Energia garantida

dom, 24/06/12
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

A mudança de governo no Paraguai em nada interfere no fornecimento de energia produzida em Itaipu para o Brasil que abastece quase 20 % do consumo brasileiro. A garantia foi dada hoje pelo presidente da empresa , Jorge Samek.

Segundo ele, o Tratado de Itaipu, elaborado em 1973 pelos dois países, Brasil e Paraguai, está “blindado” em relação aos ventos políticos dos dois países e assegura o fornecimento de energia para o Brasil e para o Paraguai, além de assegurar que qualquer modificação precisa passar pela mesa de negociação dos dois países.

- Não existe o processo de ‘eu quero, eu faço’… Tudo é negociado, e o Tratado prevê uma multa absurdamente alta se uma das partes ferir o contrato – disse Samek, que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff no sábado, um dia depois do afastamento do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, pelo Congresso de lá.

O comentário foi feito em resposta à pergunta sobre o papel de Itaipu no debate político no Paraguai, uma vez que o uso da energia produzida em Itaipu esteve no discurso de posse do novo presidente do Paraguai, Frederico Franco, em substituição a Fernando Lugo. Na gestão de Lugo, o aumento do preço pago pelo Brasil pela energia de Itaipu também entrou no discurso de campanha.

Samek lembrou que o Paraguai é o país que mais ampliou o uso de energia nos últimos anos – aumentou em 44 vezes, enquanto o consumo do Brasil aumentou 7,8 vezes. Mas lá, observou, é necessária a construção de uma grande linha de transmissão de energia  para 500 quilowatts e linhas de distribuição. O Brasil, informou, ajuda o país vizinho a construir linhas de transmissão de energia por meio do Fucen, um Fundo no qual os países da região contribuem conforme sua capacidade econômica.

- Desde que foi assinado o contrato entre o Brasil e o Paraguai para a construção e gerência de Itaipu, houve várias alternâncias de poder nos dois países e isso nunca influiu na produção de um único quilowatt de energia – disse Samek, lembrando que, quando foi firmado, os dois países estavam sob comando militar. De lá para cá, já houve a redemocratização no Brasil, o impeachment de Collor e mais quatro governos eleitos e nada mudou. Do lado do Paraguai, também houve um processo de redemocratização, outro presidente já foi afastado, mas nada interfere em Itaipu.

Ele reconhece, no entanto, que há um debate interno no Paraguai sobre a venda de energia para o Brasil. Tanto que durante a gestão de Lugo, o preço da energia cedida pelo Paraguai ao Brasil (energia a que o Paraguai tem direito, mas não usa) teve reajuste significativo. Segundo ele, antes o Brasil pagava o correspondente a US$ 1,8 por quilowatt e agora paga mais de quatro vezes mais, US$ 8 por quilowatt/hora de energia.

 

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5 Comentários para “Energia garantida”

  1. 1
    Jonas:

    o fundo se chama FOCEM, fundo de convergência estrutural e institucional do mercosul…

  2. 2
    Neto Golias:

    O Paraguai não pode se dar ao luxo de interferir em Itaipú … precisam da energia para consumo e dos recursos da venda do excedente de produção da hidroelétrica

  3. 3
    alex:

    mas e claro q a energia gerada por Itaipu esta garantida,a usina e do Brasil foi ele quem pagou por ela o Paraguai so pegou o bonde andano, ja houve um aumento absurdo do valor pago na energia pelo Brasil muito acima do mercado ja q o governo afirmava q o Brasil deveria ajudar os paisess vizinhos mas adivinha quem pagou por esse aumento?.
    Claro o consumidor Brasileiro.

  4. 4
    Jeronimo Collares:

    Vcs da globo, estão muito tristes?

  5. 5
    Cristiano Soares:

    Está correto “US$ 1,8 por quilowatt” ou na verdade seria por “megawatt”?



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