MEC fora da partilha
Na reforma ministerial em curso, a presidente Dilma Rousseff está tentando atender aos pleitos dos partidos aliados, e eles são muitos, e também ao PT. Mas, nesta primeira etapa, ficou claro que Dilma preserva algumas áreas da cobiça dos políticos. O Ministério da Educação chegou a ser citado como pasta que poderia entrar na roda política, com a indicação de um nome do PROS de Cid Gomes. Mas, talvez para barrar novas pressões, a presidente oficializou logo a indicação de sua preferência: a de José Henrique Paim, secretário-executivo da pasta desde a gestão de Fernando Haddad. Ao longo destes anos, quando precisava obter informações sobre a área de educação Dilma telefonava diretamente a Paim.
Com isso, terá de ser maior a ginástica para abrigar os novos partidos na equipe e, ainda, atender ao desejo do PMDB de ampliar de cinco para seis o número de pastas sob seu comando – uma vez que não está em cogitação a possibilidade de aumentar o número de ministérios, que já são 39. Dilma não iria criar mais um para chegar ao número emblemático de 40 subordinados.
Para aumentar o número de ministérios do PMDB; dar mais uma pasta do PSD de Kassab e outra ao PTB; mantendo ainda o espaço do PROS – que hoje tem um técnico, Francisco Teixeira, ligado ao partido da família Gomes –, Dilma terá de sacrificar em algum lugar o seu próprio partido, o PT. Se Josué Gomes da Silva, convidado para o Ministério do Desenvolvimento não for para o governo, a vaga poderá ser a solução para esta “engenharia” de construção da base parlamentar, atendendo aos pleitos de todos.