Bernstein volta a atacar : repórter do Caso Watergate diz no Rio que culto à celebridade, fofoca e sensacionalismo produzem retrato desfigurado da sociedade
O super-repórter Carl Bernstein – aquele que, ao publicar uma série de reportagens investigativas no Washington Post, em parceria com Bob Woodward, terminou provocando a renúncia do presidente dos Estados Unidos, Richard Nix0n – fez uma queixa, agora há pouco, no auditório da Escola da Magistratura do Estado do Rio: reclamou de que, nesta última geração, a principal função da imprensa – a de obter a “melhor versão possível da verdade” – foi deixada de lado. O que há, hoje ? “A predominância de uma cultura jornalística global que tem cada vez menos a ver com a verdade, a realidade e o contexto. Crescentemente, o retrato de nossa sociedade, produzido por esta mídia, é enganador. É um retrato sem conexão com o contexto real de nossas vidas; um retrato desfigurado pelo culto à celebridade, pela fofoca, pelo sensacionalismo, pela negação das reais condições de nossa sociedade, pela controvérsia fabricada – especialmente, na TV, mas também na imprensa escrita. Uma das grandes perguntas do Século XXI é se nós, no chamado mundo civilizado, podemos restaurar a nossa missão : a de obter a melhor versão possível da verdade”.
Como se dizia no tempo das cavernas, “falou e disse”.
Bernstein participou de um seminário que discutiu as ameaças ao livre funcionanento da imprensa – especialmente, na Venezuela, Argentina e Equador. O presidente da Globovision (Venezuela) não conseguiu visto para sair do país : terminou enviando um vídeo que foi exibido para a plateia. O presidente Chavez, como se sabe, declarou guerra ao grupo jornalístico.
(ver post anterior : reportagem completa sobre a penúltima viagem de Bernstein ao Brasil)
3 maio, 2010 as 16:19
Eu nao entendo nada de jornalismo. Mas posso te dizer que os EUA perderam a guerra do vietina por causa da imprensa, e se demorasse mais um pouco ia perder no iraque tambem. assim que a imprensa comeca a mostrar os soldados americanos e as Criancas mortas . O povo comeca a chiar…
por isso ai no Brasil se ve mais imagens da guerra do que a gente aqui. Censura tem ate na maior democracia do mundo, vai voce andar pelas ruas de Miami fotografando os mendigos e a pobreza.. Pra voce ver…Te colocam em guntanamo rapidinho…rs A crise aqui mesmo foi agravada pela imprensa. O Cara coloca um terno desses que vc usa, e me fala que ta todo mundo perdendo o emprego, depois da aquela viradinha pra pegar o foco de perfil e diz que tal companhia vai mandar nao sei quantos mil embora… E pra terminar diz que o mundo vai acabar em 2012… Logico que a crise existe mas a imprensa faz com que as pessoas guardem seu dinheiro… Vendo os jornais do Brasil eu acho bem estupidas essas materias que dao detalhes de crimes, como os arrastoes, que virou moda uma epoca, depois os sequestros, de gente de classe media, e ate os relampagos sao ensinados em cadeia nacional, tambem pode se aprender a clonar celular, cartao de credito e outros golpes. acho que a imprensa deveria usar o bom senso, e passar noticias mais interessantes e apenas alertar para certos crimes sem dar detalhes. Mas acho que isso se deve a abertura de imprensa, aos poucos vao conseguir passar a noticia sem causar um caos nas ruas..
Ps.: Pode mandar um abraco… Quero mandar um abraco pro meu fa. Que comenta os meus comentarios…rs
3 maio, 2010 as 21:31
O herói do Geneton Post, Carl Bernstein, não gosta de coluna de fofoca porque ficou mais famoso namorando a Liz Taylor do que por ter mudado a história americana com o babado do Watergate. Ha!
Bobagem dele, tem espaço pra todos os assuntos.
Nossa Senhora do Perpétuo Espanto gosta tanto de saber que a imprensa ajudou a prender o governador da capital federal do Brasil quanto também que o jogador Adriano prefere beber cerveja quente na birosca da favela do que champanhe gelada em Milão, né não ?!
Falei e disse. tchan
3 maio, 2010 as 23:07
Oi Geneton,
Este não é um comentário e sim um questionamento e ao mesmo tempo uma sugestão de matéria para você, que considero um instigador do que rola no seu meio.
Pois bem, lendo o post sobre o Bernstein, recortei a sua afirmativa:
“A Bastilha que horrorizava repórteres ruiu. Já não há, diante de nós, um editor-açougueiro com uma faca afiada nas mãos e gosto de sangue na boca, disposto a cortar,cortar,cortar.”
Com base nela, gostaria de um dia ler matéria sua abordando o termo que se tornou comum no meio: PIG.
[ ]s
3 maio, 2010 as 23:24
Quer exemplo maior que a própria globo?
Aliás, todas as grandes detentoras de poder midiático do Brasil corroem as notícias hierarquizando o que é importante ou não para ser exibido nos telejornais, o que seria isso? A clara determinação do que é importante ou não para a sociedade, e como nossa sociedade não é muito de se perguntar sobre o que está aí…
4 maio, 2010 as 0:14
O repórter Carls Bernstein teve uma pequena visão de uma realidade desvirtuada. Sinceramente, se ele pudesse e quisesse dizer as mazelas que domam o jornalismo atual, ele não se teria vivo a caminhar tranquilamente pela população, porque, infelizmente, homem inteligente e capacitado não é muito aceitado pela massa que se sente inferiorizada [perdoe-me pelo eco].
É gritante, sim, o que a necessidade de informar a qualquer preço causou à informação. E é mais importante o que esse excesso de informação, somado ao disse não disse causam ao cérebro humano: acúmulo desnecessário de informação inútil, isto é, estresse.
Grandioso post Geneton, grandioso questionamento social. É disse que o Brasil precisa: visionários.
4 maio, 2010 as 8:29
Ele está correto, a questão na qual penso sobre isso é: alguém quer a verdade? alguém pagaria pela verdade?
A verdade sobre um fato muitas vezes está estampada na cara de uma pessoa, mas as pessoas destas novas gerações tem pago caro, e muito e até com cartão para terem mentiras reconfortantes.
Um jornalista que, por exemplo, saia fora deste contexto de “fofoca-sensacionalista-sangüinárea”, ele irá conseguir emprego? Um professor que por acaso fale a verdade em sala de aula sobre as religiões e suas histórias, se manteria empregado? Um vendedor de seguros, sincero, teria carteira assinada?
Seres humanos sempre desenvolveram métodos de inibir a verdade e desenvolver sobre ela uma outra versão mais “suave”. Pode ser que isso só esteja se acentuando nestas ultimas décadas em função do comércio ver nisso um mercado mais rentável.
4 maio, 2010 as 10:22
Se os nossos jornalistas agissem com seriedade, o presidente FHC, Lula e grande parte dos congressistas e senadores teriam sido cassados.
J. Leite
4 maio, 2010 as 10:31
Caramba GÊ!!!!!
Isso explica muita coisa!!!!
Você arrebatou o público do “xou da Xoxa”…
“Quero mandar um bejim pro papai, pra mamãe e pra voxê!!!!”
O post anterior estava di-vi-no!!!!
Bjim, bjim, e txau, txau!!!
4 maio, 2010 as 14:10
Lis (5),oportuno seu comentário acerca da relação das pessoas com a verdade. Se retrocedermos um “pouquinho” na História para uma compreensão mais sistematizada do tema, penso que a dialética socrática e a retórica dos sofistas nos dão uma boa indicação de que os fatos apresentados pela perspectiva conveniente do mercantilismo há muito se sobrepõe aqueles que buscam a verdadeira compreensão e entendimento do contexto em que estamos inseridos.
Enquanto a dialética está completamente esquecida a retórica alcançou grau de desenvolvimento que talvez não tenha sido imaginado nem mesmo por Protágoras. Por exemplo: o que é o cultuado marketing, se não a retórica em sua forma mais refinada e perversa.
“Protágoras diz que todo o argumento permite sempre a discussão de duas teses contrárias, inclusive este de que a tese favorável e contrária são igualmente defensáveis.”
Protágoras
4 maio, 2010 as 15:21
Geneton, o americano acertou na mosca. Pois tudo que falou e retratando o sistema globo de jornalismo. Veja a idição dos melhores momentos do debate do lula com collor em 89 . descaradamente a midia de um modo em geral tem partido. por que não se declara abertamente. Ridicula tua entrevista com os generais, estava com medo. Eles tomaram de assalto o poder de um presidente eleito contitucionalmente pelo povo. O mesmo aconteceu agora com a decisão stf. Que não levou consideração a reação do povo, quando pegaram em armas para combater um regime ilegitimo. A terceira lei de Newton e explica a reação do povo. E tem mais, o sistema Globo apoiou o golpe militar.
4 maio, 2010 as 16:54
Concordo plenamente com Bernstein! O bom e velho jornalimo deu lugar ao besteirol. Nossa! Como é difícil ver boas matérias; e consequentemente ver um bom jornalista. KKKKKKKK sera que Chavez decidiu promover a caça as bruxas por causa de Bernstein? Senhor Bernstein: tô di oio nu sinhô, viu? Bjs até.
4 maio, 2010 as 18:43
É Tereza, o Chaves promoveu a caça às bruxas porque a bruxuleante mídia venezuelana e estrangeira criou as condições favoráveis para o golpe que tentou tirá-lo da presidência (legalmente ocupada por meio de eleições). Junto com militares golpistas atuou ativamente na fracassada e vergonhosa tentativa do golpe de estado. Além da campanha difamatória, o golpista empresário midiático da Venevision forneceu seu avião para transportá-lo para o exílio.
Isto foi em 2002 e graças à rápida e enérgica reação do povo e de militares leais, Chaves retornou dois dias depois, triunfante, para o palácio presidencial.
O que se deve comentar com boas matérias como estas do Geneton, é este desequilíbrio desleal que permite aos empresários da mídia conservadora agir de má fé, manipulando notícia para manipular consciências. Conhece outro país onde isto acontece?
5 maio, 2010 as 12:53
Antes viamos um jornal para ficarmos atualizados, ho je vemos para ficarmos mais ou menos atualizados porque a informação esta chegando meio que mascarada,embora são poucos os jornais sérios hoje em dia o que mais vemos são noticias policiais,que se resolvessem para uma maior segurança va lá, mas o que parece é que certos jornais torcem para a folha policial ser maior do que por exemplo politica, eventos culturais etc..
5 maio, 2010 as 16:48
Ele apenas traduziu a sociedade brasileira em miudos. Tudo pela alienação de um povo, ainda sai barato para que o regime de escravidão ainda perdure por um bom tempo.
5 maio, 2010 as 20:47
Hoje, não apenas no Brasil, mas em outros paises, os politicos transformaram-se em celebridades da midia.
Se não vejamos. Na Italia: Berluisconi, na França: Sarcosy, na Venezuela: Chavez, e assim chega no Brasil.
Quem não se lembra do impacto do presidente-artista Collor de Mello?
O atual presidente e exemplo do astro que é derramado nos meios de comunicação. Overdose de medicridade. E sem modestia o Lula esta governando para a midia. Gerador de espetaculos. Manipulador a massa, penetrando em todo as esferas. Hipinitizador dos famintos e desvalidos.
O politico-show.
Todos os dias pisa na jaca e sorri amarelo. Todos os dias pisa no tomate e costura uma treta. Todos os dias faz malabarismo com fogo e desvia verbas, vida que segue.
Não existe mais politicos, agora há atrações de boçalidades.
Os inscritos no BBB são os 15 minutos de celebridade. A capa da Playboy a grana rápida. A Geisy da Uniban logo será candidata.
A midia do subdesenvolvimento atrofia o desenvolvimento e faz a escravidão social perpetuar-se mascarada de alegria e de aparente mobilidade social.
A industria do entretenimento só nos ajuda a cavar a sepultura para dias melhores. Resta-nos carregar um saco para vômito.
6 maio, 2010 as 1:57
Hugo Chaves e tao insignificante que se nao fosse pela sua coluna eu nem ia lembrar que ele existe. O socialismo a ser copiado e o de paises como : Suica, Suecia, Finlandia Dinamarca e outros paises cujo a renda percapta e maior que a dos americanos onde a democracia e plena e as pessoas nao competem entre si, organizacao e melhorias da qualidade de vida para todos. A luta dele nao e pelos pobres, a causa dele e so dele. Pobre do povo que tem como lider um palhaco. Quero ver em quem ele vai se apoiar… Ja que as “Ancoras” do comunismo estao fazendo fortuna com o capitalismo… Chaveco seu dias estao contados!
6 maio, 2010 as 11:28
Afinal, qual é a-melhor-versão-possível-da-verdade que vocês querem?
A minha, a do Carl Liz Taylor Bernstein, a sua, a do Geneton Post, a do Otavinho Frias, a da Veja, do Kotscho, do Nassif, dos Marinho, a da Sônia Abrão, do Datena, a do Fred Varao… héin héin héin ?!
Só pra ilustrar: na matéria do Globo online onde a atriz Lidsay Lohan vai interpretar a atriz pornô do filme Garganta Profunda ( DeepThroat ), neguinho tá quebrando o maior pau nos comments pensando se tratar do garganta profunda do Watergate do Bernstein, que tirou esse apelido pro caguete do filme da Linda Lovelace que fazia o maior suces… ah, vou parar por aqui senão vocês vão achar que é mentira minha.
6 maio, 2010 as 15:58
Kuáaaaaaaa! alô Felix! Ta certissimo! Vivemos uma era em que tudo parece querer ser subliminar.E aí, qual “verdade” quereremos?A questão maior é outra: com qual intenção?Dominar o mundo?Sou mais o pink. Disputas políticas? Mas quem, hoje, paga por informação?Se as intenções forem de lançar “tendências” ( no meu tempo a gente dizia “modismos”) ,em plena era de aquário, esqueçam.Nem se todas as mentes estivessem sincronizadas apenas num único tempo! Como imaginávamos que seria essa tal era de aquário. Fosse Einstein vivo, com certeza estaria dando palestras para atrizes e socialites deslumbradas, numa ilha de caras.A mídia não “amealha” a humanidade, ainda que as vezes tente. E tenta inclemente reencontrar o poder de outrora. Mas de que jeito, se com a pulverização de informações trazida pela internet deixamos a era de aquario para ingressarmos na era das CONCHAS do aquário?
Viva o mar venezuelano!!Mas chaves só representa a nossa eterna piada latino-americana.É auto-desmoralizável.
Eu não quero saber com-quem-foi-vista-a-Juliana-Paes-num-café-no-Leblon. Mas adoraria vê-la numa padaria aqui na Penha.
Os paradoxos humanos se acomodam melhor, num ambiente em que não haja um “grande poder oculto”ou, como dizia Orwel, um big brother. Mas por favor: não tirem a Sabrina Sato do ar!!