Linha ocupada
O presidente do PSB, Eduardo Campos, não pretende se antecipar e entregar os cargos que cabem ao partido no governo Dilma Rousseff como esperam partidos como o PT e o PMDB. As manifestações sobre este assunto estão sendo feitas pelos líderes do partido na Câmara, Beto Albuquerque, e no Senado Rodrigo Rollemberg, e também pelo vice-presidente Roberto Amaral. Eles usam uma espécie de bordão para os políticos: “os cargos são sempre da presidente da República” para justificar que o PSB não vai tomar a iniciativa de entregar os cargos. Eduardo Campos não quer se manifestar sobre o assunto.
Diante dos movimentos de Eduardo Campos para montar palanques estaduais para dar sustentação a uma eventual candidatura própria à presidência da República, aumentou sensivelmente a pressão de partidos aliados para que o PSB seja expurgado do governo e que os cargos hoje por ele ocupados sejam redistribuídos entre os parceiros. Os dois ministérios que estão sob o comando do PSB são o da Integração Nacional, com Fernando Bezerra; e a Secretaria dos Portos, com Leônidas Cristino. Também a presidente Dilma Rousseff manifestou contrariedade com a movimentação de Campos, desestimulando iniciativas de reaproximação com o governador de Pernambuco.
Em reunião na residência oficial do Torto, na última sexta-feira, a presidente Dilma tratou do assunto com o ex-presidente Lula. Ela mais apressada em retomar os cargos do partido e Lula avaliando que é melhor esperar e não confrontar com alguém que pode ser um parceiro importante no segundo turno das eleições. Da conversa participaram também o publicitário João Santana, o ex-ministro Franklin Martins, o presidente do PT, Rui Falcão, e também o ex-ministro Walfrido Mares Guia, hoje filiado ao PSB em Minas.
Dirigentes do PSB identificam movimentos para carimbar no partido a marca da fisiologia ou a de que o partido “trocou de lado” pois teria se aproximado do PSDB – opositor histórico do PT. Mas, a decisão interna é a de seguir no governo por mais tempo.
- Se a presidente quer falar com o partido sobre qualquer assunto, ela sabe como proceder. Quando nos convidou para ingressar no governo, foi numa conversa a convite dela. Agora, não seria diferente. Não se trata disso pelos jornais – disse um dirigente.