Orlando ganha tempo

ter, 18/10/11
por Cristiana Lôbo |
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     O ministro Orlando Silva conseguiu superar as dificuldades do dia na apresentação que fez à Câmara, nesta tarde, mas isso não significa que o assunto esteja encerrado. A permanência ou não dele no governo vai depender se vai aparecer ou não um “fato novo” .  No governo, a avaliação feita é a de que ele saiu-se bem – repondeu com firmeza e indicação ao mesmo tempo. Era o que se esperava dele.

     No entanto, a preocupação com o gestor Orlando Silva continua. Para assessores do Palácio do Planalto, foi surpreendente o número de denúncias envolvendo convênios do Ministério dos Esportes. E isso precisa ser superado, em particular, demonstrar que as ações de comando no ministério são “republicanas” – e não direcionadas para o partido do ministro, o PC do B.

      No governo, há preocupação em conter a crise envolvendo Orlando Silva, pelo menos por enquanto. Para assessores, não seria positivo mais um episódio de demissão de ministro em meio à denúncias de irregularidades e desvio de verbas públicas e, tampouco, a lembrança de que seria mais um ministro remanescente do governo Lula. E fica alimentada, ainda, a tese de que é preciso acabar com o modelo de manter o ministério sob o comando do mesmo partido por muito tempo.

     Desta forma, já se fala que na reforma ministerial de janeiro, quando serão substituídos os ministros que vão disputar as eleições do ano que vem, a presidente Dilma irá trocar os comandos dos ministérios que entraram na partilha política. Assim, o PP deixaria o Ministério das Cidades, que comanda desde o governo Lula; o PC do B iria para outra pasta, que não os Esportes; o PR sairia do Ministério dos Transportes e assim por diante.

       Esta é uma briga que Dilma não quis enfrentar no começo do mandato. Para evitar confrontos com a base, ela, mesmo a contragosto, preferiu manter a mesma forma de partilha dos ministérios entre os partidos aliados. É o que se fala que ela estaria pretendendo mudar no ano que vem.

‘Não há possibilidade de haver provas contra mim’

seg, 17/10/11
por Cristiana Lôbo |
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O ministro do Esporte, Orlando Silva, considera “absurdo” e uma “calúnia” a acusação de um policial militar que disse à revista “Veja” que ele, Silva, recebeu um pacote de dinheiro na garagem do ministério.

Segundo o PM João Dias Ferreira, preso pela Polícia Civil de Brasília em 2010, Silva teria comandado um esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, destinado a incentivar a prática esportiva entre crianças e adolescentes.

“Não houve e não há possibilidade de haver provas contra mim”, afirmou o ministro.

Ele reconhece dificuldades com ONGs com as quais o ministério fez convênios por meio do Programa Segundo Tempo, mas disse que esses contratos não estão sendo renovados, e as novas parcerias estão priorizando prefeituras, governos estaduais e instituições federais.

Futuro de Orlando Silva

seg, 17/10/11
por Cristiana Lôbo |
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O destino de Orlando Silva à frente do Ministério dos Esportes vai depender de como ele vai se sair nas explicações prometidas ao Congresso sobre as denúncias de que teria recebido dinheiro de um beneficiário do programa “Segundo Tempo” , vinculado ao ministério. No encontro que teve ontem à noite com os ministros Gleisi Hoffman, da Casa Civil, e Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da presidência, por ordem a presidente Dilma Rousseff, Orlando negou as acusações e disse estar tranquilo para fazer a própria defesa.

Antes de chegar a Brasília para o encontro com os dois colegas, que aconteceu na casa da ministra Gleisi Hoffmann, no Lago Sul,  Orlando Silva parou em São Paulo e se reuniu com a cúpula de seu partido, o PC do B. Ali, ficou acertado o apoio político do partido ao ministro e a mobilização feita pelas redes sociais (twitter e facebook) em defesa dele. O presidente do partido, Renato Rabelo, postou: “Sou PC do B, sou Orlando, sou Brasil”, e foi seguido por vários militantes. O assunto é um dos mais comentados no Twitter desde ontem. Na montagem do ministério, Dilma quis nomear uma mulher para os Esportes, seria a deputada Luciana Santos, mas o PC do B insistiu em manter Orlando no cargo.

Segundo fontes do governo, Orlando Silva deve seguir o mesmo ritual cumprido por outros ministros que foram alvo de denúncias: ele deve se defender junto ao Congresso. Em casos anteriores, Wagner Rossi, da Agricultura, por exemplo, saiu-se bem no Congresso, mas acabou deixando o cargo dias depois. Se, for o caso de substituição, o novo titular será do mesmo partido, o PC do B.

A principal tarefa de Orlando Silva é se desvencilhar das denúncias envolvendo o programa “Segundo Tempo” e mostrar que agiu para coibir as fraudes – ponto em que está sustentando sua defesa no caso específico. O policial João Dias Ferreira denuncia que por meio de Célio Soares entregou dinheiro numa caixa de papelão ao ministro.

O governo já recebia denúncias sobre irregularidades no programa Segundo Tempo. O próprio ministro Orlando Silva contou a dois colegas que, advertido pela Controladoria-Geral da União, já estava tomando providências em relação a convênios com ONGs. No caso da denúncia de Brasília, segundo Orlando Silva, foi por  ter tomado providências para corrigir os desvios é que o policial João Dias Ferreira teria decidido denunciá-lo.

Antes de estourar a denúncia contra Orlando Silva, a presidente Dilma já vinha manifestando preocupações com o Ministério dos Esportes e com o papel de Orlando Silva junto à Fifa nas negociações sobre a Copa do Mundo de 2014, aqui no Brasil. Segundo um interlocutor da presidente, Dilma considera que Orlando insistia nas mediações com a Fifa de aspectos que o governo brasileiro já tinha posição tomada. Em lugar de levar a decisão do governo, o ministro, em várias ocasiões, teria tentado buscar um entendimento  – o que não agrada a presidente.

Por outro lado, Orlando foi perdendo força, também, junto à Fifa. Hoje, por exemplo, estão sendo tomadas decisões sobre sedes da Copa, agenda de jogos e sobre a Copa das Confederações e nenhum representante do governo foi convidado.

Henrique Meirelles com Kassab

sex, 07/10/11
por Cristiana Lôbo |
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     A ficha de filiação ao PSD de Gilberto Kassab está sendo levada neste instante ao ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles para assinatura. Ao mesmo tempo, ele já pediu a transferência de seu domicílio eleitoral para São Paulo – assim, ele deixará de fazer política em Goiás, onde nasceu, para se mudar para São Paulo, onde mora. Com a troca de partido, Meirelles se torna alternativa para disputar a prefeitura de São Paulo.

     Esta pode ser uma novidade importante na disputa pela prefeitura. Meirelles é próximo de Lula, que está patrocinando a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, ao cargo; e ele estava em conversas com Gabriel Chalita para assessorá-lo na campanha à prefeitura. Até agora, Henrique Meirelles não informou a decisão ao comando nacional do PMDB. Conforme a lei eleitoral, hoje é o prazo final para a troca de partido para os que querem disputar as eleições do ano que vem.

     Há 20 anos, Henrique Meirelles fundou o movimento “Viva o Centro de São Paulo”, para ações de revitalização do centro de São Paulo. Há dois meses, ele reassumiu o cargo de presidente do movimento em solenidade que controu com a participação do prefeito Kassab que fez questão de levar a vice Alda Marcoantonio e todo o secretariado para prestigiá-lo. foi o início das conversas sobre a troca de partido.

     Por enquanto, o nome forte do PSD para disputar a vaga de Kassab é o do vice-governador Afif Domingos. Isso, na hipótese de aliança do partido com o PSDB. Se não houve a aliança – o que é mais provável neste momento – o nome de Meirelles surge como uma novidade.

     Meirelles se filiou ao PMDB há dois anos em situação semelhante a de hoje: no prazo final para a troca de partido para quem pretendia disputar as eleições de 2010. Cotado para disputar o governo de Goiás ou uma vaga ao Senado, e chegou a sonhar em ser o vice de Dilma Rousseff, ele ficou onde estava – no cargo de presidente do Banco Central. Agora, ele foi convidado a assumir o cargo de representante do governo federal no Conselho de Representantes para a Copa e anda em conversas com Ricardo Teixeira, da CBF, o que tem deixado a presidente Dilma Rousseff contrariada.



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