Aventura e platéia
Em seu discurso hoje no lançamento do programa de compras governamentais, a presidente Dilma Rousseff disse que o país não pode fazer “aventuras fiscais”. Ela se referia a gastos excessivos ou equivodados dos governos. Em outras conversas, ao avaliar projetos que concedem aumentos salariais ou criam novas despesas, ela sentenciou: “quem está no governo não pode jogar para a platéia”.
Sem jogar para a platéia e sem aventuras fiscais, o governo já sabe muito bem o que não pode avançar no Congresso: o projeto que fixa em 30 horas a jornada de trabalhado dos profissionais em enfermagem. Para o governo, se passar, o mesmo princípio vai se espalhar por outras carreiras do serviço público como Polícia Federal, Receita Federal e assim por diante.
Na lista das preocupações está, ainda, o reajuste dos servidores do Judiciário – assunto que desde o ano passado mobiliza a atenção do governo.
Em seguida, o projeto que acaba com o Fator Previdenciário. Neste caso, só seria aceito sou houve a ampliação da idade mínima para aposentadoria, o que, aliás, começa a ser discutido no Congresso.
E, por fim, o projeto que acaba do teto salarial para o serviço público. Na avaliação do governo, isso pode se espraiar para os governos estaduais e prefeituras, provocando grande desequilíbrio nas contas públicas nas três esferas de poder.
Este é um ano de eleição, temporada em que o Congresso se esmera em fazer bondades. Por isso, o governo redobrou a atenção.