Renan e Henrique

ter, 29/01/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

Mesmo com adversários no Senado e na Câmara, Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves caminham para uma eleição tranquila para a presidência do Senado e presidência da Câmara, respectivamente. No Senado, Randolfe Rodrigues (PSOL) já registrou sua candidatura e Pedro Taques (PDT) se prepara para entrar na disputa. Na Câmara, é Júlio Delgado (PSB) que está em campanha e Rose de Freitas, do mesmo PMDB. Se se confirmar a tendência de hoje, o PMDB volta a comandar as duas Casas ao mesmo tempo, como aconteceu no tempo da Constituinte, em 1986.

O poder está na presidência das duas Casas, mas as disputas se concentram pelos cargos de líder – tanto na Câmara quanto no Senado. Na Câmara, Henrique Eduardo Alves vai declarar abstenção, para não parecer que esteja pendendo para o lado de Eduardo Cunha (RJ) ou de Sandro Mabel (GO), uma vez que ambos gostaria de ter o apoio daquele que é dado como certo na presidência da Casa.

No Senado, a disputa tem outros ingredientes. O escolhido pela dupla Sarney-Renan para ser o líder da bancada é Eunício Oliveira. Ao mesmo tempo, Renan oferece um cargo que pertence ao PMDB, a segunda vice-presidência do Senado, ao colega, amigo e aliado, Gim Argelo, do PTB. Isso incomodou outro antigo parceiro de Renan, o senador Romero Jucá que, agora, anuncia a decisão de disputar a liderança do PMDB no Senado.

Essa luta ganha importância porque o PMDB só fará a indicação do seu representante para a presidência do Senado depois que escolher o líder da bancada.

A esta altura, tudo isso são rusgas  no PMDB. Sarney e Renan já estiveram bem distantes há dez anos, quando Lula chegou ao Poder e preferiu Sarney na presidência do Senado em lugar de Renan. Depois os dois se reaproximaram e  houve uma inversão, com Renan na presidência; depois, mais uma vez Sarney e agora é a volta de Renan. Se consolidou a aproximação com Sarney, ao longo dos últimos anos, Renan e Romero Jucá muitas vezes se estranharam – como agora, que Jucá quer ser líder do PMDB e Renan torce e vota com Eunício Oliveira.

Nesta mudança de cargos, José Sarney deve ocupar a Comissão de Constituição e Justiça, uma das mais poderosas no Senado. A outra, a de Assuntos Economicos, deve ficar com o petista, Lindberg Farias.

Põe com uma mão e tira com a outra…

ter, 29/01/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

Uma semana depois de a presidente Dilma Rousseff ter usado rede nacional de televisão para anunciar a antecipação da redução do preço da energia elétrica em 18% para residências e até 32% para indústrias, o governo anunciou nesta noite o reajuste do preço da gasolina na refinaria em 6,6% e do diesel em 5,4%  – o que implicará o reajuste na bomba em torno de 4,5%.  Ou seja, o governo deu benefício ao consumidor com uma mão e, na semana seguinte, retirou com a outra.

O aumento do preço da gasolina já era reivindicado pela Petrobras havia muito tempo, afinal, há nove anos não há reajuste do preço do combustível. Pelos cálculos da empresa, o reajuste deveria ser imediato e em torno de 15% na refinaria. Mesmo com a pressão da Petrobras, o  governo tentou empurrar ao máximo o reajuste no preço da gasolina, já calculando o seu impacto na inflação, que superava os 6% no acumulado dos últimos 12 meses. No Ministério de Minas e Energia, a expectativa era a de que a gasolina seria reajustada em abril, já tendo rompido o primeiro trimestre do ano, período em que a inflação é mais alta.

A necessidade, no entanto, fez tudo andar mais depressa: Dilma antecipou o desconto na tarifa de energia, permitindo o reajuste imediato do preço da gasolina. Afinal, a Petrobras precisa melhorar suas contas para ter as condições necessárias para participar dos leilões para exploração de novos campos de petróleo, o que está marcado para maio.

O que não dava era adiar o reajuste da gasolina, contribuindo para aumentar o rombo nas contas da Petrobras e, ainda, ficar de fora dos novos leilões. Assim, fica explicada a antecipação da redução do preço da energia. Medida, aliás, de altissima aprovação popular. Resta saber o impacto do reajuste do preço da gasolina na inflação e na popularidade do governo.

 

portanto, muito próximo do que havia calculado o Banco Central em sua última ata do Copom.

Dilma adota o ‘nós contra eles’…

qua, 23/01/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Governo Dilma

O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff à Nação para anunciar a redução na tarifa de energia teve forte conteúdo político. O tom adotado revela a preocupação dela em mostrar que a promessa feita em 6 de setembro foi cumprida, apesar das dúvidas levantadas nas últimas semanas sobre sua viabilidade, em função das baixas nos reservatórios de água no país.

Dilma seguiu um roteiro muito semelhante ao que usava o então presidente Lula: o de estabelecer o embate “nós contra eles”, apresentando resultados do governo e demarcando terreno entre governo e opositores ou “o time vencedor e os pessimistas”. E arrematou: “No Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás”.

“Temos baixado juros, reduzido  impostos, facilitado o crédito e aberto como nunca as portas da casa própria para os pobres e para a classe média. Ao mesmo tempo, estamos ampliando investimento na infraestrutura, na educação e na saúde e nos aproximando do dia em que a miséria estará superada no nosso Brasil” , disse ela, para em seguida apresentar números relativos ao crescimento da oferta de energia no país.

Ainda na primeira parte do pronunciamento, ao anunciar a redução da tarifa e antecipação da vigência da medida, Dilma afirmou : “Algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou qualquer outro motivo tenham feito previsões sem fundamento” e passou a apresentar os resultados do governo. “ É a primeira vez que isso ocorre no Brasil, mas não é a primeira vez que o nosso governo toma medidas para baixar o custo, ampliar o investimento, aumentar o emprego e garantir crescimento para o país e bem-estar para os brasileiros.”

A última parte do pronunciamento foi dedicada a responder aos críticos, os quais chamou de “os que são sempre do contra”.

“Hoje, podemos ver como erraram feio no passado os que não acreditaram que era possível  crescer e distribuir renda”; os que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria… Estamos vendo como erraram aqueles que diziam meses atrás que não iríamos conseguir baixar juros nem o custo da energia. E que tentavam amedrontar nosso povo, entre outras coisas com a queda do emprego e do poder de compra do salário. Os juros caíram como nunca. O emprego aumentou”, disse,na última parte do pronunciamento.

Dilma fará anúncio para assegurar redução na conta de energia elétrica

ter, 22/01/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

A presidente Dilma Rousseff fará pronunciamento à Nação para assegurar que a conta de energia residencial, comercial e da indústria terá redução de 20% e que não haverá racionamento no fornecimento de energia no país. O anúncio foi gravado e vai ser veiculado nesta quarta-feira (23).

A promessa de redução das tarifas foi feita pela presidente também em pronunciamento à Nação, no dia 6 de setembro, véspera do Dia da Pátria. A promessa rendeu popularidade da presidente, aferida em pesquisas de opinião.

Saiba mais: Preço da energia para o consumidor vai cair 16,2% em 2013, anuncia Dilma

O pronunciamento acontece num momento em que houve discussão forte sobre o risco de falta de energia no país. O governo despachou 56 das usinas termelétricas, de um total de 68, para assegurar o fornecimento a todo o país. Isso foi necessário porque os reservatórios ficaram abaixo na margem de segurança em função da falta de chuvas. As chuvas recentes permitiram que os reservatórios recuperassem capacidade.

Dilma Rousseff vem acompanhando o assunto diariamente e só agora se sentiu com segurança para fazer este pronunciamento à Nação assegurando a redução da tarifa e a garantia do fornecimento.

Publicada às 11h20

Uma minirreforma

seg, 21/01/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Governo Dilma

Depois da eleição para as presidências da Câmara e do Senado, a presidente Dilma Rousseff vai cuidar das mudanças na equipe ministerial. Serão mudanças pontuais e não uma grande reforma. Essas trocas já estão encaminhadas.

Dilma já avisou ao ministro Marco Antonio Raupp, da Ciência e Tecnologia, que a política a obriga a incluir a pasta entre os cargos para negociação com os partidos aliados. O escolhido para o cargo é o deputado Gabriel Chalita (PMDB) que teve importante papel na campanha de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo. O PMDB gostaria de ter Chalita no Ministério da Educação, mas a pasta é comandada por Aloizio Mercadante  (PT) que dificilmente seria removido dali a esta altura do mandato.

A outra mudança é a da criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa, uma antiga decisão do governo que só foi aprovada pelo Congresso no fim do ano passado. A nova pasta será comandada por Afif Domingos, hoje vice-governador de São Paulo. Afif é um dos primeiros apoiadores da formação do PSD, partido de Gilberto Kassab e poderá ser o novo ministro para representar o partido em sua estreia no governo. O PSD ainda quer outros cargos politicamente mais fortes, como a Secretaria de Aviação Civil. Mas não há decisão da presidente de fazer troca por lá neste momento.

Dilma e os novos interlocutores

seg, 21/01/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Governo Dilma

A presidente Dilma Rousseff mandou uma mensagem clara aos patrocinadores da candidatura de Eduardo Cunha (RJ) à liderança do PMDB na Câmara. Ela, que nunca teve uma relação direta ou de proximidade com Cunha, teria dito: “Quem pariu Mateus que o embale”, numa referência ao governador do Rio, Sérgio Cabral, ao prefeito Eduardo Paes e ao vice-presidente Michel Temer. Cabral e Paes manifestaram apoio a Cunha, e Temer, mesmo evitando declarar apoio a qualquer dos candidatos, sempre foi próximo do deputado do Rio.

Eduardo Cunha se preparou para disputar a liderança da bancada e, segundo cálculos dos comandantes do partido, é o favorito na disputa, embora não tenha a simpatia do Palácio do Planalto – um quesito importante nesse tipo de disputa.

Hoje, um dos outros dois concorrentes, Sandro Mabel (PMDB-GO), foi ao gabinete de Michel Temer e, na chegada, assegurou que já tem mais de 40 votos.

–  Sou o favorito – disse ele, otimista, cumprindo o manual do candidato.

Na primeira semana de trabalho depois das férias, Dilma conversou com Michel Temer sobre as eleições das Mesas da Câmara e do Senado. Ela tem compromisso com o PMDB, firmado ainda na campanha eleitoral – quando teve de pedir o apoio do partido ao candidato Patrus Ananias (PT) à Prefeitura de Belo Horizonte – , mas não quer se envolver na disputa.

Temer está propondo ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que marque para 1º de fevereiro a eleição para a presidência da Casa, de forma coincidir com a eleição para a Mesa do Senado. Ele argumenta que sempre as duas eleições ocorreram no mesmo dia. Se for antecipada a eleição para a Mesa para 1º de fevereiro, a escolha do líder do PMDB também será antecipada para 31 de janeiro.

Nova estratégia

dom, 20/01/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Governo Dilma

A popularidade da presidente Dilma Rousseff está em alta, conforme as pesquisas,  mas neste terceiro ano de mandato todos os cuidados estão sendo tomados pelo governo e pelo PT. Tudo isso, na preparação de 2014.

A presidente Dilma Rousseff já não esconde mais de seus interlocutores políticos que pretende, sim, disputar a reeleição no ano que vem.

Para se preparar para isso, ela vai agir em duas frentes: na economia, na permanente busca por um crescimento do PIB mais robusto – o que, até aqui, não aconteceu. E nas ações políticas.

Neste ano, o governo vai fazer suas próprias pesquisas, para aferir a popularidade da presidente e do conjunto do governo,  e também as chamadas qualis, as pesquisas qualitativas, para entender o que passa na cabeça dos brasileiros, para, a partir do resultado, adotar novas estratégias.

Uma coisa, porém, já está certa: Dilma vai viajar mais pelo país. Ela tem sido aconselhada por aliados a deixar mais o gabinete no Palácio do Planalto em Brasília para correr o país. Essas viagens já começaram. A primeira foi ao Piauí, onde adotou o discurso que será a tônica daqui em diante. A de pregar o otimismo – expectativa favorável com o desempenho da economia. A idéia é que ela anime o empresariado e trabalhadores com a perspectiva da economia. Um papel que muito bem fazia Lula.

O objetivo é neutralizar a impressão que está passando ao país de que a economia piorou, que a inflação ameça e o crescimento não vem. A idéia é dizer que o crescimento vem aí e que 2013 vai ser melhor do que 2012. E apontar para a oposição como torcida para que o país ande para trás…

Dilma já disse a aliados com toda a clareza que “é preciso ganhar 2013 para vencer em 2014″.

A gasolina

dom, 20/01/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

Embora a Petrobras reivindique reajuste imediato do preço da gasolina em algo em torno de 15%, o governo tenta adiar ao máximo este reajuste. Se possível, para abril.

Todo o esfoço por conta da inflação que, no primeiro trimestre deste ano, pode beirar os 6% (enquanto o teto da meta é 6,5%). Depois de abril, a inflação tende a baixar, assim, permitindo o reajuste do combustível.

Isso, do ponto de vista da economia. Todos os governos sabem que, do ponto de vista da política, aumento no preço dos combustíveis é ingrediente bastante negativo. Causa impacto imediato.

De férias

qui, 03/01/13
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

Saio hoje de férias e volto no dia 17.

Feliz Ano Novo a todos.



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