O FILHO DESCOBRE QUE O PAI FOI UM DOS PIORES CARRASCOS NAZISTAS. RESULTADO: DECLARA GUERRA SEM TRÉGUAS CONTRA ELE ( PARTE 1)
O DOSSIÊ GERAL publicou, esta semana, uma entrevista com o pai que escreveu um livro comovente sobre os dois filhos deficientes (ver post anterior).
Tive a chance de gravar uma longa entrevista, numa cidadezinha do interior da Alemanha, com um personagem que vivia uma situação radicalmente oposta : um filho que vivia em guerra contra a lembrança do pai - um carrasco nazista.
Eis o que ficou do encontro com um dos personagens mais marcantes que já encontrei:
A casa fica no meio do nada, num povoado minúsculo, chamado Eklak, a duas horas de Hamburgo. É um paraíso, para quem quer se esconder do mundo. Ou um tormento, para quem tenta mas não consegue escapar de uma obsessão: em qualquer lugar em que esteja, Niklas Frank estará sempre em guerra contra a memória do pai. A simples menção do nome de Hans Frank provoca sobressaltos em Niklas Frank.
A obsessão do filho pelo pai renderia tomos e tomos de teses psicanalíticas. Seis décadas depois do fim da segunda grande guerra, Niklas Frank, o filho, não se cansa de cumprir o papel de cruzado solitário de uma causa que o mobiliza dia após dia, semana após semana, ano após ano: tudo o que ele quer na vida é manchar, destruir, maldizer, destroçar, espezinhar a memória do pai.
Que herança insuportável será esta- que alimenta a hostilidade do filho para com o pai? Nicklas não consegue conviver com a idéia de que traz, no DNA, a herança de um carrasco. É filho de Hans Frank,o “Açougueiro da Polônia”. O pai entrou para a história pela porta da infâmia: ministro da Justiça de Adolf Hitler, terminou indicado pelo chefe para o posto de governador-geral da Polônia ocupada, cenário das maiores atrocidades cometidas na Segunda Guerra Mundial.
O “açougueiro” era um homem culto. Gostava de ópera. Cumpria as funções de advogado do partido nazista. Ao desembarcar na Polônia, instalou-se com a família num castelo, em Cracóvia. De lá, reinava, soberano, rodeado de serviçais, enquanto milhões de prisioneiros marchavam para as câmaras de gás dos campos de concentração ou penavam em trabalhos forçados. Advogado pessoal de Hitler, tinha poderes absolutos como interventor. O território governado pelo Açougueiro abrigava campos de extermínio, como Treblinka, Sobibór e Auschwitz.
O sentimento que o filho devota ao Pai é incômodo. Provoca estranheza. Causa pena. Desperta compaixão. Mas é irremovível: Niklas Frank não perdoa, sob hipótese alguma, as atrocidades que o Pai comandou
Em seus diários, falava sem meias palavras sobre a necessidade de exterminar o que ele considerava as “forças demoníacas” :
“Pertenço, até a última fibra do meu ser, ao Fuhrer e à gloriosa missão que ele comanda. Daqui a mil anos, a Alemanha ainda proclamará o mesmo. Servir à Alemanha à servir a Deus.Se Cristo reaparecesse na terra, seria como um alemão. Somos, na verdade, a arma de Deus para a destruição dos poderes demoníacos da terra. Nós guerreamos, em nome de Deus, contra os judeus e o bolchevismo.Que Deus nos proteja!”.
Isolado do mundo neste povoado do interior da Alemanha, o filho que tem horror ao Pai sorve uma caneca de café como quem bebe água. Quando a caneca fica vazia, ele interrompe por instantes a entrevista e vai à cozinha, para coletar uma nova dose de cafeína. Os olhos estão fixos numa foto em que o Pai, destinatário da ira acumulada no peito durante décadas, aparece sorridente ao lado de Adolf Hitler. O sentimento que o filho devota ao Pai é incômodo. Provoca estranheza. Causa pena. Desperta compaixão. Mas é irremovível: Niklas Frank não perdoa, sob hipótese alguma, as atrocidades que o Pai comandou.
Num texto que causou polêmica porque desagradou parte da opinião pública alemã, Niklas Frank escreveu:
“Vem, pai, deixe-me despedaçar o orgulho de tua vida!”.
Julgado e condenado a morrer na forca no Tribunal de Nuremberg, Hans Frank foi executado no dia 16 de outubro de 1946, aos quarenta e seis anos de idade. Deixou cinco filhos. Tentou se matar duas vezes na prisão, porque sentiu que não sairia dali com vida. As duas tentativas de suicídio fracassaram.
A acusação que pesava contra Hans Frank : co-autor de crimes contra a humanidade. Suas últimas palavras: “Jesus, tenha piedade!”.
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Dos cinco filhos do Açougueiro da Polônia, Niklas foi o único que se dedicou à tarefa de denegrir por todos os meios a imagem do pai. Diz que o pai não merece piedade. Porque o mundo não pode, diz ele, se esquecer dos crimes cometidos por gente como Hans Frank.
Nascido seis meses antes do início da guerra, Niklas Frank guarda traumas que, para ele, são incuráveis. O rosto de Niklas Frank assume um ar grave quando ele descreve cenas que, na infância, lhe pareciam inofensivas mas, depois, assumiram um tom tétrico: não se esquece de quando foi levado a um campo de prisioneiros para se divertir com a visão de homens esquálidos que, sob a ordens de guardas, eram obrigados a montar em burros apenas para serem, em seguida, derrubados no chão. Anos depois, já adulto, é que entendeu o horror do que testemunhara.
Os sobressaltos se acumularam. Descobriu que o pai, um carrasco nazista, teve um caso homossexual quando jovem. A mãe colecionava amantes. Serviçais do castelo na Polônia descreveram cenas escatológicas
Niklas Frank estudou história, sociologia e literatura alemã, mas fez carreira como jornalista da revista Stern. A dedicação ao jornalismo explica a obsessão com que revirou cada detalhe da vida do pai e da mãe.
Os sobressaltos se acumularam. Descobriu que o pai, um carrasco, teve um caso homossexual quando jovem. A mãe colecionava amantes. Serviçais do castelo na Polônia descreveram cenas escatológicas: uma vez, já cansado de grosserias, um maitre urinou dentro da terrina que seria levada à mesa em que os Frank entretinham convidados. Os comensais degustaram a sopa, sem suspeitar da sujeira.
Aposentado, Niklas Frank recolheu-se ao povoado no interior da Alemanha. Vive com a mulher. A filha única já saiu de casa.
De vez em quando, entre uma e outra resposta que pronuncia com ar grave, ele brinca comigo e com o cinegrafista Paulo Pimentel, como se quisesse desanuviar a gravidade das cenas que descreve. Quando digo que vou gravar as perguntas em português, ele recomenda:
- Fale o português clássico – não aquele português cheio de gírias que você usa lá onde você mora!
Permite-se um comentário sobre a pífia atuação da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2006. Diz que os brasileiros não jogaram nada.
A pregação de Frank destoa do coro dos que dizem que o nazismo é uma página virada na história alemã. O alemão Frank diz que a Alemanha não vai se desvencilhar desse fardo. A mancha, diz ele, é irremovível.
Quando confrontado com os crimes que cometeu, o pai de Niklas Frank declarou ao Tribunal de Nuremberg :
- Mil anos se passarão antes que a culpa da Alemanha desapareça.
O Reich – que duraria mil anos – se tornou um fardo de mil anos. Neste ponto, pai e filho concordam.
“Depois de toda guerra/ alguém tem de fazer a faxina/As coisas não vão se ajeitar sozinhas/ Alguém tem de tirar o entulho das ruas/para que as carroças possam passar com os corpos/Alguém tem que abrir caminho pelo lamaçal e as cinzas/as molas dos sofás/ os cacos de vidro/os trapos ensangüentados(…)/Não é fotogênico e leva anos/ Todas as câmeras já foram para outra guerra” – é o que reza o poema “O Fim e o Início”,escrito pela polonesa Wislawa Szymborska e divulgado no Brasil pela revista Piauí.
Aos olhos de Niklas Frank, o desfile das carroças nunca acabou.Não vai acabar nunca. Porque elas estão levando as centenas de milhares, os milhões de corpos dos prisioneiros que perderam a vida sob as ordens de Açougueiro da Polônia.
Niklas Frank poderia ser personagem deste poema. É alguém que, solitariamente, se dá ao trabalho de fazer a faxina moral da família Frank, para que as carroças possam passar com os corpos. Aos olhos de Niklas Frank, o desfile das carroças nunca acabou. Não vai acabar nunca. Porque elas estão levando as centenas de milhares, os milhões de corpos dos prisioneiros que perderam a vida sob as ordens de Açougueiro da Polônia.
A gravação completa do nosso encontro com o filho do Açougueiro da Polônia, numa manhã gelada de Eklak, sob um céu de chumbo que prenunciava tempestade e nevasca:
Qual foi a primeira reação que o senhor teve quando descobriu que tinha um pai que era um notório criminoso de guerra?
“Eu era criança no momento em que os jornais voltaram ser publicados de uma maneira democrática, logo depois da guerra. Vi fotos de montanhas de corpos. As legendas das fotos sempre traziam a palavra “Polônia”. Como criança, eu sempre soube que a Polônia era nossa! Em me perguntava: o que será que a Polônia tinha a ver com aquela montanha de corpos? Tive,ali, o primeiro choque. Devo dizer que este choque me acompanha por toda a minha a vida, até hoje: ali, descobri que eu era membro de uma família criminosa.
Três das minhas irmãs caminharam em outra direção: recusaram-se a reconhecer o que este tipo de foto mostrava. Diziam que aquilo era propaganda dos russos e das forças aliadas, os vitoriosos da guerra . Fui em outra direção . Doeu, com certreza. Tive o primeiro choque ao ver as fotos nos jornais. Eram corpos de crianças que tinham a minha idade!
Enquanto eu estava brincando e levando uma vida maravilhosa em Cracóvia, os nazistas estavam jogando crianças contra a parede , para matá-las, ou mandando-as para as câmaras de gás dos campos de concentração, a apenas trinta quilômetros dali. Tive um choque”.
Hans Frank foi condenado e executado no Tribunal de Nuremberg. Ao denunciá-lo novamente, o senhor não acha que deu a ele uma segunda setença de morte?
“Com certeza. Eu sentenciei de novo o meu pai à morte. Tentei encontrar algo de positivo sobre a vida do meu pai, mas não consegui. Porque ele era um mentiroso. Tinha um caráter truculento. Era um grande, um grande covarde.
Não encontrei nada que fizesse com que ele merecesse uma pena menor, como a prisão perpétua. Eu teria de condená-lo de novo à morte, por enforcamento. É uma pena, mas, para mim, esta é a maneira correta de agir. Tentei encontrar, na vida do meu pai, algo que ele pudesse ter feito contra Hitler ou para salvar vidas. Mas ele nunca fez algo assim. Tudo o que ele queria era ser amado por Hitler. Era a única coisa que importava para o meu pai. A única coisa!
O que ele sentia por Hitler era um amor profundo. Eu diria que era um relação quase homossexual. Descobri que meu pai teve uma experiência homossexual quando jovem, com dois professores. A ideologia do nazismo era totalmente contra a homosexualidade. Então, ele tinha de lutar para que ninguém descobrisse.
O meu pai era um homem tão bem educado e, ao mesmo tempo, tão estúpido”….
O senhor acha que o trauma deixado pelo regime nazista um dia vai ser superado, na Alemanha?
”Não acredito que exista trauma. Os alemães, especialmente gente comum, tentaram bastante que todo mundo se esquecesse do que tinha acontecido no III Reich : todas as coisas ruins que ocorreram durante aqueles doze estranhos anos. Mas tivemos a sorte de termos sido forçados a lembrar do que aconteceu. Todos irão se lembrar sempre daqueles doze anos sangrentos.
Só espero que ninguém se esqueça daqueles anos, tanto aqui na Alemanha como fora. Todo mundo na Alemanha quer comparar os crimes de guerra alemães com outros crimes, como, por exemplo, o bombardeio de Dresden ou o que aconteceu no Vietnam ou na Coréia ou em Hiroshima.
Todos, no mundo todo, sabem que aquele foi o único período da história universal em que um povo altamente industrializado promoveu o extermínio em massa de gente inocente, em escala industrial. Não se pode comparar com nada.
Ao fazer estas comparações, os alemães querem diminuir os seus próprios crimes. Graças a Deus, não conseguiram. Porque todos, no mundo todo, sabem que aquele foi o único período da história universal em que um povo altamente industrializado promoveu o extermínio em massa de gente inocente, em escala industrial. Não se pode comparar com nada. O Holocausto foi um comportamento alemão, um crime alemão”.
24 janeiro, 2014 as 22:28
Niklas Frank não é vitima da mídia. Entender a filosofia do nazismo é muito complexo. Não se tratava apenas de exterminar um povo como na Bósnia, ele tinham de sugar sua auto estima, aniquila-los até sua alma, destruir sua vontade de viver sem matá-los. Dietas de 200 calorias diárias, pijamas listrados, tortura física e psicológica, horas em pé sem se mexer, mortos por todos os lados, fumaça com cheiro de carne assada saindo das chaminés das fábricas da morte, sede e fome o tempo todo, piolhos, calçados com solas de madeira menores que o pé, experiencias médicas como injeções de tinta azul nos olhos, cimento na carne, ou homens jogados em banheiras de gelo no inverno europeu até a morte e mais muito mais. Não amigos ele não é vitima da mídia, acho até que a mídia informa pouca a respeito do holocausto.
4 janeiro, 2014 as 16:12
Tive um prazer te ter morado na casa de um dos netos dele OLIVER FRANK, por sinal um dos mais brilhantes pianistas que conheci. Mais infelizmente uma parte da família aproveitou a situação para se promover escrevendo livros e fazendo filmes ao invés de aprender com a história, como o OLIVER FRANK fez e felizmente passou para mim e para meu irmão que é Dr. em História. Infelizmente nunca irar a tona a verdadeira História, pois nem o HANS FRANK no inicio tinha a ideia onde isso tudo iria parar.
26 junho, 2013 as 23:09
Grande safado esse homem . Não sabe honrar o pai, Fica calado. Se a Alemanha tivesse vencido a guerra esse cara não estaria falando isso. Acho feio o que fez Hanz Frank e muito mais feio o que agora faz o seu filho. Está aí a prova de que o DNA de um e do outro é compatível, ambos não prestam.
9 março, 2012 as 9:24
Quem escreveu dezenas de livros, dezenas de filmes e umas quantas outras dezenas de documentários? Os vencedores.
6 dezembro, 2009 as 16:28
Giba:
5 dezembro, 2009 as 21:24
Perfeito seu comentário, Giba.
Lembrei do lindo poeta brasileiro, Mario Quintana, que dizia: \\" A burrice é invencível.\\"
Em tempo: NA ALEMANHA, NEGAR O HOLOCAUSTO É CRIME E DÁ CADEIA.
Se os indivíduos que se pronunciaram aqui no forum fossem alemães, já teriam sido denunciados aos órgãos competentes pelos comentários que postaram em um site público (e que conhece trâmites legais) e teriam de arcar com consequências muito sérias, pois seriam responsabilizados por seus pensamentos postos em ação. Pena que são brasileiros…
Os comentários são risíveis e apenas e tão somente DENUNCIAM a indigência cultural de indivíduos que não sabem NADA e perderam uma excelente oportunidade de ficarem calados e não passarem vergonha publicamente.
Abraços.
6 dezembro, 2009 as 9:10
Primeiramente, gostaria de parabenizá-lo pela matéria, muito boa mesmo.
Nunca entendi como o Nazismo conseguiu se estabelecer em um país como a Alemanha, país este que para mim foi o berço da filosofia moderna, país desenvolvido cultural e economicamente a ideais tão mesquinhos, medíocres, preconceituosos.
Este período de terror, crueldade, demência… jamais será esquecido pelo mundo e sempre será uma mancha vergonhosa na história alemã e humana.
5 dezembro, 2009 as 21:24
Gente, já manifestei aqui várias vezes minha postura acerca da tolerância, respeito às diferenças… enfim, a todo esse papo acerca da tolerância. Mas pacere que alguns indivíduos resolveram aparecer só pra demonstrar o quanto ainda temos que “evoluir” em termos de conviver com as diferenças.
Me considero um razoável conhecer do tema Segunda Guerra Mundia, já tendo lido dezenas de livros, assistido a dezenas de filmes e umas quantas outras dezenas de documentários. Portando, quando vejo uns indivíduos desses (Felipe, 12; Luiz, 22) sugerindo que o cara é vítima da mídia, que o holocausto não existiu, que todas as imagens que já vimos são montadas ou são produto de nossa imganinação, ai descubro o quanto é complicado ser tão tolerante quanto queria Voltaire.
Diante de uns indivíduos desses descubro o que o velho e bom Albert Einstein estava tentando dizer ao proferir um de seus mais belos aforismos: “…Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.”
As vezes é realmente difícil ter paciente e tolerância.
“Para o triunfo do mal basta que o bons fiquem de braços cruzados”
Edmund Burke
5 dezembro, 2009 as 18:37
Geneton, é impressionante tua reportagem!
o Holocausto e a Loucura de Hittler me impressionam e mexem demais comigo, desde sempre leio, assisto e estudo isso, pq não consigo entender como um louco leva sua insanidade a atos tão desumanos e deploráveis.
Espero que o mundo jamais se esqueça dessa mancha de vergonha que existe na história.
E, como Niklas disse, nao merece perdão nenhum dos que participaram e assassinaram milhões de inocentes.
Nazistas hipócritas, Ernst Röhm era um oficial Nazi e homossexual assumido!!!
5 dezembro, 2009 as 17:19
Prezado, óbvio que os limites (anti) éticos são monstruosamente diferentes! Mas será que teremos FILHOS de políticos brasileiros (de cuecas e meias, de meninos do MEP ou mensalão do Marcos Valério) um dia tendo esta visão – dolorosa, em alguns momentos incompreeensível (antropologicamente falando) – dos próprios pais? Ou os exemplos brasileiros são o Lobinho (filho do Lobão), Fernando (filho do Sarney) e Lulinha, o fenômeno (filho do Pai da Pátria)??????????????????????
5 dezembro, 2009 as 4:35
Também acho que o filho do nazista é vítima da mídia. A história é traçada pelos vencedores, e naquelas condições, havia pouca margem de escolha. Incrível como pode ser tão manipulado.
4 dezembro, 2009 as 13:12
Desde jovem leio livros, reportagens e assisto filmes sobre o nazismo, o holocausto, as loucura de Adolf Hitler. O livro de William Shirer mostra bem o que foi essa época de horrores. É preciso sempre tocar nessa ferida, porque realmente acho que nunca aconteceu algo igual, como admite o filho do nazista. A história é tocante e acredito que inédita. Pelo menos eu nunca tinha visto nessa área uma coisa assim: um alemão, filho de um carrasco apaixonado pelo “fuhrer”. O seu texto anterior foi definido com uma palavra: “emocionante”, este pode ser classificado como “impressionante”.
4 dezembro, 2009 as 12:38
Que coragem esse homem tem. Nem sempre filho de peixe, peixinho é, nè? Resta saber se tanto odio não está fazendo mal a ele próprio.
4 dezembro, 2009 as 12:08
“Pertenço, até a última fibra do meu ser, ao Fuhrer e à gloriosa missão que ele comanda. Daqui a mil anos, a Alemanha ainda proclamará o mesmo. Servir à Alemanha à servir a Deus.Se Cristo reaparecesse na terra, seria como um alemão. Somos, na verdade, a arma de Deus para a destruição dos poderes demoníacos da terra. Nós guerreamos, em nome de Deus, contra os judeus e o bolchevismo.Que Deus nos proteja!”.
Que este indivíduo receba todos os agradecimentos infinitos por dissecar todas as mentiras que o NaziFascismo encerra; especialmente o de que era um Regime ateu.
Nada mais falso como o próprio Carrasco admite em seu diário cotidiano.
Eis o que estes Tecnocratas Genocidas sempre foram e sempre serão: crentes orgulhosos que não se arrependem de seus crimes!
Parabéns Niklas Frank!
Que Todos nós possamos seguir seu exemplo e Lutar contra a farsa que nos é apresentada.
4 dezembro, 2009 as 11:11
Nesse caso não se aplica a frase:- “Quem puxa aos seus não degenera”.
4 dezembro, 2009 as 11:10
Nazismo era um partido político e, tinha adeptos no mundo inteiro, inclusive no Brasil. O pai de Niklas Frank apenas fazia parte do sistema. Ele não era mais criminoso do que qualquer um que apoiava o sistema e dava sustentação. Não há motivo para Niklas Frank se martirizar tanto. O nazismo não morreu. Ainda tem milhões de adeptos pelo mundo. Temos que combater. É um idealismo tirânico.
4 dezembro, 2009 as 10:46
Se queremos mudar algo neste mundo, temos de saber perdoar. Tenho para mim que ninguém aqui na terra possa, de fato, saber o que é o perdão. O perdão é divino, mas ao mesmo tempo temos saber que o passado não pode ser mudado, e que é a partir desse momento é que podemos construir um novo futuro. Confesso que talvez no lugar dele também teria uma série de conflitos internos, mas remoer essas mágoas, alimentar esse ódio, ao invés de atormentar o pai dele que já se foi, vai corroer o seu próprio coração. Ele teria que tentar ser feliz e fazer o possível para amenizar todo o mal que o pai fez, participando de conferências sobre o holocautos, fazendo caridade,, participar de projetos sociais,,, a vida é isso gente, não podemos julgar o outro e sim construir nossa felicidade aqui!
4 dezembro, 2009 as 9:47
Olá, Geneton.
Exelente reportagem. Muito bom que a disponibilize para o público brasileiro.
Niklas Frank fez um impressionante “acerto de contas” com seus pais. Posso dizer que o livro dedicado à mãe, me deixou ainda mais perplexa que o sobre o pai…
As chagas do nazismo farão a sociedade alemã sofrer por muito tempo. Quem sabe em duzentos anos consigam esgotar o assunto…
Não concordo de modo algum quando Frank diz que não há trauma na sociedade alemã. Não é só ele que sofre e teme o esquecimento de um crime universal inominável. Obviamente que há, sim, um grande trauma. O tema é recorrente nas conversas, nas reuniões de família, nas manisfestações artísticas,na produção literária, na pesquisa histórica, nas atividades acadêmicas,na dramaturgia… Alemães precisam preencher lacunas, precisam de respostas pra parar de sofrer… Toda essa “abundância” de investimento no tema Nazismo é a forma que encontrada para a elaboração de um passado sobre o qual os verdadeiros responsáveis (seus antepassados), numa espácie de “pacto” insólito, simplesmente se negaram a comentar, esclarecer, explicar, SE explicar… e tocaram a vida, sem olhar para trás. isso aí eles não perdoam de jeito nenhum.
É tocante ver o quanto as pessoas que NADA TIVERAM A VER COM ISSO (não eram nem nascidas naquela época!) se torturam com esse assunto até hoje. Gente jovem, inclusive… Até mesmo criancinhas do primeiro ano da escola elementar…. É de cortar o coração…
Abraços e parabéns.
4 dezembro, 2009 as 9:45
Exelente reportagem. Muito bom que a disponibilize para o público brasileiro.
Niklas Frank fez um impressionante \"acerto de contas\" com seus pais. Posso dizer que o livro dedicado à mãe me deixou ainda mais perplexa que o sobre o pai…
As chagas do nazismo farão a sociedade alemã sofrer por muito tempo. Quem sabe em duzentos anos consigam esgotar o assunto…
Não concordo de modo algum quando Frank diz que não há trauma na sociedade alemã. Não é só ele que sofre e teme o esquecimento de um crime universal inominável. Obviamente que há, sim, um grande trauma. O tema é recorrente nas conversas, nas reuniões de família, nas manisfestações artísticas,na produção literária, na pesquisa histórica, nas atividades acadêmicas,na dramaturgia… Alemães precisam preencher lacunas, precisam de respostas pra parar de sofrer… Toda essa \"abundância\" de investimento no tema Nazismo é a forma que encontrada para a elaboração de um passado sobre o qual os verdadeiros responsáveis (seus antepassados), numa espécie de \"pacto\" insólito, simplesmente se negaram a comentar, esclarecer, explicar, SE explicar… e tocaram a vida, sem olhar para trás. isso aí eles não perdoam de jeito nenhum.
É tocante ver o quanto as pessoas que NADA TIVERAM A VER COM ISSO (não eram nem nascidas naquela época!) se torturam com esse assunto até hoje. Gente jovem, inclusive… Até mesmo criancinhas do primeiro ano da escola elementar…. É de cortar o coração…
Abraços e parabéns.
4 dezembro, 2009 as 9:24
Está reportagem é um documentos extremamente importante para aquele que relutam em acreditar que o Holocausto existiu, ele é a prova viva da História, e melhor, não é sobrevivente dos Campos de Concetração, porém os viu funcionando a todos o vapor. Não é Judeu, Cigano, Deficiente ou Homossexual, era filho do responsável por aquilo tudo, é uma testemunha ocular dos fatos. Isso tem que ser dito em tv aberta para que todos lembrem do Holocausto para que nunca se permita que repita ou que alguem possa negar sua existência dizendo que não há provas.
4 dezembro, 2009 as 7:58
É uma pena que o povo alemão ainda de martirize por uma mentira. Poucos sabem, dentre eles aqueles que estavam nos bastidores do governo alemão da época, a verdade a respeito do regime nazista.
Não sou nazista, mas não se esqueçam do que é fato certo e conhcido: O vencedor escreve a história.