Novo endereço
Olá, o endereço do Blog da Cristiana Lôbo mudou. As novas postagens estarão em https://g1.globo.com/politica/blog/cristiana-lobo/
Olá, o endereço do Blog da Cristiana Lôbo mudou. As novas postagens estarão em https://g1.globo.com/politica/blog/cristiana-lobo/
A presidente Dilma Rousseff decidiu “pagar pra ver”, segundo disse um assessor do Palácio do Planalto na negociação com o PMDB. Nessa estratégia, Dilma vai fortalecer o vice Michel Temer como interlocutor e entregar a ele a tarefa de conquistar a maioria no partido para assegurar a reedição da aliança PT-PMDB com a chapa Dilma-Temer. Isso implica na tentativa de isolamento do líder da bancada na Câmara, Eduardo Cunha, a quem a presidente atribui a articulação da rebelião da bancada peemedebista.
“Vocês sabem qual é o meu problema…”, disse Dilma, no que os interlocutores peemedebistas entenderam ser o líder na Câmara.
Para saber se Dilma venceu ou se foi a bancada na Câmara, na pessoa de Eduardo Cunha, vai ser preciso esperar. Os peemedebistas querem rejeitar o projeto que trata do marco civil na internet, projeto do maior interesse para o Palácio do Planalto, e seguir a oposição, apoiando a criação de uma comissão externa para acompanhar as ações da Petrobras, assunto que o governo não gostaria de ver neste momento em que a empresa é alvo de denúncias de desvio de dinheiro.
Nas conversas com a presidente, os peemedebistas obtiveram o compromisso de que o presidente do PT vai procurar o PMDB para tentar acertar apoios a candidatos do PMDB – no caso. em Goiás e na Paraíba. Mas o maior interesse dos peemedebistas é com o Ceará, onde o líder no Senado, Eunício Oliveira, é pré-candidato e aparece com chances nas atuais pesquisas.
Além do confronto do momento – por indicações para o Ministério e até na composição dos palanques estaduais – o enfrentamento entre PT e PMDB vai mais longe. O PMDB é o maior partido no Senado e o segundo na Câmara, o que lhe garante quase seis minutos de televisão nos programas eleitoras, vale dizer, sua principal força, porque o partido é estruturado para as disputas regionais. Agora o que se vê é o PT tentando deixá-lo para trás (Rio de Janeiro e Ceará são dois exemplos) o que pode colocar em risco o maior patrimônio do partido que é o tamanho de sua bancada.
No momento em que Dilma decide ir para o confronto com o PMDB, afirmando que não vai ceder ao fisiologismo, segundo petistas, Dilma poderá ganhar capital político junto à opinião pública. Seria uma espécie de “reedição” da faxina feita em 2011, quando ela atingiu índices recordes de aprovação popular.
As duas horas de conversa da presidente Dilma Rousseff com o vice-presidente Michel Temer na noite deste domingo não foram suficientes para encontrar a fórmula que pacifique o PMDB, principal aliado do governo, e o impasse continua.
A presidente Dilma, que neste domingo optou por uma conversa somente com Temer, vai, nesta segunda-feira, conversar com os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, e o presidente do partido, senador Valdir Raupp. O líder da bancada na Câmara, Eduardo Cunha, articulador da rebelião na Casa, ficou de fora e não vai ser recebido pela presidente.
As divergências do PMDB com o PT são por conta dos palanques estaduais em que o PT se recusa a apoiar candidatos do PMDB. E, com o governo, a divergência se dá em função das nomeações para os ministérios que cabem ao partido.
Na negociação dos palanques estaduais, ficou combinado entre Dilma e Temer que será chamado também o presidente do PT, Rui Falcão, para ajudar na busca de um entendimento entre os dois partidos em alguns dos estados em que há divergências, como, por exemplo, o Ceará.
Os principais líderes do PMDB estão no Palácio do Jaburu, a alguns metros do Palácio da Alvorada, à espera de um chamado da presidente Dilma Rousseff para que possam falar das angústias do partido na relação com o PT. Até agora, apenas o vice-presidente Michel Temer está convidado para o encontro com Dilma. Para a reunião do Jaburu, foram chamados o presidente do partido, senador Valdir Raupp, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e o líder da bancada no Senado, Eunício Oliveira. Os peemedebistas chegaram a convidar o presidente do PT, Rui Falcão, para esta reunião prévia, mas ele não confirmou presença.
Este é um fim de semana de muitas conversas entre peemedebistas e muita expectativa quanto à reunião de Temer com Dilma. O partido espera compromissos do PT com candidatos do PMDB em alguns Estados, como Ceará, por exemplo, e a definição dos novos ministros da legenda. Tudo isso, nas contas dos peemedebistas, deveria ser resolvido até a próxima terça-feira, quando haverá uma reunião da bancada na Câmara que está muito mais conflagrada sob a liderança do deputado Eduardo Cunha.
A tentativa do governo é blindar a bancada no Senado e não permitir que a crise da Câmara a contamine. E, no caso da Câmara, tratar o problema como uma questão pessoal do deputado Cunha por conta da falta de entendimento do partido com o PT do Rio. Assim, circunscrever a crise de hoje à figura do líder Eduardo Cunha.
Para não espalhar a crise, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, telefonou neste domingo para o líder Eunício Oliveira convidando-o para uma conversa nesta segunda. Além de líder, Eunício está no centro das conversas porque quer disputar o governo do Ceará e gostaria de ter o apoio do PT. Porém, a esta altura, o PT está compromissado com o Pros, do governador Cid Gomes. Sem acordo, o PMDB do Ceará pode se unir a diretórios estaduais também descontentes, como o do Rio e da Bahia e juntos apoiarem a reavaliação do apoio do PMDB ao governo e à candidatura de Dilma Rousseff à reeleição.
Duas decisões importantes devem ser tomadas na reunião de hoje da campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff, que terá a presença do ex-presidente Lula e do presidente do PT, Rui Falcão: determinar a data da saída de Giles Azevedo da Chefia de Gabinete da Presidência da República para assumir suas tarefas na campanha eleitoral; e estabelecer claramente qual será o papel de Franklin Martins e o de João Santana, a fim de se evitar atritos ao longo da campanha.
Franklin Martins, ex-ministro de Comunicação do governo Lula, deve coordenar a parte de mídias sociais, e o publicitário João Santana, a parte de propaganda e marketing. “O que não pode é haver uma área cinzenta que possa gerar conflitos”, disse um petista que acompanha o andamento da estruturação da campanha de Dilma.
Franklin Martins e João Santana divergiram no início do governo Dilma quanto à política de comunicação. Enquanto João Santana opinava em favor de ações para conquistar o apoio da classe média, Franklin defendia a “fidelização” do eleitor de Lula, como os beneficiários dos programas sociais.
Franklin e Santana começaram a trabalhar juntos na eleição de Angola, mas acabaram se separando lá por conta de divergências de pontos de vista. Dilma quer ter o mesmo responsável pelo marketing, o publicitário João Santana, mas não abre mão dos conselhos de Franklin, com quem tem boa relação. Os dois são muito ciosos de suas tarefas e há muitos pontos em comum entre as as atribuições de ambos. Por isso, a divisão de tarefas se transformou em importante assunto de reunião do conselho da campanha.
Está certa a transferência de Giles para a campanha, mas não a data. Na eleição passada, a estrutura do comitê foi definida nos primeiros dias de março. Agora, a avaliação é a de que Giles não poderá passar do dia 15 de março no governo pois precisaria assumir suas tarefas na campanha. O sucessor dele poderá ser o ex-assessor jurídico da Casa Civil Beto Vasconcelos, que tem boa relação com Dilma, mas não semelhante à de Giles.
Já está definido também que Alessandro Teixeira, ex-diretor da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), irá para a coordenação da campanha para ser o responsável pelo programa de governo. Ele receberá conselhos de Marco Aurélio Garcia, que fez o programa de governo do PT em outras campanhas, mas desta vez continuará no governo e será apenas conselheiro na campanha. Alessandro Teixeira também vai cuidar das informações de governo que deverão ser divulgadas na campanha. Como na campanha de 2010, a gestão do comitê eleitoral ficará com Charles Capela de Abreu.
O ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, decidiu marcar uma viagem para Washington a partir de abril para fazer um curso de pelo menos três meses de duração. Este é um antigo desejo do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, mas a data escolhida tem a ver com o calendário eleitoral: ele quer estar distante da fase de organização da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Em campanhas petistas anteriores, Palocci teve papel de destaque: na primeira de Lula, em 2003, ele foi um dos coordenadores do comitê financeiro e depois assumiu o comando da equipe de transição de governo – e se tornou o ministro da Fazenda. Em 2010, era um dos três principais assessores de Dilma, por ela mesmo apelidados de “Três Porquinhos”, ao lado de José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardozo. Palocci fazia contato com o empresariado e, após a eleição, foi nomeado ministro-chefe da Casa Civil, onde ficou por oito meses.
Desde que deixou o governo, ele tem ficado mais recolhido, e depois de um período de quarentena, retomou o trabalho no escritório pessoal de consultoria. Mas não quer assumir qualquer papel na campanha de Dilma. Ao longo do último ano, Palocci participou de algumas reuinões com o conselho político da campanha, que tem como estrela principal o ex-presidente Lula.
A estrutura da campanha de reeleição de Dilma começa a ser organizada, mas falta o nome do responsável pelo comitê financeiro. Inicialmente, foi falado no nome de Edinho Silva, presidente do PT de São Paulo, mas a ideia foi abandonada, e o partido está em busca de um outro nome. Na campanha passada, o tesoureiro do PT João Vaccari assumiu esse papel, mas, além de não ter a simpatia de Dilma, ele é responsável pelas finanças do PT, o que a campanha considera incompatível. José Filippi, que trabalhou na campanha passada, assumiu uma secretaria da prefeitura de Fernando Haddad e não pode repetir o trabalho.