Um aceno importante

qui, 26/09/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta quinta-feira ao site do jornal Folha de São Paulo, que o PT precisa “pensar na governabilidade e na reeleição da presidente Dilma, que vai requerer apoio num eventual segundo turno como, num segundo governo” e, por isso, o partido quer contar com a solidariedade e o apoio do PSB.

Depois de dar como certa a candidatura de Eduardo Campos à presidência da República, a afirmação do presidente do PT foi entendida como um aceno importante para o PSB – não só num eventual segundo turno da eleição, como a volta do partido à base governista do PT caso Dilma vença a disputa no ano que vem.

Desde que ficou mais evidente a disposição de Eduardo Campos disputar a presidência da República no ano que vem, o PT tenta carimbar nele a marca de quem está “trocando de lado”, saindo do campo das esquerda para ficar ao lado de conservadores. Alianças estaduais com o PSDB e, principalmente, uma foto ao lado de Aécio Neves, ambos sorridentes, incomodaram o PT e levaram petistas a denunciar “a troca de lado” de Campos.

Agora, a afirmação de Rui Falcão pode significar um recuo: o PSB se afasta, mas pode voltar num futuro bem próximo.

 

E Dilma responde

qui, 26/09/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

Depois das manifestações populares de junho que derrubaram a popularidade de todos os governantes, o publicitário João Santana  fez  novas determinações que Dilma Rousseff vem seguindo à risca: fazer mais viagens aos Estados e, em cada visita, conceder entrevistas à emissoras de rádio locais, tratando de assuntos da região. O resultado já está aparecendo – mas não na proporção esperada pela equipe de publicidade. Dilma ganhou mais pontos nas pesquisas, está com 38% das intenções de voto, mas não voltou ao patamar que estava antes dos protestos, quando atingiu o recorde de 58% das intenções de votos.

Pesquisa Ibope, em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo divulgada nesta quinta-feira, só Dilma cresceu. Foi de 30% para 38% das intenções de voto, enquanto a principal adversária, Marina Silva, que tenta criar seu partido, o Rede Sustentabilidade, perdeu pontos – foi de 23% das intenções de votos para 16%. E mais: a diferença entre as duas que ficara em 8 pontos porcentuais, agora já é de 22 pontos. Marina, que foi a candidata que mais cresceu depois das manifestações de rua, agora é a que mais perde.

Os outros concorrentes de Dilma não crescem com a queda de Marina: Aécio sai de 13% para 11%; e Eduardo Campos de 5% para 4%.

Se há uma notícia positiva para Aécio é o fato de que, numa simulação em que o candidato tucano é José Serra, nada muda. Dilma continua bem à frente e chega a 37% das intenções de votos; e Serra fica com 12% – apenas um ponto porcentuais à frente de Aécio. Um bom desempenho na pesquisa de intenção de votos seria argumento forte para Serra buscar um novo partido a fim de disputar a presidência da República (o PPS é uma alternativa) ou para tentar substituir Aécio na chapa tucana.

A população ainda está envolvida com o assunto eleição. Mais de 30% dos eleitores não têm em quem votar. Mas Dilma é, entre todos, quem mais de instrumentos e sabe usá-los para recuperar a popularidade perdida.

Qual o destino

qua, 25/09/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

    O governador do Ceará, Cid Gomes, já confirmou sua saída do PSB com todo o seu grupo: 38 prefeiros, dez deputados estaduais e quatro federais. Mas, ainda não anunciou qual será o seu destino partidário. Ao negociar saída “amigável”, Cid obteve do PSB a garantia de que o partido não vai reivindicar na Justiça o mandato dos parlamentares.

   O mais provável é que haja uma distribuição de seus seguidores entre dois ou mais partidos.  Deputados federais estão tendendo a se filiar ao PROS. Segundo aliados dele, prefeitos e deputados estaduais poderão optar pelo PSD, que já existe no Ceará e foi fundado no Estado com a ajuda de seu grupo político.

      A incógnita é qual o destino do próprio Cid Gomes e do irmão Ciro Gomes. Ciro começou na política no antigo PDS, passou pelo PMDB, pelo PSDB, pelo PPS e pelo PSB. Há quem garanta que os irmãos Gomes irão para o PT, o partido de Lula. Mas no Ceará, lá está sua desafeta, a ex-prefeita Luizianne Lins. Mas se Luizianne deixar o PT pelo PSB, o caminho estará aberto para os Gomes.

      Mas o PT nunca foi hospedeiro daqueles que mudam de partido – casos raros são o do ex-deputado Sigmaringa Seixas, um dos mais amigos de Lula; e também do hoje senador Delcídio Amaral.

     Cid e Ciro poderão também ficar sem partido, uma vez que não vão concorrer às eleições do ano que vem.

     Aguardar.

Com ou sem Marina?

qua, 25/09/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

     A pergunta que o mundo político está fazendo é: Marina Silva vai ou não ser candidata à presidência da República no ano que vem? A presença dela faz toda a diferença na corrida. 

    Há no governo duas interpretações diferentes. A primeira, a de que Marina é um problema para Dilma porque levaria a disputa para o segundo turno – tal como aconteceu em 2010, mesmo não tendo ela conquistado a vaga para concorer. A outra, é a de que Marina na segunda rodada é uma boa adversária para Dilma. Contra ela, Dilma teria mais facilidade de vencer.

     A esta altura, o PSDB torce pela entrada de Marina Silva na disputa. Quanto mais candidatos em oposição ao governo, melhor porque praticamente confirma a ida para o segundo turno. Os tucanos acham que, agora com Aécio, num segundo turno o partido teria mais chances de voltar ao Palácio do Planalto.

    Para um outro provável candidato, Eduardo Campos (PSB) a lógica é ferente. Para ele, se Marina Silva não conseguir formalizar a criação do Rede, tanto melhor. Seria, ele, então o candidato que representaria a novidade na campanha. Os políticos têm pesquisa mostrando que 63% preferem uma “novidade” na disputa eleitoral. Marina, até aqui, representa “o novo” – com seu discurso de nova forma de fazer política.

    Marina Silva depende da Justiça Eleitoral para decidir se vai ou não ser candidata. Para ela, dizem parlamentares que estão no entorno dela, não há a alternativa de se filiar a um outro partido, como o PEN, que tanto já se falou. Marina construir sua relação com o seu eleitor mostrando que faria algo diferente na política – nem o partido que está criando se chama Partido, e sim Rede – e pretendia fazer a campanha pelas redes sociais. Agora, este eleitorado não entenderia que ela optasse por um partido tradicional, criado como tantos outros.

     Nesta semana, dois outros partidos obtiveram registro – o PROS e o Solidariedade. Isso pode provocar mudanças nas bancadas dos partidos, mas nada que afete a situação confortável do governo que hoje tem maioria tanto na Câmara quanto no Senado. Mas o registro ou não da candidatura de Marina Silva altera significativamente o quadro da sucessão presidencial do ano que vem.

Palmo a palmo

qui, 19/09/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

Dilma Rousseff ainda não aceitou os cargos do PSB – o Ministério da Integração e a Secretaria Nacional dos Portos – uma vez que o partido de Eduardo Campos quer se afastar do governo. Mas a fila pelas vagas está grande.

No momento em que confirmar a vaga, o PMDB tem nomes a apresentar. O mais forte, no momento, é o senador Vital do Rego. Uma parte por mérito próprio, mas decisivo mesmo é o apoio de Renan Calheiros.

Porém, para vingar a indicação, o PMDB terá de se acertar internamente. Envolver a Câmara dos deputados e as indicações verticalizadas do Ministério devem contemplar o PMDB como um todo. Ou seja, os principais líderes no Senado e na Câmara.

Aécio e o “papo reto”

qui, 19/09/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

No programa eleitoral do PSDB que vai ao ar nesta quinta-feira (dia 19), Aécio Neves se apresenta especialmente ao público jovem. Na tentativa de se aproximar desse eleitorado, nada de terno e gravata. Aécio usa calça jeans, senta numa escada para conversar com jovens que estudam e trabalham e diz que “está todo mundo cansado de enrolação”. E recorre ao linguajar da juventude:

- Olha e fala: papo reto. Diz o que dá para fazer, o que não dá para fazer e por que não dá para fazer – diz o pré-candidato tucano.

Não por acaso, as gravações dos dez minutos de programa do PSDB foram feitas em dois Estados do Nordeste – a Paraíba e o Ceará -, e também em São Paulo- os maiores colégios eleitorais do país, onde ele precisa conquistar eleitores para melhorar o desempenho na pesquisa. Num aceno ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ele elogia um programa do governo paulista do PSDB, as Escolas Técnicas de São Paulo.

Para fazer críticas ao desempenho do governo na área de infraestrutura, Aécio faz gravações em Mato Grosso, na região de Sorriso, forte em produção de grãos. “Do ponto de vista da logística, da infraestrutura, o Brasil parou no tempo”, diz ele, depois que um produtor rural afirma que o Mato Grosso dobrou sua produção de grãos, mas as estradas são as mesmas de 30 anos atrás.

- Da porteira para dentro, vai tudo bem, com alta produção. O problema é da porteira para fora. Falta infraestrutura para o escoamento da produção.

Aécio mira nos jovens que hoje estudam e trabalham. As críticas ao governo vão sendo feitas de forma indireta. Ele diz enxergar “dois Brasis”: “o do paternalismo, o Estado que passa a mão na sua cabeça; e do outro lado, o Brasil do Henrique, que acorda cedo e diz: vou trabalhar, vou estudar porque eu vou construir a minha história”.

Ele prega o estímulo ao setor privado para que ele invita e produza e afirma que o poder público tem de fazer a sua parte – “que planeje, inicie e entregue as obras”, disse ele, depois de afirmar que o Brasil se tornou “um cemitério de obras inacabadas”. Segundo Aécio, o Brasil tem dois desafios pela frente: o primeiro, voltar a crescer; e o segundo, investir em educação. E, para criticar o que considera excesso de intervenção do Estado, ele diz. “O governo não pode empatar a vida das pessoas, tem de ser parceiro. O Estado tem de dar as condições; quem muda a vida das pessoas, é você, é cada um”.

Pé no freio

qua, 18/09/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

A orientação da presidente Dilma Rousseff é esperar as primeiras reações do PSB até decidir como tratar o pedido do partido de afastamento do governo e entrega dos cargos que ocupava. Dilma quer colocar água nessa fervura e esperar para saber se, com o tempo, o partido de Eduardo Campos volta aos poucos para o governo. Afinal, o partido decidiu entregar os cargos, mas não anunciou rompimento com o PT. Foi por isso que Dilma recebeu Eduardo Campos no Palácio do Planalto com um forte abraço – que se repetiu na despedida.

O ministro da Integração, Fernando Bezerra, deve se encontrar com a presidente nesta quinta-feira. Ele vai agradecer a confiança recebida nestes meses que participou do governo e pedir desligamento. Dilma ainda não decidiu se vai nomear logo o sucessor. Já o outro ministro do PSB, Leônidas Cristino, está em viagem ao exterior. Ele é ligado ao governador Cid Gomes, o único na Executiva do PSB que se absteve na votação em que o partido decidiu deixar o governo. Ele estava contra.

Ao mesmo tempo, o PT também tenta não colocar gasolina na situação. O partido que fustigou muito o PSB para que saísse do governo, foi surpreendido com a decisão tão rápida. O PT não quer que o seu governo fique com a cara dos outros aliados, mais conservadores, como PP, PR, PTB e até mesmo PMDB, embora os dois partidos andem em boa fase.

O PSB pode não ganhar muito com o afastamento do governo neste momento – além da liberdade para articular mais intensamente a candidatura de Eduardo Campos à presidência e ter conversas com outros partidos para alianças nos Estados. Mas é o governo que perde mais com esta decisão do PSB. O governo vai sendo empurrado para o centro e centro-direita, o que contraria o discurso da própria presidente e de seu partido, o PT.

Além disso, na preparação de uma eleição que se desenha ser disputada em dois turnos, Dilma pode ficar distante de Eduardo Campos agora. Mas, certamente, vai querer tê-lo em seu palanque num eventual segundo turno em 2014.

Duas vitórias, uma decepção

qua, 18/09/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

A defesa dos réus da Ação Penal 470, o mensalão, comemorou o voto do ministro Celso de Melo. Longo, bem fundamentado, e na direção que esperava: de acolhimento dos embargos infringentes. Deu-se o desempate e a primeira vitória. Em seguida, a maioria do plenário acolheu outro recurso da defesa que queria dobrar o prazo para a apresentação dos embargos infringentes – de 15 para 30 dias.

Alguns advogados já haviam deixado o STF quando o presidente Joaquim Barbosa anunciou que colocaria outras questões importantes para decisão do Plenário. Depois do prazo para os infringentes, ele anunciara que iria fazer logo depois o sorteio do nome do relator desta terceira fase dos embargos. E saiu dali o nome do ministro Luiz Fux. Depois de duas vitórias, veio a decepção.

Fux acompanhou o relator Joaquim Barbosa em todo o julgamento do mensalão. Além de ter posição clara sobre o que está sendo tratado ele se tornou uma espécie de desafeto de petistas que não gostaram de seus votos. Ele foi a primeira escolha de Dilma Rousseff para o Supremo e depois de julgamento, passou a ser muito criticado por petistas.

Agora, como relator – e nesta fase não há revisor, papel que foi desempenhado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que tentou mediar as decisões de Joaquim Barbosa - Fux ditará o ritmo desta reta final do julgamento do mensalão. O Plenário da Corte continua dividido, com algumas decisões tomadas pelo mesmo placar dos infringentes, 6 a 5 votos. Nisso, é claro, o relator não terá como pender para um lado ou para outro. Mas aquela ideia da defesa de usar todos os prazos e estabelecer um calendário o mais longo possível para a conclusão do julgamento, arrastando a proclamação do resultado para depois da eleição (sim, muita gente pensou nisso pois, em novembro do ano que vem é Lewandowski quem assumirá a presidência da Corte) isso fica mais difícil com Fux na relatoria.

Com certeza, ele vai estabelecer um cronograma que aponte logo para a conclusão do julgamento. E, assim, o início do cumprimento da sentença: para muitos dos 25 réus, a prisão – uns em regime fechado, outros semi-aberto ou aberto. Mas tudo é condenação e prisão.

Mudança de rumo – PSB pode entregar cargos no governo

ter, 17/09/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

Em menos de 24 horas, o presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos se viu obrigado a convocar uma reunião da executiva nacional do partido para discutir um assunto que não queria: a saída do PSB do governo, com a devolução dos cargos que ocupa na administração. Diante da pressão de aliados do governo, como o PMDB e o PT, e da pressão interna dos que querem liberdade para fazer as alianças nos Estados, o PSB reúne sua executiva nacional nesta quarta-feira, às 10:30 hs, para decidir o rumo a seguir. O PSB sempre foi aliado do PT nas disputas presidenciais.

O partido comanda dois ministérios: o da Integração Nacional, que é ocupado por Fernando Bezerra, indicação do próprio Eduardo Campos e Leônidas Cristino, indicado pelo governador Cid Gomes para a Secretaria Nacional dos Portos. Cid é bem próximo à presidente Dilma Rousseff e cogitou articular a reaproximação de Eduardo Campos com Dilma. Nos últimos dias, Dilma ficou irritada com a movimentação de Eduardo Campos, que é pré-candidato à presidência. Principalmente, com a declaração que ele fez de apoio ao diplomata Eduardo Saboya, que promoveu a entrada no país do senador boliviano Roger Pinto; e, depois, a foto dele nos jornais bastante sorridente ao lado do senador Aécio Neves, pré-candidato à presidência que é do principal partido de oposição ao governo.

A partir da pressão e cobrança de petistas nos Estados, filiados ao PSB deram início à pressão para o partido antecipar a decisão de deixar o governo. eles querem ter maior liberdade para formar as alianças do ano que vem.

O PSB é aliado histórico do PT e desde 1989, mesmo tendo lançado candidato à presidência, sempre atuou ao lado do PT e de Lula. A tensão no partido cresceu tanto nas últimas horas que Eduardo Campos foi obrigado a entrar em campo como uma espécie de bombeiro, para impedir um rompimento com o governo. A orientação dele às bancadas é a de que o partido continue alinhado ao governo, votando matérias de interesse da presidente Dilma Rousseff, pelo menos até março do ano que vem, que é quando ele vai decidir se vai mesmo ser candidato à presidência ou não.

Dilma decide cancelar viagem aos EUA

ter, 17/09/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Governo Dilma

Dilma Rousseff decidiu cancelar a visita de Estado aos Estados Unidos, marcada para 23 de outubro, em razão das denúncias de espionagem norte-americanas – reveladas pelo Fantástico –, da qual a presidente e a Petrobras teriam sido alvo.

Antes do anúncio oficial, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, informará a assessora nacional de Segurança dos EUA, Susan Rice, com quem tinha se reunido na semana passada para ouvir explicações.

A decisão de cancelar a visita foi tomada após muita discussão interna e mesmo depois de, nesta segunda (16), o presidente Barack Obama ter telefonado para Dilma e reafirmado o convite.

No telefonema, Obama pediu a Dilma que ela aceitasse o convite e não permitisse que eventuais problemas atrapalhassem a relação entre os dois países. O roteiro previa a visita de Dilma aos três poderes e jantar de gala com valsa.

Na avaliação do governo brasileiro, não há garantias de que novas denúncias de espionagem não vazarão. O receio da presidente é o constrangimento que uma nova denúncia provocaria no momento em que ela estivesse nos EUA.

Nesta terça-feira (17), em entrevista ao jornal “Zero Hora”, de Porto Alegre, Dilma afirmou que pretende falar sobre espionagem no discurso que fará na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, no próximo dia 24.



Formulário de Busca


2000-2015 globo.com Todos os direitos reservados. Política de privacidade