A presidente Dilma Rousseff já começou a ouvir aliados sobre as mudanças que pretende fazer na equipe a partir de janeiro do ano que vem. A reforma, que seria em abril para substituir aqueles que vão disputar as eleições municipais, deve ser antecipada para atingir, também, aqueles que estão sem sustentação política ou que não se ajustaram ao estilo Dilma de governar.
Segundo assessores do Palácio do Planalto, pelo menos sete ministros podem ser trocados: Fernando Haddad, Educação; Iriny Lopes, da Secretaria das Mulheres; Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional; Ana de Holanda, da Cultura; Mário Negromonte, das Cidades; Afonso Florence, da Reforma Agrária e Carlos Lupi, que está há mais de um mes envolvido em denúncias de irregularidades.
Muitos avaliam que a presidente Dilma gostaria de, nesta reforma ministerial, fazer, também, uma reforma administrativa, reduzindo o número de ministérios para tornar mais ágil a gestão do governo. Mas as dificuldades políticas podem impedir isso.
O PT, por exemplo, deve perder o ministro Fernando Haddad que vai disputar a prefeitura de São Paulo pretende reivindicar a pasta do Trabalho – abrindo mão de fazer o sucessor de Haddad. É que Dilma já manifestou disposição de nomear Henrique Paim, atual secretário-executivo. Ao mesmo tempo, o partido daria exemplo aos demais aliados, ao não insistir em indicar o sucessor (coisa que todos os partidos gostariam de fazer para preservar os seus feudos no governo), e asseguraria uma vaga que lhe é muito cara: o ministério do Trabalho.
Outro problema que tem o PT: indicar ou não Marta Suplicy para a equipe. Há um grupo que quer assegurar para a senadora por São Paulo uma vaga no ministério, como forma de assegurar a presença dela na campamha de Fernando Haddad e, ainda, atender um desejo dela que, segundo os mais próximos, prefere o Executivo ao Legislativo. Mas, há um outro grupo que pensa o oposto: que Marta Suplicy não pode se licenciar do Senado, onde teria papel importante, mas também porque seu suplente é Antonio Carlos Rodrigues, do PR – o que reduziria a bancada petista e, ainda, abriria espaço para alguém que no passado foi citado no caso da “máfia dos fiscais” em São Paulo.
Daqui até janeiro, quando a reforma poderá ser implementada, muitas teorias políticas vão ser apresentadas.