Game Over

ter, 13/01/09
por Bruno Medina |

gitar.jpgNão seria exagero dizer que, durante os últimos anos, a rotina daqueles que trabalham na indústria fonográfica poderia se resumir a anunciar consecutivas quedas nos lucros e reclamar do espaço perdido para a pirataria. A proclamada crise financeira chegou bem antes aos conglomerados do ramo do entretenimento, que de forma geral parecem agonizar pela ausência de novos modelos de negócio que os tornem competitivos nos tempos atuais.

A exceção fica por conta dos fabricantes de videogames, um segmento que constantemente bate seus próprios recordes de produção e registra ganhos exorbitantes, contrariando todas as regras do mercado. Tomemos como exemplo ilustrativo o jogo Guitar Hero III (aquele das guitarrinhas), que acaba de atingir a marca de 1 bilhão de dólares em vendas só na América do Norte. Enquanto você tenta se lembrar de algum disco que tenha arrecadado esta soma, cabe registrar que o filme mais rentável da história do cinema, Titanic, faturou menos do que o dobro disto somadas todas as bilheterias no mundo!

Mas o que estaria impulsionando este improvável fenômeno? Segundo executivos que atuam na área, o crescimento do volume de negócios representado pelos videogames se relaciona ao incremento tecnológico e ao aumento da demanda por interatividade, isto sem mencionar o já superado conceito que restringia os joysticks ao universo infanto-juvenil. Eu mesmo, feliz proprietário de um PSP, posso testemunhar que até os burros velhos têm sucumbido aos encantos dos joguinhos.

Ainda sobre o Guitar Hero, Mike Griffith, CEO da Activision, profetiza que a chave para a compreensão de tamanha popularidade se respalda numa única certeza: “os jogos de videogame estão destinados a eclipsar todas as outras formas de entretenimento na próxima década”. A teoria até faz sentido se levarmos em consideração que recentemente tanto as músicas quanto os recursos da linguagem cinematográfica passaram a figurar entre os elementos fundamentais de qualquer bom game.

Afinal, ninguém deve discordar que significativa parcela do sucesso alcançado pela série Guitar Hero pode ser atribuído a qualidade da trilha sonora que serve como desafio para os aprendizes de virtuose. Na mão inversa, durante a primeira semana de comercialização do jogo, as bandas escaladas para cada edição costumam registrar um aumento de 15% em média nos downloads oficiais de suas faixas. O disco mais recente do Aerosmith chegou a triplicar suas vendas por conta disto.

Sinal dos tempos. Não deixa de ser irônico concluir que um jogo de videogame seja capaz de alavancar carreiras musicais estagnadas. A cada dia só aumenta a minha impressão do diminuto valor que tem a música no mundo de hoje. Parece que ela por si só, dissociada de outras mídias, está fadada a desaparecer. Quando o próprio formato de álbum já remete ao século passado, difícil é acreditar que seja possível reverter este jogo. Tendo em vista a habilidade dos que fazem videogames em comparação com os que vivem de vender música, o termo mais apropriado talvez seja massacre.

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51 comentários sobre “Game Over”

  1. Raro disse:

    Eu também me rendi ao Ps. Ganhei de aniversário da minha namorada e hoje a gente se diverte junto, é um ótimo passatempo.

  2. Jessi disse:

    Boa explanação, bom post. Bacana.

  3. bruno barrett disse:

    oi, bruno. tudo em paz?

    puxa, não tem ligação com a publicação – embora eu seja um qualquer alguém que vibra em jogos, tais como guitar hero e coisas do tipo. mas, a curiosidade que escorre dos dedos é… verdade que cês vão tocar no just a fest? diz que é. por favor. suplico! [ drama ]

    tô aqui exultante com o último e reforçado boato.

    té mais. fica na paz.

  4. É. Sinal dos Tempos. 25 anos e pensando seriamente em comprar um PSP. Será que vou deixar meu violão de lado e correr pro joystick?
    Se lançarem um “Bossa Hero” é bem capaz…

  5. Dinho disse:

    ótimo blog, Bruno.
    sou fã recente, apesar de não ser tão novo, dos Los Hermanos, e aos poucos tenho descoberto outras coisas bacanas além das excelentes músicas de vcs.
    mas aproveitando a súplica do Bruno Barrett, dá pra confirmar esse boato? $200 pra assistir o Radiohead até vai, mas se vcs tocarem, não terei pena nenhuma em pagar.
    ganhou mais um leitor assíduo do blog.

    Grande Abraço e parabéns pelo Blog!

  6. Marcos disse:

    Não acho que essas bandas precisem de games pra ter suas carreiras despertadas de um período de dormência. É apenas um jogo.

    E pra quem não viu, a notícia da volta está na primeira página do G1. A dormência acabou.

  7. Fernanda disse:

    Oi Bruno, sou sua leitora e ouvinte – e quero admitir que hoje dei um pulo frente ao computador durante o expediente – Ja tinha comprado ingresso para ver o Radiohead, mas assim que vi o último boato, os R$240,00 gastos valeram à pena de uma forma completa. Fico muito feliz com essa possibilidade. Beijos paulistanos; Fernanda

  8. Eduardo Mendes Bernardes Santos disse:

    Olá Bruno.

    Ótimo post, e ótimo blog. Meus parabéns.

    Não acho que as pessoas estão desvalorizando a música. Nunca se vendeu tanto “player”. Nunca se ouviu tanta música em tantos lugares diferentes. O mercado que ainda não se adaptou à internet no seu maior potencial. Eu me delicio ouvindo álbuns independentes no “My Spaces”.

    Grande Abraço!!!

  9. Tiago Medina disse:

    Não acho bem isso.
    Muita gente que faz música boa e de qualidade nunca viu um iPod ou um PSP e sequer teve videogame em casa.
    Um violão sempre será mais popular do que quaquer jogo eletrônico.

    abraço
    ps: ouvi boatos da volta do Los Hermanos. Tomara! Se acontecer, voltem tão bons quanto sempre foram!!!

  10. caio oliver disse:

    Pra quem é pobre e/ou não quer gastar dinheiro, tem um jogo similar ao Guitar Hero, que é o FRETS ON FIRE pra PC com músicas baixáveis na internet.

    Quanto à volta de vossas senhorias… Saia da muro meu caro e nos revele a mais pura e destemida verdade.

    Vida longa e próspera. _\\ //

  11. victor da nova moraes disse:

    caro bruno…
    muita coincidência ou não, sou muito fã de sua banda, los hermanos, e descobri recentemente que você passou o ano novo na casa ao lado da que eu estava.
    Eu sou sobrinho do dono da casa visinha a casa que você ficou em iguaba.
    Te vi poucas vezes lá, mas tinha percebido que te conhecia de algum lugar.Cara eu sou iniciante em teclado, seria uma honra imensa, se por acaso agente se encontrar la, voce me dar algumas dicas.
    muito obrigado

  12. Daniel disse:

    Não seja tão apocalíptico. Futurologia é uma ciência pra lá de inexata. Não vejo videogames e música como margarina e manteiga (ou você compra um, ou compra o outro). Eu jogo videogame E ouço música em mídias diferentes. Mas seu texto foi muito bom. Uma boa visão do todo.

  13. John disse:

    Eai Bruno, tudo em cima?

    Queria lhe dar os parabéns pelos artigos que voce escreve, entrei aqui pela 1ª vez hoje, após saber dos comentados boatos sobre ”a volta”.. Talvez eu estivesse em busca de alguma frase ou palavra que fizesse com que eu acreditasse nessa volta.. enfim, acabei entrando com esse pensamento e li esse seu ultimo artigo.. adorei sua visão, e acabei lendo a pagina inteira…
    Decidi que passarei por aqui mais vezes, talvez todos os dias, mas com certeza será para ler seus artigos apenas…
    Hoje, vim aqui com outra intenção (eu imagino que voce ja esteja cansado de tantas perguntas sobre a volta da banda, mas juro que nao é por mal), e queria te falar que, como fã do Los Hermanos, incondicional, eu nunca vi um show seus devido ao fato de eu ter conhecido o verdadeiro som da banda e acabado com meus preconceitos, um pouco antes do recesso. De lá pra cá me tornei um grande fã, porém o azedo de nunca ter ido á um show continua em minha boca.
    Não estou aqui para suplicar por uma volta nem nada.. Só estou para te mostrar que a banda é realmente importante na vida de muitas pessoas e que se tiver que voltar, que seja uma volta digna de hermanos, pois os fãs, que são muitos e dedicados, merecem.

  14. Marina Bressaneli disse:

    Eu não acredito! Vocês Voltaram!!!!!!!!!!!!!!!

    *.*

    Obrigada.

  15. Luiza Alves disse:

    A primeira coisa que meus primos fizeram quando ganharam o salário foi comprar um PS2.
    Detalhe: ele tem 25 e 27 anos.

    Eu que tenho 18 tava pensando seriamente em comprar um guitar hero pra mim, mas preciso arrumar um emprego antes né!

    beijos.

  16. Lora Nascente disse:

    Ahhh.. é boato? achei que estava mais que confirmado!
    Estarei lá! o/
    [e aposto q a galera do CE vai compacer em massa, de novo!]
    Um post sobre video game X musica, acabou virando tópico de fãs esperando a tão sonhada ‘volta’.

    abraços

  17. Andrea Almeida disse:

    Bruno, você conhece o Video Games Live?!
    É um concerto onde são tocadas musicas que fizeram historia no mundo dos Games… tem das aclamadas soudtracks da franquia Final Fantasy e Metal Gear, até as mais simples e nostalgicas como Mario e Sonic…
    Projeto do Tommy Tallarico, respeitadissimo no mundo musical dos games…
    O espetaculo é lindo, e vale a pena! Eventualmente eles se apresentam no Brasil, e os ingressos se esgotam rapidamente.
    Procure por este evento este ano… Você não vai se arrepender!
    Fica aí a minha dica, que foge um pouco do guitar hero e rock band, mas te dá outra dimensão das proporções em que a musica nos games atingiu…
    C ya!

  18. Diego Soares disse:

    Bruno, que tal uma versão de Guitar Hero:Los Hermanos?

    Não que a carreira da banda precise ser alavancada, mas seria um bom desafio tocar acordes e mais acordes naquela guitarrinha de plástico. Mas o melhor é que poderiam implementar o piano ao jogo! Aí você teria sua própria versão virtual.

    Pense no assunto…

  19. Elton Raville disse:

    É… concordo com o que você disse e não gosto dessa realidade. Falo da realidade de cada vez mais a mídia apontar qual ‘é’ o som da vez. Se bem que mídias como a internet divulga de tudo, cabe ao indivíduo procurar o que é bom. Mas isso também é tão relativo. Nem sei o que pensar direito… Só sei que não gosto de muita coisa que tá em evidência por aí.
    Não sei se você acha um saco esse fanatismo por Los Hermanos… mas cá pra nós, eu também fiquei muitíssimo feliz por esse reencontro de vocês. Meu sonho seria ir nesse show.. rs. Doses ao vivo das músicas da banda Los Hermanos fazem um bem danado!
    Ahh, já acompanho o blog desde o início… gosto de tua visão sobre as coisas.

  20. Felipe disse:

    Tenho PS2 e acho q é um ótimo passa tempo, e também sou músico…ninguém está falando de substituição mas sim de promoção, marketing, venda, etc…o Guitar Hero é um jogo que além de pormover a banda ou músico, ele também realiza o sonho de uma pessoa que não tem dom musical de solar sua música favorita….ou seja, bem usado só irá acrescentar…

    Abraços…

  21. Mariana Rodrigues disse:

    Putz adoro Guitar hero…….Mas prefiro escutar as guitarras do Amarante……e toda sintonia dos Hermanos…..hahaha..Putz ontem vi umas notícias confirmando a participação de vcs no show do Radiohead……recebi essa notícia so p ficar mais anciosa ainda……Energias positivas sempre!!!!E até 22/03,hahaha..
    bjs

  22. Ana Carolina disse:

    Oi, Bruno, sei que este espaço para comnetários a respeito do seu artigo, mas não posso me conter em perguntar sobre o boato de um show de vocês no Festival Just a Fest. É verdade? Posso me encher de esperanças sobre uma possível volta de Los Hermanos??
    Grande abraço, adoro seus textos e sua música!

  23. Klebs disse:

    Bruno achei td q vc escreveu pertinete, mas não concordo apenas com uma coisa q acho justamente o inverso, o valor da música nos dias de hj é cada vez maior, haja vista o próprio game. Cabe como vc mesmo citou encontrarmos a forma correta de capitalizar a música nos dias de hj. Parabéns!

  24. Bruno,

    Esta é a segunda vez que comento seu blog, a primeira foi pra falar que a MTV – Brasil tinha matado os clips, discordando do seu ponto de que eles tinham morrido de causas naturais.

    Nesta segunda vez eu volto a discordar. A música não precisa estar associada a outras mídias, veja o exemplo dos ipos e mp3 e walkmans que ocupam toda a cidade durante o dia.

    Entretanto, o problema da música realmente é a estagnação. Não vejo problema em estar constantemente associada a outras mídias, é para onde foi a evolução das coisas. O problema da música é o preço. Os games são muito mais pirateados do que a música, mas o valor agregado é infinitamente maior, o que faz com que as pessoas tenham interesse em comprar certos jogos originais que amam, se identificam, etc.

    Já a música, comercial de hoje, é um simples e caro barulhinho, que não interessa a ninguém gastar muitos reais para ter, com a exceção de algumas raras bandas.

    Enfim, a indústria musicial vai continuar assim enquanto o assunto for dinheiro, enquanto o assunto for a ganância dos empresários e artistas. Quando perceberem que as pessoas querem artistas reais, que vivem no mundo real (como o U2 talvez), que o preço de um cd é simplesmente irreal, enfim, quando pararem de falar em dinheiro, acho que vai entrar muito mais tutú nas contas….

    Abs.

  25. Janaína disse:

    Olá Bruno!

    Adorei o post, assim como o blog e suas temáticas!

    Concordo que os videogames realmente renderam muitos e muitos fãs de variadas faixas etárias.
    Mas, não acredito que essa “popularidade” possa dimunir o valor da música, já que podem ser complementares.
    Cabe ressaltar que a televisão não extiguiu os livros nem os jornais, pois esses se aprimoraram a partir de sua popularização, assim como os videogames não o farão com a música, que tenderá a se desenvolver em todos os critérios diante do suposto “massacre”.
    Pelo menos, é o que acredito que mais cedo ou mais tarde deve acontecer.

    Até a próxima!

  26. Gabriel disse:

    Por favor, não se faça de desentendido. Pronuncie-se acerca da notícia do Los Hermanos voltar aos palcos abrindo o show do Radiohead.

  27. Ricardo Lemos disse:

    Grande Bruno,entendo a visão que tem deste fascinante mundo dos games,sou um viciado de carteirinha mas o que mais angustia é por que sou músico e meu maior medo é o desinteresse da garotada por instrumentos de verdade,onde se pesquisa e aprende-se música .São duas coisas totalmente diferentes e hoje em dia esta dificil encontrar boas músicas no mercado.
    a volta seria um bom começo!
    sou fanzão!!!!!!!!!!!!!
    abraço!

  28. Mariana disse:

    Como eterna fã de Los Hermanos e viciadíssima em Guitar Hero me sinto na obrigação de comentar aki.
    Adorei o texto e concordo em certas partes, só achei meio dramático.
    musica é descartável mesmo, até pra vc… ou vc escuta as mesmas musicas o tempo todo, escuta?!

  29. Renan disse:

    Ótimo post!!!

    Perdoe me o comentário curto mas não estou me aguentando!!

    VOCêS VÃO VOLTAR MESMO??

  30. Eu também me aflijo com o escutar música como complemento de outro algo. Mas…acontece. Jogo meu Wining eleven, e não vejo graça no Guitar Hero. Aliás, acho uma pena a galera trocar um violão/guitarra por um console horrível daqueles, com botões coloridos e toques mecânicos.

    Ainda temos ótimos músicos, que merecem ser ouvidos exclusivamente.

    Até o dia 22/03!

  31. Caio disse:

    Não concordo com algumas coisas…
    Acho que a cultura videogamemaníaca remete à um buraco existencial das pessoas…É muito mais fácil ser um “guitar hero” de mentira do que aprender a tocar um instrumento de verdade e estar disposto a encarar a realidade, que pode ser 10x melhor ou pior do que se esconder por trás de um videogame.

  32. Juliane Rodrigues disse:

    Olá Bruno, gostei muito do post. Mas creio que a música está caminhando para trás por causa da velha pirataria… A conciência devia partir de nós, consumidores, mas infelizmente não é assim =/
    Adoro jogar também, jogo wii, psp, ps3, xbox360, rpgonline… Enfim! Sou viciada na diversão que esses jogos me proporcionam.
    Bom, pq não ouvir uma boa música enquanto jogamos?

    Los Hermanos de volta por favor!!

    Humpf!
    Abraço =*

  33. Aline disse:

    Amo sua musica, seu blog,tudoooooo!!!

  34. Aline disse:

    Vc esta fazendo algum som? Estou apaixonada pelo Little Joy do Amarante,Moretti e Binki…

  35. Paulo Henrique Sá disse:

    Meu caro Bruno. Você já deveria saber que certas coisas acontecem com a humanidade e passam, e que outras são perenes. A música se enquadra na última categoria, desde o tambor até o sampler, ou seja lá o que for. O game é apenas mais um meio, não confunda veículo com conteúdo, não confunda um pouquinho de macarrão com um porrão de macaquinho. Tiro na água, dessa vez. Abraços.

  36. leo seabra disse:

    Os games hoje são a salvação da industria fonografia. Eles oferecem uma experiencia bem maior do que apenas ouvir musica. E o bom é que ele ta ressucitando bandas e contribuindo para a memoria do rock. Além do mais muitos garotos dessa nova geração enfim estão aprendendo o que é rock!

  37. Caetano Veloso disse:

    EU ME PREOCUPO MAIS COM A TRAGÉDIA QUE A HUMANIDADE VIVE DENOMINADA DESIGUALDADE SOCIAL. SE EU FOSSE DONO DESSE BLOG, TENTARIA USÁ-LO PARA INFORMAR A RESPEITO DESSA CALAMIDADE AO INVÉS DE DIVULGAR AMENIDADES.

  38. Marco Antonio disse:

    Massacre só se for dos games com as gravadoras, porque de qualquer forma que se venda música (seja em gravadora, itunes, Guitar Hero, ou sei lá mais o que^vão inventar), sempre as pessoas vão ouvir a músicas, s einteressar e procurar ver o artista ao vivo. Portanto, merecidamente, toda essa troca de mídia mal fede ou cheira para os artistas.

  39. Rafael Izzo disse:

    Olá Bruno, sou leitor assiduo do seu blog desde a época do Instante anterior. Nunca comentei nada pq naquela época, como não havia comentários eu me acostumei a só vir aqui e ler, sem ter aquela obrigação besta de ler/comentar.

    Mas nesse caso quero meter o bedelho. Não acho que a música esteja tão mal das pernas como você disse. Eu acho que deixou-se sim de ganhar dinheiro com música, mas pelo outro lado, ela nunca esteve tão próxima das pessoas. Já disseram aí em cima que as vendas de players de música batem recorde atrás de recorde. O Ipod talvez seja o aparelho que definirá a nossa época quando forem se lembrar dos saudosos “anos 00″ lá no futuro. O grande problema é que de certa forma no passado era fácil se ganhar muito dinheiro com música, hoje é necessário pensar um pouco mais, trabalhar mesmo… mas ainda assim hoje acredito que muito mais pessoas consigam viver de música. É só ver a enorme quantidade de bandas novas que estão surgindo, se organizando em festivais, aprendendo a fazer a própria divulgação e essas novas bandas já chegam ao mercado sabendo que não basta fazer uma música e esperar ela vender 15 milhões de albuns. É necessário haver interação com os fãs, e nisso os shows ganharam uma enorme importância. Basta ver a Madonna, que trocou um contrato milenar com sua gravadora por um contrato novissimo com uma empresa de eventos. O album como conhecemos virou sim mero detalhe, tanto é que essa empresa terceiriza esse trabalho e se preocupa exclusivamente com as turnês e outras formas de ganhar dinheiro. E eles conseguem ganhar muuuuuuuuita grana com isso.

    Agora com relação ao boato sobre os shows no Just a Fest, eu já tinha comprado meu ingresso só pelo Radiohead… agora sabendo que vai ter Los Hermanos de lambuja então… só alegria!!!

  40. Bruno, acho que o grande problema, para aqueles que se preocupam com a pirataria dos dados em si, é que, diferentemente dos demais games (sejam para PCs ou de outros equipamentos, mas que podem ser emodulados), não tem como piratear facilmente o Guitar Hero, pelo simples motivo que teriam que se fabricar o joystick específico dele. Era como querer piratear vinil. O Cd, ao contrário, teve os dispositivos gravadores, o que facilitou as gravações, o que já acontecia com as fitas k7, mas com o advento da Internet na vida das pessoas, isso ficou escancarado. O que, talvez, se possa fazer é, como bem lembrado por você, procurar “novos modelos de negócio” que tornem as indústrias de entretenimento competitivas nos tempos atuais. Por isso, a venda de celulares ou outros equipamentos com álbuns de artistas embutidos é uma saída; a volta do vinil, por incrível que pareça, é outra saída, não muito rentável, mas, enfim. Mas como bem falado por Rafael Izzo, é muito mais necessário uma nova atitude dos artistas perante ao público, mas é bem verdade que a “morte” dos álbuns e suas concepções e encarte seria uma pena lastimável.

  41. Giordani Pasqualon disse:

    Acabei de ler a matéria e não li os comentários acima então não sei se o que vou dizer já foi dito.

    Bruno, sabemos muito bem que a música por si só praticamente nunca existiu sozinha, seja ela associada a rituais religiosos, a peças de teatro, ópera, ou à penúltima revolução: o videoclipe que levou MJ a bater todos os recordes de vendas de discos.

    Agora o movimento dos games é somente mais uma faceta na mutação do entretenimento, é mais um impulso a uma indústria que tem sido lenta para se renovar nos últimos anos e sofre com o dinamismo das gerações atuais.

    O mundo mudou, as pessoas mudaram, querer que a música não mude é contraproducente.

    A onda é integrar, e a própria música em si passou por este processo de integração quando foram criadas as mixagens, a “sampleagem” (por falta de uma palavra melhor).

    Talvez seja sim lamentável a música não ter mais o apelo comercial ou a força de mercado que possuía a alguns anos atrás, mas o mesmo acontece com o cinema.

    Talvez este seja um movimento bom.

    E temos que lembrar também que a “perda” de força da música se deve tanto à pirataria quanto aos meios de divulgação, antes só ouvíamos o que as gravadoras queria que ouvíssemos, já hoje em dia há em disposição uma quantidade maior de opções que nunca houve na história do conhecimento, não há mais como concentrar mercado ou controlá-lo. Não há mais como vender milhões de cópias de CD de um artista, já que eu posso escolher o que e a quem vou ouvir e se vou pagar ou não por isso.

    Abraços.

  42. Rafael disse:

    No meio de tanta pedreira que a música recebe na cabeça, lembrei-me de um dado positivo de nosso país.

    O Brasil é o único país do mundo onde se toca mais música do próprio país do que música internacional! o/

  43. carlos albertini disse:

    Carreiras musicais estagnadas …então presumo que você não tenha conhecimento sobre a carreira da banda Aerosmith…uma das poucas bandas em ativa desde os anos 70 que continua com tanto sucesso hoje em dia quanto em 1973 quando lançaram seu primeiro album.

    Creio que estagnado é um termo para outro tipo de banda…por que se você se referia ao Aerosmith , uma das maiores bandas de rock do planeta , década apés década inovando e continuando a mostrar o que é rock de verdade..então creio que foi um ato falho seu devido a falta de conhecimento da mesma.

    Abraços

    O disco mais recente do Aerosmith chegou a triplicar suas vendas por conta disto.

    Sinal dos tempos. Não deixa de ser irônico concluir que um jogo de videogame seja capaz de alavancar carreiras musicais estagnadas.

  44. alicia disse:

    Grande, gostei da defesa em relacao a nós mulhres brasileiras, porém a visão q se tem quando se chega no Rio de Janeiro por exemplo é de sexo, sexo e sexo, caraca! qtos gringos vão somente por sexo….

  45. Diego disse:

    Acho que o problema tem que ser abordado de outra maneira.

    O problema das gravadoras é que o modelo de negócio dela sempre se baseou na limitação geográfica e tecnológica para o compartilhamento da música (pirataria). Hoje, se pode baixar qualquer albúm completo, de qualquer banda sem ter de pagar nada à ninguém. É ÓBVIO que isso detona o modelo de negócio das gravadoras.

    Elas estarem pedindo por socorro ou apelando como a RIAA, só é um reflexo do modelo explorador que elas sempre adotaram. As gravadoras exploram a criatividade do músico, muitas vezes com contratos que beiram o absurdo.

    Toda crise gera uma oportunidade, agora é a oportunidade das bandas lucrarem, se desvencilhando das gravadoras e buscando sustento em outras iniciativas. As redes sociais são um bom lugar. Tome o exemplo do Last.fm que paga para cada vez que uma música de uma banda é executada.

    Ao invés de pagar o jabá para as rádios, como forma de divulgação do trabalho para vender CD, o músico pode apresentar o seu trabalho de forma gratuita e desempedida e lucrar de acordo com a resposta do público, sem intermediários.

    Eu vejo adiante o fim das gravadoras e o início de uma vida mais digna pro músico.

  46. André Anderson disse:

    Eu ainda sou adepto dos albuns. E não consigo entender por que as músicas estão sembre assossiadas a outras mídias como vc dise. Até hoje não entendo a existência de videoclipes. Não consigo assistir.
    Sem falar que até hoje não tenho (e não pretendo ter) I pod. Gosto mesmo é de escolher o álbum que vou escutar, tirar da caixinha, colocar no som e curtir. Do início ao fim, e nada de colocar no modo aleatório.
    Se tivesse grana, seria um colecionador de vinil!
    To velho mesmo.

  47. cris disse:

    nossa, bruno, desculpa, tentei ler mas sua escrita é um pouco enfadonha.
    talvez se você relaxasse um pouco mais na escolha das palavras… seu texto é “tenso” ensse aspecto, passa preocupação demais.

    ótimo músico, no entanto.

    abraços,

  48. Davi disse:

    Parabéns pelo texto. Já leio o blog há muito tempo mas nunca tive necessidade de escrever.

    Mas como um fã de videogames e do Los Hermanos tive que postar.

    Concordo com o que um rapaz disse. A indústria fonográfica só está se adaptando aos novos tempos. Anteriormente, o sucesso das músicas eram associados a videoclipes. Depois a sites de internet. Agora também a jogos.

    Gostaria de dizer que não é apenas Guitar Hero que possui grandes trilhas sonoras para jogos. Outros gêneros como Halo 3 e God of War possuem trilhas sonoras dignas de um bom filme.

    Como você é mais um proprietário do PSP, lhe convido a participar da comunidade do orkut, PSP Brasil, onde poderá ter mais informações a respeito deste magnífico aparelho.

    Espero que o seu seja desbloqueado para que aproveite mais as funções do aparelho.

    PS: Como outras pessoas disseram, fiquei feliz com o retorno ” temporário” de vcs. Até ripei o DVD para ver no PSP na viagem.

    Abraço

  49. Os tempos estao mudando muito, e com a Internet, ainda mais. Bom artigo! Eu acho que hoje, os musicos tem boas oportunidades no mundo da creaçao de videogames, oportunidade que nao tinhan 15 ou 20 anos atrais.

  50. Paulo disse:

    Bruno,

    a verdade é que estão sendo reinventados modelos de negócio. A música continuará sendo comercialmente viável se houver uma adaptação dela a outros modelos.

    Se vender CDs não está mais dando certo, então, há de se inventar um processo com mais valor agregado. A pirataria é uma realidade e não adianta tentar competir. É um tsunami que leva tudo e todos. O melhor seria aprender com essa onda e achar caminhos para se tirar proveito. Que tal começar a vender CDs sem caixa, sem capa e só com um custo bem mais baixo? Seria concorrência direta com os piratas.

    Lembrem-se que ninguém sente prazer de comprar um CD / DVD pirata. Todos já tiveram alguma frustração em comprar algo pirata. Então, que tal aproveitar esse ponto negativo e criar um produto realmente competitivo? Paga-se menos aos envolvidos, mas, o trabalho continua. E melhor, pode-se estudar outros caminhos de se vender a música… seja por cinema, teatro, shows, videogames….

    abraços

  51. Henrique disse:

    Seria muito bom se vocês pudessem lançar um guitar hero Los Hermanos, afinal é uma forma de não perder tanto dinheiro com cd´s, vc´s poderiam fazer um combo, vender com o dvd da fundição, enfim, quem tem playstation teria a alegria de poder tocar e alavancaria uma boa grana pra banda.



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