. Não acha? Isso também é muito comum. Dar o presente novamente é um ato de caridade(rs).
Valeu o texto.
Oi,eu não pude deixar de ler o comentário e pedido do Décyo e postei mais esse pra reforçar o pedido dele,eu que to passando por esse momento,também gostaria muito de ler algo seu sobre isso!
Um abraço.
Boh, eu nunca fiz isso! Quer dizer, talvez minha mãe já tenha feito eu fazer em outros tempos. Que feio, hein, Bruno. hehe
É a primeira vez que venho aqui,e dou logo de cara com uma história bem familiar…
Engraçado e mto comum,como todas as história contadas aqui,faz parte do nosso doce cotidiano.
Parabéns!
“Mais do mesmo”..
Acredito que seja comun passar um presente adiante desde que não se goste do mesmo, mas eu tenho um guardado há bastante tempo nem uso e nem passo adiante.
Vai continuar guardado, acho que ninguém vai gostar.
Parabéns pelo texto.
Oi Bruno,
Este texto me soa bastante familiar, já que fiz aniversário recentemente… Você já pode imaginar!!!!! Recebi presentes de todo tipo e que amei! Livro, cremes, perfume, acessórios, sapato, até peças para meu enxoval (Ta rolando uma pequena pressão pra eu casar) rsrsrrs mas adorei todos! Contudo teve um em especial… que prefiro nem comentar pra não gerar problema!!!! ahuauhauahuah
Mas deixando meus presentes de lado… Não sei por que, este texto me remeteu a um fato, em que prestei atenção esta semana… Eu estava escutando uma das minhas músicas dos Los Hermanos da minha lista de músicas do note e prestei atenção em um comentário que o Camelo fez num show (Acho que o do Rock in Rio, se não me engano), nele ele pediu desculpas por ter destruido o seu teclado… Você lembra?!!!
E ai, ele te deu outro de presente?!!! hauahuaau. Mas qual motivo me leva a perguntar isso pra você???? vocês colunistas / blogueiros nunca respondem mesmo nossas perguntas!!! Rsrsrsrrs. Assim fico com aquela síndrome de rejeição que você descreveu brilhantemente num post anterior!!! uhauahauhau
Bjuus Adooooooro seu textos!!!!!
Olá Bruno! acabo de descobrir seu blog por um amigo que me mandou pelo msn. Gostei muito! Parabéns! E gostaria de dizer que é um privilégio ler assuntos de um integrante de uma banda que tanto admiro. Ver que você é real! É tão difícil que algo seja real hoje em dia, não? Todos sempre procurando o sentido da vida. hahaha Enfim… amei o post do “when i´m 64″. E espero que esse comentário meu seja um incentivo (não que eu tenha a pretenção de que isso signifique algo pra você. sou apenas mais uma fã)
Mas só pra dizer sobre os presentes… acredito que o maior problema que vivo em relação a isso é que as relações me parecem tão superficiais que dar e receber presentes se torna mais difícil. Você já não sabe tão bem o que o outro gosta e o outro não sabe tão bem o que você gosta. Prefiro dar somente aqueles presentes que realmente me lembram a pessoa e fazem sentido pra mim e pra ela.
Se tudo que vai,volta
hj mais do que nunca estou esperançoso
de qe a banda mais fantastica e completa que
ja ouvi voltará
abraços e parabens pela publicação,
mas como viuvo do LOS HERMANOS
não posso esquecer da frase mais ecoada
nas reuniões de pessoas sensatas e sortudas por conhecer
o LOS HERMANOS:
VOLTA LOS HERMANOS
POR FAVOR