O FILHO DE UM CARRASCO NAZISTA:”NÃO POSSO VIVER EM PAZ COM A LEMBRANÇA DO MEU PAI. NÃO QUERO (..) NUNCA PUDE ENTENDER COMO É QUE OS ALEMÃES PUDERAM FAZER AQUILO.MAS FIZERAM”

dom, 06/12/09
por Geneton Moraes Neto |
categoria Entrevistas

Segunda e última parte da entrevista com um dos personagens mais fascinantes que tive a chance de entrevistar:  filho de um dos maiores carrascos nazistas (ver post anterior), Niklas Frank vive em guerra contra a lembrança do pai, Hans Frank, o “açougueiro da Polônia”, responsável pelo extermínio de milhões de seres humanos:

Niklas Frank: lembrança do pai é um fardo pesado (Foto:GMN)

Niklas Frank: lembrança do pai é um fardo pesado (Foto:GMN)

É verdade que o senhor, como criança, se divertiu num campo de concentração sem ter noção de onde estava?
  
“É verdade. Fui com meu irmão, em companhia de nossa babá, para um pequeno campo, ligado a um grande campo de concentração. O oficial que estava no comando do campo obrigava uma pobre criatura, um homem magro, a montar num burrico. Em segundos, o homem caía de cima do animal. Eu ficava rindo o tempo todo! Porque, para uma criança como eu, era engraçado ver adultos jogados de cima de um burrico. Eu tinha quatro, cinco anos de idade.
        
Depois, ganhávamos chocolate para comer. O dia era maravilhoso. Somente depois é que descobri que aquilo era uma crueldade. Os adultos que o comandante  tinha obrigado a subir no animal estavam quase mortos de fome. Eram judeus. Aquilo era um tipo de humor alemão”.

   
A lembrança destas cenas é o pior problema de consciência que o senhor tem ?

“A cena dos judeus no burrico é uma das muitas imagens que guardo em  minha mente. Eu não diria que é a pior. A maioria das lembranças vem das imagens que vi em livros e jornais. A pior de todas é a imagem dos corpos amontoados. Nunca pude entender – nem  hoje,  que tenho sessenta e tantos anos de idade – como é que os alemães puderam fazer aquilo. Mas fizeram”.
                              
Hans Frank foi responsável pela morte de quantas pessoas?  É possível calcular?

“Não existe um número específico. Não dá para contar. Meu pai foi responsável pelo holocausto na Polônia, nos assim chamados campos de extermínio, onde matavam poloneses e judeus. Os campos de Sobibor e  Treblinka estavam na área administrada por ele. O meu pai, portanto, era a maior autoridade ali. Era responsável pela morte de cada judeu, cada polonês, cada um de todos os outros judeus que foram deportados de outros países da Europa para os campos de concentração na Polônia”

“Meu pai sempre quis matar os judeus. Minha resposta é sim :  meu pai foi inteiramente responsável pelo campo de concentração de Auschwitz” 
  

É justo dizer que Hans Frank foi responsável pelos horrores de Auschwitz?
 
“Com certeza. Desde antes do início do III Reich,  meu pai já fazia discursos terríveis contra os judeus. É algo que ele levou até o fim. Meu pai sempre quis matar os judeus. Minha resposta, então, é sim :  meu pai foi inteiramente responsável pelo campo de concentração de Auschwitz”. 

Niklas Frank: o carrasco seria enforcado no Tribunal de Nuremberg

Hans Frank: o carrasco seria enforcado no Tribunal de Nuremberg

     
O filho de outro criminoso de guerra disse que o senhor era “um demônio” porque denunciou o próprio pai. Como é que o senhor recebe uma crítica dessa?

“Para dizer a verdade, eu não esperava tal reação. Fiquei surpreso quando filhos de outros criminosos nazistas, como Hess, Shirach e Goering, se recusaram a ter qualquer contato comigo. Emissoras de TV tentaram nos reunir numa mesa-redonda, mas todos se recusaram a aparecer ao meu lado.

O que aconteceu é que destruí uma maneira de lidar com pais criminosos. Devo dizer que fiquei feliz por ter agido assim. Mas não sou o demônio. O que fiz foi, apenas , dizer a verdade. O fato de ser  filho de quem sou não me levou a perdoá-los.

O que eu tinha de fazer era decidir: eu deveria defender o meu pai apenas  porque ele me aciriciava na cabeça quando eu era criança ou eu deveria, pelo contrário,  levar em conta a montanha de corpos que ele deixou atrás de si?  A escolha foi fácil”.

Quando é que o senhor viu o pai pela última vez  ? Qual é a lembrança que o senhor guarda desse dia?
       
“Guardo a lembrança da minha última visita à prisão de Nuremberg. Eu estava sentado o colo de minha mãe. Havia uma parede de vidro. O meu pai estava do outro lado do vidro, junto com soldados de capacetes brancos. Nunca me esquecerei deste detalhe.

“Eu sabia que o meu pai seria enforcado dentro de duas ou três semanas. Mas ele me disse que nós iríamos em breve comemorar o Natal, em nossa casa. Sempre perguntei a mim mesmo : “Por que ele estava mentindo para mim?” “

 Ali,o  meu pai mentiu para mim. Eu sabia que ele seria enforcado dentro de duas ou três semanas. Mas ele me disse que nós iríamos em breve comemorar o Natal, em nossa casa. Sempre perguntei a mim mesmo : “Por que ele estava mentindo para mim?”. Afinal, ele sabia que iria morrer em breve. Eu também sabia. E tinha sete anos de idade.
 
Terminada a visita, nós saímos daquela sala pequena . Eu estava muito decepcionado, Porque o meu pai não deveria ter agido daquele jeito. Deveria ter dito: “Nicklas, você tem sete anos de idade. Vou morrer. Fiz coisas terríveis durante toda a minha vida. Eu me arrependo muito. Por favor, não faça o que fiz. Tente levar uma vida honrada. Não a vida de um criminoso como eu”.

Assim, eu poderia ter amado meu pai por estas últimas palavras. Mas ele apenas me disse: “Nicki! Vamos festejar o Natal. Vamos nos divertir bastante juntos!”.
  
Não faz sentido. Aquela foi a última mentira do meu pai. Depois de ter mentido durante a vida inteira, ele, por último, mentiu para o filho”.
   

O senhor confirma que um de seus irmãos nunca teve filhos porque gostaria que o sobrenome Frank desaparecesse do mundo?

“O meu irmão disse algo assim uma vez. Mas não faz sentido. Porque o sobrenome Frank, em alemão, é comum. É como Muller ou Becker. O fato de não querer dar o nome a um filho não quer dizer nada. Nunca fizeram algo contra mim. Quando eu dizia que meu nome era Nicklas Frank, ninguém sabia de quem se tratava.  Mas eu sei que, se eu dissesse que meu sobrenome era Goering ou Himmler, teria passado por maus momentos na Alemanha logo depois da guerra. Porque eu soube da filha de Himmler e da filha de Goering que elas eram imediatamente rechaçadas quanto tentavam algum trabalho. Diziam a elas:  “Vocês são filhas desses ? Não podemos fazer nada. Eu sinto muito,mas vocês têm de ir embora”.
                                    
Hans Frank, condenado número sete no Tribunal de Nuremberg. O que é este nome significa para o senhor, hoje? O senhor finalmente conseguiu ajustar contas com o  passado?

“Nunca vou viver em paz com o meu pai. Porque não posso, jamais, perdoar o que ele fez. Não é apenas o meu pai:  como ele, tantos outros alemães cometeram crimes indescritíveis. Todas estas imagens estão vivas em minha mente. São crimes horríveis. Não perdoamos. Não posso viver em paz com a lembrança do meu pai. Não quero. Porque encontrar a paz é encontrar uma maneira de perdoá-lo. E não posso perdoá-lo”.
                                               

Mas o senhor vive em paz com a consciência?

 ”Não tenho problemas de consciência. Por acaso, não sou brasileiro. Sou alemão. Carrego, portanto, responsabilidade pelo que os alemães fizeram, embora, pessoalmente, não seja culpado. Eu era jovem demais na guerra. Mas estou dentro da história deste povo.    

“Não posso perdoar o que os alemães fizeram – não falo apenas dos nazistas, mas dos alemães – naqueles anos entre 1933 e 1945. Não posso encontrar paz com a Alemanha. Mas amo o país”

“Não posso, então, perdoar o que os alemães fizeram – não falo apenas dos nazistas, mas dos alemães – naqueles anos entre 1933 e 1945. Não posso encontrar paz com a Alemanha. Mas amo o país. Amo a história alemã até 1933:  nós éramos um país criminoso, imperialista e normal, como tantos outros. Tínhamos maravilhosos imperadores, poetas. Tínhamos uma gente, um país, um campo maravilhoso. Mas aí aqueles inacreditáveis doze anos começaram,  para arruinar tudo”.
      
Hans Frank se encontrou com um padre, na noite em que foi enforcado. O senhor depois procurou este padre. Qual é a importância desse encontro ?

“Para mim, foi importante encontrar o padre que tinha acompanhado o meu pai até a forca. Um ano antes do enforcamento, este padre já tinha batizado o meu pai na prisão. Isso quer dizer que o meu pai se tornara católico. Mas não acredito que ele fosse realmente religioso .

Penso que o meu pai esperava que, assim, poderia ter a chance de sobreviver se conseguisse, por exemplo, obter um perdão concedido pelo Papa em Roma. Meu pai contava com este recurso.  O papa Pio XII ensaiou fazer. Mas o gesto foi imediatamente rechaçado pela delegação polonesa -  que ficaria horrorizada se o Açougueiro da Polônia, como meu pai era chamado, pudesse sobreviver graças a um ato de perdão concedido pelo Papa e encaminhado a um tribunal internacional.

Como jornalista, eu tinha curiosidade sobre as outras pessoas, mas ,especialmente, por gente que tivesse se encontrado com o meu pai. De qualquer maneira, o padre com quem me encontrei não era um homem muito educado. Chegava a ser um pouco estúpido”.
 
É verdade que o senhor perguntou ao padre sobre o som produzido pelo enforcamento ?

“Perguntei ao padre como o meu pai estava se sentindo na prisão,  como ele lidou com as acusações e com a condenação à morte e como se comportou na última noite antes de ser enforcado.

O padre me contou duas coisas significativas. Disse-me: “O seu pai tinha medo de sua mãe até na prisão de Nuremberg”. A outra : “A coisa mais terrível que aconteceu com ele no momento do enforcamento foi o barulho produzido pelo pescoço no momento em que foi quebrado. Dava para ouvir em todo o ambiente”.

Devo dizer que este foi o único relato que me fez chorar, porque tratava de uma cena horrível. Mas o padre me descreveu a cena com um sorriso, como se fosse uma piada. Aquilo foi horrível, mas também surpreendente: como o meu pai tinha sido batizado, tiveram de abrir um buraco no capuz que lhe cobria o rosto na hora do enforcamento. Somente assim, o padre poderia fazer o sinal da cruz na testa do meu pai na hora da extrema-unção. Loucura.

De uma maneira estranha, foi emocionante ouvir o pade falar sobre o ruído provocado pelo enforcamento do meu pai. Comecei a chorar. Talvez tenha sido o momento em que mais tive a sensação do que é ser levado à forca e cair no cadafalso, para o fim da vida. 

 
“O meu pai foi o único dos condenados a entrar no local de execução, em Nuremberg, com um sorriso nos lábios. Eis aí um pequeno gesto que merece respeito. Devo dizer que achei esta atitude corajosa”

Mas não tive piedade por meu pai, porque ele merecia este tipo de morte. Como ele tinha feito com que milhões de pessoas sentissem algo parecido, ele deveria experimentar algo assim na pele. E experimentou.

O meu pai foi o único dos condenados a entrar no local de execução, em Nuremberg, com um sorriso nos lábios. Eis aí um pequeno gesto que merece respeito. Devo dizer que achei esta atitude corajosa.

Era o meu pai”.

O que é que levou o senhor a denunciar o próprio pai? O senhor foi movido por razões históricas ou pessoais?

“Em primeiro  lugar, foram razões pessoais. Sou, por acaso, filho deste homem. Mas o que quero é dar um exemplo de como lidar, como alemão, com os pais e avós. Porque sempre se faz silêncio sobre o que realmente aconteceu no III Reich.

A motivação, portanto, foi pessoal: eu queria encarar o que meu pai e minha mãe realmente fizeram, porque, assim, poderia dar um exemplo sobre como lidar com este problema. Talvez a decisão que tomei tenha sido errada. Porque, depois da publicação do primeiro livro, alemães ficaram incomodados com o tipo de linguagem que usei e com as  maldições que lancei  que contra o meu pai . Não acho, então, que tenha sido bem sucedido ao agir assim”.

Com que frequência o senhor pensa no pai, hoje?

“Todo dia. Todo dia penso no meu pai e na minha mãe. Sim. Mas nunca dei a eles a permissão de conduzir minha vida. Vivi minha própria vida. Mas estas lembranças ainda me acompanham todo o tempo. Ainda os amaldiçôo. Não entendo o que eles fizeram”.

——–

Niklas Frank mostra ao repórter imagens do pai: um "pecado alemão"(Foto:Paulo Pimentel)

Niklas Frank mostra ao repórter imagens do pai: um "pecado alemão"(Foto:Paulo Pimentel)

A entrevista com o filho do carrasco nazista foi publicada, na íntegra, no livro “DOSSIÊ HISTÓRIA” (Editora Globo)

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64 Comentários para “O FILHO DE UM CARRASCO NAZISTA:”NÃO POSSO VIVER EM PAZ COM A LEMBRANÇA DO MEU PAI. NÃO QUERO (..) NUNCA PUDE ENTENDER COMO É QUE OS ALEMÃES PUDERAM FAZER AQUILO.MAS FIZERAM””

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  1. 64
    Artur Boscolo:

    Esse homem recebeu um fardo pesadíssimo tendo o pai que teve. Com certeza ele teve uma vida dificílima por causa dessa herança!!! Já imaginaram ter um pai assim????? Temos que compreendê-lo nos seus valores, nas suas dúvidas e revoltas, na sua maneira de viver porque eu não desejo isso para ninguem e nem sei como eu poderia viver com um fardo desses para o resto dos meus dias.

    Sds

  2. 63
    elisangela monteiro:

    Quem anda julgando esse homem e se escondendo atrás do mandamento bíblico (honrarás pai e mãe) é porque defende nazismo. Deus nunca esfregou os seus mandamentos na cara de ninguém, principalmente, para justificar ou se omitir o erro brutal de outras pessoas. É pai sim, mas não é sagrado, foi um monstro e esse homem que o denuncia é extremamente corajoso. Os judeus não são santos, como ninguém é, mas NADA justifica o que aconteceu. Se seu avozinho ou vozinha, mamaezinha e papai ridículos e nazistas contam outra história, tenha caráter e vergonha na cara para descobrir por si mesmos.
    P.S: tentativa imbecil de comparar Israel e Palestinos com o que houve na segunda guerra, Israel não está matando sistematicamente ninguém, está se defendendo, se há erros, vamos corrigi-los, mas não se trata de um outro holocausto, só mesmo um neonazista para dizer uma sandice cansativa dessa.

  3. 62
    EDSON ALVES:

    Ele fez o correto, seu pai foi um monstro, ele deveria tentar tirar o nome
    deste homem maldito de sua certidão de nascimento.
    Quem defende esse carrasco nazista deveria pelo menos ver as fotos das
    atrocidades cometidas por esta BESTA.

  4. 61
    LÍDIO:

    Olha gente eu sou novo aqui nesse Blog, A segunda guerra mundial foi algo tão terrivel como as antigas guerras Romanas Como as de Julio Cesar massacrando os gaulezas pagadores de impostos a romana. Julio cesar motivando seus soldados oferecendo a eles altas recompensas disse: que os Gauleses era uma raça inferior que não meriacian territorio porque eles não adoravam os deuse romanos pense nas crianças .em escolas alemãs nos ans 1920, as materias da escola estavam voltada para o anti semitismo alguns cresceram com a ideia de que os judeus eram raças inferiores que eram uma praga na europa. nos anos 1930 e 1940 essas crianças ja eram adultas cresceram com este conceito terrivel eram uma propaganda racista, imagina a tragedia da primeira guerra um tratado humilhante, hoje 1 Marco alemão valia um dolar um mes depois um dolar valar sem marcos, 3 meses depois um dolar valia um milhão de marco?
    Agora surge alguem com uma nova promessa de restauração politica, financeira, e militar, com uma promessa de que alemanha seria prospera seria um imperio pelos proximos 1000 anos.
    Mais que para que isso fosse possivel teria que haver uma limpeza etcnica contra os invasores Judeus, que eram responsaveis pelo caus que alemnha vinha sofrendo, essa era a ideia de Hitler todos na escolas foram obrigado a ler o seu famoso livro mei cump, um livro totalmente anti semita.
    Eles foram enrredados nessa propaganda nazista, e fizeram o que fizeram até hoje existe alguns idiotas nazista que ainda cultiva estas ideias macabras, até mesmo no Brasil existe alguns palhaço que insiste em ser nazista.
    Tanto que hitler enfatizava o grande imperio de Nabucodonossor da grande Babilonia como o primeiro imperio. depois o imprio de roma como segundo maior imperio da terra, depois seria a vez do heich o terceiro maior imperio mundial que duraria mil anos. ele tinha planos de executar toda população russa pra ficar com o territorio.
    Todas as quelas pessoas ficaram ipnotizados com a ideia, e entraram na ideia por ser boa de mais.
    Mais alguns não o quiseram por que achavam a ideia perigosa demais.
    Outros foram executados por ordem do próprio Hitler acusados como traidores, contra o heich.

  5. 60
    jose vacir cogo:

    Cuidado amigo, se vc falar de moral, ética e ensinamentos cristãos aqui, vc vai ser taxado de idiota, como se referiram a mim, acima.

    Tenho um amigo já com 60 anos nas costas que só contava piadas do pai dele. Dizia que o velho era velhaco, caloteiro, pingão, homossexual, pilantra, contava causos envolvendo o coitado do sr Chi………

    Quando o velho morreu o meu amigo quase ficou louco de remorso, foi o que mais chorou e mais sentiu a morte dele, seus cabelos branquearam muito logo.

    Ele fazia tudo de brincadeira e como o senhor Chi…… era uma homem muito austero e de grande prestígio na cidade, hoje tem uma rua com o nome dele, os causos tinham graça.

    Só que o remorso bateu fundo e doeu, porque esse rapaz apesar de brincalhão tem moral, ética, bons costumes, boa formação, tem religião e excelente berço.

    Todo o mundo pode falar mal do meu, do seu pai, mas nós não podemos. Se o seu pai foi um criminoso nazista ou um bandido qualquer, ladrão de banco ou ladrão de galinhas, estuprador, colarinho branco ou fumador de crak, o máximo que a moral cristã lhe permite é ficar calado, porque o mandamento é muito contundente: “HONRAR PAI E MÂE”, logicamente que sem exceção, ainda que o pai não valha nada.

    Já fiz muitos comentários sobre a II Guerra e muitas vezes já disse que o meu desejo é que essa guerra termine logo. A Alemanha ainda está ocupada, vc sabia?? vá até lá e veja com seus olhos! os russos por lá, são poucos, mas estão lá, com a desculpa que lá estão para zelar de alguns monumentos da II Guerra. Os americanos estão no Japão com cerca de 50 mil militares, portanto, pelo meu medócre ponto de vista o Japão ainda não tem soberania. Eles não mataram Judeus, lá não tinha Judeus. Alguns japoneses foram enforcados pelo Gen Mac Artur por crimes de guerra. Sou capaz de jurar por D’us que jamais um japonês teria coragem de denegrir a imagem do pai padecente. Se esse cara fosse japonês seria obrigado a cometer o Harakiri para limpar a própria honra. Conheço bem a história do Hans Frank e acho até que a morte na forca foi-lhe muito benevolente, devia morrer na fogueira, com lenha verde. Mas, não cabe ao seu filho difamá-lo. Assim, quem está sem honra e ele. Recomendo a esse coroa que vá se aparecer nos quintos do inferno.

  6. 59
    jose vacir cogo:

    Ele não entregou o pai. A bem da verdade só o criticou e condenou as suas atitudes, o que lhe colocou no mesmo patamar de caráter do falecido.

    A pessoa deve respitar a memória dos mortos, ainda mais quando se trata do próprio pai. O que fez foi ser tão cínico quanto aos teutônicos da época da guerra.

  7. 58
    jose vacir cogo:

    Se esse senhor tivesse se calado sobre o pai teria feito um negócio bem melhor, porque quem execra o pai em público não é melhor que ele, pois sendo filho dele a genética lhe é dada por herdade, portanto, ao dizer essas coisas contra o pai se igualou a ele em matéria de caráter, não se confundir com atos criminosos.

    Por quê esse homem não honra o pai, a final, não é isso que estabelece um dos mandamentos de D\’us.

    Não devia ter feito isso. Se apareceu, mas apreceu negativamente.

  8. 57
    Rolembergue:

    Eu tambem condenaria o meu pai, sentiria a maior vergonha dele e até tentaria esconder o sobrenome. Não interessa se é ou não meu pai, se não merece honra, nao merece. Que digam os filhos de pais mortos por esses monstros capangas de Hitler. Acho que ele ganharia dinheiro defendendo o pai, se quisesse. Os ignorantes que questionam ou desconfiam aqui da atitude do filho de Hans Frank, não devem ter lido nada sobre a segunda guerra e seus contornos. Pena.

  9. 56
    ricardo kust:

    sou bisneto de nazistas eles erraram muito mas eu não entregaria ninguém da minha família eles teriam que viver com todos os fantasmas do passado atras deles.

  10. 55
    claudio martínez:

    PARECE QUE TEM UNS COMENTÁRIOS FEITOS POR IDIOTAS DEFENDEN DO A INQUSIÇÃO?

  11. 54
    LEANDRO PEREIRA:

    NÃO GOSTEI DO SEGUNDO COMENTARIO, DA PESSOA QUE DISSE QUE SEU AVÕ É ALEMÃO, GRANDE COISA, NADA JUSTIFICA A CRUELDADE
    QUE FIZERAM. AMAR OS PAIS NÃO QUER DIZER AMAR SUAS ATITUDES, E VOCÊ QUE FALA SER NETO DE UM ALEMÃO, PENSE SE VOÇÊ FOSSE
    NETO DE UM JUDEU, NETO NAZISTA.

  12. 53
    July Borges =):

    Achei muitíssimo interessante a matéria – PARABÉNS, Geneton! – e mais ainda a postura do entrevistado em relação aos fatos apresentados.
    Confesso que não li muitos comentários aqui postados, mas sei que alguns defendem que “pai é pai” e, sendo assim, subtende-se que devem ser, necessariamente, perdoados por seus filhos.
    Acredito que o sangue que corre na veia seja de tal importância e significado que nos faça pensarmos desta maneira, mas acredito também que assim como pais – como nesse caso – foram criminosos condenados (ou não), muitos pais perderam seus filhos, e filhos perderam seus pais nesse episódio histórico “incomparável”.
    Sei que cabe a nós tentarmos entender os motivos que levaram esses pais cometerem tais crimes, mas cabem-nos todavia explicarmos todas as formas de dor sentidas pelos órfãos (de condenados ou vitímas) deixados espalhados por todas as partes do mundo.

  13. 52
    paulo kaltenbrunner silva.:

    heil,hitler.

  14. 51
    renato jose:

    BOM DIA A TODOS. GENTE, EU LI COMENTARIOS DE PESSOAS APOIANDO O NAZISMO E SEUS PERSONAGENS. ESSES QUE APOIAM CERTAMENTE NAO TIVERAM PARENTES BRUTALMENTE ASSASSINADOS NOS CAMPOS DE CONCENTRAÇAO. POR ISSO, APOIAM TAL COISA. OS ALEMAES QUE VIVERAM TAL PERIODO CERTAMENTE NAO SABIAM O QUE HITLER QUERIA NA VERDADE. MAS OS QUE SABIAM SAO CRIMINOSOS SIM. NA MINHA OPINIAO, A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL FOI A COISA MAS TRISTE E DEVASTADORA QUE ACONTECEU NA TERRA, TUDO JA PREVISTO PELA BIBLIA. É SO LER. SEIS MILHOES DE JUDEUS ASSASSINADOS DE FORMA CRUEL COM UM UNICO MOTIVO: SER JUDEU. MAS UMA COISA EU LHES DIGO: JEOVA VAI SE LEMBRAR DELE E ELE VAI PAGAR POR TUDO QUE FEZ COM A HUMANIDADE

  15. 50
    HENRI HAMOLDY:

    ola, meu avô é alemão e tem muitas coisas que ele ja me contou, e existem dois lados da moeda que devem ser bem estudados, com sete anos ou mais vc não teria condições de jugar seu pai assim, acho que teria que ter um bom tempo a mais com ele para saber os motivos de sua atitude, falo isto porque as coisas que meu avô conta são bem diferentes das que vemos nos livros, tv etc. não me entenda mal, mas pai é pai.

  16. 49
    Joaquim Rivas:

    Infelizmente pessoal, sempre existiu pessoas com mentes deformadas, bestiais, depravadas e doentias.
    Exs: Vlad Dracul ou Vlad o Impalador.
    Varios Imperadores de Roma como Caligula e nero.
    A Igreja Catolica que matou milhares de pessoas acusadas injustamente no tempo da Inquisicao. E muitos outros.
    Sempre houve injusticas e crueldades no mundo desde o inicio dos tempos.
    Nao estou querendo justificar as crueldades desses monstros e assassinos, mas mostrar a todos e lembra-los que nao sao so os nazistas que praticaram ou praticam crueldades e sim muitos povos durante milhares de anos foram massacrados por outros povos por cobica, intolelancia e por se acharem deuses. Subjugando povos inteiros so por serem pobres, negros, arabes e judeus.
    Temos tambem exemplos dos comunistas como Stalin ou Lenin que massacraram milhares de pessoas e mesmo depois de mortos, seus seguidores continuaram matando.
    Meus irmaos, isso quer dizer que nao e so esse senhor que tem que ter vergonha de ter tido um Pai perverso e cruel como ele teve.
    Nos tambem somos responsaveis pelas barbaries que sao feitas hoje, pois nos julgamos senhores de tudo e esquecemos dos nossos irmaos que morrem de fome, sede e maus tratos todos os dias no mundo.
    Pessoas como Hitler, Caligula, Himmler, Hans Frank, Goering, Menguelle, Stalin o mundo esta cheio deles.
    Se todos pensassem um pouco e amassem mais o seu irmao, com certeza esse tipo de gente nao existiria em nossa volta, pois nao podemos nos esquecer que a maior brutalidade foi feita pelo proprio homem e a ele mesmo por dois motivos:
    Nos matamos o amor entre nos e matamos quem mais nos amou.

  17. 48
    Aneda:

    Colega Giba… eu não iria comentar este tópico… mas pense que estas pobres almas que você cita não tenham capacidade intelectual de perceber as bobagens que \"descomem\" aqui neste momento… de repente são como o entrevistado que ria daquilo que presenciava por não ter capacidade de discernimento aos 5 anos… quem sabe daqui a algumas décadas eles não se envergonhem dessa visão estreita… tomara!

    Gê, eu prefiro poesia!

  18. 47
    Giba:

    Judithmaria, concordo que as vezes realmente dá vontade de retirar-se, mas isso não seria justo com nós mesmos. Afinal, a satisfação das companhias agradáveis é infinitamente superior ao desconforto dos inconvenientes. Ademais, quanto a isso refletiu de forma genial o grande Martin Luther King ao proferir: “O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons”.
    Acerca da fixação do entrevistado pelo passado, penso que é algo que acomete comumente aos veteranos de guerra, contexto no qual ele poderia se encaixar. Recentemente assisti a um ótimo documentário chamado O Preço da Paz – que mostra a guerra no Pacífico – e a belíssima minissérie Band Of Brothers. Ambos tem DVD bônus com depoimentos dos veteranos retratados. Uma característica comum que podemos observar é que os veteranos falam dos acontecimentos como se tivessem ocorrido ontem, ou seja, ficam meio que aprisionados aquele momento, possivelmente em razão da intensidade dramática do que viveram, quase todos no início da juventude. É a mesma característica que observei em muitos pracinhas (veteranos brasileiros) com quem já tive a oportunidade de conversar ou que vi em documentários, o que indica ser uma característica relativamente comum de quem viveu drama tão impactante. É óbvio que nem todos ficam assim, mas muitos realmente apresentam essa característica de comportamento.
    Abraços,

  19. 46
    Judithmaria:

    Giba, realmente às vezes pintam nos blogs umas pessoas tão estranhas que até dá vontade de sair fora.

    Quanto ao entrevistado, acho que ele tem uma certa fixação no passado vergonhoso do pai. Já devia ter dado a volta por cima (sei que falar é fácil), esse tormento poderia ser amenizado com uma boa terapia. Em relação a generalização que ele faz dos alemães, em parte não concordo, pois tenho amigos maravilhosos que não concordaram e não concordam com o nazismo.

  20. 45
    Giba:

    Putz, a coisa tá feia!
    Outro dia o Félix Babula falou aqui pra um indivíduo que ele havia entrada na livraria e pensava que estava na delegacia. Penso que desta vez o indivíduo voltou e trouxe uma turba com ele, ou seja, entraram na “livraria” e continuam pensando que estão na “delegacia”.
    Alguns, incrivelmente, estão pensando que o carrasco só foi a julgamento porque o filho o denunciou, demonstrando total desconhecimento do tema e um “raciocínio” totalmente fora do aspecto temporal em que os fatos ocorreram.
    Ora, é elementar, meus caros: se o filho era apenas uma criança no final da guerra, quando ocorreu o julgamento de Nuremberg, é óbvio que o que ele está “denunciando” e renegando é a memoria do pai, porque muito antes que ele tivesse a real consciência do fatos, o dito cuja já estava morto.
    Quanto aos comentários 18, 20 e 25, permitam-me mais uma vez recorrer ao velho e bom Nelson Rodrigues quando proferiu que os idiotas só não dominavam o mundo porque não se dão conta que são maioria. Eu, Giba, penso que já dominaram, só continuam é a não se dar conta.
    Ou será que esses indivíduos estão apenas querendo fazer galhofa? Isso é o mais provável.

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