Mais uma peça no xadrez da reforma ministerial

seg, 10/02/14
por Cristiana Lôbo |
categoria Governo Dilma

Miguel Rossetto vai voltar ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. Esta é mais uma decisão da presidente Dilma Rousseff em andamento da reforma ministerial em curso, para substituir os ministros que serão candidatos às eleições de outubro. Rossetto já foi ministro no governo Lula e volta ao posto para substituir Pepe Vargas. Ele cumpre o requisito mais importante para o cargo nas administrações petistas: é da corrente Democracia Socialista, corrente que comanda a pasta desde o primeiro mandato de Lula.

Ficam ainda a espera de solução outros ministérios, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para onde Dilma quis nomear um empresário, mas não conseguiu até agora. Ela chegou a convidar Josué Gomes da Silva, da Coteminas e filho do ex-vice-presidente José Alencar; mas, sem apoio do setor, ele não aceitou. O titular Fernando Pimentel quer a promoção do presidente da Apex, Mauro Borges, mas ainda não conseguiu emplacar. Um nome cogitado é o do ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa.

Para trocar as peças na reforma ministerial, Dilma vai precisar primeiro resolver o impasse com o PMDB que quer uma vaga a mais na equipe. O partido pediu a Secretaria de Portos, mas isso a presidente decidiu que não vai atender. Ela procura um outro ministério porque não quer deixar a pasta nas mãos do PMDB, por causa da influência excessiva do líder da bancada na Câmara, Eduardo Cunha, sobre aquele que vier a ser indicado.

O PMDB terá o Ministério da Agricultura e não gostaria de perder o Ministério do Turismo. Já quis o Ministério da Integração Nacional e gostaria de ter lá o senador Vital do Rego. “A bancada do PMDB do Senado tem muitos nomes, mas na Câmara todos são candidatos em outubro”, diz um auxiliar de Dilma para explicar a demora em encontrar um nome.

Depois de resolver as pendências com o PMDB, Dilma terá de encontrar ainda espaço para o PSD de Gilberto Kassab e para o PTB, que já indicou Benito Gama como o nome escolhido pelo partido para estrear a representação do PTB na equipe ministerial.

Dilma e o PT

seg, 10/02/14
por Cristiana Lôbo |
categoria Eleição 2014

Dilma Rousseff vai hoje às comemorações dos 34 anos do PT e lá deve ouvir o pré-lançamento de sua candidatura à reeleição. Foi num encontro como este que, ano passado, o ex-presidente Lula disse ao partido que Dilma seria a candidata. O objetivo era sepultar o movimento “volta, Lula” que aparece a cada dificuldade do governo. Desta vez, Lula não estará lá. Ele está em viagem aos Estados Unidos, mas, a esta altura, os petistas que antes tinham esperança de ter Lula como candidato já sabem que o partido vai de Dilma. “Em 2018, é Lula”, disse hoje um importante ministro do governo.

A festa do PT acontece após uma semana difícil para Dilma: houve apagão que deixou mais de seis milhões de brasileiros sem energia; uma médica cubana do programa “Mais Médicos” pediu refúgio para permanecer no Brasil; mais dois petistas que condenados no mensalão foram presos (João Paulo Cunha que já até renunciou ao mandato e Henrique Pizzolatto que era dado como foragido da Justiça brasileira) e a cada dia aumenta o número de ônibus incendiados em protestos país afora.

Nada disso, no entanto, esmorece o ânimo dos petistas para a campanha. Na disputa pela reeleição, Dilma vai tentar mostrar realizações do governo. “Tem muita coisa que o governo fez e ninguém sabe”, dizem assessores, citando números de programas como o Pronatec; Minha Casa, Minha Vida; Minha Casa Melhor e de programas na área de educação como o Enem e Fies que beneficiam jovens de famílias com renda mais baixa.

As pesquisas internas do governo mostram que Dilma está muito bem junto ao eleitorado das chamadas classes D e E, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste. Em Estados como o Ceará, mostram as pesquisas, a aprovação de Dilma é de 75% – lá é um Estado onde o desempenho de Dilma agora é bem melhor do que foi em 2010. Portanto, a candidatura de alguém da região, como Eduardo Campos, governador de Pernambuco, até aqui, não amedronta e não interfere na estratégia do PT. Para os petistas, a união de Eduardo Campos e Marina ajudou Dilma – com um candidato a menos, ela teria, nos cálculos do PT, mais chances de vencer no primeiro turno.

O ponto mais celebrado pelos petistas é que Dilma terá palanques fortes nos estados e, principalmente, muitos partidos aliados, o que vai garantir a ela mais tempo de televisão. E o mais importante: menor tempo para os adversários. “O importante é não errar”, completa um auxiliar.

Pronto para a briga

ter, 04/02/14
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

Se havia alguma dúvida sobre o papel de Eduardo Campos na disputa presidencial deste ano, depois do discurso desta terça-feira no lançamento das diretrizes para a base do programa de governo PSB-Rede ficou claro que ele vai se apresentar como um candidato de firme oposição ao governo Dilma Rousseff. Ao lado de Marina Silva ele disse que o Brasil precisa “voltar aos trilhos” e afirmou que sob Dilma o país pode estar “jogando fora” conquistas obtidas nos últimos anos.

Eduardo Campos diz ter a convicção de que a disputa presidencial será decidida no segundo turno. “É estatística”, diz ele citando número de votos obtidos pelo PT em Estados e por região em eleições passadas para projetar o que pode acontecer este ano. Com Marina na chapa e trabalhando, principalmente, nos Estados do Rio e São Paulo ele vê chances de chegar ao segundo turno.

A esta altura, não há mais dúvida de que ele vai ser o cabeça da chapa da aliança, apesar de Marina Silva demonstrar melhor desempenho nas pesquisas. Isso foi dito hoje por Marina que, perguntada se seria a vice, tentou se esquivar: “Quem escolhe o vice é o candidato”.

Se é assim, Eduardo Campos já escolheu Marina.

Energia entrou na pauta

ter, 04/02/14
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

O consumo de energia no Brasil nesta segunda-feira, 3 de fevereiro,  foi  recorde e superou os 80 mil megawatts. O preço da energia no chamado “mercado livre” também subiu muito, dobrou de preço em três semanas e chegou a R$ 822 reais o megawatt-hora – o que vai elevar, e muito, a despesa do governo para ressarcir as empresas, uma vez que, até aqui, a tentativa é a de não repassar o reajuste ao consumidor. Em 2013, o governo gastou R$ 13 bilhões para garantir o preço da energia e este ano o gasto deve se repetir no mesmo patamar.

Sem chuva e com o verão escaldante em muitas partes do país, o assunto energia vai entrar na pauta da disputa presidencial de outubro. De um lado, a presidente Dilma Rousseff pilota pessoalmente as decisões do governo, sobretudo, nestes momentos mais delicados como hoje depois do apagão que deixou mais de seis milhões de brasileiros sem energia. De outro, os candidatos adversários olhando para o céu para ver se vem chuva e para o preço da energia no mercado livre.  O assunto já está no discurso dos candidatos à presidência.

Aécio Neves, que se opôs à proposta do governo de reformulação do setor, antes da renovação das concessões para empresas energéticas, acusou o governo de incompetência e má-gestão no setor – neste dia de apagão em vários Estados. Eduardo Campos, no fim de uma entrevista em Brasília, recomendou aos jornalistas que lessem mais sobre energia. “Este assunto vai para a campanha”, observou.

Segundo avaliação levada aos candidatos de oposição, será preciso que neste mês de fevereiro chova mais do que em dezembro e janeiro juntos para haver a segurança de que não irá faltar energia. Esta análise indica, ainda, que o governo determinou o uso agora de todas as termelétricas, mesmo que o preço da energia seja mais alto, para economizar o que há de água nos reservatórios. E, assim, ter a segurança de que não vai faltar energia durante a Copa do Mundo.

- No começo de janeiro, o risco de faltar energia era de 3%, mas com a falta de chuva, o risco agora é de 20% – diz o relatório levado à oposição.

MEC fora da partilha

qui, 30/01/14
por Cristiana Lôbo |
categoria Governo Dilma

Na reforma ministerial em curso, a presidente Dilma Rousseff está tentando atender aos pleitos dos partidos aliados, e eles são muitos, e também ao PT. Mas, nesta primeira etapa, ficou claro que Dilma preserva algumas áreas da cobiça dos políticos. O Ministério da Educação chegou a ser citado como pasta que poderia entrar na roda política, com a indicação de um nome do PROS de Cid Gomes. Mas, talvez para barrar novas pressões, a presidente oficializou logo a indicação de sua preferência: a de José Henrique Paim, secretário-executivo da pasta desde a gestão de Fernando Haddad. Ao longo destes anos, quando precisava obter informações sobre a área de educação Dilma telefonava diretamente a Paim.

Com isso, terá de ser maior a ginástica para abrigar os novos partidos na equipe e, ainda, atender ao desejo do PMDB de ampliar de cinco para seis o número de pastas sob seu comando – uma vez que não está em cogitação a possibilidade de aumentar o número de ministérios, que já são 39. Dilma não iria criar mais um para chegar ao número emblemático de 40 subordinados.

Para aumentar o número de ministérios do PMDB; dar mais uma pasta do PSD de Kassab e outra ao PTB; mantendo ainda o espaço do PROS – que hoje tem um técnico, Francisco Teixeira, ligado ao partido da família Gomes –, Dilma terá de sacrificar em algum lugar o seu próprio partido, o PT. Se Josué Gomes da Silva, convidado para o Ministério do Desenvolvimento não for para o governo, a vaga poderá ser a solução para esta “engenharia” de construção da base parlamentar, atendendo aos pleitos de todos.

Helena Chagas deixará o comando da Secretaria de Comunicação Social

qui, 30/01/14
por Cristiana Lôbo |
categoria Governo Dilma

A reforma ministerial deflagrada pela presidente Dilma Rousseff na tarde desta quinta (30), inicialmente prevista para substituir apenas os ministros que irão disputar as eleições de outubro, vai ser ampliada para incluir também a Secretaria de Comunicação Social.

A presidente já conversou com a ministra Helena Chagas, atual titular da Comunicação Social. O substituto da ministra será o atual porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann.

Há algum tempo, Traumann vem se fortalecendo no Palácio do Planalto. Ele foi assessor de imprensa do ex-ministro Antonio Palloci, à época em que o petista ocupava a Casa Civil. Com a saída de Palocci do governo, Traumann foi deslocado para a assessoria da Presidência da República, como porta-voz. Hoje, ele acumula o cargo de porta-voz com o comando do gabinete digital do palácio, departamento que cuida, entre outras atividades, do blog e das contas de Dilma no Twitter e no Facebook.

Desde que Traumann se tornou porta-voz da Presidência, a comunicação do governo ficou divida entre ele e Helena Chagas. Com a ida de Traumann para a Comunicação Social, não ficou definido se Dilma mudará a estrutura da pasta.

A parte da reforma ministerial que envolve os partidos aliados é a mais complexa para a presidente e  ainda não está resolvida. O PMDB, principal sócio do PT no governo, quer aumentar sua participação na Esplanada dos Ministério. Mas, para isso, Dilma teria de remover um petista de uma das 39 pastas.

No Planalto, também está sendo tratada a troca de Ideli Salvatti, atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais, para a Secretaria de Direitos Humanos, no lugar de Maria do Rosário, que deixará o cargo para disputar as eleições.

Publicado às 15h05

 

Manifestações preocupam governos

seg, 27/01/14
por Cristiana Lôbo |

As manifestações que estão sendo organizadas em várias cidades do país são motivo de preocupação para o governo federal, que discute com governos estaduais a elaboração de um código de conduta das polícias para impedir que elas resultem em violência ou depredação de patrimônio. A coordenação deste protocolo está sendo feita pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

“O Estado de Direito pressupõe a liberdade de expressão. Manifestações são permitidas, mas vandalismo, não. Não se pode atacar o patrimônio público”, disse o ministro, informando que o protocolo de conduta das polícias está em fase final de discussão.

Segundo Cardozo, o ponto central deste protocolo é “o princípio da proporcionalidade”, ou seja, orientar a polícia a agir dentro de alguns parâmetros (não usar arma letal em situação alguma e avaliar o uso de armas não letais). “A polícia não pode reagir de forma desproporcional diante de uma manifestação popular. Não tem sentido a polícia usar mais força do que é necessário” disse o ministro, acrescentando que este ponto de equilíbrio deve ser resultado da construção a partir do diálogo.

O governo busca um ponto de equilíbrio: permitir as manifestações públicas e, ao mesmo tempo, conter movimentos que descambem para quebra-quebra ou ataques a pessoas ou patrimônio público. O ministro disse que os shoppings podem cerrar as portas para evitar desdobramentos dos rolezinhos, mas não podem discriminar pessoas. “Eles não podem dizer que fulano entra e sicrano fica de fora”, afirmou.

“É difícil encontrar o equilíbrio, mas é preciso buscá-lo”, disse, observando que o que ocorre hoje no Brasil também se passou em outros países. Ele citou, por exemplo, o movimento “Ocupe Wall  Street”, em que jovens novaiorquinos protestavam contra o mercado financeiro.

“A própria noção do direito implica a noção do limite do direito”, disse o ministro.

Devagar com o andor

qui, 23/01/14
por Cristiana Lôbo |
categoria Governo Dilma

Aloizio Mercadante já está frequentando o quarto andar do Palácio do Planalto, onde terá gabinete depois que for nomeado ministro-chefe da Casa Civil, mas pretende assumir o cargo com toda a cautela, sem anunciar trocas de auxiliares. Segundo interlocutores, Mercadante avisou que vai fazer “o mínimo possível de trocas” na equipe – em resposta a especulações de que ele iria renovar o quadro de assessores palacianos.

“Eu não sou doido”, disse Mercadante, segundo um interlocutor. O futuro ministro deve manter Gilson Bittencourt como secretário-executivo adjunto, mas deve escolher um novo secretário-executivo, cargo que está vago desde a saída de Beto Vasconcelos, no ano passado.

Mesmo com este anunciado esforço para chegar ao Planalto sem causar muito impacto na equipe, a aposta geral é a de que com Mercadante a Casa Civil da Presidência da República terá papel mais atuante. Gleisi Hoffmann fez questão de voltar sua gestão para as questões internas, acompanhando o desenvolvimento de assuntos de interesse do governo.

Já Mercadante tem outro estilo. “A Casa Civil será mais abrangente”, disse um petista, observando que Mercadante deve fazer não só papel de gerente do governo, mas também se expor mais para falar de assuntos do governo, sobretudo neste ano eleitoral. A presidente Dilma, ao longo destes três anos de mandato, orientou seus auxiliares a adotarem estilo mais discreto. A dúvida é como será com Mercadante.

“Ele vai se expor mais, será mais abrangente, até porque ele tem a confiança da presidente Dilma. Mas, ela também sabe dar umas freadas nos assessores”, disse um assessor do governo.

Nesta sexta-feira (24) deve começar a transição na Casa Civil. A ministra Gleisi Hoffmann estará de volta a Brasília, depois de dez dias de férias, para transferir os assuntos pendentes a seu sucessor Aloizio Mercadante. Só na volta da viagem que faz a Davos, e depois a Cuba, é que a presidente Dilma Rousseff vai formalizar as trocas e concluir o restante da reforma ministerial.

Secretário de São Bernardo deve substituir Padilha no ministério

ter, 21/01/14
por Cristiana Lôbo |
categoria Governo Dilma

Depois de definir a ida de Aloizio Mercadante para a Casa Civil, Dilma Rousseff encaminha a substituição de outro petista do governo. Ela recebeu hoje pela manhã no Palácio do Planalto o secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, que deve substituir Alexandre Padilha na Saúde.

Chioro deve almoçar ainda hoje com Padilha para conversar sobre os assuntos da pasta que deve assumir até o dia 3. Padilha deixa o ministério para se candidatar ao governo de São Paulo.

A escolha por Chioro foi feita sob a influência do ex-presidente Lula, que tem base política em São Bernardo.

Havia na disputa pelo ministério outros dois nomes concorrendo. Padilha defendia a indicação do  secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mozart Sales.  O ministro da Indústria e Desenvolvimento, Fernando Pimentel, queria a indicação do secretário de  Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães.  Dilma, no entanto, optou por Chioro.

Para Padilha, o ponto positivo da indicação é que Chioro, por ser paulista, vai fortalecer a campanha no estado. Além disso,  vai envolver mais diretamente  o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, na campanha de Padilha ao governo.

Mais política no governo

seg, 20/01/14
por Cristiana Lôbo |

Aloizio Mercadante vai começar na sexta-feira (24) a fazer sua mudança para o Palácio do Planalto, onde vai ocupar a Casa Civil. Essa substituição e mais as vagas abertas para o PTB, PROS, e mais espaço ao PSD e PMDB, são indicativos de que a presidente Dilma quer mais política no governo neste ano de campanha à reeleição. Assim ela assegura a presença de dez partidos em seu palanque. A ministra Gleisi Hoffmann volta de férias na sexta para dar início à transição de tarefas para Mercadante. A partir daí, ele terá uma sala no quarto andar do Palácio do Planalto para fazer as reuniões necessárias antes de ser empossado.

A transferência de Mercadante foi acertada no fim de semana, mas as mudanças na equipe só serão efetivadas no dia 30 de janeiro, quando a presidente voltar da viagem que fará a Davos (Suíça), a partir de quarta-feira e, depois, a Cuba. As conversas estão sendo feitas, mas algumas substituições estão definidas: o PMDB deve ficar com a Secretaria dos Portos. Para isso, terá de abrir mão do Ministério do Turismo, onde será abrigado um representante do PTB, partido que volta ao ministério com a indicação de Benito Gama.

O PSD de Gilberto Kassab vai ganhar mais espaço com a indicação de um nome para o Ministério de Ciência e Tecnologia; e o PROS deve ficar com a Integração Nacional, com Francisco Teixeira, sob as bênçãos dos irmãos Gomes, do Ceará. A presidente Dilma Rousseff quer manter Henrique Paim no Ministério da Educação (ele é o secretário-executivo da pasta) e indicar Arthur Chioro para o Ministério da Saúde, no lugar de Alexandre Padilha, que vai disputar o governo de São Paulo. Para o Ministério da Indústria e Comércio, a indicação é de Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar. Ele é filiado ao PMDB, mas sua nomeação seria na cota pessoal da presidente.

Com Mercadante na Casa Civil, o governo passa a ter uma outra configuração. Muito próximo à presidente Dilma, ele é apontado como um gestor (já foi ministro da Ciência e Tecnologia e da Educação) mas, é sobretudo, um político no centro do governo. Ele foi se fortalecendo junto à presidente nos últimos meses e ganhando mais espaço, a ponto de conduzir conversas políticas em nome dela. No momento em que assumir a Casa Civil, ele terá ainda mais atribuições – além de ser o gerente do governo, será também um emissário da presidente para assuntos também da política.

Até aqui, Mercadante era o representante de Dilma nas reuniões quinzenais do PR para articulação da campanha deste anos – tanto da reeleição como alianças com os demais partidos e palanques estaduais. Agora, ele poderá ser substituído por outro petista nestas reuniões. Um nome cotado é o de Paulo Bernardo, ministro das Comunicações.

As mudanças definidas até aqui pela presidente indicam que ela está de olho nas eleições de outubro. Mas a escolha de Mercadante pode indicar que, se vencer a eleição, ele continuará no posto, cumprindo o papel de “Dilmo da Dilma” – o gerente do governo no segundo mandato, buscando de cacifar para disputar as eleições em 2018, caso a vaga esteja aberta – e não seja desde já reservada ao ex-presidente Lula.



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