Adeus, teorias conspiratórias. Promotor obcecado com Caso Kennedy reúne cinquenta e três provas que apontam para um único culpado ( mas uma pergunta ficará sem resposta )

qui, 21/11/13
por Geneton Moraes Neto |
categoria Entrevistas

Vincent Bugliosi: veredito definitivo sobre o Caso Kennedy aponta Oswald como único atirador. O resto é invenção

A GLOBONEWS reapresenta, nesta sexta, às 7: 05 da manhã e às 17:05,  o DOSSIÊ especial que reúne sete entrevistas gravadas, ao longo de vinte anos, com personagens que estiveram de uma maneira ou de outra ligados ao “crime do século”: o assassinato do presidente John Kennedy. Um dos entrevistados é o promotor americano Vincent Bugliosi, autor de “Reclaming History” – um livraço de 1.612 páginas aclamado como a “palavra final” sobre o atentado. Durante duas décadas, o promotor cruzou, obsessivamente, todas as informações disponíveis sobre aquele fim de semana em Dallas. Terminou reunindo o que ele chama de provas indesmentíveis do envolvimento de Lee Oswald. Eis a palavra do promotor – que ficou célebre no julgamento da Família Manson, o bando de fanáticos que, em 1969, cometeu crimes em série na Califórnia, entre eles, o assassinato de Sharon Tate, a mulher do cineasta Roman Polanski: 

Lee Oswald: desprezo por "representantes" tanto do comunismo quanto do capitalismo

Atenção, senhores seguidores de teorias conspiratórias sobre Caso Kennedy: um dos mais conhecidos promotores americanos lamenta informar que Lee Harvey Oswald é o único responsável pelo assassinato do presidente.

Cinquenta anos depois da morte do presidente, finalmente é hora de despachar as teses conspiratórias para o cemitério das suposições que não conseguem ser provadas. As teses continuarão a render livros, livros e livros – alguns, francamente interessantes. Mas falta a elas algo que não pode faltar quando se fala de Justiça: provas, evidências materiais, credibilidade.

O promotor vai direto ao ponto: ao longo de exatos cinquenta anos, jamais apareceu uma prova confiável de que tenha havido outro atirador, além de Lee Harvey Oswald, um ex-fuzileiro naval de vinte e quatro anos. Jamais apareceu uma prova confiável que ligasse Oswald a qualquer grupo – seja ele a Máfia, a CIA, a KGB, os cubanos.

Um historiador já constatou: é difícil acreditar que “alguém tão inconsequente” quanto Lee Oswald tenha retirado brutalmente de cena alguém “tão consequente” quanto o presidente John Kennedy. Mas foi o que aconteceu. Guardadas as proporções e as particularidades de cada tragédia, o raciocínio do historiador pode ser aplicado a outros atiradores solitários, como Mark Chapman, o fã inconsequente que tirou a vida do ex-beatle John Lennon. Ou Shiran Bushara Sirhan, o imigrante inconsequente  que interrompeu a caminhada do senador Robert Kennedy rumo à presidência.

Gravando!

Qual é a pergunta que não foi respondida no caso do assassinato do presidente ?

Bugliosi: “Não há perguntas relevantes sobre quem é o culpado ou se houve conspiração que não tenha sido respondida em “Reclaiming History”.

O rifle de Oswald foi apontado por experts como a arma do crime. Ou seja: a arma que matou o presidente era de propriedade exclusiva de Lee Oswald. Depois dos tiros na Dealey Plaza, Oswald foi o único empregado do Depósito de Livros Escolares que deixou o prédio. Todos os outros permaneceram lá. Cinquenta e três minutos depois, ele matou o policial J.D.Tippit. Quando foi interrogado, por doze horas ao longo de três dias, mentiu repetidamente.

Reuni 53 diferentes provas que apontam irresistivelmente para a culpa de Oswald. Não seria humanamente possível, para ele, ser inocente…Você pode ter uma, duas ou três indícios  de que você é culpado, ainda que você seja inocente. Mas não pode ter 53!

Informo à Globonews que reuni 32 provas , em Reclaiming History, de que não existiu conspiração.

Não há evidência confiável – a palavra-chava é esta: confiável! – de que a CIA, a Máfia ou qualquer outro grupo estejam envolvidos no assassinato. O que há são alegações sem provas ou pura especulação.

Teorias conspiratórias acusaram 42 grupos  e 82 assassinos e 240 pessoas de envolvimento no assassinato !  Ora, três pessoas podem guardar um segredo – mas só se duas já estiverem mortas…Cinquenta anos depois, jamais uma palavra confiável vazou de uma conspiração. Por quê ?  Porque as teorias não fazem sentido!

Se um desses grupos, como a CIA ou a Máfia, tivesse decidido matar o presidente – algo que considero prodigiosamente improvável – , Oswald seria uma das últimas pessoas na face da terra a quem eles procurariam. Não era um atirador “expert”. Era um bom atirador – que tinha comprado pelo correio um rifle de vinte dólares. Era notoriamente inconfiável e instável. Tentou deserdar para a União Soviética em 1959 – na era pré-Gorbachev. Queria desesperadamente se tornar cidadão soviético. Quando não conseguiu, cortou os pulsos. Vou ser sarcástico agora: era o tipo de pessoa em quem a Máfia ou a CIA iria confiar para cometer o maior crime da história americana.

De qualquer maneira, na suposição de que algum desses grupos decidira matar o presidente e, por alguma razão, mobilizara Oswald para a tarefa: depois de Oswald atirar em Kennedy na Dealey Plaza e sair do prédio, se ele tivesse cometido o atentado para a CIA ou a Máfia, um carro estaria esperando por ele para conduzi-lo à morte…É o que aconteceria. Mas sabemos que Oswald, depois de sair do prédio, foi para a rua, com treze dólares no bolso, para tentar pegar um táxi ou um ônibus….

O roteiro da comitiva presidencial – que previa a passagem em frente ao Depósito de Livros Esccolares –  só foi determinado no dia 18 de novembro de 1963 – quatro dias antes do assassinato. Alguém acreditaria que uma conspiração para assassinar  o presidente dos Estados Unidos fosse estabelecida a apenas quatro dias do assassinato? É ridículo”.

O caso do assassinato de John Kennedy foi cem por cento resolvido?

Bugliosi: “Sempre se acreditou que jamais haveria uma solução completa deste caso: até os que, como eu, acreditavam que Lee Oswald agiu sozinho ao matar Kennedy, diziam que haveria sempre alguma dúvida. Com “Reclaiming History”, eliminei todas as questões pendentes. Todas as resenhas, por sinal, dizem que o livro é a “palavra final” no assassinato. Respondo, ali, a centenas de perguntas que a maioria nem sequer sonhava em fazer.

A única pergunta que jamais será respondida com cem por cento de certeza é: por que Oswald matou Kennedy? Nós podemos imaginar por quê, mas não podemos ter cem por cento de certeza. Mas não é preciso saber. O “motivo” não é algo a ser provado num caso criminal. Já mandei gente para o Corredor da Morte sem saber precisamente por que cometeram seus crimes. Tudo o que eu sabia é que eles tinham matado a vítima. Não tinham nenhuma “justificativa legal” para fazê-lo, como legítima defesa, por exemplo. Insisto: por que Oswald cometeu o atentado é a única pergunta que jamais será respondida com cem por cento de certeza. Sabemos de várias das razões, mas não saberemos de todas”.

Que motivo Oswald consideraria “razoável” ?

Bugliosi: “Se Oswald estivesse vivo, eles mesmo talvez não fosse capaz de explicar a você toda a “dinâmica” de uma mente turbulenta –  que o levou a este ato monstruoso. Mas há certas coisas que sabemos. Oswald tinha ilusões de grandeza. Chamava seus diários de “históricos”. Lia biografias de grandes líderes, com quem se comparava. Seu companheiro nos fuzileiros navais disse que Oswald queria produzir algo que fosse falado daqui a dez mil anos. Queria mudar o rumo da história.

Oswald amava  e reverenciava Fidel Castro. Kennedy tinha apoiado a invasão de Cuba, na Baía dos Porcos. Oswald não gostou, claro. Cinco dias antes do assassinato, Kennedy fez um discurso sobre política externa em Miami Beach, em que pedia ao povo cubano que se insurgisse contra Fidel Castro. Prometeu ajuda americana. O amor de Oswald por Fidel Castro e pela revolução cubana foi um dos motivos que levaram Oswald a fazer o que ele fez. Oswald imaginava que, se ele matasse um inimigo de Castro, como Kennedy era, poderia ajudar a revolução cubana.

Estive trabalhando no Caso Manson. Posso dizer que Charles Manson não conhecia as identidades das pessoas mortas por seus seguidores. Apenas sabia que eles eram membros de um establishment que ele odiava. O que quero dizer é que as mortes cometidas pelos seguidores de Manson eram “assassinatos representativos”. Ou seja: ele não sabia a identidade das vítimas. Ao ler os diários de Oswald, vi uma anotação em que ele diz: ”Vivido sob o comunismo e sob o capitalismo. Desprezo os representantes de ambos”.

Não há prova de que Oswald odiava Kennedy. Gostava das leis de direitos civis – mas era contra Kennedy pelo que Kennedy tinha feito em relação a Fidel Castro. O que se sabe é que Oswald odiava os Estados Unidos da América. Talvez a mente turbulenta de Oswald visse Kennedy como o representante máximo de uma sociedade que ele desprezava. Quando atirou em Kennedy, ele estava atirando nos Estados Unidos da América.

Ninguém saberá com cem por cento de certeza por que ele matou – mas não é necessário saber”.

Os que acreditam em teorias conspiratórias apontam o movimento da cabeça do presidente para trás na hora do tiro fatal como uma indicação de que alguém atirou de lado. Qual é a credibilidade desta explicação?

Bugliosi: “Um grande número de pessoas começou a acreditar em teorias conspiratórias depois que foi exibida a imagem que sugere que o tiro veio da frente – e não de trás, onde Oswald estava. A resposta é a seguinte: se você olhar o filme, não notará. Mas, se você olhar o fotograma 313, verá quer o presidente é atingido na cabeça. É possível ver a cabeça “explodindo”. A cabeça vai para a frente por 5,8 centímetros, o que indica que a bala veio de trás – não da frente. Quando ocorre o impacto, a cabeça do presidente vai para a frente. Depois, no fotograma 314 a0 321, o presidente tem o que se chama de reação neuro-muscular. Danos provocados nos nervos pela entrada da bala no cérebro do presidente fizeram com que os músculos se contraíssem. Isso forçou a cabeça para trás. Ou seja: neste exato momento do impacto, a cabeça do presidente não vai para trás, mas para frente. Uma foto em contraste mostra a terrível imagem de pedaços do cérebro do presidente indo para a frente, o que, de novo, indica que o tiro vem de trás. Era lá que Lee Oswald estava”.

 

Ghiggia: “Somente três pessoas silenciaram o Maracanã: o Papa, Frank Sinatra e eu” ( o “carrasco” uruguaio diz que não pode ouvir a narração do gol histórico que marcou. A mulher não deixa )

dom, 03/11/13
por Geneton Moraes Neto |
categoria Entrevistas

A Globonews reexibe, neste sábado, dia nove, às seis e meia da noite, sem intervalos, nosso documentário DOSSIÊ 50: COMÍCIO A FAVOR DOS NÁUFRAGOS – uma chance rara de ouvir a palavra de todos os onze jogadores brasileiros que disputaram, no gramado do Maracanã, no dia 16 de julho de 1950, o jogo mais dramático da história da seleção brasileira: a decisão da Copa do Mundo, contra o Uruguai, diante da maior plateia até hoje reunida num estádio.  Durante toda a vida, eles carregaram o estigma da derrota. É hora de anistiá-los!  A íntegra das entrevistas dos jogadores pode ser lida no livro DOSSIÊ 50 – que acaba de ganhar uma nova edição: em papel, pela Maquinária Editora (  já nas principais livrarias )  e em formato digital, pela Editora E-Galáxia ( https://goo.gl/gdcul7 ). Aqui, um trecho da entrevista com o “carrasco” uruguaio Ghiggia, autor do gol da vitória do Uruguai:

Ghiggia exibe, em casa, a foto do gol histórico que marcou: emocionado quando ouve a narração ( Foto: Geneton Moraes Neto )

 

O ex-ponta-direita Alcides Edgardo Ghiggia avança. Faz um óbvio esforço para se movimentar, mas não desiste: vai em frente.

Depois de um minuto, consegue vencer a distância que separa o quarto e a sala. Diante de uma cadeira, pode finalmente se livrar do andador que o auxiliava na caminhada.

Ghiggia estava no quarto fazendo, com uma enfermeira, exercícios de fisioterapia. Veio para a sala para gravar a entrevista para a Globonews – nesta quarta-feira nublada de fevereiro de 2013 em Las Piedras, perto de Montevidéu.

Dos vinte e dois jogadores que entraram em campo no Maracanã no domingo, 16 de julho de 1950, o “carrasco” Ghiggia é o único ainda vivo, às vésperas da Copa de 2014. Escapou por pouco de engrossar as estatísticas das vítimas de acidentes automobilísticos no Uruguai.

O caminhão veio da direita. Pegou o carro de Ghiggia num trevo na altura do quilômetro 12 da rota 5, perto de Las Piedras. Aos 85 anos, Ghiggia dirigia o carro (o herói uruguaio nasceu três dias antes do Natal de 1926, em Montevidéu). Pode dizer, sem exagero, que nasceu de novo no dia 13 de junho de 2012, ao sair vivo dos destroços do carro.

Passou as primeiras semanas depois do acidente em estado de coma induzido. Respirava com ajuda de aparelhos. Quebrou a perna, o braço, a cabeça. O joelho foi despedaçado. Os pulmões sofreram uma infiltração. Os jornais preparavam os obituários, mas Ghiggia sobreviveu, para contar a história. A perna atingida foi a direita – a que Ghiggia um dia usou para estufar a rede brasileira.

O campeão de 50 não resiste. Enquanto caminha amparado por um andador, comete uma pequena ironia sobre o desastre brasileiro: “Vou estar bem para o Maracanã, em 2014…”. Logo depois, no entanto, não esconde uma ponta de desolação: “Vinte e tantos anos jogando… Nunca me machuquei. E agora…” Deixa a frase incompleta.

Liberado pelos médicos, o personagem principal do “Maracanazo” voltou para a casa de dois quartos – alugada –, onde vive com a mulher, Beatriz, quatro décadas mais jovem, numa rua chamada Pilar Cabrera, em Las Piedras. Beatriz é uma ex-aluna da autoescola em que Ghiggia trabalhava. Quando frequentava as aulas de direção, não sabia que estava diante de um campeão mundial. O instrutor e a aluna terminaram se apaixonando. Ghiggia tinha, então, 69 anos de idade. Estava viúvo. Dizia que, se fosse se casar de novo, teria de ser com uma mulher mais jovem – que tivesse disposição para zelar por ele. É o que Beatriz passou a fazer, com toda dedicação.

Ghiggia, aparentemente, não dá um passo sem consultar Beatriz: pede a ela água, comenta um telefonema que recebeu, troca olhares cúmplices durante a entrevista, como se procurasse aprovação para o que estava dizendo.

Sob todo e qualquer critério, Ghiggia vive modestamente. Recebe ajuda de uma empresa jornalística uruguaia para pagar o aluguel. A casa fica numa espécie de vila, separada da rua por um corredor estreito. Ghiggia começou a construir uma casa nova – igualmente modesta – mas, parou, por falta de dinheiro. Fazia planos, aos 86 anos, em 2013: queria recomeçar logo a construção, para, finalmente, poder se instalar no novo endereço – em companhia de Beatriz, é claro. Não deixa de ser comovente ver um homem de 86 anos fazer, com a mulher, planos para um futuro não tão próximo.

O que é que os dirigentes uruguaios disseram aos jogadores antes do jogo?

Ghiggia: “Houve três dirigentes que, um dia antes do jogo, no sábado à tarde, falaram com os jogadores mais antigos, mais experientes – Obdúlio Varela, Máspoli e Gambetta. Disseram que já tínhamos cumprido o prometido. Tínhamos nos comportado bem no campo. Não criamos nenhum problema. Se o Brasil fizesse quatro gols contra nós, deveríamos nos conformar. Um dia depois, no domingo, estes dirigentes uruguaios regressaram ao Uruguai. Nem ficaram para ver o jogo”.

O senhor sonhou alguma vez com o Maracanã, depois de 1950?

Ghiggia: “Já sonhei várias vezes. Porque a gente sonha com algo que parece ser incrível. Meus sonhos, então, sempre tiveram o Maracanã como personagem”.

Qual foi o impacto que o silêncio da torcida teve sobre o senhor, ainda durante a partida?

Ghiggia: “O silêncio causou um impacto muito grande, porque eu achava que a torcida brasileira iria encorajar a seleção, para que o Brasil pudesse empatar. Mas o que a torcida fez foi um silêncio enorme. Isso me causou um impacto muito grande. Somente três pessoas silenciaram o Maracanã: o Papa, Frank Sinatra e eu. Isso foi o que aconteceu”.

Quantas vezes o senhor já ouviu a narração do gol que o senhor fez no Maracanã, em 1950?

Ghiggia: “Poucas vezes, porque minha mulher não deixa. Quando escuto a gravação, fico emocionado… Por essa razão, ela não deixa”.

Qual é a lembrança mais forte que o senhor guardou da tristeza dos brasileiros?

Ghiggia: ”A maior tristeza que tive foi ver que, enquanto os jogadores do Brasil saíram de campo chorando, os torcedores, na arquibancada, estavam chorando também. Aquilo teve um impacto muito forte”.

Como é que o dia 16 de julho de 1950 terminou para Ghiggia?

Ghiggia: “Quando chegamos ao hotel, jantamos. Depois, procuramos o tesoureiro, para pedirmos dinheiro. Mas não o encontramos! Fizemos, então, uma vaquinha entre os jogadores. Conseguimos juntar um dinheiro para comprar sanduíches e cervejas. Fomos para um quarto do hotel, para festejar. O dia terminou bem”.

O que é que aconteceu com os jogadores do Uruguai logo depois do jogo?

Ghiggia: “Nós saímos já tarde do estádio para o hotel. Jantamos e comemoramos mas não quisemos sair, na verdade, porque não sabíamos qual seria a reação da torcida brasileira. Para evitar problemas, ficamos no hotel. Quando afinal saímos, fomos bem recebidos. Éramos reconhecidos por causa do uniforme. Todos nos cumprimentavam. Isso foi uma linda surpresa para nós”.

É verdade que, quando se encontrava com jogadores brasileiros, você evitava falar de futebol?

Ghiggia: “Nós falávamos de tudo – menos de futebol. Por quê? Por uma questão de respeito a eles”.



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