Vale a pena ler de novo?
Não é de hoje que se vê aplicada na prática uma máxima capaz de ditar o ritmo sob o qual giram as engrenagens da indústria cultural americana em sua incensada necessidade de gerar milhões de dólares. Na perspectiva de prever o interesse de um público cada vez mais segmentado, o mapa da mina aponta uma única direção; o que foi sucesso uma vez pode e deve ser sucesso novamente.
Baseado nesta premissa, ao longo dos últimos vinte anos, foram muitas as continuações, os remakes e as adaptações literárias formatadas em todos os moldes, sendo possível afirmar sem receio de cometer qualquer injustiça que, em determinados casos, o desejo de expandir o legado de algumas obras sobrepôs em muito a preocupação quanto a relevância e a qualidade destes registros.
Este parece exatamente ser o caso dos dois romances que nomomento estão sendo escritos por Candace Bushnell, a mesma de cujas colunas auto-biográficas -publicadas pelo New York Observer em meados dos anos 90- extraiu-se o sumo do que veio a se tornar mais tarde a série televisiva “Sex and the City”.
Previstos para serem lançados em 2010 os livros retratarão a adolescência de Carrie Bradshaw, a personagem principal: os romances, as amizades, o sonho de ganhar a vida como escritora e a trajetória que a levou a realizá-lo serão os fios condutores desta narrativa, em princípio dirigida ao público infanto-juvenil. Antes de aprofundar a análise sobre o que representa esta notícia para seus incontáveis fãs, cabe registrar a chegada às telas, ano passado, da primeira adaptação da multi-premiada série para os cinemas.
Ao passo que a iniciativa deixou em polvorosa os aficionados pelos percalços de Carrie e suas amigas, fez surgir, também, entre alguns deles rumores de que o filme não teria atendido às enormes expectativas que criou, limitando-se a uma morna e comprida compilação em película dos mesmos temas de sempre, não muito mais empolgante do que qualquer outro episódio anteriormente visto.
Posto isso, o que esperar de “The Carrie diaries”? Segundo a autora estes dois volumes refletem a curiosidade dos seguidores e dela própria sobre as experiências que teriam moldado a personalidade de sua protagonista. Bushnell se diz consciente da necessidade de adequar o texto, afinal suas histórias precisarão agradar jovens leitoras cuja média de idades seria equivalente a metade da que têm o público para o qual até então ela costumava escrever.
A repercussão da novidade já pode ser percebida em alguns fórums virtuais dedicados ao assunto. Em geral paira uma desconfiança à respeito de como passagens picantes e pontos de vista polêmicos sobre o universo feminino -binômio responsável pela consagração do seriado- se traduzirão para a realidade de meninas pré-adolescentes. O debate culminou até numa inusitada questão; algumas admiradoras das pitorescas situações idealizadas por Bushnell, confessam ter dúvidas em relação a recomendar a leitura dos livros para suas filhas.
As mães temem, por exemplo, que uma cena da terceira temporada, exibida em 2000 –ocasião em que Carrie dividiu com sua imensa audiência uma passagem sobre seus anos colegiais (algo envolvendo um baseado e sexo feito sobre uma mesa de pingue-pongue)- seja o prenúncio do que está por vir.
Apesar da apreensão dos pais não é difícil antever o sucesso deste projeto, embora não se possa ser tão otimista quanto a preservação da integridade de um enredo que caminha ladeira abaixo rumo ao esgotamento. E quem duvidaria se, passados alguns meses do lançamento dos livros, chegasse a notícia de que estes darão origem a uma nova série, aos moldes da aclamada “Wonder Years”? É como vocês bem sabem: as engrenagens, afinal, precisam girar…
Olá Bruno. De fato, o filme deixou a desejar um pouco em relação à série, mas isto decorreu principalmente da necessidade de condensar em apenas duas horas enredos acabados envolvendo as quatro personagens principais. Pelo menos, para os “não-fãs” como a minha esposa, que assistiu o filme comigo, acho que a versão das telonas teve o mérito de prescindir da audiência prévia da série para ser compreendida e também apreciada. Ela, por exemplo, gostou muito. Deve-se levar em conta, claro, que assistiu com um olhar bem menos pré-dispostamente crítico do que os fãs fervorosos. Aliás, li aqui mesmo na globo.com que vai ser feita a versão cinematográfica de “Friends”, sabia? Pretende-se que a história retrate a vida dos cinco personagens alguns anos depois do ponto em que foi encerrada a série. Vamos ver o que vem por aí.
Adoro Sex and The City, tenho todas as temporadas. Mas não fui ver o filme, essas séries quando viram filme acabam com a fantasia que existia antes.
Como Os Normais, Casseta e Planeta, não dá pra ser tudo, ou é uma coisa ou outra.
Preferi manter meu apego ao seriado das 4 amigas, do que ver o filme, e depois não gostar!
pouco me interessa se os americanos vão ou não fazer continuação de sex and the city. fato é que mais cedo ou mais eles vão nos despejar goela abaixo os enlatados de sua indústria de entretenimento e vamos consumir felizes e satisfeito.
Bem, eu não acompanhei a série durante sua exibição, de tanto falarem depois de anos que dispertei o interesse e passei a assistir quando conseguia e realmente vi que era muito boa e divertida, e claro que quando soube que seria lançado um filme fiquei mais animado ainda. E pra minha alegria, me agradou em todos os aspectos: curti do início ao fim, sem nenhuma reclamação a fazer. Depois do filme comprei então as temporadas pra desfrutar mais ainda e para mim, tudo se encaixou, tanto a série quanto o filme. Porém não creio que esse livro irá fazer muito sucesso, o público que realmente gosta de Carrie e suas amigas é outro, acho que poucos jovens se interessaram tanto quanto os não mais tão jovens pelo seriado e seus personagens, mas vamos ver, a adolescencia hoje já é bem mais avançada em alguns assuntos e situações que a nossa, até há um episódio (não me recordo em qual temporada) onde as protagonistas vêem em algumas adolescentes atitudes que elas mesmas têm. De qualquer forma, torço, mas a princípio não me despertou tanto interesse em saber do antes de Carrie. Té mais. Forte abraço.
É né Bruno, vi no Sony que vão fazer um “Barrados no Baile segunda edição”.
Será que não falta um pouco de inovação?
Eu achei o filme interessante, já que raramente vi alguns episódios.
Essas repetições, continuações e que tais não passam mesmo de jogadas comerciais mas, algumas poucas vezes geram produtos de boa qualidade e até melhores do que os originais.
Bruno,
Já reparou como parece questão de honra, conseguir produzir n filmes com um mesmo enrredo?
Não sei quem tem menos opinião, se os norte-americanos, por continuarem produzindo esses enlatados como se não soubessem redigir outra coisa, ou se nós, brasileiros, que assistimos as ‘obras primas’ como se fosse a primeira vez!
Enfim…
Um brinde ao ego norte americano!
Na natureza nada se cria, tudo se copia!
Adoro ver filmes antigos…
Infelizmente,não pude despachar os filmes mais interessantes para este computador pois estão com um amigo.
São filmes em 35mm…
Vlw
Prefiro comprar sapatos!! hahahahaha
bjus*
Concordo com o Bruno. Apesar de ter ficado animadíssima ao saber que ia ter o filme da série, quando assisti também fiquei decepcionada. O filme serviu mais pra matar a saudade dos personagens, mas o enredo do filme era bem diferente do que dos episódios. Não vi no filme as quatro amigas solteiras em situações divertidíssimas que me faziam morrer de rir (com exceção do piriri da Charlote, rs). O filme pra mim foi mais dramático do que comédia. Prefiro acreditar que ele não aconteceu, que a história acabou no último episódio da série mesmo, já que na minha opinião o final da série foi muuuuito melhor do que o do filme.
Leiam o livro, acompanhem a série e assistam ao filme. Já está de bom tamanho. Continuar explorando o mesmo personagem eternamente parece falta de imaginação.
Balelas, mesmo, para ganhar uma grana!
Filme fraco, e tentando se valer de quem acompanhou a serie; e pior: se deram bem! A curiosidade foi maior do que o bom senso!
Mr. Big foi o maior culpado, nao as mulheres!Todas queriam ve-lo!Mas, se isso acontece com os homens nao deixa de ser curioso que aconteca tambem com as mulheres.Mas, na serie se ele e bem mais charmoso e sexi, deixou as mulheres na mao, literalmente!
Gostei muito do filme, mas não me interesso pela vida antes da série.
Não vi e não gostei
Requentar os sucessos nem sempre é uma boa idéia…
mas a industria do entreterimento segue com essa formula sem se importar, na minha opinião, tentando não atrair os fãs de carteirinha, mas atrair novos fãs através do burburinho que o (re)lançamento provoca. O sujeito nunca ouviu falar de Sex & the City. Vê o filme, gosta e ouve (aqui por exemplo) que o seriado era muito melhor. Vai lá e compra o DVD. E assim vai.
Ruim mesmo vai ser quando requentarem o Los Hermanos… ai que medo!
Nos Estados Unidos tudo que é sucesso vira receita até o esgotamento. Sim sim, vejo uma possibilidade grande aí de explorar a fase adolescente, atingiria um target de publico BEM maior. Não sei se você ta sabendo, mas farão uma série com a mesma premissa de Wonder Years só que no contexto dos anos 80. E quem sabe futuramente não repetirão com a decada de 90? Contudo, isso é uma aposta, o tiro pode sair pela culatra.
Olá Bruno! Excelente, senti como uma verdadeira análise desse mercado na atualidade. Tendência de mercado e o diabo a quatro rs…
Adoro filmes antigos ,mas não perco tempo em “sebos”vasculhando filmes do passado,salvo exceção quando achar necessário.Para fins de entretenimento.
Como disse o outro comentarista “o tiro sai pela culatra” quando se aposta num remake de séries antigas .
Os Estados Unidos têm talento de sobra para produzir séries novas na TV.
Avante
Oi Bruno!
Definitivamente essa série dá o que falar! Não acompanho desde o início, só de uns tempos pra cá. Custei a entrar no clima das meninas mesmo já tendo vivido situações semelhantes. Estou louca pra assistir ao filme! Já leu “Sheila Levine está morta e vivendo em nova york” – Gail Parent – ? Muuuuito engraçado também!
Beijos