A álgebra das beldades
Quando o assunto é o sexo feminino, a tremenda variação de opinião entre os homens é assustadora. A beleza feminina é intrigante do ponto de vista do cérebro masculino. Enquanto adolescentes (e alguns mesmo depois de adultos…), a grande parte da população masculina passa pelo curioso comportamento de ranquear a mulherada, de forma num sempre muito nobre, elegendo as musas do colégio, a artista mais bonita, a professora mais atraente, etc. O “efeito de grupo” acaba fazendo com que os grupos adolescentes sejam quase que unânimes em suas decisões.
Passado o efeito hormonal, homens continuam cultivando esse hobby mas são menos influenciados pelo “efeito do grupo”. Para as leitoras vale uma explicação rápida. Isso acontece, em geral em um bar ou evento social, quando um membro do grupo masculino decide fazer algum comentário sobre uma mulher, justificando sua opinião sobre por que ela é, ou não, atraente aos seus olhos. O comentário é rapidamente seguido de opiniões diversas, comparações bizarras ou justificativas irracionais entre outros membros do grupo. Vale tudo pra justificar sua preferência. O contraste de opiniões é a regra. O consenso existe em apenas alguns casos raros, as famosas belezuras universais.
Para eliminar o efeito de grupo, dois matemáticos de Harvard tiveram a brilhante idéia de lançar um site de relacionamento que une casais através de algoritmos baseados em uma série de questões respondidas pelos usuários na privacidade de seus computadores. O site, batizado de OkCupid, tornou-se um dos maiores sites de namoro virtual da web e conta hoje com 3,5 milhões de usuários e bilhões de dados que estão sendo usados para revelar aspectos fascinantes e, muitas vezes, inusitados do comportamento humano.
Uma observação que achei interessante revela que quanto mais os homens discordam sobre a beleza de uma determinada mulher, mais homens tendem a flertá-la, veja o gráfico ao lado (https://blog.okcupid.com/index.php/the-mathematics-of-beauty/). Vou digerir com um exemplo: imagine duas mulheres, ambas classificadas com a mesma média numa escala de atração física. Pois bem, os dados sugerem que uma delas vai receber cerca de 90 mensagens no final do mês enquanto a outra apenas 30 mensagens. Por que isso acontece?
Os dados revelaram que as mulheres que recebem mais mensagens são justamente aquelas que apresentam um maior número de variações em classificações individuais pelo sexo masculino sobre sua aparência. Ou seja, alguns homens a classificaram como “feia” enquanto outros como “extremamente atraente”. É justamente essa variação extensa que está correlacionada com o triplo de mensagens que a dita vai receber do sexo masculino quando comparada com outra mulher considerada universalmente “bonita”.
Uma explicação plausível para o fenômeno pode ser o fato de que os pretendentes masculinos acreditam que terão melhores chances de sucesso ao se corresponder com mulheres que não agradam a todos. Isso porque existiria algo nela que só é atraente para alguns homens, diminuindo a competição. O cérebro masculino faria esse tipo de cálculo de forma inconsciente. Hum, talvez. Não dá pra descartar o fato de que esse tipo de observação tem uma forte parcialidade na amostragem – o tipo de usuário que se utiliza desse tipo de ferramenta virtual. Parcial ou não, fica o conselho para mulheres solteiras: assuma de vez aquela verruga no rosto, pinta na bochecha, testa grande e o nariz fino. São exatamente esses traços que vão te diferenciar e proporcionar a merecida atenção.